Ética, Cidadania E Compromisso
De Vil Becker
()
Sobre este e-book
Leia mais títulos de Vil Becker
Orientações Para Primeira Habilitação Nota: 0 de 5 estrelas0 notasProjeto Icarus Nota: 0 de 5 estrelas0 notas
Relacionado a Ética, Cidadania E Compromisso
Ebooks relacionados
Revolucionando A Segurança Privada Nota: 0 de 5 estrelas0 notasEngenharia De Produção Em Ação Nota: 0 de 5 estrelas0 notasBioestatística Descomplicada Nota: 0 de 5 estrelas0 notasResponsabilidade Fiscal Social E Improbidade Administrativa Nota: 0 de 5 estrelas0 notasNasceu Para Destilar Nota: 0 de 5 estrelas0 notasSegredos Da Blockchain Nota: 0 de 5 estrelas0 notasSeleção De Plataforma Bpms Nota: 0 de 5 estrelas0 notasIntrodução Ao Direito Administrativo Nota: 0 de 5 estrelas0 notasFinanciamentos Nota: 0 de 5 estrelas0 notasTeoria Geral Da Administração Nota: 0 de 5 estrelas0 notasReactjs Nota: 0 de 5 estrelas0 notasDescobrindo A Segurança Cibernética Nota: 0 de 5 estrelas0 notasIlicitude E Culpabilidade Nota: 0 de 5 estrelas0 notasManual Do Controlador De Acessos Nota: 0 de 5 estrelas0 notasContabilidade Comercial Descomplicada Nota: 0 de 5 estrelas0 notasIntrodução Ao Cálculo I Nota: 0 de 5 estrelas0 notasGuia Prático da Contabilidade Gerencial Nota: 0 de 5 estrelas0 notasGestão Do Desempenho Da Produção Nota: 0 de 5 estrelas0 notasAprimorando Sistemas, Otimizando Processos E Desenvolvendo Pessoas Nota: 4 de 5 estrelas4/5Arma Do Vigilante Nota: 0 de 5 estrelas0 notasProcesso De Execução Nota: 0 de 5 estrelas0 notasIntrodução Ao Direito Processual Civil Nota: 0 de 5 estrelas0 notasSantificados Descaminhos Nota: 0 de 5 estrelas0 notasDominando O Css Nota: 0 de 5 estrelas0 notasUma Casa...para Casar! Nota: 0 de 5 estrelas0 notasAuxiliar Veterinário Grande Porte Nota: 5 de 5 estrelas5/5Sucesso No Linkedin Nota: 0 de 5 estrelas0 notasCurso Linguagem C Para Microcontroladores Pic Nota: 3 de 5 estrelas3/5Testando Componentes Eletrônicos Nota: 0 de 5 estrelas0 notasAnálise De Sistemas Vol X Nota: 0 de 5 estrelas0 notas
Métodos e Materiais de Ensino para você
4000 Palavras Mais Usadas Em Inglês Com Tradução E Pronúncia Nota: 5 de 5 estrelas5/5Aprender Inglês - Textos Paralelos - Histórias Simples (Inglês - Português) Blíngüe Nota: 4 de 5 estrelas4/5Ensine a criança a pensar: e pratique ações positivas com ela! Nota: 5 de 5 estrelas5/5BLOQUEIOS & VÍCIOS EMOCIONAIS: COMO VENCÊ-LOS? Nota: 4 de 5 estrelas4/5Como Convencer Alguém Em 90 Segundos Nota: 3 de 5 estrelas3/5Sexo Sem Limites - O Prazer Da Arte Sexual Nota: 4 de 5 estrelas4/5Raciocínio lógico e matemática para concursos: Manual completo Nota: 5 de 5 estrelas5/5Temperamentos Nota: 5 de 5 estrelas5/5Pedagogia do oprimido Nota: 4 de 5 estrelas4/5Massagem Erótica Nota: 4 de 5 estrelas4/5Piaget, Vigotski, Wallon: Teorias psicogenéticas em discussão Nota: 4 de 5 estrelas4/5A Bíblia e a Gestão de Pessoas: Trabalhando Mentes e Corações Nota: 5 de 5 estrelas5/5Gramática Escolar Da Língua Portuguesa Nota: 5 de 5 estrelas5/5Por que gritamos Nota: 5 de 5 estrelas5/5Nada Pode Me Ferir - David Goggins Nota: 5 de 5 estrelas5/5Jogos e Brincadeiras para o Desenvolvimento Infantil Nota: 4 de 5 estrelas4/5Pais feridos. Filhos sobreviventes Nota: 5 de 5 estrelas5/5Meu Maior Desafio Da Vida - Tdah Nota: 0 de 5 estrelas0 notasLeitura dinâmica Nota: 4 de 5 estrelas4/5Teorias E Técnicas Da Tcc Nota: 5 de 5 estrelas5/5Curso Básico De Violão Nota: 4 de 5 estrelas4/5Manual Da Psicopedagogia Nota: 5 de 5 estrelas5/5A arte de convencer: Tenha uma comunicação eficaz e crie mais oportunidades na vida Nota: 4 de 5 estrelas4/5
Avaliações de Ética, Cidadania E Compromisso
0 avaliação0 avaliação
Pré-visualização do livro
Ética, Cidadania E Compromisso - Vil Becker
MANUAL DO INSTRUTOR DE TRANSITO
MANUAL DO INSTRUTOR DE TRANSITO
VILMAR BECKER
MANUAL DO INSTRUTOR DE TRANSITO
Índice...........................................................................................................................02
APRESENTAÇÃO......................................................................................................05
ÉTICA NOS CENTROS DE FORMAÇÃO DE CONDUTORES.............................06
CAPITULO I – PSICOLOGIA E EDUCAÇÃO.........................................................07
Fundamentos da Educação..........................................................................................08
Relação Educação e Sociedade...................................................................................10
Dimensões Filosóficas, Sociocultural e Pedagógica...................................................11
Teoria Educacional......................................................................................................12
Currículo e Construção do Conhecimento...................................................................13
Processo de Ensino/Aprendizagem.............................................................................14
Psicologia da Educação...............................................................................................15
Bases Psicológicas da Aprendizagem.........................................................................17
Conceitos Básicos da aprendizagem...........................................................................18
Principais Teorias e suas Contribuições.....................................................................19
Processo de Aprendizagem humana...........................................................................21
Psicologia e a Prática Pedagógica..............................................................................23
CAPITULO II – INSTRUTOR E ALUNO................................................................25
Atribuições do Instrutor..............................................................................................26
Instrutor como Educador.............................................................................................26
Relação instrutor Aluno..............................................................................................27
Princípios Éticos da Relação instrutor e Aluno..........................................................27
