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Origem Biológica X Origem Religiosa Do Ser Humano
Origem Biológica X Origem Religiosa Do Ser Humano
Origem Biológica X Origem Religiosa Do Ser Humano
E-book328 páginas3 horas

Origem Biológica X Origem Religiosa Do Ser Humano

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Sobre este e-book

“Este livro tem como objetivo explicar as duas vertentes sobre as origens do ser humano. A religiosa, baseada nos relatos de Gênesis capítulo 1 ao 11, que teve influência dos mitos cananeus (Ugarit) e de povos da Antiga Mesopotâmia. E, a científica, por via natural, abrangendo desde a formação do universo até o aparecimento do nosso gênero - Homo.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento27 de ago. de 2023
Origem Biológica X Origem Religiosa Do Ser Humano

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    Origem Biológica X Origem Religiosa Do Ser Humano - Leonardo De Castro Farah

    ORIGEM BIOLÓGICA x

    ORIGEM RELIGIOSA

    DO SER HUMANO _______

    LEONARDO DE CASTRO FARAH

    Copyright © 2023 by Leonardo de Castro Farah.

    Capa

    Leonardo de Castro Farah

    revisão

    CLaudinei Batista

    diagramação

    Lara design editoriaL

    iLutrações

    Felipe Simões. E-mail: [email protected]

    Danilo Borges. E-mail: [email protected]

    Lívia Pegoraro Silva. E-mail: [email protected]

    Igor Santana Luiz. E-mail: [email protected]

    iLustrador prinCipaL

    Igor Santana Luiz

    [2023]

    Todos os direitos reservados à

    Leonardo de Castro Farah, ORIGEM BIOLÓGICA X

    ORIGEM RELIGIOSA DO SER HUMANO,

    1ª EDIÇÃO, 2023

    Nova Viçosa

    É proibida a reprodução total e parcial desta obra, de qual-

    quer forma ou por qualquer meio eletrônico, mecânico, in-

    clusive por meio de processos xerográficos, incluindo ainda

    o uso da internet, sem permissão expressa da escritora. (Lei

    9.610 de 19/02/1998)

    LEONARDO DE CASTRO FARAH

    Professor de História e Sociologia do Ensino Médio, em Nova

    Viçosa-BA. Graduado em História pela UNI-BH. Especialista

    em Educação em Sociologia pela Faculdade Noroeste de Minas

    Gerais (FINOM). Especialista em História pela Faculdade Lu-

    so-brasileira. Especialista em História e Geografia pelo Centro

    Universitário Barão de Mauá.

    Currículo Lattes - http://lattes.cnpq.br/8155506395125519

    ORCID – https://orcid.org/0000-0003-4776-0472

    E-mail: [email protected]

    Canal do Youtube: https://www.youtube.com/channel/UCN1X-

    vM3RSxTkbNFlUOjUjlw

    A você, leitor, que adquiriu este livro,

    Meu muito obrigado e faça boa leitura.

    AGRADECIMENTOS

    AOS FAMILIARES:

    Dedico este livro aos meus familiares: minha esposa, sogra e

    filha, minha mãe, meu irmão, meu sobrinho,meu padrinho Már-

    cio e minha madrinha Beth, às tias e primos (as). Em memória

    de meu avô: Oscar Pereira de Castro (1921-2000), minha avó

    Dodora (1922-2021) e de minha tia Ana Regina Marques de

    Castro (1966-2006). E aos meus amigos, jamais os esquecerei.

    Leonardo de Castro Farah

    AGRADECIMENTOS AOS TÉCNICOS:

    Ao professor Dr. Walter Neves, Dra. Mercedes Okumura e toda

    equipe do LEEH-USP.

    Ao Biólogo Rogério Souza da Academia de Ciências Naturais

    (2012).

    http://oficinadereplicas.igc.usp.br/ - Oficina de Réplicas de fósseis - IGC-USP.

    www.biosreplicas.com - Bio-réplicas de fósseis de Belo Horizonte.

    https://terrabrasilisdidaticos.com.br/ - Terra Brasilis Didática, que cria réplicas de fósseis e outros.

    www.litos.net – Site da Espanha, que produz réplicas de diver-

    sos fósseis, Vênus e líticos.

