Publicação de Laura Motta

Vale a pena a leitura dessa matéria no Brazil Journal sobre a ausência de marcas em eventos voltados à comunidade negra. Estendo aqui a crítica, para a ausência de apoio a projetos que disseminem, discutam e tragam qualquer assunto de responsabilidade social e ambiental para a mesa. Todas as marcas querem aparecer com suas ações já listadas em relatórios de sustentabilidade, mas poucas querem contribuir financeiramente para a construção de um ecossistema sustentável de boas práticas, especialmente, repito, as sociais. #ESG #sustentabilidade #diversidade #marcas #patrocinio

Viva a Feira Preta! 23 anos de um projeto lindo, vinte e três, mais de duas décadas! Esse é o tempo que a Feira Preta levou para amadurecer e se tornar o maior festival já recebido pelo Parque do Ibirapuera que, por sua vez, está próximo de completar seus 70 anos. Isso é histórico. Mais de duas décadas de dedicação da Adriana Barbosa a um evento muito bem-sucedido, tanto na perspectiva business quanto na promoção de impacto social. O óbvio precisa ser dito. Mais que isso, o óbvio precisa ser feito. E é isso que Adriana faz, ao entender que a negritude movimenta R$ 1,46 trilhão. Segundo a pesquisa feita pela Preta Hub/Instituto MAS Pesquisa/Oralab- Ela potencializa ainda mais. Este ano, a convite do evento, a equipe Nhaí esteve presente me representando e o feedback só reforçou ainda mais o motivo pelo qual Adriana Barbosa é para mim uma referência absoluta quando o tema é empreendedorismo e ela sabe disso! Tanta determinação fez dela uma autoridade em economia circular racializada e este ano, foram mais de R$ 1.250.000 em compras, fortalecendo o empreendedorismo preto e, entre essas pessoas empreendedoras, muitas são mulheres, LGBTQIAPN+ e periféricas. Lembrem disso: 23 anos. O que me faz pensar em quantos líderes inovadores desistem no caminho? Quantos projetos incríveis deixam de existir na primeira ou na segunda edição? A Feira Preta segue sendo um exemplo de resistência, estratégia e compromisso! Parabéns e vida longa a esse projeto! #Empreendedorismo #FeiraPreta #Diversidade #PinkEconomy

#ParadaLGBT+: Território de Marca ou Ocasião de Consumo? Esse semana vimos a #parada do orgulho LGBT+ em São Paulo reunir muita gente, no que se tornou o segundo maior evento da cidade de São Paulo. Só perde para o Carnaval.  E já que o evento se tornou tão grande (a maior parada LGBT+ do mundo), muitas marcas começaram a fazer grandes ativações nela. Nesse ano, mais de 15 marcas estavam lá. Umas com pequenas menções, umas com grandes ativações e um investimento considerável com carros alegóricos, grandes artistas, amostragem de produtos, e campanha com mídia paga.   Isso me fez pensar sobre o conceito de território de marca vs. ocasião de consumo, principalmente quando se fala em LIVE marketing. No dia a dia, os clientes, recebem muitas propostas de ativação em eventos. E como deveríamos escolher se vale a pena para marca fazer ou não? Existe um pensamento que pode ser bastante estruturado e ajudar a definir se o evento vai realmente contribuir para a sua marca.   Primeiramente as estatísticas. Número e perfil do público, o que acontece no evento, e qual tipo de produto é consumido ou usado ali. Isso é o básico para determinar se o evento é uma “ocasião de consumo” para a sua categoria, e, portanto, se faz sentido você estar associado a ele. Um protetor solar durante campeonato de vôlei de praia, ou bebidas alcoólicas durante shows. Nesse caso o pitch deve ser avaliado olhando custo para patrocinar e ativar, vs. o número de pessoas que você vai atingir. Simples assim. Agora, existe uma outra categoria mais importante que faz parte da estratégia de construção de marca que é o território de marca. Ou seja, com o que as marcas querem estar diretamente associadas. E nesse caso precisa-se de consistência. Escolher os territórios e os eventos e fazer durante ano após ano para que isso se associe à sua marca. E se for um território importante, ele deveria ter investimento de ativação (digital, PR e mídia) para multiplicar o seu impacto muito além de quem foi ao evento.   Exemplo: Quando pensamos em Rock in Rio, as 2 maiores marcas associadas ao evento são Heineken e Itaú. Dentro da estratégia da Heineken, patrocinar grandes shows em grandes metrópoles faz parte do território de marcas deles. Assim como a Amstel Bier escolheu o caminho da diversidade e inclusão e nos últimos anos se tornou a grande marca de bebida patrocinadora da Parada LGBT+. O evento tem tudo a ver com o posicionamento da marca, além de ser também uma grande ocasião de consumo. Essa distinção no passado me ajudou muito a decidir quais eventos patrocinar e quais não, e onde deveríamos colocar mais investimento. Porque as vezes temos eventos enormes no Brasil – exemplo o São João no Nordeste que é gigantesco. Mas ele deveria ser tratado como ocasião de consumo ou território de marca? Isso faz toda a diferença, porque pode determinar o quanto você deveria investir nele para gerar um retorno de investimento condizente com sua estratégia na sua categoria.  Vocês já pensaram nisso?

