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Farmacologia básica aplicada à prática da enfermagem de forma simples e de fácil entendimento
Farmacologia básica aplicada à prática da enfermagem de forma simples e de fácil entendimento
Farmacologia básica aplicada à prática da enfermagem de forma simples e de fácil entendimento
E-book381 páginas6 horas

Farmacologia básica aplicada à prática da enfermagem de forma simples e de fácil entendimento

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Sobre este e-book

Este livro é fruto de um grande esforço e dedicação ímpar, reúne experiência dos autores como enfermeiros e com a prática docente em especial na disciplina de farmacologia. A ideia de publicação de um livro surgiu com a necessidade de ilustrar de forma simples e descontraída, para auxiliar melhor o aluno em seus estudos de forma fácil e pedagogicamente sanar a enorme dificuldade dos alunos do curso técnico em enfermagem em aprender farmacologia de fato e desmistificar esse pragmatismo que a disciplina de farmacologia representa na mentalidade dos estudantes. Com a leitura deste material inovador ímpar e uma linguagem de fácil entendimento, com atividades de fixação, cuidados específicos para tais medicações, os estudantes estão amparados pelo sentimento de bem-estar, leveza, psicossocial e espiritual, com a certeza de que a farmacologia é difícil, sim, mas não impossível. A administração de medicamentos é um processo que envolve a segurança do paciente, sendo de responsabilidade do profissional de enfermagem. E pensando nessa segurança do paciente, profissional e instituição, resolvemos criar este livro para auxiliá-lo na sua prática diária.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento31 de mai. de 2023
ISBN9786525283401
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    Farmacologia básica aplicada à prática da enfermagem de forma simples e de fácil entendimento - José Ribeiro dos Santos

    1. INTRODUÇÃO

    A farmacologia é uma disciplina que se relaciona com as demais disciplinas como: anatomia, fisiologia, bioquímica, entre outras. Este livro pretende ilustrar de forma simplificado os conceitos farmacológicos e sua aplicabilidade na prática da rotina dos profissionais sobretudo da equipe de enfermagem. Esse livro é ideal para todos os estudantes da área da saúde em especial os Auxiliares, Técnicos de Enfermagem e estudantes da Graduação, livro que traz dicas inovadoras e cuidados específicos de enfermagem para cada medicação preparada e administrada ao paciente.

    Os diferentes níveis e complexidade de assistência prestada aos pacientes requerem da equipe de enfermagem uma habilidade direcionada ao alinhamento das boas práticas na preparação e administração de medicamentos aos pacientes que estão sob seus cuidados, não é somente a habilidade no procedimento, mas é preciso saber a ação farmacológica do fármaco. De acordo com o Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem nas proibições: Art. 30 do (CEPE), diz que é proibido ministrar medicamentos sem conhecer a ação da droga e sem certificar-se da possibilidade dos riscos. COFEN, 2017.

    Entre tantas matérias que são cursas no decorrer do curso da área da enfermagem a disciplina de farmacologia é uma das mais temidas por diversos alunos, tanto do curso básico, técnico ou mesmo os alunos da graduação tem um certo temos a disciplina de farmacologia I e farmacologia II. É compreensivo, pois a matéria tem suas complexidades e especificidades.

    A praticidade de forma inadequada pode levar a danos permanentes a danos irreversíveis ou levar o indivíduo a perder a vida eis aí um medo associado ao temor das grandes maiorias dos alunos. Entender os princípios ativos das drogas, do funcionamento dos fármacos, desde a sua preparação, administração, distribuição, metabolização e eliminação é um tanto complicado e exige um esforço e uma dedicação ímpar a cada candidato, são desafios que precisam ser encarados com muita responsabilidade.

    A administração da droga vai além do saber os 13 certos, a legislação é clara ao afirmar que o indivíduo não pode fazer a administração de uma determinada drogas sem conhecer os possíveis efeitos e a finalidade daquelas drogas que está sendo administrada ao paciente. Preservar a vida é um dos princípios humano básico e os profissionais da área da saúde devem contribuir para tender esse princípio, a enfermagem deve ser exercida de forma plena e isenta de negligência, imperícia e imprudência.

    Se tratando de medicação, uma série de medidas devem ser averiguadas antes do preparo e administração de qualquer droga, outro fator crucial e imprescindível é se atentar a dosagem correta a qual está prescrita, é preciso saber se a dose que foi prescrita é uma dose terapêutica e mais que isso, se os cálculos que serão feitos para aspirar a dose correta para assim atender o que foi solicitado.

