Vida: A minha história através da História
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Sobre este e-book
«Não esqueçamos a lição mais importante: podemos reler a história da nossa vida para recordar e poder transmitir algo a quem nos ouve. Mas, para aprender a viver, todos temos que aprender a amar.» Franciscus
O Papa Francisco conta pela primeira vez a história da sua vida através dos acontecimentos que marcaram a Humanidade nos últimos oitenta anos. Vivências inéditas que revelam a génese das ideias audazes que definem o seu pontificado: desde as suas corajosas declarações contra a pobreza e a sua preocupação com a destruição do meio ambiente até à exortação direta aos líderes mundiais em temas como a luta contra as desigualdades ou a corrida armamentista.
Jorge Mario Bergoglio guia o leitor numa viagem extraordinária que começa com a deflagração da Segunda Guerra Mundial em 1939 – quando o futuro pontífice tinha quase três anos – até aos nossos dias. Nestas páginas a voz do Papa vai-se alternando com a do narrador que em cada capítulo reconstrói o cenário histórico em que se enquadra.
Nas palavras do pontífice, «Vida veio à luz para que, sobretudo os mais jovens, possam escutar a voz de um idoso e refletir sobre o que o nosso planeta viveu, para não se repetirem os erros do passado. Pensemos, por exemplo, nas guerras que assolaram e que assolam o mundo. Pensemos nos genocídios, nas perseguições, no ódio entre irmãos e irmãs de religiões diferentes! Quanta dor! Ao chegar a uma certa idade é importante, até para nós próprios, voltar a abrir o livro das lembranças e recordar, para aprender olhando para trás no tempo, para detetar o que não é bom, as coisas tóxicas que vivemos juntamente com os pecados cometidos, mas também para revivermos todas as coisas boas que Deus nos enviou. É um exercício de discernimento que todos deveríamos fazer, antes que seja demasiado tarde!».
Papa Francisco
Jorge Mario Bergoglio nace en Buenos Aires, Argentina, el 17 de diciembre de 1936, hijo de emigrantes italianos. En 1969 fue ordenado sacerdote en la Compañía de Jesús. Nombrado obispo auxiliar en 1992, en 1998 se convierte en arzobispo de Buenos Aires y se le elige cardenal en 2001. En marzo de 2013 es elegido papa, el bicentésimo sexagésimo sexto pontífice de la Iglesia católica, con el nombre de Francisco.
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Vida - Papa Francisco
Editado pela HarperCollins Ibérica, S. A.
Avenida de Burgos, 8B
28036 Madrid
Vida. A minha história através da História
Título original: Life. La mia storia nella Storia
© 2024 HarperCollins Italia S.p.A., Milano
© 2024 Fabio Marchese Ragona
Publicado originalmente em italiano em 2024 com o título: Life. La mia storia nella Storia. Papa Francesco con Fabio Marchese Ragona
All rights reserved.
Publicado em colaboração com Delia Agenzia Letteraria
© 2024, para esta edição HarperCollins Ibérica, S. A.
© Tradução: Sílvia Marques
Reservados todos os direitos, inclusive os de reprodução total ou parcial em qualquer formato ou suporte.
Desenho da capa: Marcello Dolcini
Desenho do modelo: Netphilo Publishing, Milano
Fotografia da capa: © Vatican Media
ISBN: 9788419883322
Conversão ebook: MT Color & Diseño, S.L.
