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Contribuições da História da Arte para o Ensino de Artes Visuais
Contribuições da História da Arte para o Ensino de Artes Visuais
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E-book291 páginas3 horas

Contribuições da História da Arte para o Ensino de Artes Visuais

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Sobre este e-book

Contribuições da História da Arte para o Ensino de Artes Visuais. Esse é o título do livro aqui apresentado que busca levar o leitor a refletir sobre os conteúdos abordados nas aulas de Artes Visuais na educação básica. Independentemente de esse leitor se encontrar no papel de aluno ou de professor, a proposta da autora é instigar esse pensamento e, mais do que isso, apresentar questões que contribuirão para que o leitor/professor tenha um novo ponto de partida para pensar no ser professor e para que o leitor/aluno veja a disciplina de Artes Visuais como algo além de desenhar e pintar.
O livro é fruto das inquietações da autora ao longo de sua trajetória como estudante, professora e pesquisadora, pois acredita que o professor nunca pode parar de se questionar.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento19 de ago. de 2021
ISBN9786558206347
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    Pré-visualização do livro

    Contribuições da História da Arte para o Ensino de Artes Visuais - Yáskara Beiler Dalla Rosa Stodieck

    Yaskaraimagem1imagem2

    COMITÊ CIENTÍFICO DA COLEÇÃO EDUCAÇÃO, TECNOLOGIAS E TRANSDISCIPLINARIDADE

    Aos meus pais, Elmar (in memoriam) e Zita, a minha filha, Júlia, e meu esposo, Julio, pois fazem parte do meu eu e contribuem, diariamente,

    para que eu me torne uma pessoa melhor!

    AGRADECIMENTOS

    Agradeço ao professor e às professoras de Arte que comigo compartilharam suas vivências em sala de aula.

    Aos meus amados pais, por darem tanto valor aos estudos e pelo apoio e incentivo sempre prestados.

    À minha filha, Júlia Dalla Rosa do Amaral e Silva, meu orgulho, que sempre me apoia e admira meu trabalho.

    Ao meu esposo, Julio Stodieck, pela paciência, por ter tanto me ouvido quanto me incentivado, não me deixando desistir.

    À Prof.ª Dr.ª Maria Cristina da Rosa Fonseca da Silva que, com sua experiência e seu trabalho junto à formação dos professores, engrandeceu as reflexões e discussões empreendidas neste livro.

    À Prof.ª Dr.ª Sandra Makoviecky, por ter me proporcionado amar ainda mais a História da Arte.

    À professora Marcilda Regina Cunha da Rosa, mais que minha revisora gramatical, minha amiga e conselheira, sempre atenta à clareza, à concisão e à harmonia dos meus escritos.

    E a Deus, sempre tão solicitado!

    A IMAGEM BORBOLETA

    De repente, algo aparece. Por exemplo: uma porta se abre, uma borboleta passa batendo suas asas. Apenas como nada. O pensamento já adverte o perigo [...] sabemos que não é nada: uma porta não se abre senão para fechar-se em um momento ou outro; uma borboleta não aparece senão para desaparecer no instante seguinte [...] Também aqui terá que ter em conta o que segue e dizer, ao modo em que o que já não está permanece, resiste, persiste tanto no tempo como em nossa imaginação que o rememora. Como podemos falar de uma aparição senão desde o ponto de vista temporal de sua fragilidade, da obscuridade em que volta a mergulhar? Mas como falar dessa fragilidade senão desde o ponto de vista de uma tenacidade mais sutil, a que surge da possessão, da aparição, da sobrevivência? (DIDI-HUBERMAN, 2007, p. 9, tradução nossa)

    PREFÁCIO

    O livro desenvolvido pela autora teve como objetivo preencher uma lacuna há muito existente no Ensino de Arte: pensar a conexão entre teoria e História da Arte, sua fruição e o processo criador desenvolvido com estudantes no contexto da aula de Arte na educação básica. Desse modo, a pesquisadora Yáskara Beiler Dalla Rosa Stodieck pretendia estudar as relações entre História da Arte e seu ensino. Porém, para ter um quadro mais amplo dessa realidade, investigou a fundo a prática pedagógica dos professores de Arte das séries finais do ensino fundamental, observando como esses docentes articulam esses dois aspectos já mencionados.

