Avaliação da Aprendizagem do Estudante com Deficiência Intelectual: Que Saberes são Necessários ao Professor?
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Avaliação da Aprendizagem do Estudante com Deficiência Intelectual - Maria Marcelino
COMITÊ CIENTÍFICO DA COLEÇÃO PSICOPEDAGOGIA
Dedico este trabalho às pessoas mais importantes da minha vida: minha querida mãe e meu querido pai, que, com a permissão de Deus, uniram-se pelo amor e me concederam a vida. São meus maiores fãs e meu porto seguro.
Dedico, também, aos estudantes com deficiência que me ensinaram que não precisa de muita coisa para ser feliz. Basta ser você mesmo.
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus, que representa tudo em minha vida e permite brotar fé e força sempre nos momentos que parecem impossíveis diante das dificuldades, demonstrando assim o seu imenso amor por mim.
Agradeço aos meus pais, Noel e Severina, pelo esforço que fizeram para eu estudar e construir conhecimentos. Eles que são meus grandes amores e maiores incentivadores, respeitaram minhas escolhas, meus sonhos e aplaudiram de pé.
Aos meus irmãos e sobrinhos, que sempre se alegram com o meu desejo de novas conquistas.
Agradeço à minha família, que compreendeu minha ausência em momentos importantes, mas sei da alegria de cada um em saber das conquistas da minha vida.
A todos os meus professores, desde a escolinha de fundo de quintal que iniciei os estudos, até os do curso de doutorado. Todos contribuíram para que pudesse chegar até este momento.
Um agradecimento especial aos profissionais da escola campo da pesquisa, em especial ao professor que me recebeu com disponibilidade para que o trabalho fosse realizado, pois somente um corajoso professor abre as portas da sua sala para uma pesquisa. E estendo o agradecimento aos queridos estudantes do 5º ano, que me fizeram sentir parte da turma e com quem aprendi muito.
À Prof.ª Dr.ª Amália Monges, minha tutora, que com simplicidade, sabedoria e competência contribuiu comigo num momento muito difícil, como também à Prof.ª Dr.ª Zélia Jófili, pelas contribuições, com extensão ao Grupo de Pesquisa O lugar da interdisciplinaridade no discurso de Paulo Freire.
E com grande alegria agradecer à Prof.ª Dr.ª Glória Machado, pessoa muito especial, suas contribuições e solicitude dispensada ao longo do trabalho foram importantíssimas.
Meu agradecimento mais que especial à Prof.ª Dr.ª Rilva Uchôa, que prefaciou esta obra, pessoa dedicada a ajudar a todos de forma incontestável na busca do conhecimento e esteve presente em toda caminhada.
Sou muito agradecida à minha amiga irmã de coração, Calado, pela companhia, momentos de ansiedades, tristezas, alegria, cumplicidade... Mas todos os momentos sob o olhar de Deus e por fazer a apresentação desta obra. O meu agradecimento se estende ao seu esposo e amigo, Jorge, que de forma bem peculiar contribuiu para que pudéssemos realizar os momentos de estudo, ajudando como podia.
Meus agradecimentos às amigas Claudia Peixoto e Taciana, pelas leituras realizadas que me auxiliaram em momentos difíceis.
Agradeço à amiga Izabel Nogueira, arquiteta e design gráfica, por me presentear com o seu trabalho construindo a capa desta obra, aos professores Ricardo Marque e Fernando pela contribuição ímpar.
Agradeço a todos esses amigos, e aqueles amigos de estudo, do trabalho, da vida que em um determinado momento da caminhada, mesmo que indiretamente, estiveram presentes e foram responsáveis pelo caminho que trilhei, contribuindo, trocando experiências, apoiando e torcendo pelo meu sucesso. Todos vocês são mais que especiais, pois me mostraram o quanto valeu a pena essa caminhada e assim, ajudaram na construção deste sonho.
A todos vocês meus agradecimentos pela valiosa contribuição!
É pensando criticamente a prática de hoje ou de ontem que se pode melhorar a próxima prática.
