Conheça Mais Jesus Cristo Em Toda Bíblia
De Zélio Cabral
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Conheça Mais Jesus Cristo Em Toda Bíblia - Zélio Cabral
CONHEÇA MAIS JESUS CRISTO
EM TODA BÍBLIA
VOLUME 1
ZÉLIO CABRAL
1ª. Edição – Brasil - 2016
Examinais as Escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas que de mim testificam.
(João 5.39)
"Então ele lhes disse: Ó néscios, e tardos de coração para crerdes tudo o que os profetas disseram! Porventura não importa que o Cristo padecesse essas coisas e entrasse na sua glória? E, começando por Moisés, e por todos os profetas, explicou-lhes o que DELE se achava em todas as Escrituras."
(Lucas 24.25-27)
"No princípio era o Verbo (a Palavra), e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez. A vida estava nele e a vida era a luz dos homens... E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai." Por isso encontramos o Filho de Deus já no Antigo Testamento. (João 1.1-4,14)
SUMÁRIO
Introdução
1 - Gênesis: O Carneiro no Altar de Abraão
2 - Êxodo: O Cordeiro Pascoal
3 - Levítico: O Sacrifício Expiatório
4 - Números: A Rocha Ferida
5 - Deuteronômio: O Grande Profeta de
Deus
6 - Josué: O Príncipe do Exército do Senhor
7 – Juízes: O Nosso Libertador
8 – Rute: O Nosso Parente
9 – 1 Samuel: A Nossa Vitória
10 – 2 Samuel: O Descendente de Davi
11 – 1 Reis: O Doador da Sabedoria
12 – 2 Reis: O Rei dos Reis
13 – 1 Crônicas: O Rei de Deus
14 – 2 Crônicas: Aquele que faz Aliança
15 – Esdras: O Nosso Auxílio
16 – Neemias: O Nosso Ajudador
17 – Ester: O Nosso Mardoqueu
18 – Jó: O Nosso Redentor
19 – Salmos: O Guarda de Israel
20 – Provérbios: A Nossa Sabedoria
21 – Eclesiastes: O Alvo Verdadeiro
22 – Cantares: O Amado
23 – Isaías: O Profeta Sofredor
24 – Jeremias: A Nossa Justiça
25 – Lamentações: O Varão de Deus
26 – Ezequiel: O Senhor de Quatro Rostos
27 – Daniel: O Quarto Homem na Fornalha
28 – Oséias: O Esposo da Igreja
29 – Joel: Aquele que Habita em Sião
30 – Amós: O Deus dos Exércitos
31 – Obadias: O Nosso Salvador
32 – Jonas: O Profeta Ressuscitado
33 – Miquéias: O Ajuntador de Israel
34 – Naum: Aquele que Traz Boas Novas
35 – Habacuque: O Senhor no Seu Santo
Templo
36 – Sofonias: O Pastor de Israel
37 – Ageu: Aquele que Faz Tremer Céus e
Terra
38 – Zacarias: O Renovo
39 – Malaquias: O Sol da Justiça
Jesus para mim
INTRODUÇÃO
É com imenso prazer e profunda alegria que atendendo ao Santo Espírito de Deus, escrevi este primeiro volume do livro Conheça mais Jesus em toda Bíblia, abrangendo todo o Antigo Testamento, honrando ao Filho de Deus, Jesus Cristo.
Jesus está presente em toda a Bíblia. Livro a Livro. De Gênesis a Apocalipse.
Desde o início, na criação, em todos os acontecimentos, revelado pelas sombras por todo o VT e claramente por todo o NT, trazido à sua forma humana, pregando, curando e salvando, depois crucificado, ressuscitado e glorificado.
Jesus é o carneiro no altar de Abraão morrendo em sacrifício por toda a humanidade.
Jesus é como o Cordeiro no jardim do Éden, que foi morto para cobrir a nudez dos pecadores.
Jesus é como a árvore da vida, pois dá vida eterna a todos os que o recebem e comem d'Ele.
Jesus é como Abel, pois o Seu sangue clama não por condenação, mas por justiça.
Jesus é como Abraão que saiu da sua terra para um país desconhecido, para formar um povo incontável.
