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Nova classe de porfirinas substituídas com éter coroa: aplicação analítica e atividade catalítica na oxidação de hidrocarbonetos e do fármaco carbamazepina
Nova classe de porfirinas substituídas com éter coroa: aplicação analítica e atividade catalítica na oxidação de hidrocarbonetos e do fármaco carbamazepina
Nova classe de porfirinas substituídas com éter coroa: aplicação analítica e atividade catalítica na oxidação de hidrocarbonetos e do fármaco carbamazepina
E-book151 páginas1 hora

Nova classe de porfirinas substituídas com éter coroa: aplicação analítica e atividade catalítica na oxidação de hidrocarbonetos e do fármaco carbamazepina

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Sobre este e-book

O objetivo é sintetizar e caracterizar sistemas porfirínicos envolvendo metaloporfirinas modificadas pela substituição com unidades de calixarenos e/ou crown ethers. Será investigado o potencial analítico dessa nova classe de macromoléculas na extração de íons metálicos em diversas matrizes, como, por exemplo, águas residuais, utilizando técnicas simples de extração de íons, tais como extração convencional e extração por fase única.
Também será analisado o potencial catalítico dessas novas macromoléculas utilizando vários oxidantes como, por exemplo, hipoclorito de sódio e ácido meta-cloroperbenzóico (m-CPBA). Serão utilizadas metaloporfirinas contendo um substituinte (grupo funcional) capaz de formar ligação covalente com as moléculas de calixarenos carboxi-funcionalizados. Para fins de comparação com estudos anteriores, iodosilbenzeno será utilizado como oxidante inicial e serão realizados também estudos em meio homogêneo. Os sistemas catalíticos serão avaliados utilizando como substratos hidrocarbonetos tais como cicloocteno, cicloexano, pentano, etc.
Serão realizadas a investigação das propriedades fotoquímicas e fotofísicas dessa nova classe de macromoléculas para possível utilização como agentes sensibilizadores em terapia fotodinâmica.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento30 de jul. de 2024
ISBN9786527037880
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    Nova classe de porfirinas substituídas com éter coroa - Juvenal Carolino da Silva Filho

    I. INTRODUÇÃO

    I.1. INTRODUÇÃO GERAL

    A transformação oxidativa mediada por ferro-oxigenases tem atraído grande atenção da comunidade científica nas últimas três décadas. A complexidade dos mecanismos das reações de oxigenação, o estudo de intermediários, a sua utilização na síntese orgânica e o potencial econômico, são alguns fatores que estimulam a pesquisa nesta área (GROVES, 2006).

    Os citocromos P-450 são uma classe de enzimas cruciais para o metabolismo oxidativo, peroxidativo, e redutivo de diversos grupos de compostos, que vão desde endobióticos, como esteróides e ácidos graxos até xenobióticos, como fármacos e agentes poluidores do meio ambiente (NELSON et al., 1999).

    Os citocromos P-450 são encontrados em grande variedade de espécies: plantas, fungos, bactérias e seres humanos. No homem, a maior parte das enzimas do citocromo P-450 se encontra no fígado (MEUNIER et al., 2004).

    Os primeiros estudos sobre as enzimas P-450, datam da década de 60, desde então, pesquisadores da área de química e bioquímica buscam compreender a natureza e o mecanismo das reações de oxidação catalisadas por estas enzimas (NEWCOMB & CAHNDRASENA, 2005). Este interesse reflete não somente a curiosidade científica, mas também o potencial destes compostos para aplicação comercial.

    A oxidação catalítica e seletiva de moléculas orgânicas é de grande importância nos processos tecnológicos em indústrias químicas. Entretanto, apesar do avanço em síntese orgânica nos últimos tempos, a maior parte das transformações requerem algumas funcionalidades que visam favorecer a reação. Por outro lado, os materiais de partida são em geral hidrocarbonetos, principalmente alcanos lineares. Devido à natureza inerte destes compostos a funcionalização seletiva torna-se objetivo chave da indústria química (COSTAS et al., 2000).

    A oxidação de alcanos é um processo termodinamicamente favorecido, entretanto é de difícil controle e pouco seletivo (COSTAS et al., 2000). Essa reação é de suma importância para a síntese de álcoois, principalmente os álcoois primários, onde o grupo CH3 é oxidado, formando vários compostos exigidos pelo mercado. Entretanto, a energia de dissociação das ligações C-H nos grupos CH3 terminais é muito maior do que dos grupos CH2 e CH, secundários e terciários, respectivamente. Desta maneira, nas reações de oxidação, os radicais formados atacam preferencialmente as ligações CH e CH2, não atacando os grupos CH3, menos reativos (SHILOV, 2000).