    A técnica, a ética, empatia, o conhecimento e sobretudo a humanização são fatores que deverão ser observados aos profissionais da saúde. Para a realização dos cálculos das diluições e administração de medicamentos com segurança é necessário que os profissionais associem conhecimentos de matemática e farmacologia, além de atenção redobrada durante sua execução.

    Esse livro trata esse assunto de forma simples e extremamente fácil, numa linguagem acessível aos acadêmicos com exercícios de fixação para auxiliar no seu aprendizado.

    1.1 HISTÓRIA DA FARMACOLOGIA

    Em seu sentido mais amplo, a Farmacologia (do Grego, pharmakon, droga, e logos, estudo) é a ciência que aborda o estudo das substâncias químicas e a sua interação com os sistemas biológicos. O homem nos primórdios procurava aliviar e curar seus males através das oferendas as divindades/ com sacrifícios e em paralelo a isso procuravam na natureza recursos para afastar as doenças e anular seus efeitos indesejáveis. Na Antiguidade, as doenças eram usualmente consideradas como possessões demoníacas ou resultantes da raiva dos deuses. Para tratá-las, os povos utilizavam produtos naturais e rituais religiosos.

    A literatura descreve que formam encontrados papiros de 1.600 a.c, contendo lista de medicamentos, entre os babilônicos, povos INCAS, Sirius, chineses e indianos entre outros que utilizavam essas plantas com fins curativos. Até o século XVI, na Europa acreditava-se na associação de muitos medicamentos para a curar uma doença, na quela época o homem era religioso e as explicações para os males eram vistas como castigo de Deus.

    No fim do século XVIII e início do século XIX, todo conhecimento farmacológico era obtido essencialmente de forma empírica, ou seja, sem nenhuma comprovação cientifica, o emprego de cada substância era dito por autoridades governamentais e religiosos os quais detinham o pouco conhecimento sobre o assunto, nessa época chamada de idade média, as doenças eram vistas como castigo divino e para curar o mal eram utilizadas porções mágicas

    A partir da metade do século XIX a farmacologia passou a ser vista como ciência. O primeiro registro histórico que menciona os fármacos foi o Papiro de Smith, datado de 1600 a.C. A partir de uma melhor compreensão da natureza das enfermidades e o desenvolvimento da química orgânica, com a identificação e isolamento das primeiras drogas, foi possível a evolução da antiga disciplina de Matéria Médica para a farmacologia moderna.

    Em 19 de Junho de 1783, nasceu em Neuhaus, Alemanha, Friedrich Wilhelm Adam Ferdinand Serturner. (19 de junho de 1783 – Hamelin, 20 de fevereiro de 1841). Órfão desde os 15 anos e habituado a conviver na corte do príncipe de Paderborn, começou a interessar-se pelo princípio ativo que tornava o ópio tão eficaz no controle da dor e em 1805 ele descobriu o poder do analgésico de uma substância presente na flor de uma planta chamada de papoula, surgindo assim a MORFINA. O fato é, que a morfina foi a primeira droga isolada e extraída do ópio cristais de morfina.

    Em 1847, Rudolf Buchheim fundou o primeiro Instituto de Farmacologia, na Universidade de Dorpat, na Estônia. Tornando a farmacologia como ciência.

    No século XX a maior descoberta da farmacologia foram os antibióticos, elaborados com o fim de descobrir ou impedir o desenvolvimento de outros seres vivos de ação patogênica. Em 1928- foi descoberto o antibiótico PENICILINA pelo médico bacteriologista escocês Alexander Fleming.

    Fleming era professor do colégio de cirurgiões e se dedicava a estudar o comportamento da bactéria Staphylococcus aureus. Observou uma substância que se movia em torno de um fungo da espécie Penicillium notatum, demonstrando grande capacidade de absorção dos estafilococos. Fleming batizou essa substância com o nome de "penicilina" e, um ano mais tarde, publicou os resultados do estudo no British Journal of Experimental Pathology.

    A farmacologia é ferramenta indispensável para os profissionais da área de saúde que lidam direta e indiretamente com a prescrição médica. O conhecimento dela, alicerçado em diversos conceitos, possibilita o entendimento desta ciência.

