Um espírito se lembra de Hiroshima
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Sobre este e-book
SE VOCÊ ASSISTIU AO FILME Oppenheimer, conheceu a história do criador da bomba atômica, usada como arma de guerra pela primeira vez na história ao ser lançada sobre a cidade japonesa de Hiroshima em 6 de agosto de 1945.
Mas... qual teria sido a reação de seus habitantes? É isso – e muito mais – que Dolores Cannon mostra neste comovente livro, fruto da regressão hipnótica realizada em sua paciente "Katie".
Katie, uma americana de 22 anos, ficou profundamente traumatizada por uma série de lembranças horríveis, sem qualquer explicação racional. As memórias foram provocadas por um programa de televisão no qual sobreviventes da explosão atômica de Hiroshima estavam sendo entrevistados.
Após tentar lidar por algumas semanas com essas cenas aterrorizantes, Katie pediu a ajuda de Dolores Cannon e iniciaram as sessões de regressão, nas quais surgiu Nogorigatu, agricultor, ceramista e testemunha ocular dos devastadores efeitos da bomba. Sua história, narrada pela voz dessa jovem americana, é um relato daquilo que o povo japonês vivenciou durante a guerra e do trauma sofrido pelos habitantes de Hiroshima.
Com certeza, após conhecer a história de Nogorigatu, você também vai pensar, "Este horror não pode tornar a acontecer!"
Dolores Cannon
Dolores Cannon is recognized as a pioneer in the field of past-life regression. She is a hypnotherapist who specializes in the recovery and cataloging of "Lost Knowledge". Her roots in hypnosis go back to the 1960s, and she has been specializing in past-life therapy since the 1970s. She has developed her own technique and has founded the Quantum Healing Hypnosis Academy. Traveling all over the world teaching this unique healing method she has trained over 4000 students since 2002. This is her main focus now. However, she has been active in UFO and Crop Circle investigations for over 27 years since Lou Farish got her involved in the subject. She has been involved with the Ozark Mountain UFO Conference since its inception 27 years ago by Lou Farish and Ed Mazur. After Lou died she inherited the conference and has been putting it on the past two years. Dolores has written 17 books about her research in hypnosis and UFO cases. These books are translated into over 20 languages. She founded her publishing company, Ozark Mountain Publishing, 22 years ago in 1992, and currently has over 50 authors that she publishes. In addition to the UFO conference she also puts on another conference, the Transformation Conference, which is a showcase for her authors. She has appeared on numerous TV shows and documentaries on all the major networks, and also throughout the world. She has spoken on over 1000 radio shows, including Art Bell's Dreamland, George Noory's Coast to Coast, and Shirley MacLaine, plus speaking at innumerable conferences worldwide. In addition she has had her own weekly radio show, the Metaphysical Hour, on BBS Radio for nine years. She has received numerous awards from organizations and hypnosis schools, including Outstanding Service and Lifetime Achievement awards. She was the first foreigner to receive the Orpheus Award in Bulgaria for the highest achievement in the field of psychic research. Dolores made her transition on October 18, 2014. She touched many and will be deeply missed.
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Um espírito se lembra de Hiroshima - Dolores Cannon
EU ERA CRIANÇA durante a Segunda Guerra Mundial e minhas lembranças são tingidas pelo ponto de vista de uma criança. Lembro que a reação americana ao ataque furtivo a Pearl Harbor foi considerar os japoneses como monstros desalmados. E me lembro das comemorações do Dia VJ (Vitória no Japão) após as bombas de Hiroshima and Nagasaki.
Nogorigatu Suragami era um homem idoso que estava em Hiroshima naquele dia fatídico de 1945, quando o Enola Gay
lançou sua carga atômica sobre aquela cidade japonesa. Eu só o conheci
recentemente – mais de 40 anos após a sua morte.
