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Quem Matou Claudius Emilius?
Quem Matou Claudius Emilius?
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E-book250 páginas2 horas

Quem Matou Claudius Emilius?

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Sobre este e-book

Esse foi meu primeiro romance, eu sempre quis escrever uma história policial ambientada no império romano. Durante o reinado do imperador Nero é assassinado um de seus melhores amigos, o milionário Claudius Emilius, com quem Nero mantinha uma rivalidade esportiva, já que ambos patrocinavam duas das mais poderosas equipes no hipódromo de Roma. No entanto, aparentemente essa rivalidade não afetava a amizade dos dois homens, mas os rumores acusavam o imperador de ser o mandante do assassinato. Após uma violenta mqanifestação popular diante do palacio imperial, Nero decide contratar um famoso general para descubrir o autor do crime e aplacar assim a furia do povo. Mas a investigação não se desenrola como o imperador esperava.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento9 de jul. de 2024
Quem Matou Claudius Emilius?

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    Quem Matou Claudius Emilius? - Ruben Ygua

    RUBEN YGUA

    RUBEN YGUA

    QUEM MATOU CLAUDIUS EMILIUS?

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    QUEM MATOU CLAUDIUS EMILIUS?

    Contatos com o autor: [email protected]

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    RUBEN YGUA

    O conteúdo deste trabalho, incluindo a verificação ortográfica, é da exclusiva responsabilidade do autor 3

    QUEM MATOU CLAUDIUS EMILIUS?

    Dedicado a minha família

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    RUBEN YGUA

    As bigas, lançadas em uma corrida alucinante, saíram da curva completando a primeira volta, aplaudidas ou amaldiçoadas por mais de 100.000 gargantas que lotavam o Circus Maximus naquela tarde de abril. O barulho era ensurdecedor.

    Na Spina, o muro central do Circo, dois escravos removeram o primeiro golfinho de bronze, indicando que a primeira volta havia sido concluída. Ainda seria necessário remover mais seis golfinhos para o término da corrida.

    A reta, com pouco mais de 500 metros de comprimento, permitia que os aurigas aumentassem a velocidade, tentando ganhar posições antes de entrar na perigosa curva.

    Essa era a principal corrida do dia, da qual participavam os cavalos e aurigas mais destacados de cada equipe - Branca, Vermelha, Azul e Verde. Desde as primeiras horas da manhã, tinham sido realizados desfiles e corridas de bigas com dois cavalos e as famosas corridas de quadrigas, nas quais a biga era puxada por quatro garanhões.

    O público estava esperando ansiosamente por essa corrida em particular, porque nela se enfrentariam os melhores animais de cada partido. Na realidade, a verdadeira disputa era entre os Verdes e os Azuis.

    O Partido Vermelho tinha um passado glorioso, um século antes, quando havia conquistado vitórias frequentes e recebido o apoio de ilustres personagens romanos, que investiram grandes fortunas nos cavalos, em sua criação, treinamento e alimentação. Mas, atualmente, os vermelhos e brancos tinham sido relegados a segundo plano, com o crescimento vertiginoso dos verdes e azuis.

    O príncipe Nero era um torcedor fanático dos verdes e investiu muito dinheiro na importação e criação de cavalos magníficos, muitos deles do Samnium, ao sul dos Apeninos, treinados pelos famosos domadores da Hirpina. Foi por causa dessa paixão pelas corridas de cavalos que o Circus Maximus, destruído pelo grande incêndio que havia devastado grande parte de Roma dois anos antes, foi a primeira obra de reconstrução executada por Nero.

    O príncipe aproveitou a oportunidade para introduzir algumas melhorias no Circo, incluindo seus aposentos particulares e bancos de pedra para senadores, visitantes ilustres e aristocratas.

    Nero tinha um amplo camarote com todos os confortos para até 30 pessoas, protegidos do sol e da chuva, de onde podiam assistir às corridas durante todo o dia, enquanto almoçavam, bebiam ou simplesmente comentavam os pormenores da corrida anterior. Nero também tinha seus próprios aposentos particulares, onde podia se recolher para dormir ou se aliviar.