    1.2 HISTÓRIA DA FARMÁCIA

    A origem das atividades relacionadas à farmácia se deu a partir do século X com as boticas ou apotecas, como eram conhecidas na época. Neste período, a medicina e a farmácia eram uma só profissão.

    Na Espanha e na França, a partir do século X, foram criadas as primeiras boticas. Esse pioneirismo, mais tarde, originaria o modelo das farmácias atuais. No século II, os árabes fundaram a primeira escola de farmácia de que se tem notícia, criando inclusive uma legislação para o exercício da profissão.

    Em 1777, Luís XV determina a substituição do nome de apostiçaria pelo de farmacêutico. Naquela época, a obtenção do diploma de farmacêutico exigia estudos teóricos e prestação de exames práticos, embora ainda não fosse considerado de nível universitário.

    Com um grande surto de propagação da lepra, Luís XIV, entre outras iniciativas na área da saúde pública, ampliou o número de farmácias hospitalares na França. Mais adiante, no século XVIII, a profissão farmacêutica separa-se da médica e fica proibido ao médico ser proprietário de uma botica, com isso, dá início à separação daqueles que diagnosticavam a doença e dos que misturavam matérias para produzir porções de cura.

    Nas boticas, o boticário (atual farmacêutico) manipulava e produzia o medicamento na frente do paciente, de acordo com a farmacopeia e a prescrição médica. Ele tinha a responsabilidade de conhecer e curar doenças.

    1.3 MARCO DO DESENVOLVIMENTO DA FARMACOLOGIA

    1.805 – Freidrich W. Adan Ferdinand Serturner (descoberta da morfina, analgésico opioide).

    1.847 – Rudolf Buchheim- fundou 1º instituto de farmacologia na Universidade de Dorpart na Estônia, tornado a farmacologia como uma ciência.

    1.928 - Alexander Fleming. Médico bacteriologista escocês faz a descoberta da (penicilina, antibiótico).

    1.4 CIÊNCIA X RELIGIÃO

    Com as mudanças filosóficas e comportamentais, os profissionais da saúde começam a se atentar para as necessidades de melhorar as intervenções perante os enfermos, assim lentamente foram se afastando dos dogmas religiosos da época e se aproximando dos princípios de experimentação que se caracterizam a ciência.

    É preciso entender os princípios que separam a ciência da religião, não se trata de certo ou errado, apenas são dois conceitos distintos. A ciência: ver pra crê, a religião: crê pra ver. Embora seja temas distintos isso não significa que eles não possam ser discutidos e compreendidos, é preciso que haja o bom senso e a aceitação de ambas as partes.

    1.5 DEFINIÇÃO DE CONCEITOS

    Farmacologia: deriva do grego que significa pharmakon e logos- estudos, então: farmacologia é a ciência que estuda os fármacos a (ação), como as substâncias químicas interagem com as substâncias biológicas nos seres vivos. Se suas substâncias têm propriedades medicamentosas, elas são chamadas de substâncias farmacológicas.

    Farmacodinâmica: é o estudo do mecanismo de ação dos fármacos, estuda como a molécula do fármaco interage e se liga aos receptores para, na célula alvo desempenhar seu papel e promover seu efeito biológico desejável.

    Farmacocinética: estuda o caminho percorrido pelo medicamento no organismo (administração, distribuição, absorção, metabolização e eliminação/excreção).

    Fármaco: é toda substância quimicamente definida, com propriedades ativas, produzindo um efeito terapêutico (ação benéfica ao organismo).

    Droga: qualquer substância/ agente químico, capaz de produzir alterações no sistema fisiológico ou patológico com ou sem benefícios para o organismo vivo.

    Remédios: qualquer medida terapêutica utilizada para combater um estado patológico, que seja capaz de promover melhora/alívio ao paciente ex.: um chá caseiro sem a manipulação industrial. Exemplos: repouso, psicoterapia, fisioterapia, acupuntura, uma compressa fria em casos de contusão por uma queda.

    Medicamentos: Toda substância química que tenha ação profilática (preventiva), terapêutica (curativa) ou auxiliar no diagnóstico ex.: (contrastes). Ou seja: são substâncias manipuladas em farmácia, indústria ou laboratório.

    Forma farmacêutica: é o modo como o medicamento se apresenta exemplo: gotas, comprimidos, capsulas etc.

    Princípio ativo: substância quimicamente ativa responsável pela ação do medicamento.