Jesus é como Jacó que foi ferido ao lutar por nós.
Jesus é como Moisés, guiando o seu povo, a Rocha jorrando água, o galho na água amarga.
Jesus é como Jó, o Justo que padeceu e suportou grande dor.
Jesus é como David, vencendo os gigantes que nos afrontam.
Jesus é como Ester que diante do Rei intercede pelo Seu povo.
Jesus é como Jonas, lançado ao mar para salvar a tripulação.
Jesus é como o cordeiro da Páscoa que morreu em nosso lugar.
Jesus é o Templo, o sumo-Sacerdote, o Rei, o Sacrifício, o Pão, o Dízimo, o Sábado...
O que direi mais... Conheça mais Jesus Cristo em toda sua Bíblia.
Zélio Cabral
Autor do Livro
JESUS, EM CADA LIVRO DA BÍBLIA
Nos livros históricos
1 – EM GÊNESIS JESUS É: O Carneiro no Altar de Abraão
"Então levantou Abraão os seus olhos e olhou; e eis um carneiro detrás dele, travado pelos seus chifres, num mato; e foi Abraão, e tomou o carneiro, e ofereceu-o em holocausto, em lugar de seu filho."
(Gênesis 22.13)
Jesus Cristo, o Filho de Deus é o carneiro que foi sacrificado no altar de Abraão há cerca de 3.700 anos atrás. Quando Abraão ia sacrificar Isaque, Deus não o permitiu. Ao levantar seus olhos, Abraão viu um carneiro embaraçado pelos chifres. Tomou o e o sacrificou em lugar de seu filho (Gênesis 22.13). Conforme o texto nos mostra, o carneiro foi providenciado por Deus para que Isaque fosse poupado e, ainda assim, o sacrifício fosse realizado. A justiça divina exige que todo pecado tenha a devida punição. O sacrifício pelo pecado da humanidade não poderia deixar de ser efetuado. Todos nós morreríamos eternamente em consequência do nosso pecado. Entretanto, a providência divina preparou um cordeiro, Jesus, que foi morto em nosso lugar a fim de nos dar a vida eterna (João 1.29). A história do quase sacrifício de Isaque é uma das mais tocantes da Bíblia e ela relata isso. Além da sua dimensão psicológica (o que se passava pela mente do pai, que vai sacrificar o filho, e do filho, que vai ser sacrificado), tem uma dimensão existencial profunda, para toda a humanidade, com uma aguda contemporaneidade. A cena se desenrola em função do monte Moriá, lugar em que, um milênio mais tarde o rei Davi compraria um sítio pertencente a Ornã para nele construir o templo de Jerusalém (1 Crônicas 21.18). Foi neste monte onde Abraão esteve para oferecer Isaque em sacrifício ao seu Deus que o rei Salomão construiu o templo
que levou seu nome (2 Crônicas 3.1). Atualmente, há uma mesquita no lugar que se supõe tenha ficado o altar para onde Abraão levou seu filho. Os muçulmanos crêem que foi deste monte que Maomé e seu cavalo subiram para o céu.
Estas informações ajudam a entender por que judeus e palestinos lutam até a morte por Jerusalém, cidade sagrada para estas duas religiões. O texto é de poucas palavras. Trata-se de uma narrativa seca, sem explicações. A Bíblia não descreve o que se passa no interior de Abraão daquela loucura
. Esta secura
bíblica torna inesgotável o texto.
UM DRAMA REAL
Para termos uma visão mais clara do drama de Abraão-Isaque, o sacrifício humano, especialmente de filhos por seus pais, era uma prática comum nas religiões daquela época. Os pais podiam dispor da vida dos seus filhos para fins religiosos, sem que isto se constituísse crime. Isaque sabia disso. O dilema era profundo. Isaque fora dado a Abraão e Sara com a promessa que, por meio dele, Deus abençoaria a descendência deles e, por extensão, toda a humanidade.
Agora, Deus lhe uma ordem taxativa, sem espaço para um não
. Abraão não hesitou. Ser escolhido de Deus é um privilégio, mas também uma provação. A obediência de Abraão é imediata e completa. Não é a primeira que Abraão deixa sua terra. Abraão é sempre um homem disposto a mudar de cidade, se Deus determinar.
