Como vencer Satanás e o reino das trevas
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Como vencer Satanás e o reino das trevas - Gordon Lindsay
Todos os direitos reservados por
Editora Atos Ltda.
www.editoraatos.com.br
Copyright © Gordon Lindsay
Revisão: Christopher Walker
Capa: Holy Design
Diagramação de epub: Manoel Menezes
Título original: Satan and his Kingdom of Darkness
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Lindsay, Gordon.
Satanás e o reino das trevas / Gordon Lindsay; tradução de Hugo Gilberto da Silva.
1. Demonologia. 2. Vida Espiritual – Cristianismo. 3. Guerra espiritual. I. Título.
CDD: 249
1ª edição de epub: Março de 2021
Nenhuma parte deste livro pode ser reproduzida, arquivada ou transmitida por qualquer meio – eletrônico, mecânico, fotocópias, etc. – sem a devida permissão dos editores, podendo ser usada apenas para citações breves.
Edição e Distribuição:
LogoAtoswww.editoraatos.com.br
Sumário
Capa
Página de créditos
Sumário
Parte I
A QUEDA E REBELIÃO DE SATANÁS
Capítulo 1
A QUEDA DE LÚCIFER
O Estado Original de Lúcifer
A Causa da Queda de Lúcifer
Lúcifer Foi Corrompido por Ambição Pessoal
A Rebelião de Lúcifer
As Bases de Lúcifer para o Sucesso de Sua Rebelião
Capítulo 2
O PLANO DE SATANÁS PARA TOMAR O TRONO DE DEUS
Como Lúcifer Seduziu os Anjos
A Quase Bem-Sucedida Rebelião de Lúcifer
Deus não Foi Pego de Surpresa
Capítulo 3
COMO SATANÁS PLANEJOU CONTINUAR SUA REBELIÃO
Por que Deus Ainda Não Puniu Satanás?
O Plano de Deus para Criar a Raça Humana
O Plano de Satanás para Continuar sua Rebelião
Capítulo 4
A TERRA: O NOVO PALCO DE GUERRA
A Criação de Adão e Eva
Eva é Seduzida por Satanás
A Queda de Adão e Eva
A Obra-prima de Satanás: Vocês Serão como Deus
(Gênesis 3.5)
Capítulo 5
SATANÁS E JÓ
O Desafio de Satanás
Jó se Torna o Centro do Conflito
Deus Vence a Batalha Através da Fidelidade de Jó
Capítulo 6
SATANÁS: O PRÍNCIPE DESTE MUNDO
O Domínio do Homem neste Mundo
Satanás Usurpou o Domínio da Terra
Satanás Usurpou os Reinos deste Mundo
Satanás Usurpa a Adoração a Deus
Satanás Usurpa os Templos de Deus
Satanás Estabelece suas Próprias Religiões
Satanás Produzirá seu Próprio Messias
Satanás Exerce Controle sobre os Elementos da Natureza
Capítulo 7
SATANÁS: O PAI DA MENTIRA
A Teoria da Evolução e a Queda de Satanás
Parte II
ANJOS CAÍDOS E DEMÔNIOS
Capítulo 8
ANJOS CAÍDOS E DEMÔNIOS
Anjos Caídos Amarrados nas Correntes Eternas
Capítulo 9
A ORIGEM DOS DEMÔNIOS
A Origem dos Demônios
Satanás Governa Através de Seu Exército de Demônios
Características dos Demônios
Demônios têm Personalidades
Vários Demônios Podem Ocupar o Mesmo Espaço
Capítulo 10
OS PODERES DOS DEMÔNIOS
Demônios Podem Causar Surdez
Demônios Podem Causar Cegueira
Demônios Podem Causar Enfermidade
Demônios Podem Causar Inveja
Demônios Podem Inspirar Traição
Demônios Podem Seduzir
Demônios Podem Causar Insanidade
Demônios Podem se Alojar nos Órgãos dos Sentidos
Espíritos Enganadores
Espíritos Sedutores
Espíritos de Morte
Capítulo 11
ESTÁGIOS DE CONTROLE DEMONÍACO: OPRESSÃO, OBSESSÃO E POSSESSÃO
Opressão Demoníaca
Opressão Demoníaca da Mente
Obsessão Demoníaca
Possessão Demoníaca do Corpo
Possessão Demoníaca do Cérebro
Possessão Demoníaca Absoluta – Insanidade
Exibicionismo – Sinal de Possessão Demoníaca
O Destino Final dos Demônios
PARTE III
MANIFESTAÇÕES DEMONÍACAS E ENGANO
Capítulo 12
FENÔMENOS ESPIRITUAIS REVELADOS NA BÍBLIA
A Mágica do Egito
Bruxaria – Médiuns Espiritualistas
Capítulo 13
CASOS DE ENGANOS PRODUZIDOS PELOS ESPÍRITOS SEDUTORES
Caso I – O Espírito Enganador
Caso II – O Engano do Pecado Imperdoável
Caso III – O Engano Satânico da Falsa Religião
Caso IV – O Evangelista Enganado
Caso V – O Engano de John Alexander Dowie
Caso VI – O Dom Especial
de Peter Hurkos
Caso VII – Uma Mulher é Liberta de Insanidade
Caso VIII – John Smith é Liberto de Insanidade
Caso IX – O Perigo de Subestimar os Demônios
Caso X – O Intruso Endemoninhado
Caso XI – O Poder dos Crentes sobre o Inimigo
Capítulo 14
ESPIRITISMO
O Tabuleiro Ouija
Retratos Psicografados
Comunicação com os Mortos
Materialização – Feitiçaria
Capítulo 15
DISCERNINDO OS ESPÍRITOS MALIGNOS
Teste I – Um Espírito Maligno Nega a Palavra de Deus?
