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As vozes das Améfricas: percursos de intelectualidades negras
As vozes das Améfricas: percursos de intelectualidades negras
As vozes das Améfricas: percursos de intelectualidades negras
E-book163 páginas1 hora

As vozes das Améfricas: percursos de intelectualidades negras

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Sobre este e-book

Este livro é resultado da pesquisa A rede intelectual negra e a ensaística na Améfrica: Abdias do Nascimento, Manuel Zapata Olivella e Gerardo Maloney, financiada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq. Além disso, parte das investigações acadêmicas do Grupo de Estudos, Pesquisa e Extensão em Cultura Intelectual e Linguagens (GEPECIL-CNPq) da Universidade de Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB) e do Programa de Pós-Graduação Mestrado em Estudos de Linguagens: Contextos Lusófonos do Mestrado em Estudos de Linguagens (MEL) Malês. Igualmente, realizaram-se importantes conexões epistemológicas como membro do grupo de pesquisa Centro de Estudios Océanos, Desplazamientos y Resistencias en la Literatura Contemporánea, da Cátedra Fernão de Magalhães, vinculada ao Instituto Camões (Portugal) e ao Centro de Estudios Avanzados de la Universidade de Playa Ancha (Chile).

Ressalta-se que a grafia de palavras de origem africana surgidas nesse texto, decidiu-se manter como já está estabelecido seus usos em português, ou aportuguesada. Em algumas citações, as palavras estarão escritas como aparecem no texto pesquisado, respeitou-se a grafia e não se lançou mão da edição filológica de texto.

Por fim, os fios para entender a intelectualidade negra nas Améfricas estão aqui apontados, com o objetivo de que outros e outros pesquisadores possam retomá-los até que se possa visualizar a rede e as conexões das ideias de homens e mulheres que reexistem a cada dia, numa luta constante contra o racismo e a violência de gênero nesta sociedade capitalista, que é perversa e desumana.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento2 de set. de 2024
ISBN9786586234664
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    As vozes das Améfricas - Denilson Lima Santos

    Folha de rosto de As vozes das Améfricas: percursos de intelectualidades negras de Denilson Lima Santos

    UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA

    REITOR

    Miguel Sanches Neto

    VICE-REITOR

    Ivo Mottin Demiate

    PRÓ-REITORA DE EXTENSÃO E ASSUNTOS CULTURAIS

    Beatriz Gomes Nadal

    EDITORA UEPG

    Jeverson Machado do Nascimento

    CONSELHO EDITORIAL

    Beatriz Gomes Nadal

    Adilson Luiz Chinelatto

    Antônio Liccardo

    Augusta Pelinski Raiher

    Dircéia Moreira

    Giovani Marino Favero

    Ivana de Freitas Barbola

    Névio de Campos

    Copyright © by Denilson Lima Santos & Editora UEPG

    EDITORA UEPG - EQUIPE EDITORIAL

    COORDENAÇÃO EDITORIAL

    Jeverson Machado do Nascimento

    REVISÃO DE LÍNGUA PORTUGUESA

    Emilson Richard Werner

    CAPA

    Beatriz Vieira de Oliveira

    PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO

    Andressa Marcondes

    CONVERSÃO PARA EPUB

    Marco Wrobel

    S237

    Santos, Denilson Lima

    As vozes das Améfricas: percursos de intelectualidades negras / Denilson Lima Santos. Ponta Grossa: Ed. UEPG, 2024.

    Ebook; Epub. - (Reexistências)

    ISBN: 978-65-86234-66-4

    1. Sociologia da Literatura. 2. Estudos Africanos e da Diáspora. 3. Intelectuais negros. 4. Hegemonia e contra-hegemonia. 5. Movimento negro. I. Santos, Denilson Lima. II. Título. III. Série.

    CDD: 305.552

    Ficha catalográfica elaborada por Rodrigo Pallú Martins – CRB 9/2034/O

    Depósito legal na Biblioteca Nacional

    Editora filiada à ABEU

    EDITORA UEPG

    Praça Marechal Floriano Peixoto, n. 129 - 84010-680

    Ponta Grossa – Paraná - (42) 3220-3306

    e-mail: [email protected]

    site: www.editora.uepg.br

    2024

    Oh, meu corpo, faça de mim um homem que sempre questiona!

    Frantz Fanon

    Dedico este livro ao Orixá Exu, que me salvou e reencantou minha vida.

    Opé ire! E sopé là oóre ní o opé.

    A frase acima é de uma música em iorubá, e poderia ser traduzida assim: Gratidão pelas bênçãos. Estou agradecido e honrado por sua bondade.