Sumário
Créditos
Introdução
I. O início da segunda Guerra Mundial
II. O extermínio dos judeus
III. As bombas atómicas e o final da guerra
IV. A Guerra Fria e o macarthismo
V. A chegada à Lua
VI. O golpe de Videla na Argentina
VII. La mano de Dios
VIII. A queda do muro de Berlim
IX. O nascimento da União Europeia
X. Os atentados terroristas de 11 de Setembro
XI. A grande recessão económica
XII. A resignação de Bento XVI
XIII. A pandemia de COVID-19
XIV. Uma história ainda por escrever
Referências bibliográficas
Introdução
Aprendamos com a História, sobretudo como as páginas negras da História, para não cometermos de novo os erros do passado. O Papa Francisco repetiu este apelo inúmeras vezes nos últimos tempos, destacando o grande papel que desempenha a memória na vida de todo o homem, ao ponto de ser a sua máxima mais estimada. Devemos aprender história estudando-a nos livros, claro, mas também escutando-a da voz dos que viveram momentos inesquecíveis, para bem ou para mal, de quem viveu uma vida longa, de quem encontrou o Senhor em inúmeros episódios da sua existência e pode testemunhar o que viveu na primeira pessoa.
No livro do Êxodo, capítulo 10, versículo 2, Deus convida Moisés a realizar sinais e prodígios diante do faraó: «Para que possas e fixar na memória». O objetivo, naturalmente, é surpreender e convencer o rei do Egito, mas também cultivar a memória do seu povo, transmitindo o seu conhecimento de Deus, que o crente anuncia ao contar a sua vida.
Ao fazê-lo, os que contam uma história, prestarão um serviço a quem tem sede de conhecimento e alertarão, sobretudo, os mais jovens para o que lhes pode advir ao longo do caminho, ao contar o que já foi para entender melhor o que será.
Não é por acaso que, na sua mensagem para o Dia Mundial das Comunicações Sociais de 2020, o Papa destacasse que o homem é um ser narrador, que «desde pequenos, temos fome de histórias, como a temos de alimento. Sejam elas em forma de fábula, romance, filme, canção, ou simples notícia, influenciam a nossa vida, mesmo sem termos consciência disso».
O livro que têm nas vossas mãos nasce precisamente com a intenção de contar a História através de uma história, os factos mais importantes do século XX e dos primeiros anos do XXI através da voz de uma testemunha especial, o Papa Francisco, que com grande amabilidade aceitou fazer uma viagem pela sua vida através de acontecimentos que marcaram a Humanidade.
Vida surgiu após várias conversas entre o pontífice, a quem dedico o meu maior e mais sentido agradecimento pela confiança que, uma vez mais, depositou na minha pessoa, e este que escreve, diálogos nos quais Francisco abriu o seu coração e as suas memórias para lançar uma contundente mensagem sobre temas fundamentais como a fé, a família, a pobreza, o diálogo inter-religioso, o desporto, o progresso científico, a paz e muitos mais. Desde o início da Segunda Guerra Mundial — em 1939, quando o futuro pontífice tinha quase três anos —, até aos nossos dias, Jorge Mario Bergoglio leva pela mão as leitoras e os leitores acompanhando-os com as suas recordações ao longo de uma viagem extraordinária através de décadas, para rever as etapas mais significativas dos nossos tempos. Onde estava o jovem Jorge em 1969 quando o mundo seguia a crónica da chegada à Lua? O que fazia o cardeal Bergoglio quando em 2001 os Estados Unidos sofriam o atentado terrorista do World Trade Center?
Memórias de um pastor que narra os anos do abominável extermínio dos judeus por parte dos nazis, a bomba atómica sobre Hiroshima e Nagasaki, o golpe de Videla na Argentina, a queda do Muro de Berlim, a grande recessão económica, a resignação do Papa Bento XVI. Acontecimentos que se entrecruzam com a vida do Papa popular, que, de maneira excecional, abre o baú das suas lembranças e acompanha, com a sinceridade que o caracteriza, os momentos que mudaram o mundo e também a sua vida.
A voz do Pontífice, com as suas recordações, alterna com a de um narrador que a cada capítulo reconstrói, através de certos pormenores daqueles anos, alguns momentos do dia-a-dia do futuro Papa Francisco para contextualizar as suas palavras e descrever o cenário histórico no qual se integram.
