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Estratégias pedagógicas norteadas por metodologias ativas no ensino de Ciências Naturais
Estratégias pedagógicas norteadas por metodologias ativas no ensino de Ciências Naturais
Estratégias pedagógicas norteadas por metodologias ativas no ensino de Ciências Naturais
E-book168 páginas1 hora

Estratégias pedagógicas norteadas por metodologias ativas no ensino de Ciências Naturais

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Sobre este e-book

Este livro tem como tema o uso de metodologias ativas no ensino das Ciências Naturais, tendo sido pesquisadas e desenvolvidas duas estratégias pedagógicas: o World Cafe e o Grupo de Verbalização e Grupo de Observação (GV e GO). O estudo teve como objetivo analisar as potencialidades de estratégias pedagógicas, norteadas por metodologias ativas, no ensino de Ciências Naturais, considerando o conteúdo de Ecologia nos anos finais do Ensino Fundamental.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento23 de mai. de 2023
ISBN9786525283586
Estratégias pedagógicas norteadas por metodologias ativas no ensino de Ciências Naturais

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    Estratégias pedagógicas norteadas por metodologias ativas no ensino de Ciências Naturais - Jackson Nunes da Silva

    1 INTRODUÇÃO

    A presente dissertação traz como escopo o desenvolvimento de um projeto baseado em estratégias ativas voltadas para o ensino das Ciências Naturais. Foi escolhida essa área do conhecimento, tendo em vista que a minha primeira formação foi em Ciências Naturais, com habilitação em Biologia, pela Universidade do Estado do Pará – UEPA, obtida no ano de 2013. Essa área relaciona-se também com a minha segunda formação, que é em Pedagogia, pela Faculdade de Ciências de Wenceslau Braz (FACIBRA), no ano de 2015.

    Trabalho com a docência desde os 17 anos de idade, quando, por meio de uma monitoria, fui selecionado para substituir uma professora de Ciências, no município de Paragominas/PA, entre os anos de 2009 e 2010. Ao longo de minha formação, também atuei em outras escolas e cursinhos pré-vestibulares, ministrando disciplinas de Biologia e Química. Dessa forma, pude ter uma perspectiva do cenário educacional na prática, o que contribuiu de maneira significativa para a minha formação pessoal e profissional.

    Tendo como base todas essas experiências na área do ensino e da educação, propus a solução de uma lide que, há anos, me incomodava: descobrir maneiras assertivas para que eu pudesse ter a oportunidade de auxiliar outras pessoas – especialmente alunos – a conseguirem compreender, entender, e mais do que isso, estar em pleno conhecimento de seus potenciais no que tange ao sistema de estudo e educação. Fiz disso um projeto pessoal, no qual eu também acabei me encontrando.

    Assim, no ano de 2013, após a minha formatura, fui selecionado pelo concurso público da Secretaria de Estado da Educação do Amapá e, desde então, leciono nesse município, trabalhando com Ciências Naturais e Biologia nos anos finais do Ensino Fundamental e na Educação de Jovens e Adultos. Mais tarde, no ano de 2017, fui aprovado no processo seletivo do Serviço Social da Indústria (SESI/AP), onde atuo como docente da disciplina de Ciências nos anos finais do Ensino Fundamental, e com as disciplinas de Biologia e Ciências Aplicadas no Ensino Médio.

    Nesse sentido, com todos esses anos de docência, percebi a necessidade de atualizar-me e buscar conhecimentos que agreguem valor a minha prática docente. Realizei, então, os seguintes cursos de pós-graduação Lato sensu (especializações): Gestão Escolar e Educação Especial e Inclusiva, na Faculdade Educacional da Lapa (FAEL); Psicopedagogia e Gestão de saúde e Meio ambiente, na FACIBRA; Gênero e Diversidade na Escola, na Universidade Federal do Amapá (UNIFAP); Docência no Ensino de Ciências Biológicas, no Instituto Brasileiro de Formação (IBF). Nesta última instituição, cursei também a Especialização em Metodologias Ativas e Prática Docente.

    Dessa forma, diante dos desafios com que nos deparamos enquanto professores, tanto dentro como fora da sala de aula, procurei por uma formação em nível Stricto Sensu. Após buscas em diversas instituições, encontrei a Universidade do Vale do Taquari (Univates), que oferece o regime modular, facilitando a formação, visto não ser necessário ausentar-me de minhas atividades profissionais. Assim, no ano de 2017, ingressei no mestrado em Ensino de Ciências Exatas, na linha de pesquisa Tecnologias, Metodologias e Recursos Didáticos para o Ensino de Ciências e Matemática. Cursar um mestrado de qualidade, em uma instituição reconhecida e com excelentes profissionais sempre foi um sonho, o qual se concretizou com o meu ingresso no curso.

    Com o mundo em constantes transformações, é imprescindível não só reciclar os saberes que já possuímos, como também é fundamental buscar por novos conhecimentos. Diante disso, na pesquisa do mestrado, escolhi buscar novos conhecimentos e aprimorar os que já possuo acerca do ambiente no qual trabalho: a escola. Em paralelo, a formação no mestrado também significa uma oportunidade para contribuir com o ambiente acadêmico, por meio da produção de pesquisa na área de ensino em Ciências Naturais. Nessa perspectiva, o compartilhamento de tais conhecimentos é fundamental para um ensino democrático e inclusivo.