    Em suma, agradeço:

    À minha família consanguínea;

    Ao filhos e filhas da Ẹgbẹ́ Òrìṣà Ẹlẹ́gbárá Atèlé Elédàá ou Templo do Orixá Exu, minha família por laços de ancestralidade;

    Ao meu companheiro Alberto Alexsandro da Silva Pedra, pelo apoio;

    Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico-CNPq pela Bolsa Produtividade: Processo: 306596/2020-2;

    À Editora da UEPG;

    A toda pessoa que contribuiu diretamente ou indiretamente para a efetivação desta pesquisa.

    Sumário

    Prefácio

    Introdução

    A Discursividade da Ancestralidade nas Améfricas

    A escrita e a circulação de ideias: os periódicos

    As epistemologias negras

    A estética do impensável

    Oriki de sortilégios com as palavras

    Os contos de minha terra e outros escritos

    Caminhos inconclusos

    Referências

    Posfácio

    Sobre o autor

    Pontos de referência

    Página de Título

    Capa

    Sumário

    Prefácio

    Página Inicial

    arte decorativa de abertura de capítulo

    Prefácio

    As vozes das Améfricas: percursos de intelectualidades negras

    Jucélia Bispo dos Santos(UNILAB)

    Foi com grande alegria que recebi o convite para prefaciar esta obra e o aceitei de imediato, pois conheço o Denílson desde 2000, quando da entrada como professores (as) aprovados (as) no concurso da Secretaria Municipal de Educação de Irará. Logo após, nos aproximamos mais, sobretudo, a partir de uma nova trajetória profissional, na condição de professores da Unilab (Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira), Campus dos Malês, São Francisco do Conde, Bahia, entre 2016-2017. Ao longo desses anos construímos uma relação de afeto e parceria acadêmica, sobretudo, nos trabalhos de pesquisa e extensão. Na Unilab coordenamos o grupo de pesquisa GEPILIS- Grupo de Estudos e Pesquisas Interdisciplinares em Linguagem e Sociedade (2017-2019), Denílson na condição de coordenador e eu na condição de vice coordenadora. O nosso grupo de pesquisa é composto por pesquisadores de diferentes áreas do conhecimento, portanto, temos como característica a perspectiva multidisciplinar e/ou interdisciplinar ao desenvolver atividades de investigações científicas nas áreas de Linguística, Letras, Artes e das Ciências Humanas e Sociais. A proposta do grupo é abordar a linguagem como um lugar de práticas socioculturais, ou seja, por meio de uma perspectiva in/inter/multi/pluri/transdisciplinar, concebemos a linguagem como uma possibilidade abrangente, tradutora de culturas e de identidades. São, portanto, subáreas de interesse do grupo em suas ações de pesquisa e de extensão: linguagens, culturas e identidades; formação de professores; ecologia de saberes; diversidade, diferença e desigualdade social; processos de ensino e de aprendizagem em uma perspectiva decolonial; políticas linguísticas; alfabetização e letramentos; dentre outras possibilidades. A nossa empatia se deu pela simpatia e pelas afinidades dos projetos de pesquisa e extensão e pelas nossas áreas de atuação e/ou pelos laços afetivos daqueles (as) que defendem os saberes docentes e discentes necessários a uma pedagogia balizada por uma prática educativa libertadora.

    Normalmente nos prefácios, assim como na análise literária, escrevemos sobre os livros e os interpretamos; lançamos luz sobre seus aspectos e antecipamos aquilo que o leitor encontrará neles. Como se sabe, o objetivo do prefácio é escrever sobre o livro, e escrever sobre algo é uma técnica que a filosofia acadêmica nos ensina muito bem. Por isso, em tese, não deveria haver dificuldades em escrever um prefácio, mas eu confesso que tenho dificuldades de escrever prefácios. No caso deste livro do Denílson, minha tarefa torna-se ainda mais difícil, porque o texto conta com a magia suficiente para encantar o leitor e, seguramente, com uma potência. Desse modo, as palavras que se seguirão dizem menos sobre o livro do que deveriam. Afinal, o que eu poderia dizer de um livro cujas intensidades e pensamentos se dizem por si mesmos? Sinto-me sem palavras para expressar. Mesmo assim, vou ensaiar algumas palavras, na tentativa de encontrar um sentido para aquilo que o livro move em mim.

    Este livro que prefacio é um convite ao leitor para considerar alguns destes fatores, ao apresentar uma análise sobre a produção e a luta política de intelectuais negros, o autor busca construir reflexões acerca dos desafios contemporâneos sobre o papel da Universidade na formação e nas possibilidades das condições básicas para o bom trabalho, sobre o seu projeto político estratégico, no século XXI.