(Paulo Freire)
APRESENTAÇÃO
A dinâmica é intensa quando o professor maneja com destreza e humanidade suas ferramentas, no sentido de alcançar seus objetivos nos diferentes contextos educacionais. Assim, reconhecer a importância de temáticas que impactam na prática da escola e em especial na sala de aula é mais que um compromisso. É não desdenhar da imensidão do desafio proposto nesse espaço. É olhar sobretudo para a diversidade. É reconhecer as diferenças. É legitimar que cada estudante é único e trabalhar na perspectiva que há outros caminhos a desbravar; compreendo que ser professor é saber lidar com as diferenças, para perceber as semelhanças, e assim construir o entendimento que somos seres singulares.
Nessa premissa, a educação vem avançando e discute diversos temas, entre eles a inclusão. Este, na atualidade, deve estar sempre em pauta, pois a inclusão ultrapassa o contexto educacional e direciona-se a todos os âmbitos da vida do ser humano. No trato ao ambiente escolar, a discussão vem fluindo, principalmente no que tange aos estudantes com deficiência, abrindo caminhos e possibilidades para mudanças significativas no processo de escolarização dos mesmos. Nesse sentido, refletir sobre a inclusão escolar do estudante com deficiência implica pensar como essa temática é infinitamente desafiadora, bem como nos diferentes matizes que lhes são pertinentes.
Assim, a constituição desta obra brotou a partir do interesse da autora em pesquisar sobre determinadas temáticas, tão necessárias, que inquietam aqueles que estão no cotidiano da escola, especialmente os que convivem com estudantes com deficiência intelectual inclusos como a autora. Essas temáticas afrontam os professores no dia a dia da sala de aula, levando-os a mobilizar saberes frente às diferentes possibilidades vivenciadas. São temáticas como: avaliação da aprendizagem, deficiência intelectual, saberes necessários à avaliação da aprendizagem, as quais compreendemos serem muito importantes para o processo de aprendizagem, porque incitam o interesse à realização de pesquisas, principalmente para os que vivem no seio da escola e acreditam firmemente na ação do professor.
Assim, esta obra dispõe-se a discutir os saberes necessários ao professor para avaliar a aprendizagem do estudante com deficiência intelectual, tema que emergiu a partir de experiências na área de educação especial da autora, como professora, anteriormente de classe especial e atualmente do atendimento educacional especializado, bem como a partir da instituição da Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva Inclusiva (2008), que apresenta no seu bojo a extinção gradativa de classes especiais e orienta os sistemas de ensino, por meio de instrumentos legais, a dar respostas às necessidades educativas dos estudantes, garantindo serviços para tal fim.
A obra apresenta a realização de um estudo de campo, que se detém a analisar e refletir sobre situações vividas na sala de aula, apresentando que tipos de saberes são necessários ao professor para avaliar a aprendizagem do estudante com deficiência intelectual. O estudo para realização da obra também esteve embrenhado por diversas inquietações, propondo-se a identificar qual a concepção do professor sobre a avaliação da aprendizagem, detectar quais funções avaliativas estão presentes na avaliação da aprendizagem do estudante com deficiência intelectual, verificar quais instrumentos são utilizados pelo professor para avaliar a aprendizagem do estudante com deficiência intelectual, descrever em qual medida a realização da avaliação da aprendizagem, em uma de sala de aula, considera a deficiência intelectual do estudante e revelar como se desenvolve a avaliação da aprendizagem do estudante com deficiência intelectual numa sala de aula. É intitulada Avaliação da aprendizagem do estudante com deficiência intelectual: que saberes são necessários ao professor?, sendo fruto da pesquisa de doutorado em Ciências da Educação da autora, e apresenta também um tema desafiador e de grande complexidade, que é avaliação da aprendizagem do estudante com deficiência intelectual, tema este de grande relevância para o processo de escolarização desses estudantes.