    Considerando sua experiência profissional, tanto na educação básica como no ensino superior, a autora já havia formulado algumas ideias sobre essa realidade. Para ela, as relações entre a História da Arte e o Ensino de Arte nos anos finais, ou seja, do sexto ao nono ano, por vezes, carece de profundidade, pois as dificuldades das realidades sociais de formação e de estrutura nas escolas não estimulam a aprendizagem dos estudantes a partir dos conteúdos mais relevantes para essa realidade. Ao mesmo tempo, as abordagens precisam evidenciar os conteúdos de modo crítico e com metodologias relevantes para a ampliação do repertório dos estudantes.

    Na proposta da autora, o ensino da História da Arte, nas aulas de Arte, exige uma ampliação dos repertórios, tanto do ponto de vista do conteúdo quanto das teorias. É preciso destacar que, ainda hoje, existem poucos estudos que se dedicam ao ensino de História da Arte. Mesmo nas universidades, que possuem carreiras voltadas unicamente a esse ensino, os trabalhos de conclusão dedicam-se, majoritariamente, ao estudo de conceitos, períodos, artistas, movimentos, entre outros aspectos, e raros são aqueles voltados para a sala de aula.

    Para o desenvolvimento de seu estudo, a autora partiu de uma abordagem descritiva, portanto, qualitativa, a fim de sistematizar e analisar os diferentes aspectos envolvidos em seus estudos. Ao mesmo tempo que empreendeu uma vigorosa caminhada por escolas, também sistematizou diferentes teorias, buscando, nos autores, argumentações para apresentar uma proposta coerente e que pudesse ao fim, qualificar a ação educativa que tanto consubstanciasse a práxis pedagógica, como também fomentasse processos de formação continuada para professores de Arte. Ressalto que, no levantamento de dados, a autora pesquisou a atuação pedagógica de um professor e sete professoras, confirmando a tese de que as mulheres são a maioria que se dedicam à docência.

    Na realidade educacional, é possível vislumbrar a existência de professores atuando na educação básica sem formação adequada, fato que contribui muitíssimo para a desqualificação do Ensino de Arte nas escolas. Esses profissionais, muitas vezes, tomam as imagens da História da Arte como uma ilustração, pois lhes faltam o necessário aprofundamento para o adequado estudo do objeto artístico e as condições de produção de cada momento histórico. Nesse caso, os conteúdos da Arte ficam minimizados e não há a compreensão do papel histórico da Arte na sociedade, pois, ao mesmo tempo que a Arte interfere por meio de seus objetos e do processo criador dos artistas na sociedade, é também modificada por essa realidade social.

    Conforme aponta o autor Adolfo Sánchez Vásquez, a Arte possui uma autonomia relativa, transitando na realidade social de modo que o objeto artístico não seja unicamente uma reprodução, mas possa se transfigurar.

    Uma das contribuições do livro proposto pela autora é identificar como a práxis pedagógica revela as concepções de História da Arte, do fazer artístico e de uso das imagens na escola. Outrossim, as entrevistadas revelam como as propostas pedagógicas e os documentos curriculares de redes educacionais influenciam os planejamentos didáticos. A análise da autora torna-se mais ampla quando se utiliza, além da observação, do estudo sistemático das propostas curriculares e trajetórias de formação desse professor e dessas professoras a partir de seus históricos escolares de graduação.

    Tecendo suas contribuições, o livro identifica que, embora o professor e as professoras utilizem imagens e conteúdos de História da Arte em sala de aula, essa atividade é episódica, não existindo um aprofundamento, e mesmo a perspectiva de adicionar conteúdo às aulas de Arte é esporádica.