Teste II – Um Espírito Maligno Nega que Cristo Veio em Carne?
Teste III – Reconhecê-los por Seus Frutos
Teste IV – O Dom do Discernimento
PARTE IV
OS DEMÔNIOS E O OCULTISMO
Capítulo 16
BRUXARIA E ADIVINHAÇÃO
Espíritos de Adivinhação
Previsão do Futuro
Psicometria
Psicografia
O Método da Forquilha
Os Demônios do Hipnotismo
OVNI’s (Objetos Voadores Não Identificados)
Capítulo 17
FEITIÇARIA: MAGIA NEGRA E MAGIA BRANcA
Adoração ao diabo
Bruxaria na Inglaterra
Capítulo 18
BRUXARIA EM TERRAS DISTANTES
Adoração a Ídolos
Os Demônios de Juju
Vodu
Homens que Andam Sobre Brasas
J. L. de Bruin Aceita um Desafio
Capítulo 19
OS DEMÔNIOS DO ESPIRITISMO
O Caso da Bruxa de En-Dor
O Espiritismo e As Casas Assombradas
Fantasmas
Reencarnação
Capítulo 20
FEITICEIROS DE ONTEM E DE HOJE
Jeane Dixon
Arthur Ford
Os Poderes Psíquicos da Senhora Tweedale
Bispo Pike e os Espíritos Sedutores
Parte V
DOMINANDO SATANÁS E SUA LEGIÃO
Capítulo 21
COMO OS DEMÔNIOS GANHAM CONTROLE
A História do Rei Saul
Não se Deve Brincar com Demônios
Expelir Demônios é Uma Questão Prática
Capítulo 22
DISCERNINDO A PRESENÇA DE ESPÍRITOS MALIGNOS
Resumo dos Hábitos Demoníacos
Capítulo 23
O MINISTÉRIO DE EXPELIR DEMÔNIOS
Demônios Expelidos em Nome de Jesus
Expelir Demônios Requer Mais que Mágica
Oração e Jejum para Expulsar Demônios Poderosos
Amarrando o Demônio
Podemos Mandar os Demônios para o Abismo?
Expulsando Legiões de Demônios
Capítulo 24
CRISTO TRAZ LIBERTAÇÃO AOS CATIVOS
A Vitória de Cristo Sobre Satanás Foi um Prenúncio da Cruz
Notas
Parte I
A QUEDA E REBELIÃO DE SATANÁS
Capítulo 1
A QUEDA DE LÚCIFER
A Bíblia diz que no começo Satanás, então chamado de Lúcifer, era um ser justo e sem pecado. Ezequiel descreve a integridade e a retidão originais do grande arcanjo: Você era inculpável em seus caminhos desde o dia em que foi criado até que se achou maldade em você
(Ez 28.15). Esta criatura perversa, agora arqui-inimigo de Deus e do homem, anteriormente era santo e guardava o Trono de Deus. Ele era digno de grande confiança divina, um arcanjo investido de grande autoridade. Por um tempo, cumpriu suas obrigações impecavelmente e em perfeita obediência a Deus. Longe de ser um adversário de Deus, seus atos e sua conduta estavam acima de qualquer suspeita, e contava com a confiança de Deus de tal maneira que a guarda do Céu estava em suas mãos (leia Is 14.12-15 e Ez 28.1-19).
