Jorge Perestrelo de Velosa Camacho
Jorge Perestrelo Pestana de Velosa Camacho (Funchal, 23 de Maio de 1870 - Lisboa, Fevereiro de 1919)[1] foi um monárquico português.
Jorge Perestrelo de Velosa Camacho | |
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Nascimento | 23 de maio de 1870 Funchal |
Morte | fevereiro de 1919 Lisboa |
Foi assassinado pelos republicanos com um tiro na cabeça, pelas costas, no Terreiro do Paço, em Fevereiro de 1919, depois de aí ter sido atraído, convencido que ia ser amnistiado e reintegrado no Exército, para continuar a combater nas Campanhas de África, como o fizera, juntamente com Henrique de Paiva Couceiro, no tempo do D'El Rei D. Carlos.
Filho e neto de Militares, o seu pai era coronel e o avô, general, que serviram sob as ordens da Rainha Dona Maria II, D'El Rei Dom Pedro e D'El Rei Dom Luís, o Capitão Jorge Camacho era Governador em Tete, Moçambique, à data do Regicídio, cargo que desempenhou até à sangrenta tomada de poder pelos republicanos, por não querer servir sob as ordens desse regime.
Biografia
editarFez parte da coluna de Manica, na Campanha do Barué[2], sob o comando de João de Azevedo Coutinho[3], cujas tropas percorreram três mil quilómetros, conseguindo a pacificação completa da região[4].
Será depois com esse chefe militar que dirige uma conspiração monárquica que ocorreu em diversas cidades portuguesas a 21 de Outubro de 1913, conhecida por Primeira Outubrada, tomando para si a responsabilidade de levantar o Norte de Portugal, só que o golpe foi contido porque o governo tinha um infiltrado entre os conspiradores.
Acompanhou no exílio Dom Miguel I de Bragança, que considerava Rei de Portugal, e com ele esteve em Paris, em Viena e em Seebenstein, Áustria. Depois foi nomeado, pelo filho do referido Senhor Dom Miguel, Comandante das Forças Expedicionárias que preparavam a invasão e consequente tomada de poder.
Esteve em negociações com Paiva Couceiro, em 1911, quando estava responsável da fronteira com Verín e fazia parte da chefia do Estado Maior contrarrevolucionária[5].
Goradas que foram estas tentativas e depois de um período conturbado, com o assassínio do então Presidente Sidónio Pais, que era a favor da Restauração da Monarquia, o Capitão Camacho regressou a Portugal e instalou-se em Serpa com sua Mulher e Filha.
Em Janeiro de 1919, foi preso e esteve cerca de um mês na prisão em Beja. Pediu a sua amnistia, como outros o fizeram e a consequente reintegração no Exército, com a patente de coronel, a que tinha direito, para poder combater novamente nas Campanhas de África. Foi, isso sim, atraído a essa armadilha que havia de ditar a sua sentença de morte, baleado por um tal Augusto Correia Simões, fiscal das subsistências e ex-polícia, com ligações à Carbonária.
Referências
- ↑ «Jorge Perestrelo Pestana de Velosa Camacho». Arquivo Histórico Militar
- ↑ Oficiais da coluna de Manica na Campanha do Barué., Código de referência PT/AHM/FE/110/B7/PQ/05, Arquivo Histórico Militar, 1902
- ↑ Campanha do Barué, sob o comando de João de Azevedo Coutinho., Código de referência PT/AHM/FE/110/B7/PQ/06, Arquivo Histórico Militar, 1902
- ↑ AZEVEDO COUTINHO. (João de) A CAMPANHA DO BARUÉ EM 1902., Livraria castro e Silva
- ↑ Paiva Couceiro Diários, correspondência e escritos dispersos, Filipe Ribeiro Menezesm Leya, 27/09/2012