Direitos, Deveres e Responsabilidade Civil durante as Aulas....................................29
Interdependência entre Ação Profissional e Princípio Ético.......................................33
Relacionamento no Trânsito........................................................................................35
Exercícios de Fixação da Aprendizagem.....................................................................37
Didática;
Processo de planejamento; Concepção, importância, dimensões e níveis..................39
Planejamento de ensino...............................................................................................42
Objetivos e conteúdos de ensino.................................................................................44
Métodos e técnicas......................................................................................................53
Multimídia educativa e avaliação educacional............................................................55
Especificidade da atuação do instrutor nos cursos teórico e de prática de direção
veicular em veículos de duas e de quatro ou mais rodas.............................................58
Acompanhamento e avaliação no processo de ensino e aprendizagem......................61
CAPITULO III – POSTURA E HABILIDADES.......................................................63
Habilidades de comunicação.......................................................................................64
Noções de como falar em público...............................................................................68
MANUAL DO INSTRUTOR
Página 2
MANUAL DO INSTRUTOR DE TRANSITO
Interpretação de textos.................................................................................................71
Postura do instrutor de transito ...................................................................................73
CAPITULO IV – VEÍCULOS E PARTICULARIDADES........................................75
Equipamentos obrigatórios.........................................................................................76
Funcionamento dos veículos......................................................................................84
Cuidados e atenção na condução de veículos de duas ou três rodas...........................95
Prática de direção veicular na via pública...................................................................96
Prática de pilotagem..................................................................................................100
Observação de aulas; Elaboração de instrumentos de observação de aulas............104
CAPÍTULO V – CÓDIGO DE TRANSITO.............................................................107
Código de Trânsito Brasileiro....................................................................................108
CPITULO VI – TRANSITO E FÍSICA....................................................................141
Conceitos de física aplicados ao trânsito.................................................................142
Normas para ultrapassagem......................................................................................145
Acidentes de trânsito – situações de risco e como evitá-los.....................................146
Condução econômica................................................................................................148
Manutenção corretiva, preditiva e preventiva...........................................................150
Condutor defensivo e procedimentos defensivos......................................................150
A responsabilidade do maior pelo menor no transito................................................152
Aspectos físico, emocional e social do condutor,
e interferência na segurança do trânsito....................................................................153
CAPITULO VII – LEGISLAÇÃO DE TRANSITO E OS PRIMEIROS
SOCORROS..............................................................................................................157
Acidentes de transito, procedimentos e implicações legais.......................................158
Ações básicas no local do acidente............................................................................160
Cuidados com a vítima, o que não se deve fazer.......................................................165
Verificação das condições gerais da vítima...............................................................167
Movimentação de emergência...................................................................................176
CAPITULO VIII – MEIO AMBIENTE E TRANSITO...........................................177
Meio ambiente e a poluição causada pelos veículos.................................................178
Poluição sonora.........................................................................................................179
Poluição das vias de transito.....................................................................................180
A importância de uma manutenção adequada...........................................................180
Cuidados na substituição de fluidos..........................................................................181
Gases poluentes emitidos pelos veículos...................................................................182
Catalisador.................................................................................................................183
Outros problemas.......................................................................................................183
MANUAL DO INSTRUTOR
Página 3
MANUAL DO INSTRUTOR DE TRANSITO
CAPITULO IX – CIDADANIA E TRANSITO......................................................185
O que o transito tem a ver com cidadania................................................................186
O ser cidadão no transito..........................................................................................187
Quais são as regras de segurança no transito............................................................188
Acidentes de transito
