Projeto no interior da Bahia transforma filhos de agricultores em empresários do campo
Casa Familiar Rural de Igrapiúna impacta mais de 20 mil pessoas no Brasil
Aprender a lidar com a terra vai muito além do plantar e colher. É fundamental cultivar coragem para empreender e inovar, além de entender que terra é pertencimento. São todos esses aprendizados que se multiplicam na Casa Familiar Rural de Igrapiúna (CFR-I), situada no baixo sul da Bahia. O projeto, em 17 anos de atividade, já impactou mais de 20 mil pessoas e segue capacitando jovens, filhos de produtores rurais, como empresários do campo - agentes de um futuro cada vez mais próspero e sustentável para a região.
“O estudante vem com uma bagagem, constrói o conhecimento e volta para a comunidade para dialogar e compartilhar. São duas semanas na escola e duas praticando o que aprendeu. A ideia é que não só ele e a família se desenvolvam, mas toda a comunidade também. É o crescimento comunitário”, destaca Perivane Santos, interlocutor de comunicação e assistente de projetos da instituição há mais de uma década.
Ele evidencia que um dos diferenciais da iniciativa é a pedagogia da alternância – que permite aos estudantes levarem e testarem em casa o conhecimento adquirido em sala de aula. Assim, eles fortalecem suas comunidades enquanto se preparam para assumir a liderança das propriedades de suas famílias.
A formação na CFR-I abrange os três últimos anos do ensino médio, integrando a educação regular com o ensino técnico. As vagas oferecidas aos jovens entre 14 e 18 anos são cada vez mais concorridas. O processo inclusivo para compor novas turmas considera a conexão do aluno com o campo, além do contexto familiar.
O projeto atende jovens de nove municípios da região e 63 comunidades, que ficam entre assentamentos, terras quilombolas e outras propriedades. Quando a Casa Familiar Rural de Igrapiúna abriu as portas, em 2007, o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) nesses locais girava em torno de 0,342, de acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar. A realidade não estimulava a permanência no campo e, com isso, a sucessão familiar nas comunidades rurais também estava ameaçada.
“Não dá para gente chegar para um jovem de 14, 15 anos, e dizer para ele ficar no campo sem estrutura. Ele tem que ter qualidade de vida, ele tem que ter renda, para que o campo seja, de fato, um local com uma vida digna”, defende Perivane Santos.
Ele conta que a chegada da CFR-I e sua atuação contínua, graças a investidores sociais, fez com que a realidade na região começasse a mudar. Hoje, a juventude local já enxerga o potencial financeiro do agronegócio e tem acesso aos meios para fazer pequenas propriedades se tornarem grandes produtoras agrícolas. É esperança que brota no quintal de casa.
Além desses investidores, parceiros da Casa de Igrapiúna proporcionam aos estudantes insumos e orientação técnica para que eles possam implementar os Projetos Educativos Produtivos (PEPs) em suas propriedades. A ação da instituição tem o objetivo de garantir renda e vida digna para os participantes. A diretora da CFR-I, Maiara Dresselin, diz que o projeto vai além. Garante uma produção de qualidade, oferece assistência técnica especializada por meio de monitores, com visitas a cada 15 dias, e acaba por nortear o avanço do agronegócio local com sustentabilidade e boas práticas.
“Funciona assim: eles escolhem um tipo de cultura e recebem auxílio para desenvolver aquela cultura específica. Com o envolvimento do jovem no projeto, junto à sua família, ele passa por todos os ensinamentos da cadeia produtiva da cultura para a qual recebeu os insumos, se profissionalizando em sua propriedade e gerando renda. Tudo isso está atrelado à pedagogia da alternância”, ressalta Dresselin.
COMO FUNCIONA A PEDAGOGIA DA ALTERNÂNCIA?
Imagine passar uma semana intensiva na escola, com aulas em três turnos, seis refeições diárias, dormindo e acordando ao lado de seus colegas de classe. Depois, passar duas semanas em casa, aplicando tudo o que aprendeu, com monitoria presencial dos professores da instituição. É dessa forma que a Casa Familiar Rural de Igrapiúna conseguiu formar quase 400 jovens e beneficiar cerca de 1,8 mil pessoas por ano. Atualmente, 64 alunos e 59 alunas estão distribuídos entre turmas de 1º, 2º e 3º ano do Ensino Médio, totalizando 123 estudantes.
