Coleção O Que É - Budismo
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Coleção O Que É - Budismo - Maria Clara Sales Carneiro Sampaio
1. INTRODUÇÃO
Quais imagens, pessoas ou ideias vêm à sua cabeça, leitor ou leitora, quando pensa sobre budismo? Talvez logo pense naqueles monges e monjas com as cabeças raspadas, vestidos com trajes em tons avermelhados. Talvez pense em meditação. Nenhuma dessas respostas está errada, mas há aspectos e razões mais interessantes por trás da falta de cabelo dos religiosos budistas e das tantas práticas de meditação que parecem ganhar cada vez mais popularidade no Brasil e no mundo.
O objetivo deste livro é apresentar, de maneira simples e didática, um pouco da história e algumas das características gerais do budismo, ou dos budismos, visto que existem muitas escolas, vertentes e formas de praticar diferentes. Não pretendemos aqui desenvolver questões complexas de natureza teológica ou filosófica. Essa não é uma obra para estudiosos já versados no tema. Escrevemos para leitores que têm curiosidade sobre o assunto e gostariam de partir de algum lugar para, talvez, procurar posteriormente leituras embasadas em discussões específicas mais aprofundadas. Não temos tampouco a intenção de ensinar sobre as práticas budistas; elas são múltiplas e só podem ser mais bem compreendidas com pesquisas, leituras e com o aprendizado e convivência com outros praticantes.
A quantidade de brasileiros e brasileiras praticante de algumas das escolas do budismo, embora atinja um número considerável, é bastante inferior ao número de pessoas que se identificam com outras religiões, filosofias ou credos. As diferentes manifestações da fé cristã, por exemplo, são majoritárias não apenas em nosso país, mas também em grande parte das nações consideradas ocidentais.
De qualquer maneira, mesmo nessas sociedades, de matriz cultural cristã, diferentes vertentes do budismo vêmganhando mais espaços, pelo menos desde o início do século XX. Esses espaços, como veremos mais adiante, ao falar sobre o budismo no Brasil, muitas vezes, não necessariamente se traduzem em um número sempre crescente de praticantes, mas se expandem em diversas outras dimensões da cultura e da vida cotidiana.
Muito se pode pesquisar sobre o budismo hoje em dia, diferentemente de outras épocas, em que as informações sobre a religião e as práticas de meditação eram pouco traduzidas para línguas ocidentais, como o inglês ou o português. Atualmente encontram-se facilmente livros como Vivendo Buda, Vivendo Cristo
, que promove um interessante debate ecumênico e ético, escrito pelo monge budista vietnamita Thich Nhat Hanh.
Outro marcante exemplo de uma liderança budista que tem conquistado adeptos, ainda que essas pessoas não necessariamente acabem se convertendo ao budismo, é o da monja Coen Roshi. Nascida no Brasil com o nome Cláudia Dias Baptista de Souza, morou muitos anos nos Estados Unidos e no Japão, onde se ordenou monja. Além dos livros que escreve, a monja Coen acabou se tornando também uma espécie de digital influencer, uma vez que tem podcasts e um canal no Youtube com quase dois milhões de inscrições (até o início do ano de 2021).
Em termos mundiais, entretanto, talvez o líder budista mais famoso seja a figura de Tenzin Gyatso, ou Sua Santidade, o Dalai Lama. Ele foi vencedor do Prêmio Nobel da Paz no ano de 1989 e vem ampliando cada vez mais o escopo de suas ações, bandeiras políticas e, também, seu poder de influência. Ele é o líder espiritual do budismo tibetano, embora não viva mais no Tibete desde o final da década de 1950, quando teve de fugir, por causa da ocupação político-militar promovida pela China.
Como é o caso de outras lideranças budistas, os livros do Dalai Lama são muito lidos por um público – nacional e internacional – que é bastante mais amplo do que aquele formado apenas por pessoas que se identificam com as práticas budistas. Um interessante exemplo do alcance dos temas quase universais que inspiram suas obras está no recente livro que escreveu com seu grande amigo, o arcebispo sul-africano da Igreja anglicana, Desmond Tutu. O livro dos dois trata do tema do contentamento e da felicidade. A tradução para o português do Brasil se tornou disponível no ano de 2017. Ambos, embora representem religiões diferentes, defendem alternativas de protesto político ligadas às filosofias da não violência. A amizade entre os dois religiosos nos mostra como muitas dessas lideranças budistas vêm se inserindo no cenário internacional sob bandeiras políticas de promoção da paz, de diálogos interculturais, de iniciativas e filosofias ligadas à não violência e na defesa dos direitos humanos.
Mesmo que o leitor nunca tenha procurado ou se deparado com nenhum desses livros, talvez conheça a figura do Dalai Lama em razão de ele ter sido retratado em algumas produções cinematográficas. O filme que obteve maior sucesso e notoriedade talvez tenha sido o Sete Anos no Tibet
, de 1997.
No mesmo ano de 1997, o famoso diretor cinematográfico estadunidense em Hollywood, vencedor de Oscars, Martin Scorsese, lançou um filme sobre a infância do Dalai Lama, o Kundun
. A roteirista, a estadunidense Melissa Marie Mathinson, além de ter escrito roteiros de filmes famosos, como o do E.T., o extraterrestre
(de 1982), ficou conhecida por seu ativismo em defesa da libertação política do Tibete por parte da China. Mathinson, Scorsese e diversas outras pessoas que participaram da produção foram proibidos de entrar na China pela forma violenta como retrataram a ocupação chinesa do Tibete a partir de 1959. A distribuição e a projeção desse filme foram proibidas nos territórios chineses.
Poderíamos nos prolongar e citar muitos outros líderes religiosos budistas ou celebridades que se converteram a diferentes vertentes do budismo. O que quisemos mostrar, contudo, é que já faz muitos anos que o acesso a informações sobre o budismo tem se tornado mais fácil e que se pode perceber também como o budismo (e os budistas, obviamente) fazem parte de nossas vidas.
O que Frank Usarski nos ensina, contudo, é que o crescimento dos praticantes do budismo pode ser limitado, tanto entre comunidades de imigrantes que vêm de países e culturas praticantes do budismo (como é o caso do Japão, das Coreias, da China, entre outros), como entre pessoas não orientais que se convertem (USARSKI, 2002, p. 10).
Os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ajudam a esclarecer esse panorama descrito por Usarski. No