Como agir e quais as primeiras medidas a tomar......................................................189
Agindo em um acidente sem vítima..........................................................................190
Agindo em um acidente com vítima..........................................................................190
Ações a tomar de um modo geral..............................................................................191
CAPITULO X – ENGENHARIA DE TRÁFEGO....................................................192
Definições sobre engenharia......................................................................................193
Aspectos da engenharia de tráfego............................................................................193
Elementos da engenharia de tráfego..........................................................................194
Relações entre fluxo, velocidade e densidade...........................................................198
Variações do volume de tráfego................................................................................201
Expansão volumétrica................................................................................................202
Apresentação de resultados.......................................................................................208
Velocidade.................................................................................................................208
Métodos de medição..................................................................................................210
Densidade e espaçamento..........................................................................................211
Atraso e tempo de viagem.........................................................................................212
Métodos para medição de atraso em trechos de vias.................................................213
Métodos para medição de atraso em interseções.......................................................214
Pesquisa origem destino............................................................................................214
Área de estudo...........................................................................................................215
Classificação das viagens..........................................................................................216
Métodos de levantamentos de dados.........................................................................217
Mobilidade sustentável..............................................................................................219
Uso responsável do automóvel..................................................................................220
Medidas de restrição de tráfego.................................................................................221
REFERENCIAS........................................................................................................224
GLOSSÁRIO DO TRANSITO.................................................................................227
MANUAL DO INSTRUTOR
Página 4
MANUAL DO INSTRUTOR DE TRANSITO
APRESENTAÇÃO
Iniciamos este trabalho com uma importante frase de nosso ilustre educador Paulo Freire:
"Não nasci marcado para ser um professor assim (como sou). Vim me
tornando desta forma no corpo das tramas, na reflexão sobre a ação, na
observação atenta a outras práticas, na leitura persistente e crítica.
Ninguém nasce feito. Vamos nos fazendo aos poucos, na prática social de
que tomamos parte".
Paulo Freire e todos nós formadores temos a convicção que as ações formativas são ferramentas
imprescindíveis para o desenvolvimento dos profissionais da área de educação para o trânsito. Sendo
assim, consideram que além de um ambiente adequado é necessário um instrutor que possa criar as
condições favoráveis para que a aprendizagem seja significativa. Este curso foi elaborado com o objetivo
de subsidiar a ação pedagógica dos instrutores que compõem o corpo docente dos centros de formação
de condutores. Aqui você não encontrará respostas prontas, mas sim a oportunidade de ter acesso as
informações que o auxiliarão a refletir sobre sua atuação como instrutor, a planejar, desenvolver e avaliar
as atividades de aprendizagem. Além de estudar o conteúdo e realizar as atividades propostas, participe
interagindo com os demais profissionais que já atuam na área de ensino de trânsito.
Bom estudo!
MANUAL DO INSTRUTOR
Página 5
MANUAL DO INSTRUTOR DE TRANSITO
ÉTICA NOS CENTROS DE FORMAÇÃO DE CONDUTORES
Ética, enquanto filosofia e consciência moral, é essencial à vida em todos os seus aspectos, seja
pessoal, familiar, social ou profissional. Assim, enquanto profissionais e pessoas, o instrutor de
CFC dependendo de como se comporta, por exemplo, em suas relações de trabalho, pode estar
colocando seriamente em risco sua reputação, a de sua Auto Escola e o sucesso da missão de vida
da qual esta embutido. A sobrevivência e evolução dos CFCs e de suas atividades, portanto, está
associada cada vez mais a sua capacidade de adotar e aperfeiçoar condutas marcadas pela seriedade,
humildade, justiça e pela preservação da integridade dos direitos dos profissionais. Portanto, possuir
uma política e práticas de ética profissional, visando formar não só um motorista, mais sim um
cidadão consciente de seus direitos e deveres como tal, tornou-se fundamental para a sobrevivência
dos CFCs como um todo. A criatividade, característica do brasileiro perde espaço ao jeitinho
ou à
famosa Lei de Gerson
, onde levar vantagem é fundamental. Porém com o progresso da cidadania,
os meios de ensino e a sociedade vêm formando nas pessoas um comportamento de nova postura
frente às questões éticas. Algumas instituições perceberam que atuar com ética é a saída para o
crescimento pessoal, profissional e institucional, bem como de nossa sociedade, portanto, cada vez
mais reaprender as boas maneiras
do comportamento profissional é fundamental e investir em
seus profissionais significa vender não só serviços mais sim oferecer conhecimento visando
contribuir para um transito mais humano.