    Ensinar Ciências hoje requer dos professores conhecimentos teóricos e práticos. Assim, pode-se fomentar nos alunos o gosto pelo estudo, fazendo-os se sentirem motivados para que aprender Ciências. Dessa forma, compreende-se que a prática pedagógica não é apenas a concretização de teorias, mas uma atividade dirigida por habitus¹ (PERRENOUD, 1993) e repleta de elaborações pessoais. Ensinar não se resume a aplicar teorias de forma linear, pragmática e neutra, mas envolve pensamento, reflexão e construção de significados.

    Sendo assim, o professor de Ciências deve elaborar, organizar e revelar seu discurso e sua prática, no ambiente escolar e social, de acordo com seus saberes profissionais, com suas possibilidades e levando em conta os pressupostos teóricos que sustentam sua abordagem de ensino. Isso se revela na elaboração e no desenvolvimento de seu plano de ensino, na seleção e organização de conteúdos e métodos a serem aplicados em sala de aula.

    Das discussões realizadas no mestrado, surgiu a questão norteadora desta pesquisa: como as estratégias de ensino, norteadas por metodologias ativas, podem potencializar o ensino de ciências, considerando o conteúdo de Ecologia?

    A partir dessa questão norteadora, foi possível refletir sobre o rumo e as potencialidades do ensino de Ciências na sociedade atual. Percebemos que as novas gerações de crianças e adolescentes do século XXI desenvolvem-se tendo como referência à sociedade fluída (BAUMAN, 2001). Isso porque estamos vivendo a era das mudanças, da velocidade, das comunicações, uma vez que o desenvolvimento da tecnologia se alastrou por todos os setores da sociedade, tornando-se indissociável de nossas vidas.

    Sob essa perspectiva, evidenciamos que o desenvolvimento da tecnologia afeta nossas vidas com uma intensidade imperceptível. Ao analisamos especificamente o âmbito educacional, fica evidente que a tecnologia invadiu tal espaço, tanto que muitas pessoas começam e terminam seus estudos de maneira on-line. Isso tornou o acesso ao conhecimento muito mais democrático, uma vez que, sabendo onde pesquisar e estando amparados com bons materiais e profissionais, a tendência é que estejamos cada vez mais bem preparados e qualificados.

    No entanto, nem sempre isso foi assim. Anos atrás, costumava-se pensar no aluno como um receptáculo vazio, pronto para ser preenchido pelo conhecimento portado pelo professor (DÍAS, 2011), o mestre e líder dentro da sala de aula. Tal abordagem não levava em conta a formação reflexiva e crítica do cidadão. Ou seja, ele não era preparado para enfrentar os desafios que são impostos pela sociedade.

    Desde meados do século XX, estudiosos já ensaiavam o futuro da educação e viam o aluno não mais como coadjuvante do aprendizado, mas como personagem principal, como produtor do conhecimento. Segundo essa abordagem, que foi defendida por Paulo Freire (2015), para que o conhecimento se efetive e se torne significativo para o aluno, é preciso que resulte de suas próprias ações, por meio da interação com o meio e com os outros indivíduos. Assim, Freire (2015) defende a autonomia do aluno frente à produção e construção do conhecimento, uma vez que o ser humano, enquanto ser social, é constituído por experiências às quais se adaptarão e se relacionarão os novos saberes adquiridos.

    Diante de tais pressupostos, percebemos a importância de novas metodologias, que levem em conta a postura ativa e participativa dos alunos, para o ensino de Ciências Naturais. Assim, esta dissertação tem como objetivo geral: analisar as potencialidades de estratégias pedagógicas, norteadas por metodologias ativas, no ensino de Ciências Naturais, considerando o conteúdo de Ecologia nos anos finais do Ensino Fundamental. Buscando elucidar essa questão, elencamos como objetivos específicos:

    - elaborar e desenvolver atividades relacionadas aos conteúdos de Ecologia, com o uso de duas metodologias ativas de ensino com a turma de alunos do 6º ano do Ensino Fundamental;

    - analisar as percepções dos alunos, em relação à utilização das estratégias de ensino para o estudo de conteúdos de Ecologia.

    Outrossim, quando o aluno deixa de ser um simples receptor de informações e passa a produzir conhecimento, ele começa a desenvolver também o senso crítico, tem sua curiosidade aguçada, o que o fará buscar cada vez mais conhecimento. Ademais, o aluno que assume a consciência de suas ações perante seus estudos, passa a vê-los não mais como uma obrigação da escola, mas como uma fonte de conhecimento. Para isso, a escola também precisa reavaliar a maneira como trabalha o processo de ensino e aprendizado.

    As metodologias ativas são, dessa maneira, ações profícuas de serem aplicadas em sala de aula. Nesse sentido, conhecê-las de forma mais aprofundada

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