Nogorigatu foi apenas uma das diversas personalidades que descobri durante a regressão hipnótica de uma jovem que conheci numa festa. Como pesquisadora de vidas passadas, conduzi centenas de sessões hipnóticas – suficientes para me convencer da validade da reencarnação e das múltiplas vidas que a maioria de nós já teve. Mas nunca tinha enfrentado um desafio como esse apresentado por uma entidade como Nogorigatu.
Como pesquisadora, minha meta primária é manter-me sempre objetiva, relatando os fatos tal como ocorrem, sem emoção. A história de Nogorigatu colocaria em prova essa meta, além de abalar crenças que eu tinha há muito tempo, antes de chegar à sua trágica conclusão.
As palavras de Nogorigatu, saindo de uma jovem pequenina, revelaram-no como um homem bondoso, atencioso, inteligente, sagaz e charmoso. Considero-o meu amigo, e depois ficaria sabendo que ele pensava o mesmo de mim. Ouvi-lo descrever sua própria morte, em meio a gritos de medo e confusão, não foi fácil e afetou-me profundamente.
Muitas histórias de dor, morte e destruição foram contadas por sobreviventes da bomba de Hiroshima. Este é o relato ocular de alguém que não sobreviveu.
~Dolores Cannon
Capítulo 1
O começo da aventura
Eu CONHEÇO VOCÊ DE ALGUM LUGAR, não conheço?
disse ao ser apresentada à bela jovem. Onde foi que nos conhecemos?
Ao olharmos uma nos olhos da outra, ela teve a mesma sensação. Foi um reconhecimento instantâneo, um saber
instantâneo. Conversamos e nos demos conta que seria impossível. Não poderíamos ter nos encontrado antes, pois ela havia se mudado recentemente do Texas para a nossa área.
O ano era 1983. Eu estava numa festa oferecida por amigos interessados por metafísica e fenômenos psíquicos, e Kathryn Harris havia ido com uma de suas amigas. Depois de vasculhar meu cérebro, o bom senso prevaleceu e tive de concordar que era a primeira vez que nos víamos. Porém, vendo-a circular pela sala, contagiando a todos com sua personalidade comunicativa, não pude deixar de lado a sensação de que a conhecia. Ela me pareceu muito familiar.
Talvez nunca venhamos a saber se essa sensação foi provocada por memórias de vidas passadas numa época em que nos conhecíamos ou se foi uma premonição sobre nossa futura associação. Só sei que nosso encontro naquela festa deve ter sido predestinado, pois foi o início de uma incrível aventura juntas.
Nenhuma de nós tinha como saber o que iria acontecer no ano seguinte. Agora, sei que estávamos destinadas a trabalhar juntas e o encontro naquela festa foi o primeiro passo daquela trilha para o desconhecido – uma trilha da qual não havia volta.
Eu havia começado a fazer pesquisas sobre vidas passadas através de hipnose regressiva em 1979 e já havia trabalhado com centenas de pacientes ansiosos e dispostos. Naquela época, não tinha ideia de que um dia iria encontrar alguém como Kathryn que, com sua incrível capacidade de apresentar detalhes, revelar-se-ia o sonho de qualquer pesquisador.
Quando a conversa na noite em que fomos apresentadas voltou-se para o trabalho que eu estava fazendo, muitas pessoas expressaram curiosidade e quiseram marcar sessões para explorar suas vidas passadas. Kathryn foi uma delas e, quando marcamos a data, eu não tinha ideia de que ela seria diferente de tantas outras com quem já havia trabalhado.
Kathryn, ou Katie, como ficou conhecida por seus amigos, tinha apenas 22 anos na época. Era baixa e um tanto rechonchuda para sua idade, com cabelos loiros curtos e olhos azuis reluzentes, que pareciam penetrar sob a superfície dos outros. Irradiando carisma de cada poro de sua pele, parecia muito feliz e animada, muito interessada pelas pessoas. (Mais tarde descobri, graças à nossa associação, que geralmente isso servia de fachada para encobrir sua timidez e insegurança básicas. Afinal, ela era canceriana, e pessoas nascidas sob aquele signo astrológico não costumam ser tão gregárias.)