O Estado Original de Lúcifer
As Escrituras descrevem em alguns detalhes o estado original deste ser outrora exaltado. Ele era a estrela da manhã, o guardião do Céu. Possuía autoridade tal que, até onde sabemos, só era menor do que o próprio Deus. Como querubim guardião ungido
(Ez 28.14), ele reinou como vice-regente no monte de Deus (expressão bíblica para o Reino de Deus). Mais sábio que Daniel
(Ez 28.3), não havia segredo entre as miríades angelicais que ele não conhecesse.
Muitos estudiosos da Bíblia acreditam que Isaías 14 fala sobre a queda de Satanás:
Como você caiu dos céus, ó estrela da manhã, filho da alvorada! Como foi atirado á terra você, que derrubava as nações! Você, que dizia no seu coração: Subirei aos céus; erguerei o meu trono acima das estrelas de Deus; eu me assentarei no monte da assembléia, no ponto mais elevado do monte santo. Subirei mais alto que as mais altas nuvens; serei como o Altíssimo
(Is 14.12-14).
Acredita-se também que Ezequiel 28 relata a causa de sua queda – o orgulho:
Esta palavra do Senhor veio a mim: "Filho do homem, erga um lamento a respeito do rei de Tiro e diga-lhe: Assim diz o Soberano, o Senhor:
Você era o modelo da perfeição, cheio de sabedoria e de perfeita beleza. Você estava no Éden, no jardim de Deus; todas as pedras preciosas o enfeitavam: sárdio, topázio e diamante, berilo, ônix e jaspe, safira, carbúnculo e esmeralda. Seus engastes e guarnições era feitos de ouro; tudo foi preparado no dia em que você foi criado. Você foi ungido como um querubim guardião, pois para isso eu o designei. Você estava no monte santo de Deus e caminhava entre as pedras fulgurantes. Você era inculpável em seus caminhos desde o dia em que foi criado até que se achou maldade em você. Por meio do seu amplo comércio, você encheu-se de violência e pecou. Por isso eu o lancei, humilhado, para longe do monte de Deus, e o expulsei, ó querubim guardião, do meio das pedras fulgurantes. Seu coração tornou-se orgulhoso por causa da sua beleza, e você corrompeu a sua sabedoria por causa de seu esplendor. Por isso eu o atirei a terra; fiz de você um espetáculo para os reis
(Ez 28.11-17).
Estas passagens indicam que em eras remotas, Satanás também chamado de Lúcifer, era santo. Ele era aparentemente um arcanjo poderoso e possuidor de uma sabedoria incomum que, em algum ponto no passado, exerceu grande autoridade como vice-regente da criação de Deus. Entretanto, ele não ficou satisfeito com tal exaltada posição, mas em seu coração aspirava a um lugar ainda mais alto – tão alto quanto ao de Deus. Esta ambição pervertida tornou-se pecado em sua vida e, no final, culminou em rebelião declarada e em sua posterior expulsão do Céu. Alguns estudiosos acreditam que Apocalipse 12.4 indica que um terço dos anjos se juntaram a ele.
Por razões consideradas relevantes para Deus, Ele não destruiu Satanás imediatamente. Apesar de expulso do Céu, Satanás tinha acesso às regiões celestiais inferiores. Mais tarde, no Jardim do Éden, ele conseguiu convencer Eva e seu marido a desobedecer à proibição divina de experimentar do fruto da Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal. Desta forma, eles transferiram o domínio que Deus lhes havia dado para Satanás. Por esta razão, o diabo tem direito legal sobre a terra na presente era.
A Causa da Queda de Lúcifer
Como este arcanjo tão poderoso, Lúcifer, a estrela da manhã, caiu de tão exaltada posição até as profundezas da depravação para tornar-se o Príncipe das Trevas?
Lúcifer foi criado na perfeição da beleza. Ele possuía uma personalidade que cativava a admiração das miríades celestiais. Não é incomum que alguém que possui beleza incomum crie dentro de si um imenso desejo de ser admirado pelos outros. Lúcifer, embora tivesse uma natureza angelical, não foi exceção. Ezequiel 28.17 declara: Seu coração tornou-se orgulhoso por causa de sua beleza
. A passagem indica que com o passar do tempo, Lúcifer desenvolveu um estranho tipo de paixão por si mesmo. Pouco a pouco, ele deixou que o centro de seu universo mudasse de Deus para si próprio. Ele não o teria admitido, no entanto uma mudança radical em seu caráter estava acontecendo, como prenúncio de algo sinistro e assustador.