    AGRADECIMENTOS ESPECIAIS

    Dedico esse trabalho aos meus familiares religiosos ou não e,

    principalmente aos queridos amigos, que de algum modo con-

    tribuíram para meu crescimento como ser humano e como pro-

    fissional, mas, não posso esquecer-me dos meus mentores cien-

    tíficos, um dos quais quero muito conhecer pessoalmente, o Dr.

    Walter Neves, professor da USP, que tive conversas infinitas via

    e-mail e do meu chapa e camarada Roger (Rogério) Souza, o

    criador das réplicas que estão nas páginas deste livro. Por ter

    chegado até aqui, agradeço demasiadamente a ambos. São tantas

    as palavras e tão poucas páginas para escrever. O meu obrigado,

    pelo tempo que vocês dedicaram a mim e por suas contribuições.

    "Quero me desgastar para não me enferrujar"

    Robert Broom (1866-1951).

    SUMÁRIO

    INTRODUÇÃO.

    10

    CAPÍTULO I - A ORIGEM HUMANA: JUDAICA-

    CRISTÃ – GÊNESIS I até XI:

    01 O que é Fundamentalismo?

    15

    02 Os Deuses do Paleolítico até o aparecimento do Deus bíblico 20

    03 Adão-Adapa, Eva-Shamhat, a Serpente-Tiamat e o Jardim

    36

    04 A Questão do Sábado e do Dilúvio

    64

    CAPÍTULO II - O QUE É CIÊNCIA? O QUE É

    PSEUDOCIÊNCIA?

    05 Características Gerais das duas Formas de Pesquisa

    88

    06 O Problema das Datações (para os cristãos)

    118

    CAPÍTULO III - O QUE É EVOLUÇÃO E COMO ELA

    OCORRE?

    07 Peixes que respiram fora d’água e o Tiktaalik

    139

    08 Evolução é cega - o relógio (quebrado) de Paley

    148

    CAPÍTULO IV - ORIGEM HUMANA: POR MEIO

    BIOLÓGICO

    09 A Evolução Pontuada

    177

    10 A Explosão de Australopitecíneos

    185

    11 A Explosão de Vidas Humanas

    198

    12 A Explosão de Cultura/Arte Humana

    214

    CONCLUSÃO FINAL

    262

    10 | Leonardo de Castro Farah

    INTRODUÇÃO:

    Este livro tem como objetivo informar e explicar ao leitor

    as duas origens do ser humano: a religiosa e a natural. Vamos en-

    fatizar de forma branda o surgimento da vida na Terra ou do Big

    Bang, pois nossa proposta é dar ênfase à antropogenia, que é o estudo das origens humanas, cognição, a origem do bipedismo,

    o desenvolvimento da linguagem e da cultura humana.

    Para melhor apreciação, dividimos o livro em quatro ei-

    xos. No primeiro eixo, vamos tratar de explicar a Origem Hu-

    mana pelas vias religiosas, dentro dos conceitos no universo

    judaico-cristão. No segundo eixo, definiremos ciência e enten-

    deremos seu método, assim como compreenderemos um pouco

    mais da pseudociência. No terceiro eixo, trataremos de explicar

    como os mecanismos evolutivos fazem com que o ser vivo es-

    teja em constante modificação. No quarto e último eixo, abor-

    daremos a Origem Humana por vias biológicas (naturais) e, ao

    término de cada capítulo (eixo), deixaremos nossas referências e

    concluiremos aquilo que foi abordado no capítulo.

    Com relação às referências que foram usadas nesta pesqui-

    sa, são basicamente bibliográficas voltadas para a análise de li-

    vros, artigos, documentários e vídeos em DVD, dissertações e te-

    ses. Para isso resolvemos dividir em duas partes nossa pesquisa, a fim de organizar melhor as ideias propostas. A primeira parte trata

