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Explicando o Antigo Testamento: Suas histórias, profecias, leis, costumes
Explicando o Antigo Testamento: Suas histórias, profecias, leis, costumes
Explicando o Antigo Testamento: Suas histórias, profecias, leis, costumes
E-book245 páginas6 horas

Explicando o Antigo Testamento: Suas histórias, profecias, leis, costumes

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Sobre este e-book

Um livro essencial para a compreensão de toda a história da humanidade e o modo pelo qual Deus caminha com seu povo. O autor descreve as mais belas histórias, comenta as diversas profecias, as leis antigas e os costumes existentes. Adquirir essa obra é um passo importante para o entendimento da mensagem e dos ensinamentos de Jesus no Novo Testamento.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento7 de out. de 2021
ISBN9786555271416
Explicando o Antigo Testamento: Suas histórias, profecias, leis, costumes

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    Explicando o Antigo Testamento - Francisco Albertin

    OS LIVROS DO PENTATEUCO

    PENTATEUCO é uma palavra que vem do grego (He Pentateuchos) e significa o livro em cinco volumes. É formado por:

    1. Gênesis (origem).

    2. Êxodo (saída, libertação).

    3. Levítico (leis).

    4. Números (recenseamento).

    5. Deuteronômio (segunda lei).

    Na Bíblia hebraica (Tanah), os judeus referem-se a esses livros como Torá — lei.

    Gênesis

    1. Visão geral

    Gênesis é uma palavra grega que significa nascimento, início, origem. O primeiro livro da Bíblia foi assim chamado porque nele encontramos as narrativas sobre as origens do mundo, da humanidade, do pecado e da história do povo de Deus.

    Ele não foi o primeiro livro da Bíblia a ser escrito. Ao que tudo indica, ele só foi escrito ao longo do exílio da Babilônia, entre os anos 586 até 538 a.C. (antes de Cristo).²

    2. Divisão do livro

    Podemos dividir o livro do Gênesis em duas partes:

    a) capítulos de 1 a 11 — falam das origens do mundo, do homem, da vida e do pecado. Devemos tomar muito cuidado ao ler esses capítulos que foram escritos de maneira simbólica, e não histórica ou científica. Na verdade, ninguém sabe, com certeza, o modo pelo qual foi criado o mundo, qual a origem do mal e como o ser humano (homem e mulher) surgiu. Para as pessoas de fé, foi Deus quem criou o mundo, o homem e a mulher;

    b) capítulos de 12 a 50 — falam da formação e da história do povo de Deus. Aqui vamos encontrar a história de Abraão, Isaac, Jacó, Esaú, Dina, José do Egito e outras.

    3. Explicando o Gênesis

    Vários assuntos são abordados ao longo desse importantíssimo livro da Bíblia, o qual fala sobre o começo do mundo e a origem da humanidade. Dentre eles, destacamos: a criação, o paraíso, Adão e Eva, o dilúvio, a Torre de Babel e a História do Povo de Deus.

    3.1. A criação

    O livro do Gênesis começa descrevendo a criação (narrativa sacerdotal) e mostra que toda a origem do universo é estruturada no esquema da semana: a criação se deu ao longo de seis dias, sendo que, no sétimo, Deus descansou. A observância do sábado, que é o sétimo dia, é importante, pois marca o término da criação e o descanso de Deus, além de distinguir o povo judeu dos demais povos.

    A afirmação central de que Deus criou todos os seres o faz Senhor de todo o universo, acima de todos os outros deuses das outras nações. A natureza foi criada por Deus.

    Mas há uma outra narrativa sobre a criação (2,4b-25), chamada de javista, no século X a.C., na época do Rei Salomão. Em relação à criação da mulher da costela de Adão, deve ser a mesma entendida que a mulher e o homem se complementam. Dizem até que a mulher não foi tirada da cabeça do homem para mandar nele, nem foi tirada dos pés dele para ser sua escrava; mas foi tirada do lado, para ser sua companheira.³ Perante Deus, são iguais em direitos e deveres.