Ao concluir o terceiro ano, o jovem está capacitado para trabalhar no agronegócio e especializado nas culturas desenvolvidas pelo PEP escolhido. De acordo com as estatísticas de acompanhamento da CFR-I, 60% dos egressos da instituição estão em atividades voltadas ao campo, e os outros 40% passam uma temporada fora, muitas vezes para dar continuidade aos estudos, se capitalizam e voltam para investir no campo.
“Faz parte do nosso plano de ação anual fazer o acompanhamento dos egressos que terminaram de se formar. Nós entramos em contato com todos esses jovens egressos para saber se eles continuaram na propriedade, se continuaram com os projetos educativos produtivos, se ingressaram em alguma universidade, se estão trabalhando na área, se resolveram se mudar para outra região, fazendo outra atividade, e o que a Casa Familiar Rural ainda pode colaborar para o sucesso do desenvolvimento deles”, explica.
INVESTIMENTO SOCIAL DE OLHO NO FUTURO
Para manter o projeto e esse acompanhamento continuado, a Casa Familiar Rural de Igrapiúna conta com nove investidores sociais. Cinco deles atuam por meio dos Fundos da Infância e Adolescência (FIA), como é o caso do Itaú. No ano passado, a instituição destinou 24,5 milhões de reais para projetos educacionais voltados para esse público. Cada um deles, incluindo a CFR-I, recebeu R$ 500 mil para executar suas ações. As instituições escolhidas estão distribuídas em 15 estados, abrangendo todas as regiões do Brasil.
Maiara Dresselin afirma que a Casa de Igrapiúna, que está em sua 16ª turma, necessita dos investidores sociais para continuar existindo. “A gente, de fato, necessita das doações. Temos a RP (Rendimento das Produções), mas é uma quantidade insuficiente, e, para manter um projeto como esse, com essa grandiosidade e todos os custos, é muito oneroso. Então, realmente, somos muito dependentes das doações. Acreditamos que esse investimento feito pelos parceiros são sementes, plantadas por quem acredita em um futuro melhor”, reforça a diretora.
Ex-alunos retornam a projeto social rural como professores e inspiram nova geração
Em 17 anos, Casa Familiar Rural de Igrapiúna, na Bahia, já formou quase 400 jovens
Um dia, no baixo sul da Bahia, no Nordeste do Brasil, Vanilson Santos e Karina Oliveira sonharam com um futuro melhor para eles e, principalmente, para o pedaço de terra que chamam de lar. Seus caminhos se cruzaram na Casa Familiar Rural de Igrapiúna (CFR-I), projeto que os acolheu e que aposta na educação para mudar a realidade daquela região. Ex-alunos da instituição, eles retornaram ao local onde tudo começou, mas agora como mentores, fonte de inspiração para centenas de jovens que, assim como eles fizeram um dia, perseguem o sonho de viver e prosperar no campo.
Vanilson nasceu e cresceu em uma família de agricultores. A infância do professor e empresário rural foi marcada pela rotina na roça com o pai. “Minha comunidade, na época, não tinha nem energia elétrica”, relembra. Durante o ensino fundamental, ele sonhava em deixar o campo para ter uma vida melhor na cidade. Até meados dos anos 2000, deixar a família para trás era o único jeito de buscar dias mais prósperos. Era a única esperança.
Para ele, a perspectiva mudou ao conhecer a Casa Familiar Rural de Igrapiúna por meio de professores e monitores que visitaram a escola em que ele estudava, à época com 14 anos. Com o apoio da irmã, ele se interessou pelo projeto e se inscreveu aos 15 anos. “Comecei a enxergar no campo uma oportunidade de viver bem, de ter dignidade, de tirar o meu sustento, de ter qualidade de vida”, afirma, orgulhoso.
