Oceano de Plástico
De Paula Sobral
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Sobre este e-book
Paula Sobral
Paula Sobral é Bióloga, doutorada e agregada em Ciências do Ambiente pela Universidade NOVA de Lisboa. Pioneira na investigação em microplásticos, participa em vários grupos de peritos, nacionais e internacionais, no âmbito da avaliação da poluição do Oceano por lixo marinho e microplásticos, tendo coordenado vários projectos. Fundadora e presidente da Associação Portuguesa do Lixo Marinho, promove e desenvolve actividades de divulgação e comunicação de ciência à sociedade.
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Oceano de Plástico - Paula Sobral
Oceano de Plástico Paula Sobral
É simples comprovar que o plástico é o maior intruso do Oceano. Basta um curto passeio numa praia para constatar que mais facilmente se encontra um objecto desse material do que uma concha. Estima-se que, no limite, existam já 234 milhões de toneladas de lixo marinho na superfície oceânica. Daí ser tão urgente saber mais e agir para travar este flagelo ambiental.
O presente ensaio explica as origens diversificadas da poluição por plástico no Oceano, o modo como é transportada, como se distribui e quais os seus inúmeros impactos. E, porque o lixo marinho à superfície é apenas a ponta do iceberg, o livro alerta para as mudanças prementes no uso do plástico e apresenta iniciativas nacionais e internacionais já em curso para prevenir e reduzir este problema.
Na selecção de temas a tratar, a colecção Ensaios da Fundação obedece aos princípios estatutários da Fundação Francisco Manuel dos Santos: conhecer Portugal, pensar o país e contribuir para a identificação e para a resolução dos problemas nacionais, assim como promover o debate público. O principal desígnio desta colecção resume-se em duas palavras: pensar livremente.
PaulaSobral.tifPaula Sobral é bióloga, doutorada e agregada em Ciências do Ambiente pela Universidade NOVA de Lisboa. Pioneira na investigação em microplásticos, participa em vários grupos de peritos, nacionais e internacionais, no âmbito da avaliação da poluição do Oceano por lixo marinho e microplásticos, tendo coordenado vários projectos. Fundadora e presidente da Associação Portuguesa do Lixo Marinho, promove e desenvolve actividades de divulgação e comunicação de ciência à sociedade.
Paula Sobral
Oceano de Plástico
Ensaios da Fundação
logo.jpgLargo Monterroio Mascarenhas, n.º 1, 7.º piso
1099-081 Lisboa
Portugal
Correio electrónico: [email protected]
Telefone: 210 015 800
Título: Oceano de Plástico
Autor: Paula Sobral
Diretor de publicações: António Araújo
Revisão de texto: GoodSpell
Validação de conteúdos e suportes digitais: Regateles Consultoria Lda
Design e paginação: Guidesign
© Fundação Francisco Manuel dos Santos, Paula Sobral, Setembro de 2022
Livro redigido com o Acordo Ortográfico de 1945.
As opiniões expressas nesta edição são da exclusiva responsabilidade da autora e não vinculam a Fundação Francisco Manuel dos Santos.
A autorização para reprodução total ou parcial dos conteúdos desta obra deve ser solicitada à autora e ao editor.
Edição eBook: Guidesign
ISBN 978-989-9118-52-2
Conheça todos os projectos da Fundação em www.ffms.pt
Abreviaturas
Preâmbulo
Poluição marinha
Lixo marinho: de invisível a ameaçador
Impactos do lixo marinho
Plástico no Oceano: desafios e soluções
Conclusão
Para saber mais
Agradecimentos
Abreviaturas
APA — Agência Portuguesa do Ambiente
APLM — Associação Portuguesa do Lixo Marinho
BTMB — Beat the Microbead
DDT — Dicloro-difenil-tricloroetano
DGRM — Direcção-Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos
DQEM — Directiva-Quadro Estratégia Marinha
ECHA — European Chemical Agency
EPA — Environmental Protection Agency
ETAR — Estação de Tratamento de Águas Residuais
EUA — Estados Unidos da América
GEOTA – Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente
IPMA — Instituto Português do Mar e da Atmosfera
MARPOL — Convenção Internacional para a Prevenção da Poluição por Navios
NOAA — Agência Norte-Americana do Mar e da Atmosfera
ODS — Objectivos de Desenvolvimento Sustentável
ONG — Organização não governamental
OSPAR — Convenção para a Protecção do Meio Marinho do Atlântico Nordeste
PCB — Bifenilos policlorados
PE — Polietileno
PET — Polietileno tereftalato
PHA — Polihidroxialcanoatos
POP — Poluentes orgânicos persistentes
PP — Polipropileno
PS — Poliestireno
PVC — Policloreto de vinila
PUU — Plástico de uso único
UE — União Europeia
O mar, quando lança o seu feitiço, prende-nos
para sempre na sua rede de maravilhas.
(J.-Y. COUSTEAU)
Preâmbulo
Este ensaio debruça-se sobre o tema da poluição por plásticos no Oceano. O problema é bem conhecido por todos, pelo que não é necessário perder muito tempo a explicar que o plástico é um intruso no Oceano.
Por ser um livro de divulgação para o grande público, que se quer simples, mas que ao mesmo tempo trata um problema complexo, não é de modo nenhum exaustivo nas abordagens apresentadas.
O problema da poluição do Oceano envolve múltiplas e intrincadas facetas e é transversal a vários sectores da sociedade. Exige, por isso, soluções que na sua maioria não são de implementação simples. Para além do que se propõe neste ensaio, muito mais haveria a dizer sobre as possíveis soluções — umas já em marcha, outras ainda em desenvolvimento, quer em Portugal quer no Mundo — para os seus impactos económicos, ecológicos e ambientais.
Importa ainda destacar a mudança que precisamos de fazer para prevenir e reduzir o uso do plástico, em particular o plástico descartável, mudança essa que já se iniciou e que se apoia em legislação e políticas, em investigação científica e tecnologia, bem como na literacia e nas boas práticas dos vários sectores, incluindo a sociedade civil.
Sabemos que o Oceano está a aquecer, a ficar mais ácido e com menos oxigénio. Por outro lado, a pesca excessiva faz declinar os recursos pesqueiros. A juntar a todas estas pressões, o Oceano recebe continuadamente muitos poluentes sobre os quais pouco sabemos, incluindo o plástico, material com propriedades extraordinárias que moldou a nossa vida recente, mas cujo fim de vida só foi pensado muito tardiamente. As quantidades de plástico que chegam ao Oceano continuam a aumentar de forma crescente e só agora começamos a conhecer alguns dos seus impactos e a perceber que eles se estendem à saúde humana. Percebemos também o valor associado à perda de plástico enquanto matéria-prima reciclável, e que é preciso recuperar, numa lógica de economia circular. No entanto, se não limitarmos a produção de plástico e diminuirmos o seu consumo, estaremos cada vez mais longe da solução.
Os desafios que se colocam são grandes, mas grandes são também as oportunidades de mudança. Não há tempo a perder, a bem do Oceano e a bem da nossa sobrevivência neste planeta. É preciso pensar diferente para um Mundo diferente, um Mundo com menos