Se por um lado as empresas querem se livrar das desonestidades, omissões e má conduta de seus
instrutores, por outro a atitude dos profissionais em relação às questões éticas podem ser a diferença
entre o seu sucesso e o seu fracasso. A imagem do profissional Instrutor diante da sociedade ou
mesmo do mercado de trabalho dependerá da suas atitudes e hábitos, mas a questão ética é muito
mais profunda. Ser ético nada mais é do que agir direito, proceder bem, sem prejudicar os outros. É
ser altruísta, é estar tranquilo com a consciência pessoal. A imagem da organização está diretamente
ligada a do seu profissional e vice versa, assim como a ética pode maximizar os resultados o
comportamento antiético pode comprometer muito no seu desempenho, reputação e credibilidade.
Agir com responsabilidade profissional e social passa a ser um bom investimento. O profissional
deve se orientar para uma liberdade responsável, na qual tome consciência das influências que, em
última análise, não dependem dele, pois embora não possa e não consiga modificar esses elementos,
pelo menos pode incorporá-los ao presente pelo qual deve assumir a responsabilidade, ou seja, é o
fazer a minha parte
. Auferir riqueza nem sempre é sinônimo de felicidade ou de se ter alcançado
as metas a que se propôs; a escolha pelo caminho a seguir é de critério de cada um; isso colocado
desde a versão judaico-cristã do livre arbítrio até o existencialismo humanista de Sartre, o
compromisso com a dignidade e com a sociedade deve ser o ponto de partida das nossas vidas. O
profissionalismo é a maneira íntegra e honesta de exercer uma profissão. Ele está fundamentalmente
ligado à ética, e de modo algum é algo abstrato ou intangível; muito pelo contrário, nos confronta
diariamente desafiando a acompanhar sua dinâmica sem perder a coerência. Este trabalho não
pretende, nem pode ser exaustivo, mas antes uma instigação para alcançar mais fôlego. Trata-se
apenas de um roteiro que viabiliza um exercício de reflexão entre todos os atores envolvidos na
questão do Trânsito, que por fim significa continuar o fluxo de nossa sociedade para dar
continuidade a VIDA, que é um direito de todos.·.
VILMAR BECKER
INSTRUTOR TECNÓLOGO EM SEGURANÇA NO TRANSITO
MANUAL DO INSTRUTOR
Página 6
MANUAL DO INSTRUTOR DE TRANSITO
PSICOLOGIA E EDUCAÇÃO
MANUAL DO INSTRUTOR
Página 7
MANUAL DO INSTRUTOR DE TRANSITO
FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO
A sociedade submete-se a processos de aceleradas mudanças, avanços e disseminação de novas
tecnologias, globalização e ao dinamismo da sociedade de informação. A competitividade
internacional leva a modificações nos padrões de produção e consumo. Novas tecnologias de
produção afetam a organização do trabalho, modificando cada vez mais o perfil do trabalhador
necessário para esse novo tipo de produção. Surgem novas profissões, desaparecem outras. Há
uma tendência de intelectualização do processo de produção implicando mais conhecimentos, uso
da informática e de outros meios de comunicação, habilidades cognitivas e comunicativas,
flexibilidade de raciocínio.
Nesse contexto social acima descrito, comungamos com Apple (2006) quando defende a ideia de
que o problema do conhecimento educacional, do que se ensina nas escolas, especificamente na
sociedade atual, tem de ser considerado como uma forma de distribuição mais ampla de bens e
serviços de uma sociedade. Não constitui meramente um problema analítico – o que devemos
construir como conhecimento? - Nem simplesmente um problema técnico – como organizar e
guardar o conhecimento de forma que as pessoas possam ter acesso a ele e dominá-lo? Nem
puramente um problema psicológico - como fazer com que aprendam? Em vez disso, o estudo do
conhecimento educacional deve constituir-se em estudo ideológico e epistemológico que
possibilite aos professores/instrutores romperem com as barreiras do senso comum impostas pelo
processo de naturalização e desvelar as condições reais de sua existência, possibilitando o
processo de humanização em uma sociedade essencialmente individualista e instável.
No entanto, acreditamos que o conhecimento não se configura de forma fragmentada constituindo
um meio neutro de transmissão, mas expressa a possibilidade de efetivar o processo de
humanização do indivíduo em sociedade, isto é, por meio do conhecimento podemos tornar o
homem alguém digno e agente social de sua comunidade. Nesta perspectiva, consideramos que a
assimilação e apropriação do conhecimento pelos alunos são consideradas essenciais para o
desenvolvimento do indivíduo enquanto sujeito-ator de sua prática profissional e social.
Neste sentido, Freire (1993, p. 87), com seus escritos, faz-nos acreditar cada vez mais
que:
Não nasci, porém marcado para ser um professor assim. Vim me tornando
desta forma no corpo das tramas, na reflexão sobre a ação, na observação
atenta a outras formas práticas ou à prática de outros sujeitos, na leitura
persistente, crítica, de textos teóricos, não importa se com eles estava de
acordo ou não.