Lúcifer Foi Corrompido por Ambição Pessoal
Lúcifer possuía raros dons. Era dotado de uma grande sabedoria e um grande conhecimento, e muitos segredos da criação lhe haviam sido confiados. Por causa de seus dons e habilidades singulares, Deus o exaltou à posição de vice-regente sobre sua criação. Nesta posição chave, com sua sabedoria e inteligência superiores, Lúcifer tinha profunda percepção e compreensão dos mistérios do universo.
Mas há uma dimensão que envolve os eternos propósitos de Deus que só pode ser acessada através de reverência, fé e confiança. Ele, como Criador, é o Juiz que discerne o que é sábio e justo (Gn 18.25). Lúcifer, cego por sua ambição, escolheu questionar os desígnios divinos e, assim fazendo, cometeu seu trágico e fatal erro.
O que havia nos planos de Deus que desagradou Lúcifer? Isso é óbvio. Vemos claramente nas Escrituras que Satanás queria exaltar seu trono acima das estrelas de Deus
para ser como o Altíssimo
(Is 14.13, 14). Mas em seus planos, Deus reservara esta exaltação, não para Lúcifer, mas para Cristo. O direito de se sentar com seu Pai no trono foi dado apenas a Cristo (Ap 3.21). Lúcifer, mesmo sendo vice-regente, o arcanjo chefe e querubim ungido, deveria ter uma posição abaixo de Cristo. Quando ficou evidente para Lúcifer que ele não teria a posição máxima, suas ambições foram frustradas, o que resultou em sua rebelião. Esta paixão pela auto-exaltação e ambição desvairadas têm levado muitos homens e mulheres a andarem segundo seus próprios desejos, e os levou a ter um fim semelhante ao de Lúcifer.
A Rebelião de Lúcifer
Até então, Lúcifer havia cumprido suas obrigações de forma impecável e obediente. Não havia razão para que ele agisse de modo diferente. Mas agora, um espírito de rebelião nascera em seu coração. Apesar de Deus ter-lhe entregado tudo menos o trono, Lúcifer não estava satisfeito. O sonho de um reino universal, no qual ele teria o poder supremo, causou-lhe uma insaciável ambição.
Aparentemente Lúcifer nada fez para reprimir este espírito corrompido de auto-exaltação. Ele permitiu que a semente do orgulho brotasse e crescesse em seu coração. No final, ela produziu uma colheita de miséria e condenação para ele e para os seus seguidores – só o infinito Deus pode julgar suas proporções (1 Timóteo 3.6). A auto-exaltação, a rebelião e a conseqüente queda de Lúcifer são relatadas rápida porém claramente em Isaías 14.12-14.
As Bases de Lúcifer para o Sucesso de Sua Rebelião
Alguém tão perverso e principalmente tão calculista como Lúcifer não comete um crime a não ser que tenha alguma esperança de sucesso. Como pôde este arcanjo esperar obter sucesso ao desafiar o Criador? Com o conhecimento que tinha da onipotência de Deus, como pôde ele ter alguma esperança de ter sucesso neste desafio aos desígnios eternos de Jeová? Os ímpios deste mundo podem até desafiar Deus em sua tola ignorância, mas as circunstâncias não são as mesmas no caso de Lúcifer. Infiéis e ateus nada sabem sobre Deus. Ao contrário, Lúcifer compartilhava dos conhecimentos divinos e tinha conhecimento de muitos dos segredos do Criador. Ele sabia o que estava fazendo.
Certamente a rebelião do diabo não nasceu num momento de impulso, mas foi resultado de um plano friamente calculado e cuidadosamente pensado. Embora diabólico na essência, seu plano demonstrou ser, em muitos aspectos, estrategicamente perfeito. Devemos levar em consideração que ele tinha razões substanciais para contar com o sucesso. É evidente que os planos de Satanás foram astuciosamente articulados pelo fato de sua conspiração maligna ter sido bem-sucedida num grau surpreendente. Longe de ser rapidamente aniquilada, esta terrível rebelião continua até os dias de hoje, muito embora certamente seus dias estejam contados (Ap 12.12).