    A função das narrativas da criação não é dar uma explicação científica para a origem do mundo e do homem, mas para dar respostas às determinadas perguntas de um tempo e de uma situação. O que deve ficar bem claro para nós é o seguinte: Deus criou tudo voltado para a vida; a tarefa do homem e da mulher é também preservar e criar mais vida.

    A criação, narrada em 1—2,4a, tem uma estrutura que os judeus chamam de quiasmos, ou seja, uma voltada para a outra, mostrando a unidade do conjunto. A questão da criação em 7 (sete) dias é simbólica, pois o número 7 significa, para os judeus, perfeição, plenitude e totalidade.

    A estrutura do texto sobre a criação é a seguinte:

    1º dia: Deus começa a criação;

      2º dia: firmamento: (Céu e Terra);

        3º dia: Terra e plantas;

          4º dia: Deus criou tudo, o Céu e toda a Terra;

        5º dia: seres vivos que vivem na Terra;

      6º dia: a criação dos animais e do homem;

    7º dia: Deus termina a criação e descansa.

    3.2. O paraíso (2,8—3)

    Muito se fala sobre a existência do paraíso. Afinal de contas, ele existiu, existe ou existirá? O paraíso, descrito na Bíblia, não é um lugar, mas é o estado de justiça, de paz, de fraternidade, de felicidade em que o homem deveria viver. Esse paraíso, como estado de justiça, paz e felicidade, não foi destruído, pois o projeto de Deus para o homem é que o mundo fosse um verdadeiro paraíso. Se a humanidade vivesse no amor, na partilha, é evidente que o paraíso seria real. Todavia, como lugar geográfico, nunca existiu e nem existe.

    A narração sobre o paraíso na Bíblia é apenas um modo de escrever, é descrição do estado de felicidade total ou do famoso Shalom – paz em hebraico. O objetivo do autor era mostrar a realidade dura de sua época, a questão da opressão, miséria e exílio. O projeto de Deus nada era daquilo que os homens de seu tempo viviam, mas era exatamente o contrário; daí a intenção do autor em mostrar, com seu escrito, que todo homem deve lutar para reconstruir o paraíso que Deus sempre quis. É o homem e a mulher quem constroem ou destroem o paraíso.

    Se, de fato, o amor a Deus e ao próximo predominar sobre a violência e injustiça, já é o começo da reconstrução desse paraíso. No fundo, a existência do paraíso só é possível se houver a vivência do amor entre as pessoas e a harmonia com a natureza e os animais.

    3.3. Adão e Eva

    Quando se fala de Adão e Eva, isto quer dizer que Deus criou a humanidade, e a raça humana teve um começo, e não quisera dar nomes próprios, mas coletivos. Adão significa aquele que vem da terra, a humanidade, o ser humano. Eva significa aquela que dá a vida. Os nomes, então, querem dizer todo homem e toda mulher, e não só um casal. Adão é o pai dos viventes e Eva é a mãe dos viventes. Essas respostas estão na própria Bíblia. Se alguém admitir que Adão e Eva eram, respectivamente, só um homem e só uma mulher, ou um casal, como explicar que Caim mata Abel e está com medo de ser vingado pelo primeiro que o encontrar (4,14)? Ou como explicar que Caim se uniu à sua mulher (4,17)? O texto quer apenas dizer que Deus criou a humanidade e o ser humano, o homem e a mulher.

    Qual foi o pecado de Adão e Eva?

    Há muita gente que diz que o pecado de Adão e Eva foi de ordem sexual. Não é verdade, isto não está na Bíblia. Pelo contrário, a Bíblia diz que Deus criou o homem e a mulher e deu-lhes ordem para terem muitos filhos: Sede fecundo e multiplicai-vos (1,28). Portanto, a ordem para uma vida sexual entre eles é anterior ao pecado. Além do mais, Deus nada proibiu nesse sentido. O pecado de Adão e Eva foi da auto-suficiência, do orgulho de desejarem ser como Deus, para poder dominar e explorar o seu semelhante.