Mas Kathryn tinha um ar sincero e um senso inato de sabedoria que não revelava sua verdadeira idade. Às vezes, quando surgiam sinais de imaturidade, pareciam fora do lugar. Eu tinha de ficar me lembrando de que ela estava apenas com 22 anos – a mesma idade de meu próprio filho, embora ambos não fossem nem um pouco parecidos. Ela parecia uma alma muito antiga num corpo enganosamente jovem. Fiquei me perguntando se alguém mais tinha tido a mesma impressão.
Kathryn nasceu em Los Angeles em 1960 e seus pais tinham empregos que requeriam longas viagens e mudanças frequentes. Eram membros de uma igreja pentecostal, e por isso o histórico religioso de Katie certamente não seria do tipo que estimula ideias como reencarnação e hipnose. Disse que sempre se sentira deslocada em sua família e seus pais não conseguiam entender sua relutância em ser como eles.
Preocupada com os sentimentos de seus pais, ela me pediu para ficar anônima neste livro. Ela achou que nunca iria compreender a ideia de múltiplas vidas, embora fosse um conceito que poderia captar facilmente. Ela também não queria correr o risco da possibilidade de perturbar sua vida pessoal. Concordei em respeitar seus desejos e mantive sua identidade em segredo.
As diversas mudanças de sua família levaram-na finalmente ao Texas quando Katie estava com 16 anos. Forçada a mudar de casa duas vezes no segundo ano do ensino médio e novamente no começo do terceiro, Katie estava cansada de precisar se ajustar constantemente a novas escolas, métodos de ensino diferentes e amigos temporários. Sob protestos de seus pais, ela largou a escola no começo do terceiro ano, encerrando sua educação formal. Isto seria benéfico para nosso trabalho. Katie é uma jovem extremamente inteligente, mas seus conhecimentos não vêm dos livros.
Uma vez fora da escola, e com aparente liberdade, Katie descobriu que não conseguiria encontrar trabalho facilmente sem um diploma do ensino médio ou treinamento especializado. Desapontada após um ano de trabalhos medíocres, resolveu, aos 17 anos, fazer um exame de equivalência do ensino médio e entrou para a Força Aérea, onde passou dois anos especializando-se em computadores. (Um ponto importante para nosso trabalho é que ela nunca saiu dos Estados Unidos enquanto estava na Força Aérea.)
Após deixar o serviço, ela e sua família mudaram-se uma última vez para a cidade do Centro-Oeste onde a conheci. Usando seus conhecimentos de informática no escritório onde trabalha, Katie parece bem ajustada e vive uma vida social normal. Passa a maior parte de seu tempo livre lendo romances populares e de fantasia. A ideia de fazer pesquisas em bibliotecas à procura de informações históricas ou geográficas não a interessa nem um pouco.
Quando Kathryn Harris e eu nos conhecemos, nenhuma de nós tinha ideia da aventura em que iríamos embarcar. Ela prosseguiria por um ano inteiro e abrangeria épocas e experiências além da imaginação. Na festa, ela foi apenas uma dentre muitas pessoas a expressar curiosidade sobre regressões hipnóticas a vidas passadas. Para mim, essas regressões tinham adquirido um padrão previsível e eu tinha a impressão de que quanto mais as fazia, mais previsíveis seriam seus resultados. Eu não tinha motivo para esperar algo diferente desta jovem animada e entusiástica enquanto preparava nossa primeira sessão.
Geralmente, na primeira sessão de hipnose, a grande maioria das pessoas entra apenas em transes mais leves. É aí que entram os padrões previsíveis. Elas narram vidas tolas, entediantes, cotidianas, onde não acontece nada empolgante – só eventos diários, similares aos que vivenciamos na maior parte da vida.
Por algum motivo, muitos voltam a uma vida no Velho Oeste, durante a época dos pioneiros e dos primeiros assentamentos. Embora pareça haver uma atração para aquele período, todos os pacientes em hipnose narram coisas diferentes daquelas a que foram expostos a vida toda pelos filmes e programas de TV, e muitos comentam isto. Quando essas diferenças mostram-se consistentes entre pacientes e uns confirmam as histórias dos outros nas descrições de áreas e períodos, para mim isto prova a validade da reencarnação, proporcionando o que considero um retrato mais fiel da história.