Nesse sentido, Santomé (2003, p. 11) afirma:
Educar significa oferecer a cidadãos e cidadãs conhecimentos e habilidades
para analisar o funcionamento da sociedade, e para poder intervir em sua
orientação e estruturação. Isso inclui também gerar capacidades e
possibilidades de obter informações para criticar esses modelos produtivos e
MANUAL DO INSTRUTOR
Página 8
MANUAL DO INSTRUTOR DE TRANSITO
essas instituições do Estado quando não funcionam democraticamente e
favorecem os grupos sociais mais privilegiados.
No início da década de 1980, o caráter instrumental da prática começa a ser intensamente
questionado, ocorrendo um processo de articulação principalmente das associações profissionais e
entidades representativas de professores que, por meio de um esforço conjunto, buscam a
superação da dicotomia entre teoria e prática no processo de formação de professores. Nessa
concepção,
O papel das teorias é iluminar e oferecer instrumentos e esquemas para
análise e investigação que permitam questionar as práticas
institucionalizadas e as ações dos sujeitos e, ao mesmo tempo, colocar
elas próprias em questionamento, uma vez que as teorias são
explicações sempre provisórias da realidade (PIMENTA; LIMA, 2004,
p. 43).
Em relação a formas de ensinar podemos utilizar a metáfora Currículo do nadador
, de Jacques
Busquet (1974 apud PEREIRA, 1999, p. 112), ao descrever o curso de preparação de nadadores
:
Imagine uma escola de natação que se dedica um ano a ensinar anatomia e
fisiologia da natação, psicologia do nadador, química da água e formação
dos oceanos, custos unitários das piscinas por usuário, sociologia da natação
(natação e classes sociais), antropologia da natação (o homem e a água) e,
ainda, a história mundial da natação, dos egípcios aos nossos dias. Tudo
isso, evidentemente, à base de cursos enciclopédicos, muitos livros, além de
giz e quadro-negro, porém sem água. Em uma segunda etapa, os alunos-
nadadores seriam levados a observar, durante outros vários meses,
nadadores experientes; depois dessa sólida preparação, seriam lançados ao
mar, em águas bem profundas, em um dia de temporal.
Fazendo uma analogia entre o modelo de formação docente e o curso de preparação de nadadores,
realizada por Jacques Busquet (1974 apud PEREIRA, 1999), pode-se concluir que o futuro
professor, ao deparar-se com a realidade da sala de aula e ao buscar a resolução dos desafios
existentes no cotidiano da prática pedagógica, por meio da imitação dos modelos observados,
ficará verdadeiramente sem direção, pois muitas das situações existentes na prática pedagógica
não são resolvidas simplesmente pela imitação de metodologias observadas, mas sim pela
investigação das possibilidades e necessidades do contexto educacional e social.
No entanto, deve-se considerar importante enfatizar que essa transposição ainda constitui a
concepção de alguns cursos de formação que não possibilitam ao futuro professor a reflexão sobre
o seu fazer pedagógico, resumindo a sua prática à transmissão de conteúdos sem pensar nas
possibilidades e condições de aprendizagens dos sujeitos envolvidos. Nesta perspectiva de
formação educativa, o professor não é capacitado a desvelar a complexidade das relações
escolares e sociais.
MANUAL DO INSTRUTOR
Página 9
MANUAL DO INSTRUTOR DE TRANSITO
RELAÇÃO EDUCAÇÃO E SOCIEDADE
O processo educacional emerge através da família, igreja, escola e comunidade.
Fundamentalmente, Durkheim parte do ponto de vista que o homem é egoísta, que necessita ser
preparado para sua vida na sociedade. Este processo é realizado pela família e também pelas
escolas e universidades:
A ação exercida pelas gerações adultas sobre as que ainda não estão
maduras para a vida social, tem por objetivo suscitar e desenvolver na
criança determinados números de estados físicos, intelectuais e morais que
dele reclamam, por um lado, a sociedade política em seu conjunto, e por
outro, o meio especifico ao qual está destinado. (DURKHEIM, 1973:44)
Talcott Parsons (1964), sociólogo americano, divulgador da obra de Durkheim, observa que a
educação, entendida como socialização, é o mecanismo básico de constituição dos sistemas sociais
e de manutenção e perpetuação dos mesmos, em formas de sociedades, e destaca que sem a
socialização, o sistema social é ineficaz de manter-se integrado, de preservar sua ordem, seu
equilíbrio e conservar seus limites. O equilíbrio é o fator fundamental do sistema social e para que
este sobreviva é necessário que os indivíduos que nele ingressam assimilem e internalizem os
valores e as normas que regem seu funcionamento. Tanto para Durkheim como para Parsons, os
princípios básicos que fundamentam e regem ao sistema social são:
✓ continuidade
✓ conservação
✓ ordem
✓ harmonia
✓ equilíbrio
Estes princípios regem tanto no sistema social, como nos subsistemas. De acordo com Durkheim
bem como Parsons, a educação não é um elemento para a mudança social, e sim , pelo contrario, é
um elemento fundamental para a conservação
e funcionamento do sistema social. Parece
adequado recuperar as postulações que tentam uma articulação global entre a escola e a
reprodução social. O fato de que as mesmas se centram fundamentalmente no problema da
reprodução ideológica pode servir como uma primeira aproximação. No entanto, não se deve
perder de vista que estes desenvolvimentos teóricos são ao mesmo tempo suficientemente amplos
e estreitos. Amplos, porque se referem ao conjunto dos aparelhos ideológicos que fazem com que
a sociedade exista e se mantenha. Estreitos, porque privilegiam, precisamente, de modo geral, a
análise da ideologia, de maneira quase exclusiva.