A obra segue na direção de responder aos objetivos postos na pesquisa, mas apresenta também outras inquietações que surgiram a partir do estudo. Dessa forma, ela não tem pretensão de cobrir todas as indagações, mas refletir sobre temáticas ainda difíceis de serem materializadas na prática, como a avaliação da aprendizagem do estudante com deficiência intelectual, visto que é uma temática inerentemente importante, de relevância educacional, a qual se encontra dentro de questões ainda pouco pesquisadas, porém de extrema atualidade e de grande valia para aqueles que estão diretamente atuando com o estudante com deficiência intelectual, seja na sala regular ou no atendimento educacional especializado.
Esta obra tem o cuidado de não apresentar um guia de saberes prontos e acabados, contudo ousa, a partir do estudado, do pesquisado, do observado, relacionar alguns saberes para reflexão sobre a avaliação do estudante com deficiência intelectual. Saberes estes abertos ao surgimento de novas reflexões.
Nesse contexto, considero a leitura da presente obra um momento agradável de análise, meditação e aprendizado, pensando quão importante é refletir acerca dos saberes necessários para avaliação do estudante com deficiência intelectual e, assim, acreditando que esta leitura pode contribuir significativamente para o aprendizado de cada leitor, bem como incitar à pesquisa, ampliar e aprofundar o debate sobre esse tema, que de tão complexo e instigante, necessita sempre ser revisitado.
Professora Maria José Calado Souza
Secretaria de Educação do Estado de Pernambuco
Pesquisadora do Grupo de Pesquisa O Lugar da Interdisciplinaridade
no Discurso de Paulo Freire.
PREFÁCIO
O momento em que recebera o convite para prefaciar esta obra me levou a ficar refletindo a relação da autora às temáticas que propõe a explanar. Não apenas pela responsabilidade acadêmica, mas por acompanhar um pouco da trajetória profissional e pessoal da autora deste livro.
Maria José de Souza Marcelino e para minha aproximação: Mary ou apenas Marcelino traz uma marca que evidentemente lhe destaca em nosso meio acadêmico: a marca de trabalhar, estudar, pesquisar e atuar na educação especial. O seu desafio maior foi especificar seus trabalhos ao atendimento educacional especializado à deficiência intelectual.
Sua demonstração em persistir na sua crença de que é possível se efetivar um trabalho de qualidade aos estudantes com essa deficiência a levou a aceitar o desafio de atrelar os estudos sobre a deficiência intelectual a uma outra temática, por demais polêmica em qualquer discussão docente: a avaliação da aprendizagem.
Testemunhei por vários momentos a investida da autora em cruzar suas concepções em busca de analisar os tipos de saberes necessários ao professor que trabalha com estudantes com deficiência intelectual para avaliá-los.
É evidente que a sua ousadia, com certeza, desenvolvida a partir de seus estudos freireanos, não a levaria a construir uma obra também ousada. Aqueles que se debruçarão na leitura deste livro vão perceber que a ousadia de Mary é tamanha que ela construiu a sua conclusão a partir de uma pesquisa com uma metodologia qualitativa com estudo de caso, acima de tudo, etnográfico. Reuniu em sua obra modalidades da pesquisa qualitativa que traz um resultado significativo e diferenciado para uma pesquisa, tanto é que Maria José de Souza Marcelino afirma que os resultados de sua pesquisa que dera origem a este seu livro não evidenciaram na prática avaliativa do professor o que ela queria investigar: os saberes necessários ao professor à avaliação da aprendizagem do estudante com deficiência intelectual. Reforça em sua conclusão que os saberes elencados em sua obra foram delineados do não saber do professor.
Muitos são, no Brasil, os estudos em torno dos saberes docentes, das concepções docentes que embasam a prática pedagógica docente, porém esta obra de Mary colabora com a discussão no meio acadêmico de temáticas complexas que precisam e instigam muito mais pesquisas e estudos. Toda e qualquer obra que enalteça a possibilidade de inclusão nos processos educativos é uma luz para que, no Brasil, essa inclusão vá se implementando em qualquer espaço social.
