Manual De Judô
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Manual De Judô - Ricardo André Alonso Netto
Todos os direitos reservados, registrado na Fundação Biblioteca Nacional nº 883.645 livro 1.722 folha 362, conforme certidão de registro ou averbação do Escritório de Direitos Autorais.
1
17 de abril – Dia do Judô
2
ÍNDICE
Assunto
Página
29-Benefícios da prática constante do
Judô para ambos os sexos
34
PARTE I – HISTÓRIA DO JUDÔ
30-Princípios básicos
34
1- Histórico do Sensei
4
31-Regras de comportamento no dojô
35
2- Introdução
5
32-Higiene e cuidados
35
3- Noções da história
5
33-O uniforme do Judô – Judogui
35
4- Origem do Judô
6
34-Regras de disciplina no Judô
37
5- Princípios filosóficos do Judô
7
35-Faixas
37
6- O significado da palavra Judô
7
36-Aula de Judô
40
7- O propósito do Judô
8
37-Dicionário de palavras em japonês
41
8- Evolução cronológica do Judô
8
38-Juramento da troca de faixa
46
9- Jigoro Kano
9
10- Dados biográficos de J. Kano
10
Assunto
11- Kodokan
10
Página
10-Máximas de Jigoro Kano
16
11-O Judô no mundo
17
PARTE III – PRÁTICA
12-Chegada do Judô ao Brasil
17
39-Rei ho (saudação)
46
13-Pioneiros do Judô no Brasil
19
40- Posições
47
14-Evolução do Judô no Brasil
19
41-Mokussô (concentração)
48
15-História da FPJ
21
42-Técnicas de treinamento
49
16-Os maiores campeões do mundo
21
43-Os katas do Judô
49
17-Os campeões do Brasil
23
44-Amarrar corretamente a faixa
50
18-Judô olímpico
24
45-Ki – Ai
51
19-Judô paraolímpico
25
46-Shiai
52
20-História do Judô em Atibaia
26
47-Regras de arbitragem
52
21-Contos e lendas
27
48-Área de competição
54
22-Curiosidades
28
49-Duração do combate
54
23-O espírito do Judô
30
50-Tabela das categorias e classes
54
24-Tatami
31
51-Go kyo
57
52-Os fundamentos do Judô
59
Assunto
Página
53- Fases da projeção
60
54-Condições necessárias para
PARTE II – TEORIA DO JUDÔ
exame de kyu
61
25-Porque nossos filhos aprendem judô
32
55-Ukemi (figuras)
69
26-Função educativa do Judô
33
56-Classificação das técnicas
71
27-Funções do Judô
33
57- Nague waza (projeções)
73
28-Finalidades do Judô
34
58- Katame waza ou Ne waza (ossae waza) 79
59-Oração do Judoka
85
60-Considerações finais
86
61-Dedicatória
87
3
Histórico do Sensei
O sensei Ricardo André Alonso Netto, nascido em Atibaia – SP em 15 de fevereiro de 1971.
Formado em Administração de Empresas pela USF (Bragança Paulista – SP), e habilitado em Educação Física na modalidade Judô, pela FMU (Liberdade – São Paulo – SP) registrado no Cref 4
– SP, faixa preta desde 2003, registrado no Cadastro Nacional de Faixas Pretas sob nº 43831-1D da CBJ e filiado a FPJ sob nº 001.645.129563, iniciou seu aprendizado no Judô no ano de 1976
sempre incentivado pelos seus pais, no clube Grêmio Esportivo Atibaiense onde junto com seus amigos e familiares defendeu o nome de Atibaia em diversos eventos regionais, estaduais e nacionais. Em 1981 foi convidado pelo Sensei Shigueto Yamasaki (in memorian - 9º Dan) a incorporar-se na equipe do Yamasaki Judô Club, situada na Vila Mariana na Capital, que foi seu grande Mestre, onde conseguiu vários títulos em campeonatos oficiais da FPJ e CBJ por diversos anos, treinando em Atibaia no Grêmio inicialmente com os irmãos senseis já falecidos, Gentil e Tito de Lima Mauro e depois com o sensei Carlos Alberto de Souza (Carlinhos) e simultaneamente no Yamasaki. Em 1989 deixou temporariamente o Judô para servir a Pátria quando incorporou ao Exército Brasileiro, servindo no 12º Grupo de Artilharia de Campanha em Jundiaí passando de recruta a 3º sargento da reserva, sevindo na 1ª Bia.de obuses e fazendo parte do Pelotão de Operações Especiais do grupo, onde com certeza aprendeu muito e graças a condição física e a persistência e determinação, obtidas com a prática do Judô facilitou em diversos aspectos um ótimo rendimento nessa trajetória. Depois de licenciado continou afastado do Judô durante o período de 1991 até 1998 quando cursou a faculdade de administração de Empresas. Em 1999 voltou aos tatamis convidado por amigos na então Academia Scat de Atibaia, onde novamente voltou a representar Atibaia treinando na academia e no São João Tênis Clube durante mais de 10 anos seguidos obtendo mais títulos para seu portifólio e para a equipe que representava onde alcançou a tão almejada faixa preta após anos como faixa marrom. Em 2010 após participar de vários cursos na Federação Paulista foi recebido pelo sensei Pepe e pelo Mestre Rioiti Uchida diretor técnico da FPJ
e professores da Associação de Judô Alto da Lapa no mesmo bairro em São Paulo Capital, onde desde então fez parte da equipe desta renomada academia, tendo obtido como último título o vice-campeonato paulista na categoria master leve. Como professor iniciou as aulas de Judô em escolas de Atibaia e na academia Scat e a partir daí expandiu sua atuação além das escolas da cidade, também outras cidades da região, como Piracaia, Jarinu e Bom Jesus dos Perdões. Em 2011 além das escolas de educação infantil e ensino fundamental também passou a ensinar Judô em 2
academias, para adultos e crianças de todas as idades, em Atibaia e em Piracaia. Atualmente incorporou-se novamente ao Exército Brasileiro após processo seletivo como aspirante a Oficial Técnico Temporário, fez o EST no 8° Batalhão de Polícia do Exército no bairro Paraíso, foi designado para servir na Escola Preparatória de Cadetes do Exército em Campinas promovido a Tenente, onde pode atuar como orientador na Seção de Educação Física para alunos atletas de Judô contribuindo na formação judoística desses, que vão para a AMAN com uma boa base nesse seletivo esporte e serão futuros oficiais do EB.