    Do ponto de vista do processo criador, as imagens de objetos da Arte são levadas para a sala de aula com o objetivo de desenvolver uma releitura, prática bastante divulgada nos anos de 1990, com a chegada, nas escolas, das teorias propostas por Ana Mae Barbosa a partir do livro A imagem no Ensino de Arte. A falta de referências sobre o Ensino de Arte, nos momentos que antecederam a década de 1990, fez com que a releitura se tornasse uma receita, quando precisaria se tornar um objeto de reflexão.

    Um aspecto não menos importante revelado pela autora é a ênfase às produções modernistas utilizadas pelo professor e pelas professoras, fato que, além de ressaltar a concentração da formação na modernidade, também mostra a escassez de materiais que chegam às escolas com conteúdos da Arte contemporânea. Mesmo os conteúdos da História da Arte tradicional são censurados sob o argumento de que não interessam à atualidade o estudo das produções do passado. A compreensão da produção sócio-histórica da Arte fica comprometida quando os estudantes desconhecem o passado e pouco elaboram criticamente os desdobramentos dessas realidades na modernidade e mesmo nos dias atuais.

    O estudo em questão propõe uma intensa reflexão curricular na escola que passa por ampliar o espaço da Arte na escola, como também possibilitar ao professor de Arte uma formação profunda em seu campo de estudos. Muitas vezes, a falta de formação continuada na área de estudo do professor produz defasagens irreparáveis para o cotidiano escolar. Na condição de intelectuais, os professores precisam ampliar seus estudos para além da prática imediata, construindo as formas mais elevadas de transformar os conhecimentos científicos em conhecimentos escolares, como aborda Demerval Saviani, no livro Pedagogia Histórico-Crítica, primeiras aproximações.

    Mais um aspecto que o estudo nos revela é a necessidade de uma intensa articulação entre os conteúdos de teoria e História da Arte, suas diferentes abordagens de estudo e o processo criador do artista. Ao mesmo tempo, ampliar as possibilidades de desenvolvimento do exercício prático nas escolas rompendo com a separação entre o refletir e o fazer também se constitui como desafio de continuidade para novos estudos.

    Não é possível abordar a escola básica e suas idiossincrasias sem considerar a materialidade dessa realidade, as condições que os professores de Arte têm para ensinar Arte nas escolas e a formação continuada insuficiente nas redes de ensino.

    Longe de criticar unicamente os professores, há que se considerar as condições objetivas de trabalho, bem como a influência das altas cargas horárias e do número de turmas no seu desempenho. Estudos desenvolvidos pelo projeto em rede Observatório da Formação de Professores no âmbito do Ensino de Arte apontam que a formação continuada que as redes de ensino oferecem é, majoritariamente, voltada a aspectos que dizem respeito ao conjunto dos professores da rede (temas como avaliação, tecnologias, como preencher diários de classe), existindo um investimento ínfimo na especificidade do conhecimento estético e/ou artístico para os professores que lidam com esses conhecimentos.

    Outro aspecto não menos importante suscitado pelo estudo da pesquisadora Yáskara Beiler Dalla Rosa Stodieck é o papel das instituições formadoras e das teorias pós-modernas na formação inicial dos professores. De um lado, uma formação em História da Arte bastante hermética, separada do contemporâneo e sem desvelar as diferentes teorias que analisam os fenômenos históricos e estéticos; de outro, a influência da prática espontânea, fruto das concepções liberais de educação e Ensino de Arte que se distanciam dos conhecimentos historicamente sistematizados. O resultado desse processo é uma educação empobrecida, um Ensino de Arte excludente que sonega às crianças e jovens das camadas populares a riqueza da produção artística da humanidade. Também sonega a compreensão dos códigos específicos da Arte indígena e da produção realizada por africanos e afro-brasileiros, produzindo uma leitura em forma de pastiche. Observa-se que essa produção artística exige formação específica dos professores, para leitura de códigos diferentes de sua própria cultura, com diferenças da leitura de imagens da Arte europeia ou mesmo norte-americana, sem falar da produção milenar oriental, que nem chega às escolas por absoluta escassez de material e formação para os professores de Arte.