Vanilson foi estudante na Casa Familiar de 2012 a 2014, quando concluiu o curso técnico em agronegócio integrado ao ensino médio. Cinco anos depois, o jovem foi convidado a trabalhar na instituição como técnico agrícola. Já em 2022, ele começou a dar aulas aos alunos da CFR-I. “Gostei de participar desses momentos, partilhar conhecimentos, passar para frente o que aprendi e ajudar a construir para esses jovens a estrada que me ajudaram a construir para mim.”
Residente em Ituberá, cidade a 10 quilômetros de Igrapiúna, Vanilson mantém uma propriedade rural em Nilo Peçanha, que também fica no baixo sul da Bahia. Lá, ele produz cacau, pupunha para produção de palmito e banana-da-terra. Todas as culturas são resultados dos Projetos Educativos Produtivos (PEPs) que iniciou na CFR-I enquanto era estudante. “Minha principal renda vem da agricultura, sempre com minhas raízes ligadas ao campo e minha comunidade”, diz.
Segundo Vanilson, que agora está com 27 anos, um dos maiores desafios que ele enfrenta em sala de aula é conseguir incentivar os jovens a valorizar a vida no campo. “O maior desafio é tentar passar para eles aquilo que eu vivi para poder incentivá-los a fazer melhor do que eu. Se não for o processo evolutivo, não vale a pena continuar”, continua. “A maioria dos jovens não enxerga a sua propriedade como um local para ganhar dinheiro, não enxerga como uma empresa.”
No contexto educacional brasileiro, os desafios vão ainda mais além. Patricia Mota Guedes, superintendente do Itaú Social - que viabiliza a manutenção da CFR-I e centenas de iniciativas com impacto semelhante ao redor do Brasil - explica que poucas crianças e adolescentes possuem uma trajetória escolar de qualidade e regular no país, o que se torna ainda mais grave quando falamos da realidade de quem vive e trabalha no campo.
Ela diz que a Casa Familiar Rural de Igrapiúna ajuda a preencher as lacunas de oportunidades do baixo sul da Bahia e contribui de forma estratégica com o desenvolvimento da região e do Brasil, “o que acaba por gerar emprego e renda, além de abrir espaço para novos negócios a partir da agricultura familiar.”
Ela enfatiza ainda que, no próximo ano, mais investimentos do Itaú Social, por meio dos Fundos da Infância e da Adolescência, irão garantir a continuidade de projetos como a Casa Familiar Rural de Igrapiúna em todo o Brasil. “O Edital FIA abre inscrições no primeiro semestre de cada ano, e a divulgação dos selecionados ocorre, geralmente, em janeiro do ano seguinte. Os recursos disponibilizados para o edital são provenientes da destinação de 1% do Imposto de Renda devido das empresas integrantes do Conglomerado Itaú Unibanco Holding S.A”, detalha.
“Cada edição confirma a tendência de crescimento anual dos investimentos, que passaram de R$10,7 milhões em 2021 (contemplando 42 projetos) para R$17,7 milhões em 2022 (com 73 iniciativas apoiadas), alcançando R$24,5 milhões em 2023 (destinados a 55 ações)”, completa Patricia Mota Guedes.
"CAMPO É LUGAR DE MULHER, SIM!"
Assim como Vanilson, a história de Karina Oliveira começou dentro de casa. Motivada pela irmã, que é produtora rural, e pelos colegas do assentamento Mata do Sossego, a jovem decidiu se inscrever na Casa Familiar para mudar a realidade da família. Aos 22 anos, ela pretende perpetuar o conhecimento adquirido na instituição.
Superar os desafios como mulher no campo foi parte essencial da trajetória de Karina. “Eu fiquei um pouco com medo no início. Até porque, para a mulher no campo, tudo é um pouco mais desafiador. Tem questões de segurança, de confiança das pessoas em relação ao que você está dizendo. Como mulher, jovem e do campo, sempre senti um certo questionamento. Mas na minha comunidade mesmo, eu fui bem aceita e motivada”, destaca. “O campo é uma área que oferece muita oportunidade e é lugar de mulher, sim!”, enfatiza.