    O que significa comer da árvore do bem e do mal?

    A sabedoria e a Lei de Deus são comparadas, na Bíblia, às árvores. Comer destas árvores significa ter sabedoria, observar a Lei de Deus, ser sábio, viver. Esse é, pois, o sentido da ordem de Deus: de o homem poder comer de todas as árvores, inclusive da árvore da vida (2,16).

    Mas o homem não aceita facilmente o que Deus lhe ordena, não crê na sua Palavra, quer ter a certeza, alcançar, por si mesmo, o conhecimento do bem e do mal, seguindo seus próprios critérios, deixando de lado a sabedoria e a Lei de Deus.

    A essa experiência sempre amarga, a Bíblia chama de comer da árvore do bem e do mal (2,17; 3,5). Deus o proibira exatamente porque já dera ao homem a possibilidade de ser feliz, observando sua Lei, sendo fiel e sábio. Deus não quis e não quer o mal, mas o homem o quis e quer. Esse é o sentido de não comer da árvore do conhecimento do bem e do mal.

    A maçã, na Antigüidade, era símbolo da tentação. Na Bíblia, aparece que Adão e Eva comeram do fruto da árvore, mas não fala de maçã. No Gênesis, o fruto simboliza a eterna tentação do homem em não querer conhecer-se diante de Deus, mas querer comportar-se por si mesmo; não se submeter, mas escolher o próprio caminho, julgar ser a norma única e exclusiva para conhecer o bem e o mal. Comer desse fruto ou comer a maçã é deixar Deus e seguir a si próprio.

    A nudez e o estar nu é a tomada de consciência do homem diante de Deus: ele está desarmado, envergonhado, desprevenido. O erro foi descoberto, percebido por Deus, era necessário cobrir com folhas, ocultá-lo. Antes do erro, o homem e sua mulher estavam nus, porém não sentiam vergonha (2,25). Agora, após o erro, eles perceberam que estavam nus. Entrelaçaram folhas de figueira e fizeram tangas (3,7).

    A serpente (3) personifica aqui a tentação, aquela inclinação que todos nós temos para o mal. Para o autor, a causa de todo o mal é o próprio homem deixar ser levado por essa tentação, por essa má inclinação. Antigamente, a serpente era símbolo da religião de Canaã, país em que vivia o povo de Deus. Essa religião não tinha compromissos éticos, era religião mágica, praticava a prostituição sagrada como sinal de perenidade da vida. A serpente representava também o órgão sexual masculino, reprodutor da vida; era símbolo da política absolutista do Faraó, que se julgava um deus com discernimento absoluto, política adotada por Salomão em Israel.

    Para finalizar esse tema, talvez seja necessário especificar o que vem a ser prostituição sagrada. Esse termo aparece em 1Rs 14,24; 15,12; 22,47 etc.

    Baal era adorado como deus em várias nações; era símbolo da fertilidade e da chuva. Os sacerdotes diziam que os camponeses que colhessem bastante alimento deveriam oferecer parte ao "templo para o deus Baal. Ora, eram escolhidas, no início das colheitas, várias moças que deveriam ficar no templo. Os trabalhadores da roça que mais oferecessem alimentos tinham privilégio de praticar a prostituição sagrada", isto é, dormir com moças no templo, mas tudo isso não passava de exploração e mentira. O objetivo dos sacerdotes de Canaã e nações vizinhas era pegar para si os alimentos dos camponeses. Diziam que era o deus Baal que queria a prostituição sagrada, vista como fertilidade.

    Caim e Abel (4) são irmãos e representam a relação social segundo o projeto de Deus: a fraternidade em que cada um protege a vida do outro. Todavia, a auto-suficiência pode introduzir o veneno da rivalidade e da competição que leva à morte. Caim é agricultor e representa a cidade. Abel é pastor e representa a roça. Caim mata Abel. A palavra pecado aparece pela primeira vez na Bíblia em Gn 4,7.