    Por outro lado, as crianças e os jovens das camadas sociais mais ricas, além de terem acesso a escolas com mais estruturas e professores com salários mais elevados, têm acesso qualificado ao formato de materiais de apoio, viagens e formações específicas e diferenciadas, como visitas a museus, instituições culturais e, mesmo, oportunidades de contato com objetos de Arte dentro de casa.

    Finalmente, o livro suscita muita reflexão, coloca-nos em contato com imagens e conhecimentos basilares sobre a reflexão acerca do acesso e distribuição dos conhecimentos de Arte. Arte não é um supérfluo. Arte é uma necessidade humana. A pandemia que estamos vivendo nos mostra que a sobrevivência, nessas condições de isolamento, só é possível porque temos a oportunidade de conviver com diferentes manifestações artísticas.

    Ressalto que o livro que o leitor está prestes a iniciar a leitura é também fruto da paixão da autora por navegar nos conhecimentos da História da Arte, o qual enseja o desejo de que esses conhecimentos possam ser acessados com metodologias de ensino críticas, por todas as crianças e jovens deste país. Boa leitura!

    Maria Cristina da Rosa Fonseca da Silva

    Centro de Artes (Ceart) – Udesc

    Orcid: 0000-0003-1571-9176

    LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

    Figura 1 – Sandro Botticelli, O Nascimento de Vênus, 1485-1486, Têmpera sobre tela, 172,5 x 278,5 cm. Florença, Itália, Uffizi Gallery

    Uma imagem contendo mesa, zebra, mulher, segurando Descrição gerada automaticamente

    Fonte: Wikimedia - Sandro Botticelli¹

    Sumário

    1

    INTRODUÇÃO 23

    2

    AS METODOLOGIAS DE ENSINO DAS ARTES VISUAIS E A PEDAGOGIA HISTÓRICO-CRÍTICA: APONTAMENTOS INICIAIS 29

    2.1 Trajetória do pensamento histórico-crítico de Dermeval Saviani 30

    2.2 Bases teóricas da pedagogia histórico-crítica 38

    2.3 Metodologias de ensino de Artes Visuais 46

    2.3.1 John Dewey: A Arte como experiência 46

    2.3.2 Vincent Lanier 48

    2.3.3 Discipline Based Art Education (DBAE): Brent Wilson, Ralph Smith, Marjorie Wilson e Elliot Eisner 50

    2.3.4 Abordagem Triangular do Ensino da Arte 51

    2.3.5 Outros apontamentos relacionados às metodologias de ensino de

    Artes Visuais 54

    2.4 Considerações sobre a metodologia histórico-crítica de Dermeval Saviani e

    desdobramentos para o ensino da arte 57

    3

    O ENSINO DE ARTE: RELAÇÕES ENTRE A LEGISLAÇÃO E AS MATRIZES CURRICULARES DAS LICENCIATURAS 63

    3.1 O ensino de Arte nos documentos curriculares 63

    3.2 Matrizes curriculares em cursos de graduação em Artes Visuais 79

    3.3 O lugar da disciplina de Arte na legislação 85

    4

    CONCEITO DE ARTE, HISTÓRIA DA ARTE, REGIMES DE VERDADE E SUAS METODOLOGIAS DE HISTÓRIA DA ARTE 91

    4.1 E tudo começa pela Arte 93

    4.2 A História da Arte e seus historiadores 101

    5

    DE QUE FORMA O ENSINO DA ARTE E A HISTÓRIA DA ARTE SE RELACIONAM NAS ESCOLAS? 131

    5.1 Professora Rosa: "[...] não me prendo em nenhuma abordagem do ensino da arte,

    porque cada

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