Após concluir o Ensino Médio na CFR-I, ela recebeu o convite para se tornar funcionária da instituição. O início foi na fábrica de chocolate, que moldou a trajetória profissional de Karina. “Já comecei a produzir em casa, e influenciei minha sobrinha e até outros alunos a gostar da produção de chocolate artesanal. Hoje, eu faço visitas nas propriedades, dou aulas e sou apoio na fábrica também”, conta a jovem, que atualmente é estudante de agronomia.
Como colaboradora, Karina valoriza a troca de experiências com os estudantes. “Eu converso muito com os alunos que passam pela fábrica, principalmente sobre a agregação de valor nos produtos. O maior retorno que temos é esse, é o incentivo que a gente dedica aos jovens. É muito gratificante poder compartilhar algo que já vivi.”
Histórias de Karinas, Vanilsons e outros tantos alunos da Casa Familiar Rural de Igrapiúna inspiram não só pela superação pessoal, mas também pelo impacto positivo na comunidade rural do baixo sul da Bahia, reverberando em todo o país. “O campo é, sem dúvida, um lugar de grandes oportunidades”, conclui a futura agrônoma.
Estudantes fazem fazem pequenas propriedades se tornarem potências da agricultura
Conheça as futuras empresárias Camila Santos e Raile Oliveira
“O que eu aprendo na escola, eu chego em casa e já pergunto a painho. Ele sabe algumas coisas, mas, por exemplo, sobre o solo, ele não conhece. Aí eu vou e explico pra ele. E sempre chego com um monte de novidade”. Essas palavras cheias de orgulho são da jovem sonhadora Camila Santos, de 15 anos, aluna da Casa Familiar Rural de Igrapiúna (CFR-I), no baixo sul da Bahia. Ainda no primeiro ano da formação como técnica agrícola, a moradora de Ituberá, cidade a 15 minutos de Igrapiúna, tem compartilhado o conhecimento adquirido na escola.
Camila Santos também inspira sua mãe, Celinalva Santos, de 37 anos, e seu padrasto, Edemilson Rocha, de 36 anos, que voltaram a sonhar com a transformação e ampliação da pequena propriedade que possuem na região. “Sempre quis aumentar a produtividade de cacau e hortaliças, pois já trabalhava com isso. Enfrentamos dificuldades devido à falta de insumos agrícolas, que não conseguimos acessar devido a problemas financeiros. Mas acredito que a escola já está nos ajudando e ainda vai nos ajudar muito”, diz Edemilson.
Por muito tempo, a sucessão rural e a falta de interesse dos jovens em empreender no agronegócio, principalmente na agricultura familiar, preocupava especialistas e instituições. Ainda é um problema, mas iniciativas como a CFR-I vêm atuando para reverter esse quadro.
“Não é verdade que a juventude rural não queira permanecer no campo. A questão é que, até então, ela não encontrava alternativa, o que ainda acontece em lugares onde projetos como a CFR-I não chegaram ainda. A juventude rural está cansada de ser chamada apenas para ocupar espaço em dias de festa, ela quer ser reconhecida, valorizada e ter uma renda”. Quem fala é Edjane Rodrigues, secretária de políticas públicas da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag). Para ela, o futuro rural depende da ação no presente.
“A agricultura familiar é responsável por grande parte dos alimentos que chegam à mesa dos brasileiros e brasileiras. Responde por 77% do total e representa 67% das pessoas que trabalham na agropecuária, sendo responsável ainda por 40% da população economicamente ativa, segundo o censo agropecuário. É preciso reconhecer a importância econômica dessa atividade também”, diz Edjane. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 5% do PIB brasileiro tem origem nas propriedades dos pequenos empreendedores rurais. “Ou seja, na agricultura familiar, que também é a base da economia de 90% dos municípios com até 20 mil habitantes”, completa a secretária da Contag.
É também a agricultura familiar que alimenta a esperança da família de Camila Santos. Desde que ela começou a estudar na CFR-I, todos se organizaram para ajudá-la e aprender com ela. “Eu acredito que, no decorrer dos três anos que ela vai estudar lá, vai nos ajudar muito a ampliar a produtividade e a rentabilidade no nosso quintal. Essa é a nossa vida”, diz Edemilson.