Ricardo Alonso ao lado do Mestre Shigueto Yamasaki
4
HISTÓRIA DO JUDÔ
Introdução
Quando perguntadas sobre o que é Judô, muitas pessoas diriam que é um esporte olímpico, outros em uma perspectiva histórica, descreveriam como uma extraordinária atividade cultural japonesa, ainda outros diriam que é uma arte marcial, um sistema de defesa pessoal ou uma forma de combate. A coleção de técnicas conhecidas por Judô, podem ser usadas com propósitos recreativos, de aptidão física ou como educação física.
Entretanto, o Judô possui um impacto muito mais profundo nas vidas de seus praticantes do que qualquer uma dessas descrições implica. Realmente, todo faixa preta e muitos outros estudantes, entendem que Judô pode ser um modo de vida, possui princípios e objetivos que podem ser vistos como uma evidência da filosofia que pode ser aplicada em todos os aspectos da vida de uma pessoa.
Esses princípios podem ser uma força positiva, útil no desenvolvimento do espírito, do comportamento e servindo a humanidade.
Nós podemos dizer que o Judô é uma arte pelos métodos para alcançar a realização individual e a verdadeira expressão própria. Nós podemos dizer ainda que Judô é uma ciência porque ele implica em um conjunto de várias leis da natureza: gravidade, fricção, movimento, velocidade, transmissão de peso e a união de forças. Na sua fase mais importante, constitui uma espécie de lógica maior desenvolvida através da prática e da ascensão verdadeira.
Noções da história
O Judô teve sua origem quando o Professor Jigoro Kano procurou sistematizar as técnicas de uma arte marcial japonesa, conhecida como Jujutsu
e fundamentar sua prática em princípios filosóficos bem definidos, a fim de torná-la um meio eficaz para o aprimoramento do físico, do intelecto e do caráter, num processo de aperfeiçoamento do ser humano.
Nesse contexto, invariavelmente surge a questão: Porque chamar de Judô ao invés de Jujutsu como já era conhecida a arte marcial? Para poder entender a razão e a dimensão pretendida por essa mudança, deve-se buscar a interpretação no processo histórico que envolve o cultivo do Budo
nas antigas formas de artes marciais do Japão. Segundo T.Watariabe (1967): Budo é uma palavra característica do povo japonês e sua origem se encontra nas formas de auto-proteção que permitiram a sobrevivência dos indivíduos e a perpetuação da espécie humana através do tempo
.
Essas formas de auto-proteção, que constituíram as artes marciais, nasceram da qualidade de vida que o povo japonês impôs a si próprio, diante da necessidade que tinham de se defender. Daí então, surgiram os indivíduos com grande habilidade e treinamento nas artes marciais, formando uma casta de guerreiros conhecidos como samurais
, a serviço dos senhores feudais.
Durante o período medieval japonês, do século XIV ao XVIII, aproximadamente, as artes marciais tiveram grande importância por seu uso militarista, apresentando evidente progresso técnico, destacando-se os grandes talentos em todas as formas de luta pela preservação da vida, utilizando-se de armas como sabres, lanças e outros instrumentos, bem como métodos de combates com as mãos nuas. Ao mesmo tempo em que aprimorava o físico para adquirir destreza na arte marcial, o 5
samurai
desenvolvia formas de dominar seus próprios impulsos e controlar sua vontade, em alto grau, para poder enfrentar as adversidades corajosamente até a morte
. Essa filosofia de vida era a alma das artes marciais e entendiam, os samurais, que ela só poderia ser atingida através de árduo treinamento para desenvolver o espírito de luta Budo
através da busca