    Existe uma quantidade significativa de estudos sobre intelectuais, mas quando se tratam intelectuais negros (as) o volume ainda é pequeno. Para justificar essa afirmação lanço a seguinte pergunta: Você já parou para pensar quantos intelectuais negros e negras conhecemos ao longo da nossa vida estudantil? Para a nossa geração que estudou a educação básica nos anos 80 e 90 do século passado, antes da criação da Lei 10.639, a legislação que tornou obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira e africana em todas as escolas, sendo elas públicas ou particulares, desde o ensino fundamental até o ensino médio, algumas poucas pessoas poderão lembrar de Machado de Assis. Cabe ressaltar que ele era negro, pois muitos deixaram esta informação passar comodamente despercebida. E quantos intelectuais negros e negras você conheceu ao longo da sua vida acadêmica? Vale a reflexão...

    O livro do Denílson convida o leitor para entender que vários são os pontos de vista a respeito do conceito de intelectual, os tipos e as funções que exercem na sociedade. Esses intelectuais promovem a consciência de grupo para a população negra, apontando os caminhos da resistência e da reexistência. Com relação aos indivíduos a quem atribui-se a denominação intelectual, percebe-se uma dificuldade da sociedade brasileira e da própria comunidade de intelectuais em atribuí-la a negros e negras. Historicamente, os(as) negros(as) exerceram e exercem funções de intelectuais. Esse livro possibilita a abertura para construções contra hegemônicas, onde os grupos subalternizados organizam e sistematizam concepções de mundo ancoradas em projetos coletivos de transformação social. Ressalto, então, que qualquer hegemonia, no sentido sempre dominante, jamais será total ou exclusiva. A qualquer momento, formas de política e cultura alternativas, ou diretamente opostas, existem como elementos significativos na sociedade.

    Publicar livros que trata das obras de intelectuais negros e negras no ambiente educacional e acadêmico amplia as referências na produção das pesquisas, apresentando através de histórias reais de resistências o significado de pertencimento, unindo os laços destruídos pela diáspora africana, (re)construindo sentidos e significados. Neste trabalho, Denílson discute como esses sentidos e significados reconstruídos através da produção do intelectual negro que se destaca na condição de um agente de letramento. Isso implica dizer que nessas atividades, esses intelectuais negros manifestam suas identidades, suas crenças, seus valores, suas ideologias, para produzir sentidos na relação com o outro. Nessa relação, o intelectual negro age enquanto sujeito que se põe, não apenas, contra o poder, mas que agencia uma luta coletiva pelo poder, é figura importante nos processos de letramentos da cultura negra, no intuito de somar esforços para a construção de uma insurgência coletiva. Compreender os letramentos sob essa ótica faz-nos refletir sobre a atuação dos intelectuais, suas metodologias de atuação política e as relações que estabelecem com os leitores e a sociedade. Os intelectuais quando atual enquanto agente de letramento orienta seus leitores para agirem em prol de sanarem demandas sociais. E o fazem a partir de seus saberes teórico-metodológicos, dos saberes de sua própria prática, de suas relações com instituições sociais, do diálogo com os saberes e interesses dos (as) leitores(as). Ao orientar para a ação social, o intelectual negro trabalha como curador de fontes de informações e de recursos, o que implica pesquisar, refletir, planejar, facilitar acessos.

    O livro As vozes das Améfricas: percursos de intelectualidades negras destaca o papel político dos intelectuais negros(as) preocupados em traçar trajetórias de vidas, em analisar suas produções, estabelecer relações entre estes e outros sujeitos, com o intuito de compreender melhor seus papéis sociais. Nesta produção, o autor busca tratar do conceito de intelectual, dando ênfase principalmente quando este é atribuído a pessoas negras que exerceram ou exercem funções intelectuais. Tomou-se por base um conjunto de autores que compõe as referências básicas sobre o tema, identificando as principais contribuições para o debate sobre a necessidade de repensamos algumas práticas cunhadas nas relações entre os indivíduos nas instituições e nos espaços de produção intelectual candente. Portanto, compreendemos que o termo intelectual é uma construção histórica, cultural fortemente influenciada pelo pensamento etnocêntrico e tem relação também com os mecanismos de legitimação do poder de fala de um indivíduo ou grupo social, no âmbito social. Fala que pode estar alinhada a defesa de um projeto coletivo, calcado em princípios universais ou em ideologias usadas como dispositivos para a manutenção de uma ordem social, política, econômica que beneficia uma pequena parcela da sociedade. É nesse sentido que a ação do intelectual negro

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