Os olhos atentos de Camila às vivências do padrasto no campo se assemelham à admiração que a jovem tem pela professora Avete Lima, responsável por acompanhar os Projetos Educativos Produtivos (PEPs) da estudante. Doutora em Ciência do Solo pela Universidade Federal Rural de Pernambuco, a agrônoma chegou à Casa Familiar Rural há poucos meses, tempo suficiente para entender a interdisciplinaridade do projeto social.
“A gente vive isso tudo de uma forma muito intensa, porque os alunos passam uma semana na CFR-I, duas em casa, mais uma na CFR-I. Eu costumo dizer que a gente, lá, não tem só papel de professora. A gente é mãe, é psicóloga, é amiga. Então é aquela troca, né? Não é só a parte do campo, em relação aos PEPs, em relação ao cultivo, às culturas que as famílias produzem, mas a gente vai para a casa desse jovem, se conecta com ele e com a família”, relata Avete.
Assim como a professora, Camila quer cursar agronomia na faculdade. Após a formação na Casa Familiar Rural, a jovem pretende fazer o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para realizar o sonho não só dela, mas de Dona Celinalva. “Meu maior sonho é ver minha filha concluir os estudos e entrar em uma faculdade. Para mim, vai ser uma honra. Eu ajudo ela, apoio ela quase em tudo. Eu não tive formação e estudei até a quinta série. Eu quero que minha filha continue sendo esse orgulho”, afirma.
“O CAMPO NÃO É DIFÍCIL”
Os passos que Camila planeja já são os percorridos por Raile Oliveira, de 17 anos, aluna do último ano da Casa Familiar Rural de Igrapiúna. Nascida e criada na comunidade quilombola de Laranjeira, a 20 quilômetros da instituição, a jovem vai fazer o Enem este ano para conquistar o sonho de estudar agronomia em uma universidade. Enquanto isso, ela tem desenvolvido os Projetos Educativos Produtivos (PEPs) proporcionados pela CFR-I desde que ingressou na instituição, em 2022.
“Os PEPs ajudam bastante na renda familiar. Isso é um dos pontos positivos porque eles mostram como a gente não precisa sair do campo, como você pode se tornar empreendedor. E isso é muito bom”, diz. Raile também descobriu na Casa Familiar de Igrapiúna a potência do chocolate artesanal produzido na instituição. Este foi o primeiro ano em que ela acompanhou a produção na Unidade de Beneficiamento de Alimentos da CFR-I.
“Para que esse cacau, esse chocolate, vá até o público, ele passa por um grande processo no campo. Tem a colheita, pós-colheita e aí ele vem pra Casa Familiar. Aqui, é feito todo um processo até chegar realmente ao produto do chocolate”, enumera.
Para ela, apesar dos avanços, o preconceito e a intolerância com o campo ainda existem, mas é importante investir em projetos como o da CFR-I, que resiste por meio de investidores sociais, a exemplo do Itaú Social, que destinou à instituição cerca de R$ 500 mil por meio do edital dos Fundos de Infância e da Adolescência (FIA) em 2023.
Ao longo de 16 turmas em 17 anos de existência, a Casa Familiar Rural de Igrapiúna abriga os anseios de centenas de famílias do campo, entre elas os da jovem Raile. “Eu quero dizer que a agricultura familiar é uma das coisas que mais move o Brasil hoje. O campo não é algo difícil, como pensamos, e traz, sim, uma renda. Ele abre oportunidades, assim como aconteceu comigo”, enfatiza. A jovem, que tem a mesma idade que a Casa Familiar Rural, é um exemplo de como a educação e a valorização da terra podem transformar vidas, inspirando novas gerações a enxergar no campo um futuro possível.
Material todo produzido pelos jornalistas Danutta Rodrigues , Ma Leri 🏳️⚧️⚧️✊🏿 (MA) , Maylson Honorato e Yasmim Restum , participantes do lab de criação da Jornada Galápagos de Jornalismo 2024.
Analista Jurídico e Administrativo Sênior |Onboarding | Direito Societário | Empresarial e Contratos.
2 dProjeto incrível, parabéns!👏🏽
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