«A nossa vida é o livro
mais precioso que nos foi confiado — disse o pontífice durante um ciclo de catequese que teve lugar em 2022, dedicado ao tema do discernimento —, é um livro que, infelizmente, muitos não lêem, ou fazem-no demasiado tarde, antes de morrer. Contudo, é nesse mesmo livro que se encontra o que inutilmente procuramos para outras vidas. […] Podemos perguntar-nos: já contei a alguém a minha vida? […] Trata-se de uma das formas de comunicação mais belas e íntimas, narrar a própria vida. Ela permite-nos descobrir coisas até então desconhecidas, pequenas e simples, mas, como diz o Evangelho, é precisamente das pequenas coisas que nascem as grandes.»
E assim, folheando de novo as páginas daquele valioso livro que é a vida, o Papa Francisco conduzir-nos-á por um caminho de emoções, alegrias e dores, uma janela virada para o passado que nos permitirá conhecer melhor o nosso presente. Até ao último capítulo com uma história que está ainda por escrever.
FABIO MARCHESE RAGONA
I
O início da segunda Guerra Mundial
A rádio está a emitir, como todas as manhãs, o boletim com as últimas notícias. Mario Bergoglio tem o hábito de ligá-la antes de ir trabalhar, enquanto prepara o café na pequena cozinha. O chão ainda está um pouco húmido; a sua mulher, Regina, passou a esfregona, aproveitando um pequeno momento de tranquilidade. O aroma e o sabor daquela bebida escura e fumegante fazem com que Mario se lembre de Itália e da sua infância em Portacomaro, perto de Asti, um pouco como acontecia com Marcel Proust em Do lado de Swann que, ao molhar o biscoito no chá recordava a sua infância junto da tia Léonie. Aquela nostálgica e, ao mesmo tempo íntima, recordação de Mario é perturbada pelo choro do pequeno Oscar, o seu segundo filho, que não dá tréguas à vizinhança inteira.
No noticiário das sete, como ruído de fundo, ouvem-se sobretudo notícias de política. Há uma nova declaração do presidente Roberto Ortiz relacionada com a Comissão Especial Investigadora de Atividades Antiargentinas, que será criada naqueles anos com o objetivo de desnazificar o país; e durante o dia esperam-se novas altercações com o movimento operário, organizadas pela Confederación General del Trabajo. Naquele setembro de 1939, nas principais cidades da Argentina vivem-se sentimentos contraditórios, o Terceiro Reich conseguira infiltrar-se em alguns grupos da sociedade, inclusive em algumas rádios, e, às vezes, difundem mensagens que enaltecem a grandeza da Alemanha de Adolf Hitler.
Depois de beber rapidamente o café e antes de sair daquela casinha colorida, o ninho familiar construído no número 531 da Rua Membrillar no bairro de Flores, Mario despede-se com um beijo da sua Regina que, entretanto, pegara ao colo o pequeno, de um ano e oito meses, para acalmá-lo. O outro filho do jovem casal, Jorge, de quase três anos, está pronto para sair; dentro de alguns minutos chegará a avó Rosa, a mãe de Mario, que vive a poucos metros dali, para levá-lo para a sua casa, onde o pequeno passará o dia. Um hábito que se repete quase diariamente, pois é uma forma de ajudar a sua nora, mergulhada nas mil tarefas da casa e, sobretudo, ocupada a cuidar de Oscar.
Depois de dar um beijo também aos meninos e, já perto da porta ao lado da mulher, num raro momento de silêncio, Mario sobressalta-se com uma notícia que dão na rádio, comunicada no meio das atualizações das notícias internacionais: o primeiro-ministro britânico Chamberlain anuncia que a sua nação está em guerra com a Alemanha nazi. O seu ultimato, apresentado poucas horas antes, e que se seguiu à invasão e aos bombardeamentos da Polónia por parte da Wehrmacht, ficou no esquecimento.