Agora, então, novamente sob a ordem de Deus, ele faz uma viagem de quatro dias, deixando sua esposa, seus parentes e seus amigos para uma viagem cuja razão não podia revelar a ninguém, simplesmente porque ia cumprir uma ordem absurda, protagonizando um sacrifício absurdo. Se Isaque morresse, a promessa de Deus não poderia ser cumprida. Como Deus poderia fazer uma prova dessa, que parece contrariar sua própria promessa? Abraão e Sara o
tiveram já velhos. Sem Isaque, ficariam sozinhos. Pais sem filhos, naquela cultura, eram pais condenados ao abandono, ao desperdício dos seus bens e ao desaparecimento do nome da família na história. O nome de Abraão seria apagado. Em certo sentido, o nome de Deus também desapareceria, porque a Abraão, no período histórico, foi o primeiro a ouvir a sua voz e prestar culto a ele. Não ficariam sucessores da verdadeira adoração.
O filho da promessa, partindo, acabava a esperança do plano de Deus se realizar. O sentido da vida também iria junto como aquele sacrifício no monte Moriá. Mesmo neste temor, não há em Abraão sequer uma nota de lamentação.
Abraão não pede nada. Abraão não dá ordens a Deus. Apenas obedece. Ele sabia, por experiência própria, que o caminho de Deus é perfeito e que a promessa do Senhor é provada; ele é um escudo para todos os que nele confiam. (Salmo 18.30)
Há um outro dado, que acrescenta uma dimensão de angústia ainda maior à decisão de Abraão. Não havia a crença na ressurreição dos mortos. Estamos no alvorecer da fé. A revelação de Deus encontrava-se no amanhecer. Praticamente só no período do Novo Testamento esta crença se tornou real, pelas palavras e ações de Jesus Cristo e especialmente por Sua própria ressurreição. Diante do fim iminente, Abraão deve ter perguntado, como alguns de nós temos feito na hora de subirmos os nossos moriás: O que é que Deus está querendo me dizer com isto?
Abraão, portanto, não estava participando de uma peça teatral. Embora não soubesse como a história iria terminar, ele se mostrou, segundo o texto bíblico, um homem disposto a ir até o fim no drama real por que passava. Portanto, ele subiu o monte para uma tragédia anunciada.
A PROVA ONTEM E HOJE
Deus pôs Abraão à prova. E Abraão passou no teste, com distinção e louvor
.
Abraão tirou a nota máxima. Deus sabia que aquilo era um teste e que Abraão
seria aprovado. Deus só prova a quem ele quer aprovar. Abraão, no entanto, deve ter tremido e tremido. Possivelmente, deve ter secretamente orado, como Jesus oraria no Getsêmani: Pai, se for possível, passa de mim este cálice
. Deus fez um teste com Abraão. Seu objetivo era verificar se a esperança de Abraão estava no Pai ou no filho (Isaque). Seria Abraão capaz de amar a Deus de todo o seu coração e com toda a sua alma? (Mateus 22.37). A prova demonstrou que Abraão vivia pela fé e na força do Espírito Santo.
Deus nos prova
Esta é uma história de poucos diálogos narrados. Quase ninguém fala. Deus fala no início e no fim. No meio, está em silêncio. Abraão só fala o essencial. É assim mesmo: na provação, experimentamos o silêncio, tanto o silêncio de Deus, quanto o nosso próprio silêncio. Deus não deve dizer nada, para que a prova aconteça; nós ficamos em silêncio porque não temos o que dizer. A propósito, Deus não se impressiona com nossas palavras, sejam de amor a ele ou de declaração de confiança a ele. Deus quer mais que palavras. Deus quer que nós mudemos as nossas mentes. Para prosseguir, precisamos responder a uma pergunta, em função da experiência de Abraão: Deus nos prova? A Bíblia informa que sim. Referindo-se ao povo de Israel no caminho para a terra prometida, Deus disse:
Eu te experimentei [testei, provei] junto às águas de Meribá.