Quem conhece Maria Marcelino pelo seu trabalho dedicado e esmero no Atendimento Educacional Especializado compreende a grandiosidade de seu livro, que nada mais expressa do que seu compromisso com a inclusão de crianças, jovens e adultos, como também seu compromisso com implementações de processos educativos para uma perspectiva crítica de educação. Diversos sujeitos sociais poderão fazer uso de suas afirmações para refletir sobre as categorias conceituais exploradas neste livro: avaliação da aprendizagem, deficiência intelectual, saberes necessários à avaliação.
Na abordagem sobre a temática avaliação da aprendizagem, além de uma abordagem conceitual, uma abordagem também sobre as funções direcionadas à avaliação, Marcelino nos dá a oportunidade de refletir a prática avaliativa voltada para a deficiência intelectual. Penso ser uma das grandes contribuições de seu livro. A realidade educacional brasileira necessita de trabalhos que possam proporcionar processos de inclusão. E aqui está apontado um caminho para uma prática de avaliação inclusiva, uma vez que essa prática de avaliação no contexto educacional atual, evidencia-se uma prática reduzida apenas à função classificatória. A oportunidade da autora de pesquisar intensivamente participando do cotidiano em sala de aula contribui para encontrarmos em sua obra elementos significativos para dialogarmos com a prática. Exigência posta para quem ler um livro que venha colaborar, intervir na prática docente sobre a deficiência intelectual. Muito embora percebemos nas reflexões da autora a necessidade ainda de se buscar formas práticas para se envolver os estudantes com essa deficiência no processo educativo como um todo, para se minimizar o distanciamento e o isolamento desses estudantes. Penso que compreenderemos nessa parte teórica do livro as adaptações curriculares que ainda são necessárias para um caminhar da inclusão nas escolas.
Sobre os saberes dos professores, a autora fez uma extensa pesquisa e um estudo dos teóricos de mais referências sobre o assunto e destaca, a partir de seus estudos em Tardif (2014), que abordar sobre saberes necessários ao professor se torna uma complexa tarefa, por dois motivos: o primeiro porque nenhuma sala de aula é igual à outra; o segundo porque nenhum estudante é igual ao outro. E quando se trata do estudante com deficiência intelectual, muito mais perceptíveis são demonstradas essas diferenças, por vários motivos.
Sem sombras de dúvidas, reside neste livro o despertar da curiosidade do trabalho de Marcelino, pois quem tiver a oportunidade de se debruçar na leitura de sua obra encontrará subsídios de que saberes são necessários para avaliar estudantes com deficiência intelectual. Marcelino culmina com seu livro suas contribuições mais que importantes, ao longo de sua vida acadêmica e profissional com a modalidade de Educação Especial, e marca sua contribuição máxima com as discussões sobre deficiência intelectual.
Sensibilizemo-nos, pois, com a crença da autora na possibilidade de uma prática de avaliação inovadora pelos docentes que trabalham com estudantes com deficiência intelectual a partir de saberes necessários para essa prática.
Rilva José Pereira Uchôa Cavalcanti
Professora doutora em Ciências da Educação; Professora aposentada no sistema estadual de educação em Pernambuco; dirigente escolar na Escola Municipal da Guabiraba e professora da Educação Superior na Faculdade de Ciências Humanas e Sociais de Igarassu -FACIG.