Formei minha própria opinião sobre a razão para essas primeiras sessões terem padrões específicos. Quando o paciente narra uma vida sem eventos, creio que sua mente subconsciente o está testando ou a mim. O paciente não me conhece bem e por isso o subconsciente reluta em revelar segredos íntimos e importantes a uma estranha.
Além disso, é uma experiência nova para o paciente, e apesar de meu método poder induzir o subconsciente a liberar informações, este ainda é o guardião dessa informação. Como seu papel é basicamente de proteção, o subconsciente escolhe algo fácil – um arquivo simples dentre tantos arquivos – para ver como o paciente vai reagir. É quase como se estivesse dizendo, Bem, na verdade não sabemos o que está acontecendo aqui, mas vamos permitir que ele tenha acesso a esta vida simples para ver o que acontece
. Mais tarde, quando o subconsciente vê que não houve danos e compreende o procedimento, pode liberar informações mais importantes.
O subconsciente não está acostumado a que lhe peçam essas informações, pois poucas pessoas sequer sabem que elas existem. Assegurado o acesso, porém, muito mais fica disponível graças à repetição do procedimento e à relação que vai se formando gradualmente entre paciente e condutor. Creio que esta relação é extremamente importante. Se o subconsciente desconfia que o paciente corre perigo ou sofre algum risco, o fluxo de informações será cortado imediatamente.
Uma concepção popular errônea sobre a hipnose é que ela exige que o paciente abra mão de todo controle. Na verdade, o paciente tem mais controle, não menos, durante uma regressão hipnótica. Embora pareça estar adormecido e geralmente não se recorde da sessão ao despertar, o paciente está consciente de coisas que acontecem no recinto e que não pode ver ou perceber por meios normais. Isso me foi demonstrado muitas vezes durante regressões, e creio que faz parte do sistema natural de monitoramento do subconsciente.
Capítulo 2
A vida no território do Colorado
ANTES DE COMEÇAR UMA INDUÇÃO, gosto de passar cerca de meia hora com pacientes de regressão hipnótica. Nesse período, tento descobrir alguma coisa sobre eles, responder às suas perguntas e permitir que se sintam mais à vontade comigo. Após passar este tempo com Kathryn, comecei a indução.
Ela entrou rápida e facilmente num transe profundo. Em virtude da previsibilidade que mencionei antes, não me surpreendi quando Katie começou a descrever uma casa branca, sentada ali, toda solitária
, numa região interiorana com colinas e vales. Era o mesmo tipo de cenário que ouvira de muitos outros. Quando entrou em casa, viu sua mãe assando pães num forno da grande cozinha.
K: A cozinha tem um espaço para pendurarmos casacos. Temos de tirar os sapatos. Vejo o forno a lenha. Agora, mamãe está tirando algumas coisas do forno.
Foi neste ponto que percebi uma diferença entre Katie e os outros pacientes; ela conseguiu sentir o cheiro dos pães assando. Isto não é comum e indica que todos os seus sentidos estavam sendo ativados. Ela também estava falando na primeira pessoa, usando a palavra eu
. Ao que parece, ela não seria passiva e sim uma participante ativa da regressão. Talvez não fosse um tipo corriqueiro, pensei.
Como era difícil obter uma data exata, geralmente tento determinar a época em que estamos pedindo a descrição de roupas, decorações e ambiente. Perguntei-lhe sobre sua mãe.
K: Ela tem cabelos escuros. Acho que algumas pessoas podem pensar que ela é gordinha, mas acho que tem o tamanho certo. Olhos azuis, bonita e com cabelos presos. Ela usa um vestido de algodão azul florido que vai até o chão.
Pedi que ela se descrevesse. Disse que seu nome era Sharon e que tinha apenas 12 anos.