    Origem biológica x Origem religiosa do ser humano | 11

    de questões teológicas para as origens humanas, vamos usar uma

    bibliografia voltada para o campo da Teologia, que diz respeito ao livro de Gênesis, dos capítulos 01 até 11. Nossa tese inicial seria considerar como mito os acontecimentos encontrados nessa parte

    do Gênesis, pois esses relatos foram adaptados e influenciados por mitos de outros povos como C ananeus e da Mesopotâmia. Podemos enumerar o Mito de Adapa, o Épico de Gilgamesh, o Enuma Elish e os mitos Ugarit: El e Baal. Partimos do pressuposto que os autores do Gênesis foram influenciados por esses mitos, para

    construir sua narrativa de Criação do Gênesis, a maioria dos teólogos sugere isso. Temos diversos exemplos, como: a criação

    em seis dias e o descanso no sétimo (descrito no Enuma Elish), a questão do sábado (na Antiga Babilônia havia ritos nesse dia

    específico), o Jardim e o combate entre deuses masculinos con-

    tra serpentes (visto no Enuma Elish, no Épico de Gilgamesh, na Mitologia Grega e mitologia Cananeia), a criação do homem feita

    do barro (relatado no Épico de Gilgamesh), as relações antropoló-

    gicas comparativas, entre Adão e Adapa, que foram muito usadas por Niels- Erik Andreasen (1981) e por Fábio Sabino, as narrativas do Dilúvio Universal (presente no Épico de Gilgamesh), a existência de uma Árvore da Vida no "Jardim dos Deuses", tendo um

    "fruto" que daria a eterna juventude ao seu portador, descrito no Épico de Gilgamesh. Resumindo, a construção do Gênesis teve

    como norte os mitos vindos de outros povos, que eram mitos mais

    antigos que os relatos orais e escritos do povo Hebreu e serviram

    de inspiração. Para se ter ideia, na região do Crescente Fértil, a escrita mais antiga é da Suméria, datada em 3.200 a.C., local de

    origem desses mitos. A escrita hebraica teria surgido por volta de 950 a.C., ou seja, os sumérios e seus mitos são milhares de anos

    mais antigos que os primeiros relatos bíblicos.

    12 | Leonardo de Castro Farah

    Na segunda parte do nosso texto, comentaremos sobre o

    funcionamento do Método Científico diferenciando da Pseudo-

    ciência (astrologia, horóscopo, dogmas e outros). Abordamos

    questões voltadas para ciência: as formas de datações e as expli-

    cações para a origem do universo, do planeta Terra e Lua, o sur-

    gimento da vida e a evolução desta vida até o aparecimento do

    ser humano (por meio da evolução). Para explicar nosso argu-

    mento, usaremos: documentários, artigos, livros, dissertações e

    teses. A base teórica baseia-se nas ideias de Charles Darwin e do

    Dr. Stephen Jay Gould, sobre evolução biológica e a evolução

    do ser humano (que é nosso foco). Uma vez explicando como se

    dá a antropogenia, vamos colher informações vindas dos artigos de pesquisadores especialistas, em locomoção humana ou as origens da bipedia humana, como: Owen Lovejoy (1981), William

    Leonard (1997) e Greg Stanford (2004). Especialistas em austra-

    lopitecíneos, como: Dr. Don Johanson e Richard Leakey. Usa-

    remos artigos que esclarecem como a ocorrência de mudanças

    climáticas na pré-história teria afetado a evolução humana: Dr.

    Peter DeMenocal (1995) e Dr. Rick Potts (1996) e os artigos e

    livros do Dr. Walter Neves da USP (2015 e 2020) e da Dra. Su-

    zana Herculano-Houzel (2017).

    Após as análises realizadas entre os dois campos da ciên-

    cia, a Ciência da Religião e a Antropogenia, podemos assegurar

    que não podemos levar como fato histórico ou literal, eventos

    que estariam contidos no livro do Gênesis, do capítulo um ao

    onze, porque não há provas arqueológicas, linguística e histórica

    que confirmem a existência de seus personagens e locais, como:

    Adão e Eva, o Jardim ou a serpente, que teria uma linguagem articulada igual aos dos seres humanos. Podemos dizer, catego-ricamente, que no passado da humanidade nunca houve um Di-

    Origem biológica x Origem religiosa do ser humano | 13

    lúvio Universal (evento construído em mitos externos de origem Mesopotâmica). E por fim, não há como dissociar as narrativas

    mitológicas encontradas na Antiga Cananeia e Mesopotâmica

    com os relatos bíblicos, algo que muitos religiosos tentam refu-

    tar, mas não obtêm sucesso.

