Calulu é um prato típico de Angola e de São Tomé e Príncipe.

Calulu de peixe.

Pode ser confeccionado com peixe seco e fresco ou com carne seca. Entre os restantes ingredientes contam-se o tomate, o alho, os quiabos, a batata doce, o espinafre, a abobrinha e o óleo de palma.

Em Angola, o calulu de peixe é preparado numa panela, na qual se intercalam camadas de peixe seco e de peixe fresco, com os demais ingredientes. É cozido em lume médio e servido com funge e feijão com óleo de palma. Em São Tomé e Príncipe, o calulu de peixe pode ser preparado também com camarão.

O calulu de carne é preparado com carne seca previamente demolhada. É também cozido em lume médio e servido com funge e feijão com óleo de palma.

Tradição em São Tomé e Príncipe

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Em São Tomé e Príncipe, o calulu constitui uma refeição familiar habitual, sendo também usado em festas religiosas, nas quais é frequentemente distribuído junto às igrejas. É também servido em casamentos e em cerimónias fúnebres. É localmente considerado uma iguaria rica, adequada para ser oferecida a um forasteiro. As carnes podem ser de galinha, de suíno, incluindo chispe e cabeça, ou de bovino, incluindo mocotó. É consumido em todo o país.[1]

Origem

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Em Angola kulúlu é o nome dado pelos Bacongo, à porção de comida separada no final da refeição, pelas mulheres, para deixar para os maridos[2] e é considerada por muitos linguistas a verdadeira origem da palavra.[3] No entanto, certas referências apontam para uma origem não africana do nome do prato.

Há dicionários que registam a palavra “calalu” para referir várias verduras, como as folhas de inhame. Este alimento também é encontrado na Jamaica onde recebe o nome de callaloo, No Brasil, o “caruru”, palavra derivada do tupi-guarani "caaruru",[3] refere-se a um tipo de amaranto endémico ou originário da América do Sul, mas também muito popular em África. Neste país, o prato designado caruru é semelhante ao calulu de Angola.

Por outro lado, este termo parece ter origem aruaque e terá entrado na linguagem europeia por meio do espanhol sul-americano, sendo que aparentemente, a planta (o inhame, assim como o quiabo) teria sido levada para as Américas pelos escravos africanos, mas o nome, tanto da planta como do alimento, teria sido importada daquela região para a África Ocidental.[4] É no entanto de referir, que vários linguistas referem que a palavra aparece nessa região, vinda originariamente do tupi-guarani.[3]

Referências

  1. "A Ilha de S. Tomé", Francisco Tenreiro, Lisboa : Junta das Missões Geográficas e de Investigações do Ultramar, 1961.
  2. Nei Lopes (2004). Enciclopédia brasileira da Diáspora africana. [S.l.]: Selo Negro Edições. p. 174. 725 páginas. ISBN 85-87478-21-4 
  3. a b c Russell G. Hamilton and Cherie Y. Hamilton (2007). Callaloo. 30, nº1. [S.l.]: The Johns Hopkins University Press. p. 338-342 
  4. «Calalu no CongoCookbook». Consultado em 16 de junho de 2013 

Ligações externas

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