A verdade é que se Deus não tivesse previsto a entrada do mal no universo e preparado um plano de antemão para contra-atacá-lo – um plano tão secreto que nenhum anjo, bom ou mau, pudesse prever – a rebelião de Satanás teria desencadeado tudo o que ele havia planejado. Mas Deus, que sabe de tudo de antemão, já tinha tudo preparado para que isso não acontecesse. Iremos estudar mais tarde a estratégia de Deus para o contra-ataque. Por enquanto, basta dizer que o seu plano era tão genial que pegou de surpresa até mesmo os anjos leais.
Capítulo 2
O PLANO DE SATANÁS PARA TOMAR O TRONO DE DEUS
É evidente que Satanás tinha razões para crer que havia pelo menos uma chance de que seu plano desse certo; de outra maneira dificilmente o teria colocado em prática.
Sabemos que Deus havia dado a Lúcifer o poder e a autoridade de vice-regente sobre sua Criação. Era de sua responsabilidade guardar os interesses do Reino de Deus e estar alerta contra qualquer coisa que pudesse colocar sua segurança em jogo. Entretanto, Lúcifer traiu a confiança que lhe fora dada e desta maneira tornou-se o arquiinimigo de Deus de todos os tempos.
O tamanho do poder de Lúcifer em comparação com o de um dos mais poderosos seres celestiais é mostrado em Judas 9: Miguel, o poderoso arcanjo, enquanto disputava o corpo de Moisés com Satanás, não ousou fazer acusação injuriosa contra ele, mas disse: ‘O Senhor o repreenda!’
Isso indica que o poder que Lúcifer possuía era maior do que o de todos os outros seres criados.
Entretanto, a pergunta continua: Lúcifer acreditava que seu poder era suficiente para conduzir com sucesso uma rebelião contra o próprio Deus? A resposta está no estudo das Escrituras. O plano de Deus era que a administração de seu Governo do universo fosse feita por seres criados. Quando Lúcifer se rebelou, ainda que este evento fosse o mais crucial na história do universo, Deus não desceu de seu trono, nem se envolveu pessoalmente na batalha. Isto contrariaria seu próprio plano.
A Bíblia explica que a tarefa de combater Satanás foi delegada especificamente aos seres criados: Miguel e seus anjos lutaram contra o dragão, e o dragão e seus anjos revidaram
(Ap 12.7). Até o momento, conforme revelado, Deus interage no mundo que criou unicamente por meio de agentes, seja por um anjo, por um ser humano ou por meio do próprio Jesus Cristo, o Deus-homem.
O ato rebelde de Lúcifer não fez com que seu poder diminuísse, com exceção de seu senso moral. Ele era o detentor dos segredos do universo, e agora estava disposto a empregar seu conhecimento numa terrível conspiração para destronar a Deus.
Em Daniel 10, temos um rápido vislumbre da natureza do conflito espiritual que arde continuamente entre os anjos de Deus e os de Satanás. Este capítulo desvenda acontecimentos que ocorrem num mundo por nós desconhecido. Um príncipe de alto grau no exército de Satanás resistiu a um anjo de Deus por 21 dias, e por este mesmo período o mensageiro angelical ficou impedido de cumprir uma importante missão delegada por Deus. As forças do mal não desistiram de sua longa e desesperada batalha para frustrar o decreto divino até que Miguel, o arcanjo, viesse com reforços (Dn 10.12, 13). Esta impressionante passagem das Escrituras mostra-nos que apenas quando há forças superiores em favor dos anjos fiéis a Deus, é que as legiões de Satanás são obrigadas a recuar.
Da mesma forma, quando os poderes das trevas instigaram a traição de Jesus, esperando desta forma destrui-lo, Jesus declarou que se ele orasse ao seu Pai por ajuda, anjos seriam enviados para resgatá-lo. Interessante é que, por causa da grande concentração de forças malignas levantando-se contra Jesus, seriam necessárias mais de 12 legiões de anjos para derrotá-las (Mt 26.53). Jesus não pediu ajuda, mas disse àqueles que o prendiam: Esta é a hora de vocês – quando as trevas reinam
(Lc 22.53). Na cruz, Jesus derrotou Satanás moralmente (Jo 12.31, 32). A derrota física do diabo ainda está por vir.
É evidente que Satanás, em seu plano original, contava com o apoio da maioria dos anjos para, desta maneira, subjugar aqueles que insistissem em ser leais a Deus. Ele estaria então tirando do controle de Deus os meios pelos quais Ele havia planejado administrar e governar sua Criação. Satanás poderia prosseguir livremente rumo ao estabelecimento de seu próprio reino.
Como Lúcifer Seduziu os Anjos
Como