Entre Strudel, Bolachas e Stollen: receitas e memórias
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sentimentos. Neste caso, sentimentos ligados às origens, à família, ao passado, ao presente.
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Entre Strudel, Bolachas e Stollen - Juliana Cristina Reinhardt
Mãe, este livro é dedicado à você.
Você que fez da comida um gesto de amor.
Sumário
Agradecimentos
Prefácio
Livro de receitas, livro de memórias
As receitas estão em constante transformação
Os pratos tradicionais surgiram pela praticidade...
Coisas de alemão!
Os dias festivos
As oficinas
Dona Rose
Strudel
Stollen
Spekulatius
Pão de mel
Torta de Cachaça (Schnapstorte)
Torta do Céu
Marzipan
Cuca (Streuselkuchen)
Dona Isolde
Ovinhos pintados com amendoim dentro
Amendoim doce
Bolo de Cenoura
Orelha de Gato (Katze ohr)
Regina
Pérolas do Céu
Biscoitos de Fécula
Ovos Nevados
Bolinhos de Chuva
Eliane
Minha bolachinha predileta
Geleia de Santo Amaro (para guardar por mais tempo)
Rosane
Stollen Aroma frutálico
Torta de Requeijão (Käsekuchen)
Geleia de Laranja (D. Inge Kleine)
Geleia de Uva
Geleia de Pera
Bolachinha pintada de natal da vovó
Leonita
Bolacha de Araruta
Bolacha de Natal (tia Elma)
Flávia
Bolo de Mel
Gunda
Solinger Waffeln
Referências Bibliográficas
Notas
Agradecimentos
recipe_imgAgradeço a todos que me ajudaram na realização deste projeto: D. Rose Konieczniak, que ministrou as oficinas dos doces alemães, seu esposo Fred e sua filha Júlia; pastor Edgar Leschewitz pelo apoio para a realização das oficinas. Agradeço muito àqueles que compartilharam suas memórias e receitas: à minha amiga Regina Schimmelpfeng, pelo carinho de sempre; Eliane Gineste Merkle, Flavia Wagnitz Piazzetta; Leonita Hoeltgebaum da Costa; Gunda Gutknecht; Rosane Scholz Leschewitz; D. Isolde Münzfeld. À Rosane Scholz Leschewitz, agradeço seu depoimento e o Stollen feito com carinho. Agradeço aos parceiros Eli, Regina, Carol e Alejandro. E também a você Victor, meu muito obrigada. Obrigada pela parceria e pelo seu companheirismo.
Meus agradecimentos também a Sérgio Gielow, Welington Klemtz, Thabatta Pamela Toscan dos Santos, Thiago Santângelo, Andrea Engelhardt, Eduardo Engelhardt, Anna Paula Hoeltgebaum Beskorovain, Armin Weber e funcionários da Fundação Cultural de Curitiba.
Juliana
Prefácio
Adoro falar sobre comida. E adoro comer. Isto vem desde pequena. Aliás, minhas lembranças estão basicamente vinculadas a algum doce, sobremesa, almoço ou jantar. Em quase tudo que me lembro, tem alguma comida envolvida. Ou a falta dela. Lembro das vezes que ficava com fome esperando o jantar ou quando tinha vontade de comer alguma coisa. Adorava folhear uma coleção de livros de minha mãe chamada Bom Apetite
. Quanta foto bonita!
Quanta receita bacana! Que delícia...
Caso tivesse vontade de comer alguma coisa e não comesse, ficava com dor de barriga. Meus pais, sabendo disso, tentavam realizar os meus desejos alimentares. Via em alguns pratos e guloseimas uma grande alegria. Mais tarde, conheci muitas pessoas, amigos da vida e da profi que também tinham este sentimento com relação à comida e se deleitavam com um prato bem feito ou um chocolate bem gostoso. Percebi que não estava só. Como existem os amantes da música, do cinema, das letras, também existem os amantes da comida e de tudo que se refere a ela.
Primeiramente fui fazer Nutrição. Como gostava muito de comer e não queria engordar, achava que era um bom negócio. Aprendi a calcular o equilíbrio alimentar para ter uma alimentação saudável. Depois achei que era muito cálculo para algo que, muitas vezes, não tinha como mensurar. Então, fui fazer História, para pesquisar sobre cultura alimentar. Foi uma união que harmonizou minhas escolhas alimentares: nem tanto o céu, nem tanto o inferno...
Isso porque não deve haver cálculos para nossas comidas de alma. Pra estar saudável, temos que pensar no que faz bem para o corpo, mas também para a mente. As comidas de alma fazem bem para a mente – como já dizia Nina Horta em seu livro Não é Sopa
. Sobre isso converso com meus alunos. As comidas que nos fazem bem, que nos enchem de prazer, devem estar presentes na nossa vida, pois são elas que vão nos trazer recordações, que nos trazem alegria e fazem parte dos nossos momentos de confraternização. E as comidas de alma muitas vezes são ricas em calorias. Poucos se referem às suas comidas de alma mencionando a salada de rúcula ou o frango grelhado. Comida de alma é a canja da mãe, o pudim de leite condensado ou o bolinho de chuva da avó. E são individuais: cada um tem a sua.
Eu tenho várias! Charuto e abobrinha; sopa batida de músculo com batata; picadinho de carne; pudim de leite condensado; sagu; cuque de banana com farofa... Melhor parar por aqui. Ah, mas não posso deixar de falar do chocolate. Nina Horta diz que o chocolate não pode ser comida de alma, pois é muito sedutor. Nina, eu e minhas alunas discordamos de você. Quer coisa melhor para nos deixar alegres que uma barra de chocolate? Pra quem não entende este sentimento sugiro alguns fi A Festa de Babette; Chocolate; Como água para Chocolate, Simplesmente Marta (dentre outros).
Lembro quando pequena, de ir para casa da tia Ivone,