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Contos para uma noite fria
Contos para uma noite fria
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E-book127 páginas1 hora

Contos para uma noite fria

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Sobre este e-book

Ao abrir Contos para uma Noite Fria, prepare-se para entrar em um universo de histórias fantásticas, de sobrenatural, absurdo e distopia, onde sonhos se tornam pesadelos e cenários misteriosos viram delírios apocalípticos. A inquietação e o medo (do estranho ou de nós mesmos), então, ganham vida, com vários estilos e temáticas. E, apesar da diversidade que vai da melancolia do artista a possíveis futuros e devaneios em torno de si, um tipo específico de linha costura todas as narrativas - uma grande perturbação. E, em vez de querer escapar, você se verá envolvido por este universo tão louco quanto um mundo de cabeça para baixo.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento10 de mar. de 2022
ISBN9788594861191
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    Contos para uma noite fria - Bruno Anselmi Matangrano

    cover_epubfolha

    Contos para uma Noite Fria

    Copyright © 2014 Bruno Anselmi Matangrano

    Autor

    Bruno Anselmi Matangrano

    Diagramação

    Marcelo Amado / Página 42

    Editor-Chefe

    Tomaz Adour

    Prefácio

    Rogério Caetano de Almeida

    Preparação de Texto

    Carol Chiovatto

    Revisão

    Tomaz Adour

    Leonardo de Barros Sasaki

    Ilustrações e Capa

    Dandi


    M425c

    Matangrano, Bruno Anselmi

    Contos para uma noite fria / Bruno Anselmi Matangrano; ilus-trações de Dandi; prefácio de Rogério Caetano de Almeida. – Rio de Janeiro: Vermelho Marinho, 2014.

    120 p.

    ISBN: 978-85-8265-043-1

    1. Literatura brasileira – Contos. 2. Literatura fantástica – Contos. I.

    Dandi. II. Almeida, Rogério Caetano de. III. Título.


    Índice para catálogo sistemático:

    1. Contos: Literatura Brasileira

    INDICE

    PREFÁCIO

    INTRODUÇÃO

    DUAS OBSESSÕES: O TEMPO E A LOUCURA

    O VIAJANTE

    O GERME DA IMAGINAÇÃO

    ESTÁTUAS

    GRAVIDADE ÀS AVESSAS

    A DAMA DE BRANCO

    A MELANCOLIA DO PIANO

    O FUTURO DA HUMANIDADE

    ENCONTRO ÀS ESCURAS

    A DONZELA E O RUBI

    MISE EN ABYME (OU COMO EM UM POEMA DE POE)

    O BECO DOS AFLITOS

    ENTRE O TEMPO E O ESPAÇO

    AGRADECIMENTOS

    img2

    prefacio

    por Rogério Caetano de Almeida

    Antes do livro, o homem. Bruno, o homem, conheci menino. Fui seu professor no Ensino Médio e, a partir desse momento, surgiu uma amizade profunda, ainda que nossos caminhos se cru-zem e se distanciem constantemente. Além da amizade, ele me convidou para prefaciar seu livro porque, de alguma forma, acha que o ajudei a optar pela escrita e pelas letras. Enobrece-me o convite, mas ele já era escritor na adolescência.

    Também não o incentivei a continuar, pois estudava poesia e o incitava a tentá-la. Era prosa. Sempre foi prosa. Desde a adolescência, enredos com uma atmosfera de um romantismo tardio, ligados ao fantástico e ao absurdo, influenciados por Walter Scott e Álvares de Azevedo, além de sua fixação por Sherlock Holmes. Que bom que ele não me ouviu…

    …e eu o ouvi! O escritor, antes de ser professor, também me agulhou com as maravilhas e estranhezas do fantástico, tema que hoje estudo. O homem, em seu primeiro livro, é reflexo dessa madura humildade intelectual. O livro é composto por doze narrativas, mas para não estender o prefácio até a chatice, comento-as brevemente.

    De maneira geral, há uma delicada preocupação com a linguagem, como grandes autores sóbrios. Se a expectativa é de arroubos linguísticos, no texto, eles não aparecem – inten-cionalmente. A aldrava antiquada de O Viajante mostra que a linguagem sóbria significa no texto. E o significado se revela apenas ao final. Além disso, tal moderação talvez seja uma inovação no contemporâneo.