    Naquela manhã, o príncipe havia chegado atrasado, exatamente quando a primeira corrida estava chegando ao fim, e esse atraso foi percebido por todos os convidados. Nero havia evitado assistir ao desfile de seu amigo Claudius Emilius, entrando no Circo, homenageado como Patrono dos espetáculos do dia, e dando o sinal de partida para a primeira corrida, jogando um pano branco do alto da torre principal.

    Emilius era amigo íntimo de Nero, mas essa amizade havia se transformado em rivalidade por causa do esporte. Enquanto Nero apoiava os Verdes, Emilius era o principal patrocinador dos Azuis desde o reinado do tio de Nero, o imperador Cláudio.

    Na verdade, os dois amigos eram parentes distantes e se conheciam desde a infância.

    Isso permitiu que Emilius abusasse de sua confiança com Nero, fazendo comentários sarcásticos, discutindo e desafiando o príncipe em público, durante as festas no palácio ou em cada ocasião em que se encontravam.

    As discussões entre os dois amigos eram famosas, e muitos supunham que Nero, que não hesitou em mandar matar sua própria mãe quando ela se opôs ao seu casamento com Otávia, sua primeira esposa, logo se livraria de seu amigo insolente.

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    QUEM MATOU CLAUDIUS EMILIUS?

    Emilius era um homem na casa dos quarenta anos, dono de uma enorme fortuna, em parte herdada, em parte adquirida por meio do comércio e de sua posição privilegiada como amigo de Nero.

    Em suas muitas propriedades rurais, a criação de cavalos e a produção de vinho eram as principais atividades. Os cavalos de suas propriedades na Sicília e na Campânia eram famosos em todo o Império Romano, disputando o mercado com Nero.

    Naquela tarde, os dois amigos assistiram ansiosamente à principal corrida do dia, em que os garanhões mais proeminentes de Roma se enfrentavam, levando o público à loucura, gritando para empurrar o auriga de seu partido favorito. Os assassinatos eram comuns, não apenas nas tribunas da plebe, mas também entre a aristocracia, e todos os detalhes daquele dia seriam comentados em Roma por muito tempo.

    Nero tinha sido obrigado a conceder a seu amigo o patrocínio desse espetáculo.

    Na véspera, foi celebrado o início das Cerealiae, jogos sagrados em homenagem a Ceres, como acontecia anualmente no início de abril.

    As Cerealiae começavam com um desfile solene do príncipe, partindo do templo de Ceres, passando pelas principais ruas da cidade até chegar ao Circus Maximus onde, após uma cerimônia luxuosa e na presença dos senadores e representantes de todos os Colégios Sacerdotais, era realizada uma única corrida com a participação dos quatro partidos, com suas melhores cuadrigas.

    Para irritação de Nero, o vencedor foi o auriga Cletus, do partido Azul, com os quatro cavalos de Claudius Emilius.

    Os dois amigos se encontraram novamente naquela noite, durante a cerimônia de encerramento das Cerealiae no Circus Maximus. Na ocasião, vinte raposas foram soltas na arena, com tufos de palha amarrados às caudas de cada animal , nos quais ateavam fogo.

    Escravos armados com lanças caçavam os animais desesperados que não conseguiam encontrar nenhuma forma de fugir, e todos eram abatidos. Parece que essa cerimônia lembrava um evento ocorrido três séculos antes, quando o cartaginês Hannibal, durante a Segunda Guerra Púnica, enganou as legiões romanas fingindo uma fuga noturna ao amarrar tochas flamejantes nas caudas das vacas e, assim, conseguiu escapar de um cerco com todo o seu exército. Todos os anos, no final das Cerealiae, os romanos apagavam a lembrança dessa humilhação com o massacre das raposas.

    Nesta ocasião, todos estavam estendidos em seus leitos no camarote de Nero, sob a luz de enormes piras e tochas, conversando e bebendo amigavelmente. Em meio a um pequeno grupo de sacerdotes e senadores, Claudius observou de repente, de forma casual:

    -Divino Príncipe, tendo conquistado a vitória esta noite, acho que você me deve um dia de jogos aqui no Circo.