O que parece, sim, surgir da exposição é que no caso das relações entre escola e classes sociais a
harmonia apresentada pelos autores parece perfeita: as estruturas objetivas produzem os habitus de
classe e, em particular, as disposições e predisposições que, gerando as praticas adaptadas a essas
estruturas, permitem o funcionamento e a perpetuação das estruturas. Neste sentido, a noção de
existência de códigos linguísticos
é de central importância. Existem códigos linguísticos
que
se expressam claramente na linguagem, gerando relações diferentes, constituem representações,
significações próprias da cultura de grupos ou classes sociais. Frente a essa cultura fragmentada, o
MANUAL DO INSTRUTOR
Página 10
MANUAL DO INSTRUTOR DE TRANSITO
sistema escolar impõe uma norma linguística e cultural determinada, mas aproximada àquela que é
parte do universo simbólico das famílias burguesas, e distanciada, em consequência, daquela dos
setores populares. O êxito ou o fracasso das pessoas na escola se explica pela distancia de sua
cultura ou língua em relação à cultura e às línguas escolares.
Finalmente, introduziremos o ponto de vista de Poulantzas sobre o papel da escola, no qual se
privilegia como eixo de analise a divisão trabalho intelectual/trabalho manual, como forma de
analisar tanto a função ideológica como a de reprodução da força de trabalho anexa à mesma:
Com efeito, só se pode dizer de forma totalmente análoga e aproximativa que
a escola forma
trabalho intelectual de um lado e trabalho manual
(formação técnica) de outro. Numerosos estudos mostraram amplamente que
a escola capitalista não pode, situada globalmente como está, ao lado do
trabalho intelectual, formar o essencial do trabalho manual. A formação
profissional operaria e essencialmente o saber técnico
operário não se
ensina (não pode ser ensinado
) na escola capitalista, nem mesmo em suas
máquinas e aparelhos do ensino técnico. O que se ensina principalmente à
classe operaria é a disciplina, o respeito à autoridade , a veneração de um
trabalho intelectual que se acha quase sempre fora
do aparelho escolar.
De maneira alguma, as coisas se apresentam da mesma forma para a nova
pequena burguesia e para o trabalho intelectual, sendo sua força de
trabalho, em seu lado intelectual, efetivamente formada pela escola.
(POULANTZAS, 1975:288)
DIMENSÕES FILOSÓFICAS, SOCIOCULTURAL E PEDAGÓGICA
O Brasil começa a existir culturalmente no século XVI, refletindo os seguintes modelos europeus:
Cultura ocidental cristã = Formas institucionais = Influência de Platão.
Cultura de Israel = Conteúdo ideológico religioso = cristianismo
Quanto à relação entre filosofia e Educação, Entendendo que a filosofia não se ocupa de um objeto
específico, considera-se que a Educação é apresentada à filosofia como um dos problemas da
realidade. Nesse âmbito, a reflexão sobre a Educação a partir da filosofia, deve atentar para o que
aponta Saviani (2000, p. 23), "[...] que a filosofia da educação só será mesmo indispensável à
formação do educador, se ela for encarada, tal como estamos propondo, como uma reflexão
(radical, rigorosa e de conjunto) sobre os problemas que a realidade educacional apresenta". Com
isso, compreende-se que a filosofia da Educação contribui para que as problemáticas educacionais
sejam analisadas a partir de uma reflexão que se apresenta como filosófica, de modo que sejam
buscadas possibilidades e não idéias prontas, fixas, dadas por antecedência.
Dentre os Fundamentos da Educação de que esse caderno se ocupa, buscaremos, também, analisar
o campo da sociologia, mais especificamente a sociologia da Educação. A palavra sociologia
remete a duas palavras: o vocábulo latino socius, que significa associação, e o termo grego Logus,
que diz respeito a estudos, o que possibilita o entendimento de que a sociologia busca empreender
o estudo das relações estabelecidas entre pessoas, comunidades e grupos que constituem a
MANUAL DO INSTRUTOR
Página 11
MANUAL DO INSTRUTOR DE TRANSITO
sociedade, voltando-se à análise dos fenômenos, formas, estruturas, conflitos e cooperações
resultantes das relações sociais. A sociologia, como ciência, tem sua origem vinculada a
acontecimentos que marcaram o século xix, mais especificamente a Revolução Industrial, que
instaura novas formas de organização da vida social a partir da constituição da sociedade
capitalista.