É o início da Segunda Guerra Mundial. Mas isto, sobretudo na América do Sul, ainda não se sentia. Para a Argentina, era uma notícia como qualquer outra difundida quase no final da transmissão, antes da pausa musical; mas que, contrariamente ao que seria de esperar, perturbou este casal de italo-argentinos. O seu primeiro pensamento foi para os primos e restantes parentes que vivem na Europa, ao mesmo tempo que foram assaltados pela recordação das histórias terríveis que ouviram mil vezes sobre a Primeira Guerra Mundial, na qual o pai de Mario, Giovanni, lutara na frente. Estes instantes de tristeza e preocupação desvanecem-se em poucos segundos. Duas pancadas na porta, dadas com vigor. A avó Rosa chegou, e esse ruído repentino fez com que por fim Oscar se calasse, para alegria de todos. Jorge, ao ver entrar a avó, corre para ela para que lhe pegue ao colo.
Que grande mulher, amava-a tanto! A minha avó paterna foi uma figura fundamental no meu desenvolvimento e na minha formação. Vivia a menos de cinquenta metros da nossa casa, passava os dias inteiros com ela. Deixava-me brincar, cantava-me canções de quando era jovem e muitas vezes ouvia-a discutir com o avô em piemontês, pelo que tive o privilégio de conhecer e aprender a língua das suas memórias. Outras vezes, se precisava de sair, ia com ela a casa das vizinhas. Falavam horas a fio e bebiam mate. E à noite levava-me de volta à casa dos meus pais, não sem antes me fazer rezar as minhas orações. Na verdade, foi ela a primeira a anunciar-me o cristianismo, foi quem me ensinou a rezar e quem me falou desta grande figura que ainda não conhecia: Jesus.
Não por acaso, que a avó Rosa foi minha madrinha juntamente com o avô Francesco, o meu avô materno. Mas quem me celebrou e me administrou o primeiro sacramento foi o padre Enrico Pozzoli, um bom missionário salesiano, originário da província de Lodi, na Lombardia, que o avô Giovanni conhecera em Turim. Foi também ele quem casou os meus pais. O meu pai e a minha mãe conheceram-se no Oratório Salesiano da Argentina e, a partir dessa altura, o padre Enrico foi sempre uma figura muito importante para a nossa família e para a minha vocação sacerdotal.
Voltando ao meu tempo com a minha avó, naquele momento eu tinha quase três anos, era realmente pequeno e por isso não é fácil reviver aqueles dias de 1939 em que a maldade humana fez rebentar a Segunda Guerra Mundial. Tenho como que flashes de momentos do nosso dia-a-dia: em casa a rádio era uma constate música de fundo; o meu pai ligava-a logo cedo e ele e a minha mãe ouviam a rádio estatal, que naquela época se chamava Estación de Radiodifusión del Estado (LRA 1). Também havia a Radio Belgrano e a Radio Rivadavia, e todas davam diariamente boletins de notícias sobre o conflito. A minha mãe também a sintonizava-a ao sábado à tarde, a partir das duas, para que eu e o meu irmão ouvíssemos a ópera. Lembro-me de que, antes de começar, nos contava um pouco do enredo. Quando havia uma ária especialmente bonita, ou um momento-chave da história, tentava que prestássemos atenção. Devo reconhecer que muitas vezes nos distraíamos, afinal éramos crianças! Por exemplo, durante o Otello de Verdi, a nossa mãe dizia-nos: «Ouçam com atenção, agora mata a Desdémona na cama!». E nós ficávamos calados, com curiosidade por ouvir o que estava a acontecer.