    14 | Leonardo de Castro Farah

    CAPÍTULO I

    A ORIGEM HUMANA:

    JUDAICA-CRISTÃ,

    GÊNESIS I até XI

    "Não há fogo no inferno, e Adão e Eva não são reais", citação fake por Papa Francisco.

    Origem biológica x Origem religiosa do ser humano | 15

    1 – O QUE É FUNDAMENTALISMO?

    Não está claro se o papa Francisco realmente disse que

    "Adão e Eva não são reais" e, sendo uma frase f ake ou não, é necessário destrinchá-la. Antes de qualquer julgamento, temos que

    observar o contexto. Em 2013, a Igreja Católica tinha um Papa

    novato e carismático e, talvez tenha gerado muita especulação,

    então surgiu a frase, "Adão e Eva não existem", chocando alguns cristãos. É importante dizer que os estudantes de Teologia, independente da corrente (protestante ou católico), não estranham o

    conteúdo da frase, pois eles estudam, participam de debates, leem

    textos, livros e artigos, fazem resumos e não escandalizaram-se.

    Por que será? Esse é o ponto que queria chegar até você! Vamos

    chamá-lo de "Ponto de Marcião". Ora, na História do Cristianismo Primitivo houve um intelectual chamado Marcião (85-160 d.

    C), que foi taxado de Herege e foi "xingado" por muitos clérigos de sua época. A Pergunta é: o que o motivou a ter uma ideia diferente de outros cristãos? Marcião ao ler o Antigo Testamento no-

    tou que D eus era diferente do D eus do Novo Testamento. O D eus judaico-cananeu tinha a característica de ser vingativo, sanguiná-rio, misógino e prepotente, tendo em vista que essas informações

    não batiam com o D eus de Jesus, que era austero, benevolente e misericordioso (ERHMAN, 2015, p 43, 44 e 45).

    Os pontos principais do ensino de Marcião

    foram a rejeição do Antigo Testamento e

    uma distinção entre o Deus Supremo da

    Bondade e de um Deus Inferior da justi-

    ça, que foi o Criador e o Deus dos Judeus

    (SABINO, Marcião, s/d, PDF).

    16 | Leonardo de Castro Farah

    Para Marcião, Jesus era o mensageiro do Deus Supremo,

    já o Deus do Antigo Testamento não poderia ser conciliado com

    Deus de Jesus (SABINO, s/d, PDF), era uma ideia nova e radical.

    Segundo ele, o Cânon Bíblico deveria conter apenas o Evangelho de Lucas e as cartas de Paulo. Quando os outros pensadores

    cristãos tiveram acesso às suas ideias, seus textos foram queima-

    dos. Na linguagem atual, ele foi cancelado (excomungado pela Igreja Católica). A mesma coisa aconteceu com Giordano Bruno

    (1548-1600), que passou a vida pregando a mensagem de que a

    Terra era apenas um planeta e que poderia haver vida em outros

    planetas (algo lógico, nos dias de hoje), resultado: foi queimado

    vivo em 1600. Ao invés do tribunal do cancelamento realizar um

    debate justo com Marcião ou com Giordano Bruno, a "turminha

    do contra simplesmente queimou Bruno e queimou os textos de Marcião. Tudo bem, mas qual é a relação disso com a citação

    fake"? Tem tudo a ver. Para ser padre, tem que estudar Teologia

    e o melhor curso do Brasil fica em Belo Horizonte, no FAJE,

    dirigido pela Igreja Católica (a qual o Papa Francisco é o chefe).

    Quando a pessoa inicia os estudos no seminário fica estudando

    por 4 anos. Depois vem o sacerdócio. E depois, o camarada se

    torna Bispo e/ou Cardeal. Isso o obriga a falar pelo menos umas

    6 línguas diferentes, inclusive o latim, que é uma língua morta.

    Se tiver sorte, a pessoa pode se tornar Papa, aí amigo, não para

    de estudar! Você acha que o padre ou monge para de estudar,

    quando termina o curso de Teologia? Lógico que não!

    O Papa Francisco estudou muito mesmo, ele sabe ler gre-

    go arcaico, hebraico e latim (além de falar português, espanhol,

    francês, inglês e alemão). É por isso que os alunos dos semi-

    nários não estranharam a ideia de "Adão e Eva não existirem".