Tão lindo quanto impactante! Neste vídeo é possível ver o poder da economia circular. 🌎

3/4 Compartilhamentos sobre o Evento Cidade do Futuro Continuando as reflexões, quero compartilhar insights valiosos dos painéis "Beleza em todos os tons, texturas e curvaturas" e "Construção de comunidades para inovar em uma beleza diversa e autêntica". Estes debates trouxeram à tona questões complementares ao segundo texto que eu escrevi aqui sobre inclusão, representatividade e empoderamento de comunidades com exemplos práticos no mundo da beleza e moda. Jaqueline Lamente, mentora B2Mamy, Hanna Campeche Cruz, do Grupo Boticário, Josi Helena Souza, da Negra Vaidosa, Raoni Cusma, da Beleza Antirracista, Luciana Guidi, da Amyi, Emily S. Ewell, da Pants, e Luiza Luth, da Unilever, compartilharam suas visões e experiências sobre a importância de abraçar a diversidade em todas as etapas do processo de criação e comercialização de produtos/serviços bem como criação e envolvimento da comunidade. Muito foi conversado sobre a comunidade negra. Mercado demandando cada vez mais atenção e torna-se cada vez mais urgente a necessidade de produtos genuinamente inclusivos, que atendam às necessidades e características específicas desse público. Além de ser crucial entender que a luta pela representatividade vai além do aspecto cultural; é uma questão social profunda que não pode ser ignorada. As empresas precisam reconhecer a importância em dar poder de tomada de decisão às comunidades negras. O consumidor negro não pode mais ser marginalizado ou estereotipado, entrar em uma loja e ganhar um seguidor ~o segurança~ ou então achar que está criando uma linha de produtos, por exemplo, bases para pessoas negras e não considerar os diferentes tons de pele. São convites péssimos para o público interagir com a sua marca. Josi Helen, durante o painel, contou como criou a Negra Vaidosa Scalp muito neste espaço de ideação de produtos específicos para os cuidados de quem usa penteados protetores, prática que em sua grande maioria é da população negra, respeitando que cada cabelo precisa de um cuidado específico e não colocando todo mundo numa "gaveta de cachos". Além disso, e não só para a comunidade negra, a criação de comunidades é essencial para impulsionar a inovação e a autenticidade na indústria da beleza (e em todas as outras). A Pants é um exemplo inspirador de como construir comunidades pode transformar a maneira como as marcas se conectam com seus consumidores e desenvolvem produtos que realmente ressoam com suas necessidades e valores. A gestão dessa comunidade é peça chave também, transparência, aceitação às criticas e escuta ativa. No evento, a Emily comentou sobre o case recente da Pants lançando uma cueca boxer absorvente para homens trans, a partir de dinâmicas com a comunidade. Quão potente é isso? É hora das empresas assumirem um compromisso genuíno com a inclusão e a diversidade. Somente ao dar voz e poder às comunidades sub-representadas podemos verdadeiramente alcançar um mercado inclusivo, autêntico e empoderado por e para todas as pessoas.