    A linguagem se faz em Estátuas através de um humor tipi-camente britânico. As estátuas, inicialmente, parecem proporcio-nar ao personagem uma sublimação decadentista, no entanto, ela é desconstruída rapidamente com o fantástico tomando corpo e mesclando-se a uma fuga do espaço de raridade.

    O mote de Germe da Imaginação, um dos maiores textos da obra, dialoga com o Fahrenheit 451, de Ray Bradbury. Em con-sonância com o que ocorre nas narrativas distópicas, o texto nos conduz a refletir sobre o espaço da loucura – ela está na interioridade ou na exterioridade?

    O conto Gravidade às Avessas começa com o estranho do próprio mundo, que depois vai se aproximando muito daquele homem metamorfoseado em barata, apesar de os enredos serem absolutamente diferentes. A extática de um texto que questiona a lógica do espaço se encaminha para uma dinâmica de um filme de ficção científica, mas com um existencialismo típico do discurso da literatura.

    Seu Encontro às Escuras talvez seja o texto mais diferente do livro. Não pelo estilo ou pelas opções que o próprio gênero exige, mas pelo fato de remeter diretamente ao poema de Soares de Passos e, mais indiretamente, à história de Inês de Castro e Pedro II de Portugal, além de haver, no início, remissões a Camilo Pessanha. Enfim, um conto histórico-fantástico, ligado à poesia.

    A estranheza e o caos parecem se apossar definitivamente do todo da obra quando a epígrafe de A Melancolia do Piano sugere que o leitor escute uma música para ser abarcado pela atmosfera sinestésica proposta. O parco conhecimento musical me fez ouvir a música enquanto lia, conforme a sugestão. E é exatamente isso que se deve fazer para a totalidade do sentido ser apreendida, mesmo para os leigos. O conto é uma composição musical.

    O Futuro da Humanidade é composto em pequenas partes – mosaicos de estilos literários com os quais a escrita dialoga nos conteúdos e na forma. Ele mostra o quão difícil é desenvolver um enredo e fazer com que sua tessitura dialogue com uma tradição referenciada e apropriada na construção do estilo de todas as suas partes.

    A Dama de Branco e a A Donzela e o Rubi permeiam um tema muito comum no universo do fantástico: uma mulher misteriosa. Já Mise en Abyme é um trabalho interessante ligado a um novo tipo de fantástico, no qual a subversão do real se faz entre a linguagem do sonhar acordado e a relação do tempo-espaço com a construção do enredo. Outro tema caro ao fantástico que está presente aqui é o descrente que crê – seria este o beco de O Beco dos Aflitos?

    A narrativa que encerra o livro, Entre o Tempo e o Espaço, não discute um entre-lugar apenas. A questão é o existir-se para si mesmo. A narrativa desenvolve um tema, o do esquecimento de si, sob a perspectiva do enfermo. Isso proporciona muito do que se vê na produção insólita. Afinal, todos nós, nossa realidade, enfim o universo é regido pelo caos, pelo absurdo que é nossa linguagem, nossa realidade.

    Para encerrar volto ao homem: Bruno nunca me ouviu e, por isso mesmo, sua linguagem se construiu de forma própria com interferências, ainda bem!, diversas das minhas. Assim, continuamos discordando em algo: ele insiste em adotar um estilo britânico de escrita. Não seria mais uma vez, como com o gênero fantástico, ele me mostrando a beleza do outro caminho?

    Rogério Caetano de Almeida é professor de Literatura Brasileira na Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR). Mestre em Estudos Comparados de Literaturas de Língua Portuguesa e Doutor em Literatura Portuguesa, pela Universidade de São Paulo (USP), dedica suas pesquisas ao Grotesco e ao Fantástico na literatura e nas artes. Atualmente, coordena o grupo de estudos O Estranho, o Fantástico e o Grotesco: estudos sobre os gêneros.

    introdução

    DUAS OBSESSÕES: O TEMPO E A LOUCURA

    Entre a loucura e o sobrenatural, a fé e o divino, o limiar é muito, muito tênue; a lucidez pode vir a se mostrar uma ilusão, os sonhos uma verdade e a imaginação a única realidade possível.

    Para além do onírico e do espectral, o tempo exerce seu poder inexorável e, sob seu jugo, o espaço se

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