Considerando que esse exercício reflexivo evidencia a multidimensinalidade
do processo
pedagógico que envolve os saberes didáticos (CANDAU, 2000), importa retomá-la para se pensar
as inter-relações da área de Didática com os diferentes conhecimentos e os saberes postos em jogo
para o professor no momento atual da sociedade brasileira. Nesse aspecto, a procura pela retomada
dessas informações tem um objetivo neste saber:
Sinalizar para a importância do permanente questionamento histórico e epistemológico presente na
construção dos debates sobre metodologia do ensino
quando se quer, na atualidade, indagar
sobre as dimensões pedagógicas da disciplina de História, por dois motivos:
1º . Para não tomar como algo absolutamente novo uma perspectiva de ensino que, por décadas,
está presente como proposta de renovação de ensino
na educação brasileira;
2º . Localizar na atualidade tendências que marcam rupturas com a compreensão de método de
ensino difundida amplamente no Brasil até fins da década de 80.
TEORIA EDUCACIONAL
A configuração de uma nova Pedagogia pelos renovadores da educação no século XX
no Brasil produziu determinada compreensão e prática de ensino com a educação que
é perceptível até hoje no debate educacional e seu ensino. No pressuposto de que à
metodologia do ensino ou à didática estaria prescrito o caminho teórico e prático para
possibilitar uma ação renovada – entenda-se ativa – ancorou-se o debate em torno das
questões pedagógicas
do ensino.
Entende-se que tais mudanças no campo do ensino ainda se constituem em objeto de reflexão e
discussões amplas nos ambientes universitários e escolares. De um lado verificam-se posições que
indicam que a metodologia do ensino, vinculada às práticas, oportuniza dificuldades para o fazer
pedagógico, fundamentalmente no que se refere a falta de orientações e conteúdos dos temas do
cotidiano e da cultura local, em função das dificuldades de encontrar e selecionar fontes. Além do
que, tal prática de ensino condenaria a disciplina a uma fragmentação tal que, segundo se pensa,
corre-se o risco de esvaziar os conteúdos do ensino. De outro modo, encontram-se posições que
entendem que, dado os aspectos específicos do ensino, a metodologia não seria um caminho
viável, já que é necessário construir uma ordenação lógica dos conteúdos para o entendimento de
continuidade, linha do tempo, entendido como ordenação lógica do saber escolar.
Para que possamos analisar as linhas teóricas que fundamentam a Educação, é preciso considerar
que as práticas educacionais apresentam uma finalidade para a organização social, o que nos leva
a pensar a respeito dos objetivos da Educação em relação à sociedade. Explicando melhor,
consideremos o que nos diz Luckesi:
MANUAL DO INSTRUTOR
Página 12
MANUAL DO INSTRUTOR DE TRANSITO
Se a educação está eivada de sentido, de conceitos, valores e
finalidades que a norteiam, acreditamos que a primeira pergunta
a ser feita é a que se refere ao próprio sentido e valor da
educação na e para a sociedade. Cabe começar pela questão
mais abrangente e fundamental: que sentido pode ser dado à
educação, como um todo, dentro da sociedade? Da resposta a
essa pergunta segue-se uma compreensão da educação e do seu
direcionamento (Luckesi, 1994, p. 37, grifos do autor).
A Educação tem nas novas gerações um nicho de investimento produtivo, pois a partir da
formação de suas mentes e direcionamento de suas ações será possível a adaptação à sociedade,
salvando-a. É preciso observar que essa concepção da educação especial. Educação como
redentora da sociedade disseminou-se por diferentes épocas, fazendo-se, de acordo com Luckesi
(1994), presente ainda hoje, quando percebemos que educadores imprimem a seus atos a isenção
de comprometimento político. Quanto à Educação, é concebida nas teorizações dessa linha de
pensamento como parte da sociedade e que está, de maneira exclusiva, ao serviço dessas,
reproduzindo-a. Como elemento e reprodutora da sociedade, a Educação está condicionada pela
estrutura social – condicionantes econômicos, sociais e políticos.
CURRICULO E CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO
O currículo é um instrumento de função socializador, um elemento imprescindível à prática
pedagógica, pois ele está estritamente ligado às variações dos conteúdos, a sociedade a
profissionalização dos docentes. O currículo é o enfoque principal da educação, pois é só através
dele que acontecem os processos de mudanças. O mundo está em movimento acelerado de
transformações e a escola, como veículo socializador, deve oferecer um currículo que acompanhe
essas mudanças para que não se torne algo obsoleto, sem funcionalidade quando relacionarmos
com outras instâncias de informações tão próximas e tão presentes na vida da
humanidade. Segundo Philippe Perrenoud, o currículo tenha precedência e se fundamente naquilo
que pareça essencial para ensinar e aprender, em vez de fundamentar-se na obsessão de avaliar de
modo preciso ou na preocupação de fazer boa figura diante de uma concorrência que passa por
tantas mediações; o sucesso escolar se fundamente numa avaliação equitativa do conjunto das
dimensões do currículo.
