O Guardião Das Sombras

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Prefácio

Este livro é um gesto de reverência e gratidão. Cada palavra aqui escrita, cada emoção compartilhada e cada ensinamento descrito é fruto das lições que recebi daqueles que caminham comigo no plano espiritual. Sem eles, nada disso seria possível, pois são os guias que iluminam o caminho, as vozes que orientam meus passos e os portos seguros nos momentos de dúvida.

À minha ancestralidade, o alicerce de tudo o que sou, dedico as primeiras palavras deste prefácio. São eles que me conectam às raízes profundas de uma tradição que transcende o tempo, que pulsa no sangue e ressoa na alma. É pela força de suas histórias e pelo eco de suas vivências que continuo a trilhar este caminho com fé e propósito.

Aos meus guias, deixo meu eterno reconhecimento.

Agradeço ao Sr. Zé Pilintra das Almas, cuja sabedoria e leveza ensinam que até mesmo nos caminhos mais sinuosos há um propósito maior. Ele,

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que com um sorriso sereno, me mostrou que a espiritualidade também é vivida com simplicidade e dignidade.

Ao Sr. Exu 7 Mortes, a quem sirvo na força da Quimbanda, rendo minha mais profunda gratidão.

Sua presença firme e sua justiça implacável são bússolas que me guiam nos momentos de incerteza.

Ele, que ensina que o equilíbrio se encontra ao honrar tanto a luz quanto a sombra, é um mestre que me inspira a ser digno do legado que carrego.

Dona Rosa Helena, Maria Padilha do Cabaré, meu coração se inclina em gratidão pelo acolhimento e pela força. Em sua vibração, aprendo a compreender a complexidade das emoções humanas e a força do amor-próprio. Sua presença é um lembrete de que mesmo no caos, há beleza e poder.

Ao Sr. João do Morro, cuja força se faz sentir como o vento que sopra nas alturas, minha reverência. Ele, que com sua energia tranquila e imponente, ensina que a conexão com o invisível é tanto um privilégio

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quanto uma responsabilidade. Sua sabedoria é como uma brisa que refresca e um impulso que fortalece.

À Casa de Quimbanda e Umbanda Filhos de Fé, expresso minha imensa gratidão por ser um lar espiritual que me acolhe e fortalece. Aos seus ensinamentos e à energia que permeia cada trabalho, devo a sustentação da minha jornada. E, ao querido dirigente Pai Júlio Gomes, meu reconhecimento por sua credibilidade, amor e dedicação. Sua liderança é um exemplo vivo de fé em ação, e sua confiança em mim é um pilar que me dá forças para seguir servindo.

Este livro é para todos que, como eu, sentem o chamado da espiritualidade em suas vidas. Mas, antes de qualquer coisa, é para vocês, meus guias, minha ancestralidade e minha casa espiritual. Que estas palavras sejam dignas de tudo o que me ensinaram e que possam, de alguma forma, retribuir a imensa luz que trouxeram ao meu caminho.

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Com todo o respeito e amor, dedico estas páginas a vocês.

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Introdução

Desde tempos imemoriais, há vozes que sussurram no silêncio das noites e ecos que reverberam nas esquinas mais escondidas da alma. Vozes que não pertencem a este tempo, mas que se alinham àqueles que ousam ouvir, guiando-os em jornadas de descoberta e transformação. Este livro nasce dessas vozes, dos murmúrios da ancestralidade que caminham ao meu lado, das entidades que servem não apenas para guiar, mas também para ensinar.

Ele é mais do que um relato pessoal; é um mapa, um caminho traçado pela força invisível de uma espiritualidade que insiste em se manifestar, mesmo nos momentos de dúvida.

Aqui, não se encontram respostas definitivas, mas reflexões que entrelaçam vivências, intuições e palavras psicografadas. São registros que se tornaram possíveis graças à presença das entidades que sempre me acompanharam, desde os primeiros sussurros na infância até os chamados

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que moldaram minha vida adulta. Essas palavras não são apenas minhas. Elas carregam a energia do povo que represento, das vozes ancestrais da Quimbanda e de cada entidade que se manifestou para transmitir ensinamentos.

Este é um convite para aqueles que, como eu, sentem o peso do invisível desde cedo, que percebem os sinais, mas muitas vezes não sabem como decifrá-los. Para os que já se questionaram sobre a origem de sua sensibilidade ou sobre o propósito de tantas dúvidas e desafios, este livro é uma

trilha

aberta

na

mata

fechada

da

espiritualidade, onde o desconhecido e o ancestral se encontram.

Ao longo destas páginas, partilho fragmentos da minha jornada, com seus desafios, descobertas e momentos de profunda conexão. Não pretendo oferecer verdades absolutas, mas sim abrir um espaço onde aqueles que se identificam com estas experiências possam se reconhecer, se fortalecer e,

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talvez, encontrar um pouco de paz em meio à inquietação que os move.

Que estas palavras sirvam como um farol para quem caminha entre dois mundos – o visível e o invisível

–, e como um lembrete de que não estamos sozinhos. Somos parte de uma ancestralidade viva, de uma tradição que transcende o tempo e que continua a pulsar em cada ato de fé, cada rito, cada escolha que fazemos no caminho espiritual.

Que este livro seja luz para