    A natureza desenvolveu uma excelente solução para o problema da oxidação seletiva de hidrocarbonetos, utilizando metalo-enzimas, em especial as enzimas P-450 como catalisadores desses processos. Essas moléculas conseguem oxidar seletivamente os hidrocarbonetos. Um exemplo clássico é a hidroxilação da ligação C-H para a produção de álcool.

    O aumento da eficiência e seletividade nas transformações de hidrocarbonetos tem sido então o objetivo de pesquisadores acadêmicos e industriais. Portanto, o estudo das reações catalisadas por esta classe de compostos torna-se de supra importância.

    Sabe-se que estrutura do citrocromo P-450 compreende duas partes distintas, conforme Figura 1. Uma é a matriz protéica com peso molecular entre 40 e 60 kD. Esta estrutura protéica é responsável por fornecer um ambiente hidrofóbico para a ligação e orientação do substrato. Deste modo, a seletividade é o resultado da variação na sequência de aminoácidos da cadeia polipeptídica e da estrutura da apoproteína na qual o substrato é fixado. A outra parte constitui o sitio catalítico, que possui um grupo prostético, o grupo heme, representado pela ferro(III)protoporfirina IX, Figura 2. O átomo de ferro(III) do sítio ativo está ligado ao grupo tiolato de uma cisteína (ligante proximal) e, durante o estado de repouso, a uma molécula de água (ligante distal), que é onde ocorre a ativação do oxigênio molecular (MONTELLANO, 2004).

    Figura 1: Estrutura esquemática do Citocromo P-450 (MONTELLANO, 2004)

    Figura 2: Ferroprotoporfirina IX, nas enzimas citocromo P-450

    O ciclo da reação é mostrado na Figura 3. Este mecanismo advém de estudos realizados para o sistema CYP-450cam e em geral é assumido para todos os P-450s (DENISOV et al., 2005).

    No estado de repouso, o citocromo P-450 existe na forma de dois complexos de FeIII em equilíbrio: 1 e 2 (Figura 3). O complexo 1 contém FeIII baixo-spin, hexacoordenado com o resíduo cisteinato ocupando uma das coordenações axiais e, na outra, liga-se uma molécula de água. O complexo 2 é um complexo de FeIII alto-spin, o qual contém o resíduo cisteinato como único ligante axial. Com a aproximação do substrato à região próxima ao heme, verifica-se o deslocamento da molécula de água e consequentemente, um deslocamento do equilíbrio em direção à formação do complexo 2. Nessas condições esse metal é facilmente reduzido à ferro (II) (3) que coordena rapidamente ao oxigênio molecular (4). A redução do complexo ocorre em etapas: primeiro tem-se a formação do intermediário ferro (III) peroxo (5); em seguida este é protonado ao respectivo hidroperoxo (6). Uma segunda protonação leva à quebra heterolítica da ligação O-O e à formação de um intermediário radical ferro(IV)oxo porfirina π-cátion, Fe(IV)OP·+ ou Fe(V)OP (similar ao composto I das peroxidases), e a liberação de uma molécula de água (7). Esta espécie oxo-ferril tem sido aceita como o oxidante eletrofílico ativo do P450, embora não tenha sido ainda detectada, mesmo através das técnicas criogênicas mais sofisticadas (NEWCOMB & CAHNDRASENA, 2005).

    O intermediário radical ferro(IV)oxo porfirina π-cátion transfere o átomo de oxigênio ao substrato, resultando na sua monooxigenação (8). Recentemente as espécies ferro(III)-peroxo (5) e ferro(III)-hidroperoxo (6), têm sido também propostas como intermediários capazes de oxidar substratos em algumas famílias de P-450, embora sejam menos reativas que a espécie 7 (DENISOV, 2005; CHANDRASENA, 2004).

    Uma etapa mecanística que compete com a formação do complexo 5, é o chamado desvio da auto-oxidação, na qual o complexo 4 libera a molécula de oxigênio, regenerando o complexo 2 (Figura 3). Outro desvio corresponde ao desvio da oxidase no qual o complexo 7 dá origem ao complexo 2 liberando uma molécula de água (Figura 3).

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