K: Estou com meu vestido amarelo e meus pés estão cheios de lama. (Riso infantil.) Mamãe vai ficar furiosa porque eu não devia ter saído com meu vestido bonito.
D: Tem mais alguém na sua família?
K: Philip, meu irmão, e o papai. Philip foi à cidade com o papai. Foram comprar suprimentos. Papai teve de sair antes do sol nascer. A cidade fica a um dia de estrada na carroça. No mínimo, meio dia.
D. Você sabe como se chama a cidade?
K: Clear Creek. É divertido ir lá, mas a mamãe disse que não é uma boa cidade para meninas. É bem selvagem.
D: Eles vão voltar a tempo de jantar?
K: Talvez. Talvez não. De qualquer modo, mamãe vai deixar o jantar deles pronto.
D: Você gosta de morar no campo?
K: É bom, mas preciso ir à escola duas vezes por semana. Eu fico correndo pela casa como uma verdadeira baderneira, segundo a mamãe.
Quando Katie ouviu a gravação, ela riu, dizendo que baderneira
não era uma palavra que estivesse habituada a usar.
D: (Eu ri.) Em que ano você está?
K: Segundo.
Foi uma surpresa. Doze anos de idade e estava apenas no segundo ano? Ao que parece, ela não começou a frequentar a escola tão cedo quanto fazemos hoje. Indo apenas duas vezes por semana, não deveria ter muito a aprender, exceto o mínimo necessário. Pela minha pesquisa, muitas vezes as meninas sequer recebiam educação formal.
D: Você já sabe ler e escrever?
A voz de Katie estava assumindo uma característica diferente. Parecia ingênua e mais do interior, com uma pronúncia perceptivelmente mais arrastada.
K: Um pouco. Mas não vejo porque isso seria importante. Não preciso de muita coisa para ser uma dona de casa, ajudar a cuidar da fazenda.
D: É isso que você pretende fazer quando crescer?
K: Não tem muito mais coisas para fazer.
Avançamos até a hora do jantar e perguntei se os outros tinham voltado da cidade.
K: Sim, está tarde e lá fora está escuro, mas guardamos o jantar e o pai e Philip estão aqui. Estão cansados; foi um dia longo para eles. Gostaria de ter ido. É diferente. Não é como ficar aqui o dia todo.
D: Com que frequência vão à cidade?
K: Duas vezes por semana, ocasionalmente. Na maior parte do tempo, só uma vez.
Perguntei o que tinham para jantar. De tanto falar com as pessoas em regressões, vi que consigo saber em que época estão segundo a comida que consomem. Também posso descobrir muita coisa pelos utensílios que usam. São padrões previsíveis, repetitivos. Muitas das perguntas que faço servem para determinar uma época. Também podemos chamar isso de teste, pois o paciente não sabe que detalhes estou procurando ou o padrão que os outros apresentaram.
K: Temos frango recheado e um pouco de pão caseiro. Temos milho na espiga do nosso próprio jardim. E um pouco da torta de maçã que sobrou.
D: Como são os pratos que vocês usam?
K: São brancos e azuis, com figuras. São o orgulho e a alegria da mamãe.
D: (Eu sabia que não era comum usarem porcelana.) Ela os usa todas as noites?
K: Não, só em dias especiais. Normalmente, ficam na arca. Só para olhar, coisas assim. (Mais tarde, Katie disse que não sabia o que era uma arca.) Às vezes, usamos apenas as tigelas de madeira. Na maioria do tempo, usamos faiança.
Presumi que fossem colonos e não apenas pessoas morando no interior. Os primeiros colonos não tinham coisas tão bonitas quanto essas, quer em suas casas, quer em suas condições de vida. Isso era mais consistente com aquilo que eu havia encontrado no final do século 19. Agora, eu sabia de que período histórico Sharon
devia estar falando.
D: Qual a idade do seu irmão, Philip?
K: Dezesseis. É por isso que pode ir à cidade e eu tenho de ficar aqui.
D: Bem, ele está ficando adulto, é isso.
K: Ele