    Veículo: é a sustância líquida que do volume a fórmula, não apresenta ação farmacológica, já o princípio ativo (PA), que está disperso no meio líquido é que vai agir, exercer a ação ativa do medicamento. Exemplo: xarope.

    Excipiente: são substâncias, por definição, inerte incorporada como veículo a certos medicamentos. destituídas de poder terapêutico, usadas para assegurar a estabilidade, a eficácia e as propriedades físico-química, isto é, o excipiente é a substância sólida que dá volume a fórmula ao medicamento, porém, ele não tem ação ativa.

    Q.S.P.: representa a quantidade Suficiente Para atender de forma segura o organismo vivo, por exemplo: 500mg.

    Drogarias: são estabelecimentos de dispensação e comercialização de drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos industrializados em suas embalagens originais. Ou seja, nas drogarias podem:

    • Vender e dispensar apenas produtos industrializados nas suas embalagens originais;

    • Prestar pequenos procedimentos de saúde à população.

    • Não tem laboratório para manipulação de receitas.

    Farmácia: são estabelecimentos de manipulação de fórmulas, podem ser comercializados as drogas, os medicamentos e insumos farmacêuticos. A diferença é que na farmácia precisa ter um laboratório para a preparação das fórmulas receitadas pelos médicos. Ou seja: na farmácia pode:

    • Vender remédios que não sejam industrializados.

    • Vender e dispensar medicamentos.

    • Manipular fórmulas, oficinas e medicamentos.

    • Prestar pequenos procedimentos de saúde à população.

    Farmácia de alto custo: estabelecimentos que comercializam medicamentos de alto custo para tratamento de doenças raras. O SUS fornece medicamentos de alto-custo para pessoas de baixa renda, que comprovarem através de laudo médico, a necessidade do uso de algum desses medicamentos.

    Farmácia hospitalar: são estabelecimentos que estão dentro das unidades hospitalares e sua responsabilidade é fornecer os medicamentos aos pacientes que estão internados no hospital. E ao contrário das demais farmácias, a farmácia hospitalar não comercializa medicamentos.

    Farmácia comunitária: são os estabelecimentos locadas nos bairros, por isso ela pode ser conhecida também como farmácia de bairro. medicamento e atividades dirigidas para o paciente. O principal objetivo é a dispensação de forma humanizada de produtos (medicamentos, cosméticos, correlatos).

    A Lei 13.021/2014, transforma os estabelecimentos (farmácias e drogarias), em unidades de prestação de assistência farmacêuticas, a assistência à saúde e orientação sanitária individual e coletiva.

    Farmacopeia: habilidade de preparar os medicamentos, conjunto de técnicas que retratam a nomenclatura das substâncias, requisitos básicos para a qualidade e segurança dos insumos, medicamentos e outros produtos sujeito a vigilância sanitária.

    Toxicologia: é a parte da farmacologia que estuda os agentes tóxicos, os venenos, observando seus feitos maléficos, bem como o mecanismo de ação no corpo do organismo vivo que foi exposto a tais agentes tóxicos.

    Terapêutica: é o uso de diferentes técnicas para combater ou reduzir as patologias que assolam o organismo vivo.

    Quimioterapia: terapia (tratamento), a quimioterapia passa a ser a utilização de agentes químicos, drogas no combate as doenças em geral, as doenças cancerígenas.

    Radioterapia: já a radioterapia é um tratamento não farmacológico e sim radiológico. No tratamento das doenças (em geral o câncer) são empregadas radiações, embora o tratamento possa ser associado (radioterapia e quimioterapia) conforme indicação médica.

    Posologia: é a parte da farmacologia que vai estudar as doses necessárias das medicações para serem administradas aos pacientes, levando em conta sua idade, massa corpórea e patologia associada.

    Dose: é a quantidade fixa da medicação que deverá ser administrada de uma só vez

    Dose mínima: é a quantidade mínima da droga que pode ser administrada e é capaz de surtir um efeito terapêutico.

    Dose terapêutica: é a quantidade da dose necessária capaz de produzir um efeito benéfico ao organismo.

    Dose de manutenção: É a dose administrada em intervalos regulares capaz de manter a concentração de um fármaco na quantidade desejada para que seja alcançado o efeito terapêutico.

    Dose máxima: é a dose máxima de um fármaco que pode ser administrada a um paciente

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