Sumário
I Parte
INTRODUÇÃO
AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM
História da avaliação na educação: breves reflexões
Avaliação da aprendizagem: algumas reflexões
Diferentes funções assumidas pela avaliação da aprendizagem
Instrumentos para a coleta de dados da avaliação da aprendizagem
UM OLHAR SOBRE A INCLUSÃO
Pensando a inclusão
Inclusão escolar
Sala de aula na perspectiva da inclusão
Avaliação da aprendizagem em sala de aula na perspectiva inclusiva
Adaptações curriculares
Atendimento Educacional Especializado-AEE
ESTUDANTE COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL
Desenvolvimento cognitivo do estudante com deficiência intelectual
Avaliação da aprendizagem do estudante com deficiência intelectual
REFLETINDO SOBRE OS SABERES NECESSÁRIOS AO PROFESSOR PARA A AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM DO ESTUDANTE COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL
Saberes necessários à educação
Saberes necessários ao professor
Saberes necessários ao professor para avaliação da aprendizagem do estudante com deficiência intelectual
II Parte
CAMINHO METODOLÓGICO ESCOLHIDO
Aspectos temporal e espacial da pesquisa
Definição do campo de pesquisa
Caracterização da pesquisa
Estudo de caso com inspiração etnográfica
Amostra teórica
Técnicas e instrumentos de coleta de dados
Observação participante
Entrevista
Imagem de vídeo
Análise documental
Matriz metodológica da pesquisa
Coreografia para apresentação, análise e discussão dos achados
ANÁLISE DOS ACHADOS BUSCANDO APREENDER OS TIPOS DE SABERES
Identificando a concepção do professor sobre a avaliação da aprendizagem
Detectando funções de avaliação presentes na prática do professor para avaliação
da aprendizagem do estudante com deficiência intelectual
Verificando os instrumentos utilizados pelo professor para avaliar a aprendizagem do estudante com deficiência intelectual
Descrevendo em que medida a realização da avaliação da aprendizagem, em uma
de sala de aula, considera a deficiência intelectual do estudante
Revelando como se desenvolve a avaliação da aprendizagem do estudante com
deficiência intelectual em uma sala de aula
A organização da sala de aula
A rotina diária e a organização do tempo pedagógico
Ações propostas aos estudantes com deficiência intelectual, em momentos
considerados de avaliação da aprendizagem na sala de aula
Descrição de uma vivência na sala considerado pelo professor momento
de avaliação da aprendizagem
Identificando tipos de saberes necessários para o professor avaliar a aprendizagem do estudante com deficiência intelectual
SÍNTESE CONCLUSIVA DAS PRINCIPAIS EVIDÊNCIAS
REFERÊNCIAS
ÍNDICE REMISSIVO
I Parte
INTRODUÇÃO
O cenário educacional na pós-modernidade apresenta temáticas que possibilitam reflexões para direcionamentos ou redirecionamentos de ações no fazer pedagógico relacionadas com vistas à aprendizagem dos estudantes, já que são muitas as transformações e as mudanças no atual cenário educacional acabam por gerar indefinições, obstáculos que exigem tomadas de decisões e requer dos professores saberes ainda não consolidados para atender às necessidades dos estudantes que frequentam o ambiente escolar e, mais enfaticamente, as salas de aula.
Pode-se dizer sobre os obstáculos que são decorrentes do dinamismo em que se vive devido aos movimentos tecnológico, social e cultural, com rebatimento nos mais diversos segmentos, por exemplo, no educacional englobando processos extremamente relevantes como o ato de ensinar e aprender que, em muitas situações, levam e trazem dificuldades para o professor pelo desconhecimento da compreensão teórica de determinadas temáticas.
Processos como ensinar e aprender compreendem um arcabouço de temáticas – inclusão, avaliação, currículo, aprendizagem, saberes necessários a avaliação dentre outras temáticas – as quais são pensadas, não somente para a prática dos professores, mas sobretudo para a aprendizagem dos estudantes. Esse arcabouço, necessário aos processos citados, impõe ao professor desafios no sentido de apreender os saberes intrínsecos inerentes às temáticas e, assim, instrumentalizar, na prática docente, com o objetivo de poder atender as necessidades educacionais dos estudantes, especialmente, aquelas advindas das diferenças individuais, as quais precisam ser consideradas no fazer da sala de aula diariamente. Essas diferenças a serem consideradas, apresentam-se como relevantes, porém dificultosas na ação do professor. Pela importância com que elas se apresentam devem ser discutidas para que não se configurem num processo de potencialização da exclusão. Os professores, portanto, são desafiados no cotidiano da sala de aula a promoverem o conhecimento na tentativa de desenvolverem competências e habilidades baseadas na cognição de todos os estudantes, contribuindo para garantir o direito à aprendizagem de todos sem exceção.
Assim, significa considerar as diferenças individuais, os diferenciados ritmos, reconhecendo-os para definir por meio