    Esse texto da Bíblia, que é uma denúncia contra tudo aquilo que leva à morte, à violência e opressão, mostra que há muitas pessoas que matam seus irmãos por dinheiro, poder e ganância. O mundo de hoje também está cheio de pessoas que matam seus irmãos. Nosso Deus é o Deus da vida, da partilha, da solidariedade, e deseja que os homens vivam felizes, em paz e em harmonia com a natureza, as plantas e os animais.

    3.4. O dilúvio (6—9)

    Há indícios de que, de fato, o dilúvio aconteceu, mas não no mundo todo, e sim em determinada região; aconteceu não por causa das desavenças entre deuses, como falam os mesopotâmios; não destruiu toda a humanidade, mas todos os homens da região atingida. A humanidade passa a ter um novo começo com Noé e seus filhos, que são descendentes de Adão e Eva. A Bíblia, porém, viu esse fenômeno como castigo de Deus para a humanidade depravada e viu também um modo de reafirmar a aliança do homem com Deus; mostra ainda o poder de Deus sobre a criação.

    3.5. A Torre de Babel (11,1-9)

    O objetivo dessa narrativa é explicar a causa de tantas línguas existentes no mundo. Segundo o autor, a causa de tantas línguas é fruto do orgulho do homem, o que faz com que a humanidade perca a unidade. Babel significa confusão. É interessante notar que os homens querem construir uma torre para subir ao céu, e é Deus quem desce para ver o que eles estavam fazendo.

    3.6. A História do Povo de Deus

    3.6.1. A história de Abraão (12—25)

    Sabemos que Abraão é considerado o pai de nossa fé e do povo de Deus; foi um homem capaz de sair de sua terra (Ur, na Caldéia) em busca de uma nova terra, para formar um povo que adorasse o verdadeiro Deus.

    Deus lhe promete uma grande descendência, mas ele já estava velho e ainda não tinha filhos. Sara era estéril e pediu ao marido Abraão: Javé não me deixa ter filhos: una-se à minha escrava para ver se ela me dá filhos (16,2). Agar concebe Ismael. Pela legislação antiga do Oriente, se uma mulher era estéril e desse sua escrava ao marido, o filho nascido da escrava era reconhecido como legítimo do casal. Ocorre que a promessa de Deus não falha, e Abraão com cem anos e Sara com noventa são surpreendidos com o nascimento de Isaac (cf. 21,1-7). Todavia, quando este completa certa idade, Deus pede a Abraão que sacrifique seu filho, isto é, que o mate em um altar como sacrifício (cf. 22,1-18). Será que Deus pediu isso mesmo?

    Vale dizer que essa passagem bíblica é um modo de escrever e quer mostrar a fidelidade de Abraão para com Deus, e que Ele quer a vida e não a morte.

    Devido a essa fidelidade, Abraão foi digno das grandes promessas feitas por Deus. Por outro lado, critica também o costume cananeu de sacrificar aos deuses os filhos primogênitos; Deus rejeita esse sacrifício, pois é um Deus da vida, e não da morte.

    3.6.2. A história de Jacó (25—36.47—50)

    Jacó era filho de Isaac e Rebeca e irmão gêmeo de Esaú. Era costume, na época, o pai, antes de morrer, abençoar o filho primogênito (mais velho) para que ele pudesse ser o senhor da casa, dos empregados e de outros bens. Esaú nasceu primeiro que Jacó e tinha direito de receber a bênção, mas Jacó engana seu pai e recebe a bênção (cf. 27,1-45); Esaú fica revoltado e promete vingança; Jacó foge para Harã e lá conhece e se apaixona por sua prima Raquel; diz a seu tio Labão que está disposto a trabalhar por sete anos de graça em troca de Raquel. E ele estava tão apaixonado que os anos lhe pareceram dias (29,20). Labão, no dia marcado, entrega sua filha. Era noite e ela usava um véu. Ao acordar no outro dia, Jacó viu que estava com Lia. Porém, o sogro

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