Maria vive, viva Maria!: A magnífica devoção a Nossa Senhora em tempos de secularidade

pedro luiz dias

MARIA VIVE,

VIVA MARIA!

A magnífica devoção a Nossa Senhora

em tempos de secularidade

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A todos que, assim como eu, acreditam na força espiritual de Maria.

Dedicatória

Para minha família, com a companhia de Maria, em todos os momentos de minha jornada. Tanto que Lorecy e eu a homenageamos com os nomes de nossas filhas: Ana Beatriz e Mariana. Nossas duas lembranças de bênçãos perenes.

Para meus mestres de todos os tempos de seminário e das faculdades, que me motivaram nesta iniciativa de transformar em livro um singelo trabalho de graduação em Teologia. Em nome de dois, a gratidão para centenas deles: Padre Redentorista Hélio de Pessato Libardi, C.Ss.R., meu professor e diretor no seminário, um amigo de toda uma vida, enviado por Maria, a Mãe do Perpétuo Socorro, e o Prof. Dr. Ms. Sergio Alejandro Ribaric’, um engenheiro e teólogo sempre inspirado pelo Espírito Santo. Ambos apaixonados e devotos de Maria, a Mãe de Jesus Cristo.

Para minhas amigas que revisaram tantas versões e seguiram firmes na motivação desta iniciativa acadêmica e devocional. Em nome de duas, a minha gratidão para tantas que me apoiaram: Profa. Maria de Lourdes Abdalla de Moura e Ana Maria Pita Lottenberg, pacientes professoras, incansáveis em pesquisas e orações. Ambas devotas de Nossa Senhora, a Mãe da Igreja.

Agradecimento especial para Ivani Rezende, presença viva de quem absorveu a essência da presença de Nossa Senhora na composição desta obra.

Ao Paulo Pandjiarjian, escritor e amigo, que me indicou o caminho para publicação deste livro.

Prefácio

Quando a inteligência da fé olha um tema à luz de Maria, coloca-se no centro mais íntimo da verdade cristã. ¹

Nas últimas décadas, testemunhamos um ressurgimento de textos teológicos sobre a Mãe de Jesus e seu culto. Nada em relação à Mariologia ocorre sem um motivo, mas em resposta às mudanças nos contextos culturais, históricos e principalmente políticos. Maria é, na verdade, graça personificada de Deus oferecida à humanidade. O título da presente obra de Pedro Luiz Dias, Maria vive, viva Maria! – A magnífica devoção a Nossa Senhora em tempos de secularidade, é um chamado à reflexão: como pode Maria, a mãe de Jesus, permanecer viva e presente em um mundo que muitas vezes se distancia do sagrado? Sobretudo no milênio passado, que exigiu uma revisão na forma como é apresentada essa figura única na história da salvação. 

Mas parece inegável que a cada crise na existência humana surge sempre a esperança em Maria. Como bem nos recordava o Pontífice João Paulo II: a Igreja dos nossos tempos, mediante o Concílio Vaticano II, fez uma síntese de tudo o que se foi desenvolvendo durante as gerações. Nesse sentido, explicou: o "capítulo oitavo da Constituição dogmática Lumen Gentium é, em certo sentido, uma ‘magna carta’ da Mariologia para a nossa época: Maria presente de modo especial no mistério de Cristo e no mistério da Igreja, Maria ‘Mãe da Igreja’, segundo começou a chamar-Lhe Paulo VI (no Credo do Povo de Deus) dedicando-Lhe, em seguida, um documento à parte (‘Marialis cultus’)".²

O Pontífice polonês, amplamente conhecido por seu fervor mariano, recordou ainda em outro momento que, "Na aurora do novo milênio, divisamos com alegria o surgimento desse perfil mariano da Igreja, que compendia em si o conteúdo mais profundo da renovação conciliar" (João Paulo II, audiência de 25 de novembro de 1998).

A renovação do discurso teológico começou a realizar-se graças ao impulso dado pelo Concílio Vaticano II, presente sobretudo no citado capítulo VIII da Lumen Gentium, que não é somente um texto de compromisso entre a cristologia e a eclesiologia, ou de inserir Maria no seu papel fundamental dentro da Igreja³, na história da salvação dos homens, como citado por Bento XVI em sua homilia de 8 de dezembro de 2005: Uma moldura mariana circunda o Concílio, na realidade é muito mais do que uma moldura: é uma orientação de todo o seu caminho. Essa tendência já estava presente entre os teólogos da década dos anos 60 e que teve seus ecos com os Padres conciliares.⁴

 O presente livro, Maria vive, viva Maria! – A magnífica devoção a Nossa Senhora em tempos de secularidade, obra de um teólogo católico cujo fervor mariano é facilmente perceptível em suas páginas, oferece ao leitor uma visão ampla e articulada sobre a pessoa de Maria, a mãe de Jesus, no horizonte da cristologia e da eclesiologia. Reflete com muita propriedade sobre a figura de Maria na Bíblia, no dogma e no culto, mantendo a distinção entre a dogmática e a mitologia, a fidelidade às fontes bíblicas e à Tradição da Igreja, também ouvindo e respeitando a experiência do povo de Deus, para quem Maria é uma presença real e presente na fé. Experiência esta que, usando suas próprias palavras, ele mesmo teve uma locução com Nossa Senhora quando criança. Em sua trajetória de vida pessoal e profissional, teve segurança e apoio espiritual na mensagem, que cultiva até hoje, e que ouviu naquela manhã, em sua cidade: Eu cuidarei de você!

A Mariologia entra naquilo que chamamos Teologia Sistemática⁵. É tarefa do teólogo debruçar-se no estudo da personagem Maria, compreender seu lugar na história, sua missão e sua importância na história da redenção. Textos e estudos teológicos abrangem a análise de práticas religiosas passadas e atuais, bem como das ideias associadas a essas tradições, utilizando ferramentas e estruturas intelectuais específicas. Eles investigam a maneira como a revelação divina se manifesta ao longo da história, sob a perspectiva da fé, analisando e conectando os elementos dessa narrativa para traçar a história de Deus. A ciência teológica engloba dois domínios distintos de conhecimento: o conhecimento racional e o conhecimento revelado. Enquanto o conhecimento revelado é acolhido pela fé, o conhecimento racional torna essa fé compreensível para todos.

Mas como escrever teologia sobre Maria? Se falar de Maria é uma tarefa fácil, teologizar sobre Maria é o oposto. Afinal, como escrever um texto teológico de Mariologia, adentrando em estudos exegéticos e linguísticos frios sobre uma personagem que, acima de tudo, desperta devoção e amor? Como isentar o texto do profundo amor e devoção a essa mulher, em que o próprio teólogo, quando ajoelhado, se dirige a ela como Mãe? Sem dúvida, é tarefa das mais difíceis.  O presente livro tem o grande mérito de, em suas páginas, permitir perceber a devoção e o amor mariano do autor, mesmo este não se desviando do rigor que a teologia, como toda ciência, deve