É muito importante lembrarmos que um dos aspectos fundamentais quando se fala em
organização do currículo escolar é a forma como se avalia as aprendizagens que os alunos
efetivam durante seu desenvolvimento. Com isso, o currículo e a avaliação da aprendizagem
escolar, são faces indissociáveis de uma mesma moeda e que, portanto, ocorrem simultaneamente.
A ideia de que a avaliação da aprendizagem dos alunos é um processo dissociado do
desenvolvimento curricular nasceu com a pedagogia tradicional e ainda se faz presente em
diferentes modelos da aprendizagem. Basicamente é tudo aquilo que contem informações mais
precisas sobre como e quando vai fazê-lo e também sobre os processos de avaliação das
MANUAL DO INSTRUTOR
Página 13
MANUAL DO INSTRUTOR DE TRANSITO
aprendizagens. Geralmente, resume-se a uma relação de matérias, cada qual com seu, o currículo é
uma lista de tudo aquilo que uma escola pretende ensinar.
Os currículos evoluem ao longo do tempo e podem sofrer muitas alterações no espaço de algumas
gerações. Matérias podem desaparecer, como o Latim. Outras podem ser criadas, como a
famigerada Educação Moral e Cívica, nos anos da ditadura, ou a Educação Ambiental, mais
recentemente. Novos conteúdos podem ser incorporados, seja por causa de evoluções da
ciência seja por vontade de reformular os métodos de ensino (como no caso da fracassada
experiência com a Matemática Moderna na escola fundamental ou do bem-sucedido uso da
literatura infantil na aprendizagem da linguagem escrita). O currículo pode ser uma referência
sobre o modo de ser da escola, especialmente quando apresenta inovações em seus conteúdos.
O currículo deve posicionar se como um meio para que o aluno possa dar o tudo de si,
contribuindo para a construção do conhecimento. As diferenças presentes neste ambiente, podem
e devem ser utilizadas como estímulo e possibilidade de conhecimento. Acolher as diferenças
étnicas, raciais, culturais, sociais, religiosas, físicas e mentais, entre outras, é o papel fundamental
do currículo e ação primordial na construção do conhecimento.
Ao chegar à escola, o aluno já traz de casa um conjunto de habilidades e competências que
precisam ser desenvolvidas, e por sua vez, definidas pelo professor. Além de promover o
desenvolvimento dessas habilidades, o professor precisa aprender a interagir, perguntar e fazer
bons questionamentos, sendo flexível para mudanças metodológicas que surgirem no decorrer de
sua prática, em todas as áreas curriculares, fazendo com que o currículo se torne mais próximo da
identidade do aluno. De acordo com Moreira (1990, p. 54):
Paralelamente às mudanças na vida social, à escola deveria
transformar-se e organizar-se cientificamente de modo a compensar
os problemas da sociedade mais ampla e contribuir para o alcance de
justiça social.
O professor, bem como toda a equipe que compõe a escola, deve criar um meio educacional
adaptado às condições locais do aluno dentro e fora da escola. Isto favorece o envolvimento
escola-aluno, promovendo um relacionamento capaz de ocasionar à identificação de ambas as
partes, não somente no campo intelectual, mas também em reflexões sobre nós mesmos como
seres humanos. Mediante a isso, consegue-se apresentar alguns estudos e pesquisas que
evidenciam a importância do currículo como fator indispensável para o bom desenvolvimento do
aluno no processo educacional.
PROCESSO DE ENSINO APRENDIZAGEM
Ora, na busca de compreender o mundo, o aluno dispõe de múltiplas e diferenciadas informações.
Informações essas que chegam a todo o momento, com maior ou menor clareza, maior ou menor
velocidade e intensidade, chegando à superposição. Conforme essas informações - carregadas de
cor, luminosidade, elementos éticos e estéticos, filosóficos, históricos, afetivos, psicológicos
tomam corpo na história do aluno, elas passam a constituir o seu referencial - o seu conhecimento
prévio diante daquilo que a escola propõe-se a ensiná-lo. Frente à organização e intencionalidade
MANUAL DO INSTRUTOR
Página 14
MANUAL DO INSTRUTOR DE TRANSITO
da escola, esses conhecimentos prévios, não raro, encontram-se desordenados, desarticulados.
Fazem parte, ainda que contendo elementos ditos científicos
, do conhecimento de senso-comum,
pela sua desarticulação e ausência de objetividade e clareza. Senso-cornum que pode ser
compreendido como o conjunto das representações, das crenças, do saber-fazer, que constituem os
conhecimentos dos indivíduos (Duarte, 1997).
Faz-se necessário salientar que os conhecimentos que constituem os conteúdos escolares são
cultural e socialmente já construídos. Desta forma, advêm de processos sociais