Voltando ao tema da guerra, na nossa terra aquele ambiente sinistro não se notava tanto, porque estávamos muito afastados do resto do mundo, onde se decidia o destino da Humanidade. Mas posso dizer que, ao contrário de muitos outros argentinos, eu conheci a Segunda Guerra Mundial porque lá em casa se falava dela. De Itália chegavam, embora fosse com um atraso de quase um mês, as cartas abertas dos nossos familiares em que nos contavam o que estava a acontecer. Eram eles que nos forneciam notícias da guerra na Europa. Utilizo a palavra «abertas» porque o correio era examinado pelas autoridades militares: liam as missivas e depois voltaram a fechá-las, e no envelope estampavam um carimbo com a palavra CENSURA. Lembro-me de que de os nossos pais e a avó liam em voz alta estas histórias que, claro, me ficaram gravadas. Numa destas cartas contavam, por exemplo, que de manhã algumas mulheres da aldeia que eles conheciam iam a Bricco Marmorito, não muito longe de Portacomaro Stazione, para comprovar se chegavam tropas. Os seus maridos não tinham ido à guerra, ficaram em Bricco para trabalhar e isto, obviamente, não era permitido. Se as mulheres usassem alguma peça vermelha, os homens tinham de se esconder. Pelo contrário, a roupa branca indicava que não havia patrulhas nas imediações e que, por isso, os homens podiam continuar a trabalhar.
Mas este é apenas um exemplo para que tenham uma ideia de como se vivia naqueles anos! Quanta morte! Quanta destruição! Quantos jovens enviados para a frente para morrer! E, apesar de terem passado mais de oitenta anos, nunca devemos esquecer aqueles momentos que destroçaram a vida de tantas famílias inocentes. A guerra come-nos por dentro, vê-se nos olhos dos mais pequenos, que já não têm alegria no coração, só medo e lágrimas. Pensemos nos meninos e nas meninas! Pensemos naqueles que nunca sentiram o cheiro da paz, que nasceram em tempos de guerra e que viverão com este trauma, levando-o consigo para o resto das suas vidas. E nós, o que é que podemos fazer por eles? Devemos colocar-nos esta pergunta e questionar também qual é o caminho para a paz, a via para garantir um futuro para estas crianças.
Eu, que no tempo da Segunda Guerra Mundial já existia e era uma criança como eles, tive sorte porque esta tragédia não chegou à Argentina como a outras partes. Houve uma batalha naval, do pouco que recordo, entre outras coisas porque quando já era mais velho os meus pais me falaram dela. É um episódio que ocorreu precisamente no dia do meu terceiro aniversário. Foi a 17 de dezembro de 1939 e na rádio falavam de um barco de guerra alemão, o Admiral Graf Spee, que fora cercado e severamente danificado pelos barcos ingleses, perto da desembocadura do Río de la Plata. Apesar da ordem de Hitler para continuarem os combates, o comandante Langsdorff decidiu, juntamente com os seus oficiais, afundar o seu próprio navio, trasladando-se com a tripulação num barco até Buenos Aires. Basicamente, entregou-se. Uns dias mais tarde, o comandante suicidou-se, envolto na bandeira da Marinha alemã que se usava durante a Primeira Guerra Mundial. Por sua vez, os restantes homens entraram no país e foram enviados para as províncias de Córdova ou de Santa Fe. Conheci o filho de um destes soldados, uma boa pessoa que depois casou e formou uma família na Argentina.
Conclusão: foi assim que conheci a tragédia da Segunda Guerra Mundial e depois, uns tempos mais tarde, quando já tinha dez anos, cruzei-me com ela também graças ao cinema. Os nossos pais levavam-nos ao cinema do bairro para ver os filmes do pós-guerra. Vi-os todos. Recordo especialmente Roma, cidade aberta, de Roberto Rossellini, com Anna Magnani e Aldo Fabrizi, uma obra-prima; mas também Paisà ou Alemanha, ano zero, ou As crianças olham para nós de Vittorio De Sica, de 1943. São filmes que formaram a nossa consciência e que nos ajudaram a compreender os efeitos devastadores daquele conflito.
Outra coisa distinta é A estrada de Federico Fellini, o filme de que talvez mais tenha gostado e que vi já