    Nero já estava aguardando por esse comentário.

    -Eu sei, a vitória lhe dá esse direito, mas não sei se os cavalos estão prontos.

    -Vamos lá, Nero, se meus cavalos estão prontos, os seus também estarão.

    Nero bebeu para retardar sua resposta. Na arena, os últimos animais estavam sendo abatidos, e alguns escravos já começavam a retirar as carcaças da arena.

    Ao redor dos dois amigos, as conversas haviam se interrompido e todos estavam atentos às palavras de Nero. Muitos ansiavam por essas festas, que geralmente duravam o dia inteiro.

    -Assim seja, amanhã você poderá patrocinar seus jogos.

    Vários senadores se apressaram em parabenizar Emilius, que fez um breve sinal para seu secretário, Diocles, que permanecia respeitosamente ao lado da pesada cortina na entrada do camarote. O escravo desapareceu imediatamente, já que havia sido devidamente instruído por Emilius a adotar as medidas necessárias para organizar as corridas do dia seguinte.

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    RUBEN YGUA

    Naquela noite, os arautos anunciaram os espetáculos do dia seguinte por toda a cidade, e ainda estava escuro quando as primeiras pessoas se acomodaram nas arquibancadas do circo, com suas famílias e amigos.

    O público geralmente era tão grande que muitas pessoas não conseguiam entrar, por isso os romanos reservavam seus lugares durante a noite.

    Os bordéis e as pequenas lojas instaladas nos corredores do Circo permaneciam movimentados durante toda a noite.

    Quando amanheceu, uma multidão estava reunida nas arquibancadas, enquanto nos estábulos todos os cavalos haviam sido alojados durante a noite e eram examinados pelo público e pelos veterinários, que examinavam as fezes para ver se eles haviam sido alimentados adequadamente no dia anterior.

    No camarote imperial, o dia transcorreu de forma agradável. Nero parecia estar de bom humor, depois de algumas corridas vencidas por seus cavalos. Nem mesmo o sarcasmo habitual de Emilius pareceu afetá-lo quando ele fez um comentário sobre o atraso do príncipe naquela manhã.

    Visivelmente embriagado, Nero deu de ombros, provocando uma gargalhada geral.

    Em seguida, chegou o momento pelo qual todos estavam esperando: a corrida principal, confrontando as principais bigas de cada partido.

    Na Spina, os escravos retiraram o quinto Golfinho, restando apenas duas voltas para o final.

    Entre a multidão, a tensão aumentou ao máximo, as pessoas gritavam, jogavam uma chuva de objetos na arena, eram frutas, restos de comida, panos, sandálias, moedas, etc. Várias brigas ocorreram nas arquibancadas, era comum que algumas pessoas fossem empurradas para a arena, causando acidentes graves.

    Mas dessa vez o imprevisto não aconteceu na plateia, aconteceu na arena.

    Inusitadamente, nenhum acidente havia sido registrado durante o evento, o que era incomum, pois normalmente acidentes terríveis ocorriam nas curvas, onde cada biga tentava ocupar a posição mais próxima da Spina, descrevendo uma curva fechada que lhe permitisse avançar posições na reta seguinte.

    Foi ao entrar na reta que Cletus, o auriga dos Azuis, assumiu a primeira posição, deixando atrás a biga dos Verdes, para desespero de Nero, que se endireitou em seu leito, derramando a taça de vinho em sua toga. À sua direita, Emilius também levantou-se, apertando os punhos com força, mas sem dizer uma palavra.

    Tudo indicava que os Azuis venceriam novamente.

    Então, como se um deus misterioso tivesse intervindo, o auriga azul cambaleou e desabou, caindo da biga. Os cavalos da biga Verde vinham pela esquerda e evitaram passar por cima do homem caído, mas a biga Vermelha, em disputa acirrada com a Branca, não conseguiu evitar que os animais atropelassem Cletus. Quando as rodas se chocaram com o auriga, a biga vermelha saltou violentamente e seu breve voo culminou com o choque

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