    Somente aquele "cara" que lê mal o português e é analfabeto em

    Origem biológica x Origem religiosa do ser humano | 17

    hebraico, latim ou grego "achou a frase estranha, mas isso não é culpa do crente" e sim do sistema ao qual ele faz parte.

    O problema da maioria dos evangélicos de não aceita-

    rem a frase do Papa como válida, teria como motivo a "tese" do Fundamentalismo Cristão, que foi um movimento religioso que surgiu no final do século XIX e início do Século XX nos EUA,

    tendo como características cinco (5) fundamentos:

    CARACTERÍSTICAS DO

    FUNDAMENTALISMO

    1. A INERRÂNCIA BÍBLICA – Os textos bíblicos não têm con-

    tradições. São inspirados.

    2. NATUREZA DIVINA DE JESUS – Trindade é válida.

    3. NASCIMENTO DE JESUS – Nascimento por meio do Espírito

    Santo.

    4. RESSURREIÇÃO DOS MORTOS – Jesus morreu e após três

    dias voltou à vida.

    5. RETORNO DE JESUS OU A 2ª VINDA DO MESSIAS – Jesus

    retornará.

    A maioria dos fundamentalistas cristãos pertence a di-

    versas denominações cristãs: adventistas, presbiterianos, qua-

    drangulares, batistas, anabaptistas ( Amish), neopentecostais em geral. Se lermos a Bíblia e fizermos as devidas anotações ( resumos) do que encontramos nos seus livros e capítulos, percebe-remos que há diversas contradições (algumas delas não batem

    18 | Leonardo de Castro Farah

    – isso foi observado por Marcião). Segue o exemplo: os Nefilins eram gigantes que viviam antes do Dilúvio, descrito em Gênesis 6:4. Os Nefilins foram destruídos no Dilúvio - Gênesis 7:23.

    Em Números 13:33, os Nefilins ainda existem, isso significa que eles não foram mortos no Dilúvio (sendo, portanto, uma contra-dição), pois, segundo a Bíblia, somente Noé e sua família so-

    breviveram. Há diversos exemplos de contradições que se pode

    pesquisar na internet.

    1.1 – A Breve História do Fundamentalismo Cristão:

    Entre 1850-1900, houve o aparecimento de novas igrejas

    e seitas cristãs nos EUA chamado de Terceiro Grande Desper-

    tar, que teria como catalisador ou causa política a Guerra Civil

    Americana (1861-1865) e a causa social, o modernismo (Cienti-

    ficismo e o Evolucionismo) e a Teologia Liberal. Em resposta a

    tudo isso, entre os anos de 1910 a 1915 foram escritos diversos

    artigos publicados pela revista Publishing Company of Chicago, chamados The Fundamentals, daí o termo fundamentalismo.

    Origem biológica x Origem religiosa do ser humano | 19

    AS CAUSAS DO

    FUNDAMENTALISMO CRISTÃO

    1. LIBERALISMO TEOLÓGICO – Surgiu no século XVIII e

    difundido no século XIX por Albrecht Ritschl (1822-1889), que

    tentava unir o naturalismo (biologia) com a religião para validar os eventos narrados na Bíblia. Durante o século XIX, com o "adven-to" da Teoria da Evolução de Charles Darwin, a Teologia Liberal não conseguiu provar: Trindade, Nascimento de Jesus descrito nos

    Evangelhos, Sacrifício da Cruz e as estórias narradas na Bíblia,

    por essa razão os teólogos radicais tentaram se afastar desta teologia, criando o Fundamentals, já citado.

    2. MODERNISMO - surgiu no século XIX e difundido no século

    XX, foi um movimento marcado pelo desenvolvimento de tecno-

    logias de comunicação: telégrafo, telefone, cinema, e associado

    às novas tendências, tendo como marca a "substituição das ideias antigas pelas ideias novas". Esse tipo de conceito marcou a sociedade norte-americana, que desejava manter seu status quo, pelo menos no sul dos Estados Unidos.

    Os Fundamentalistas argumentam que os teólogos libe-

    rais do século XIX interpretaram mal as evidências bíblicas e,

    com base nisso, definiu-se a inerrância bíblica (os textos sagrados,

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