(Salmo 81.7) Quem lê a história toda, registrada em Êxodo 17, sabe que Moisés, cinco séculos depois de Abraão, foi reprovado no teste. Mais de um milênio depois de Isaque, o rei Ezequias passou também por um teste. O cronista bíblico informa que Deus permitiu que tomasse uma decisão errada e arcasse com as suas conseqüências. O autor sagrado, no entanto, acrescenta: Deus o desamparou, para prová-lo e fazê-lo conhecer tudo o que estava no coração (do rei).
(2 Crônicas 32.31)
Nossa atitude diante da prova
Qual deve ser a nossa atitude diante da prova? Primeiramente, devemos ter claro para nós que nem todo monte de nossa vida é o Moriá. Nosso problema pode ser o monte decorrente do nosso erro de avaliação ou perspectiva. Nossa dificuldade pode ser o monte decorrente do nosso pecado. Se estamos noutro monte que não Moriá, devemos nos voltar para Deus e acertar nossas vidas. Só assim Deus, se quiser, poderá nos levar ao verdadeiro Moriá. Então, se Deus está nos provando, temos que nos portar como Abraão. No terceiro dia da caminhada, depois de avistar o monte do holocausto, ele disse aos adolescentes que os acompanhavam: Sentem-se aqui com o jumento. Eu e o adolescente iremos até lá. Nós nos prostraremos e depois retornaremos aqui. Disse que os dois, não apenas ele, mas ele e o filho, voltariam. Pela fé, Abraão subiu ao monte. Pela fé, creu que voltaria e não voltaria sozinho. Abraão não disse essas palavras para enganar
seus empregados, porque não precisava disso, já que era o senhor deles. Abraão não sabia o que iria acontecer. Tudo o que ele disse, ele o disse pela fé. Em meio da prova, temos que dizer como Abraão, ao seu filho, enquanto caminhavam para a morte: Deus proverá. Abraão não sabia o que, quando e como Deus iria prover. Sua resposta foi, ao mesmo tempo, uma afirmativa de fé e uma evasiva. Era como se dissesse: Meu filho, eu não sei. Não vamos pensar nisso agora, não. Basta a cada momento o seu mal. Agora, o que temos que fazer é subir para o holocausto.
O Abraão que disse Nós voltaremos
e Deus proverá
levou o filho até o alto, preparou o altar, levantou a mão e ia baixá-la para degolar o adolescente.
Abraão disse o que disse pela fé; Abraão fez o que fez pela fé.
A fé que temos aqui é a fé que obedece, mesmo que não entenda. Se precisamos entender, não é fé. Se precisamos ver, não é esperança.
É assim que devemos nos portar. Em lugar de desesperar, o convite que a Bíblia nos faz é outro: confiar. Mesmo que o espinho não seja tirado de nossa carne, mesmo que a figueira não floresça, mesmo que estejamos no vale sombrio da falta de perspectiva, creiamos que Deus fará o que for melhor para nós. Essa é a dinâmica da fé.
Por que Deus prova?
Na verdade, Deus não precisa nos experimentar, porque nos conhece no fundo da alma. Assim mesmo, o Senhor prova os nossos corações (1 Tessalonicenses 2.4). Deus nos prova, porque nós precisamos ser experimentados, para aprendermos a viver e para termos temperada a nossa fé. Ele faz isto conosco quando é íntimo de nós, para que fiquemos ainda mais íntimos dele. Deus nos põe à prova para ver se estamos prontos para trilhar os Seus caminhos. A experiência do deserto por parte do povo integrava o projeto de provas do Senhor. Moisés disse ao povo: Então, te lembrarás de todo o caminho pelo qual o Senhor teu Deus tem te conduzido durante estes quarenta anos no deserto, a fim de te humilhar e te provar, para saber o que estava no teu coração, se guardarias ou não os seus mandamentos. (Deuteronômio 8.2). Abraão saiu outra pessoa daquele teste. Isaque voltou diferente do morro para onde fora morrer. O mesmo acontece hoje com quem passa pelo teste.
Deus nos prova para que o vejamos
Naquele monte, Abraão viu Deus se manifestando com todo poder. Do meio do nada, surgiu um carneiro para o sacrifício. Moriá ficou conhecido como o monte de Jeová Jirê. Esta expressão pode ser traduzida como Jeová provê, mas também, alternativamente,