O desfile da extinção: E outras histórias de zumbis
De Max Brooks
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Sobre este e-book
Autor dos cultuados Guia de sobrevivência a zumbis e Guerra Mundial Z, Max Brooks apresenta em O desfile da extinção uma coleção de relatos do pós-apocalipse zumbi. A coletânea eleva a literatura zumbi a um novo patamar, no qual a história dessas criaturas se cruza com comentários políticos irônicos, referências históricas e geográficas notáveis, tudo com o humor afiado que caracteriza a obra de Brooks. O livro reúne quatro histórias surpreendentes, que traçam um panorama do pós-apocalipse zumbi, por quem mais entende do assunto.
Em Conclusão Ltda., um consórcio mundial oferece um inusitado serviço: a chance dos sobreviventes acertarem as contas com o seu emocional. Misturando ficção e realidade, Steve e Fred é a claustrofóbica história de um sobrevivente preso em um pequeno banheiro. Na companhia de um velho livro e com apenas uma minúscula janela para o exterior, ele espera ansiosamente por um improvável resgaste. No conto que dá título ao livro, o leitor se depara com um iminente embate entre zumbis e vampiros. Afinal, como os chupadores de sangue reagirão ao perceber que os mortos-vivos estão acabando com seu alimento? Já A Grande Muralha é a incrível história da reconstrução da muralha da China, contada por uma das suas operárias.
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O desfile da extinção - Max Brooks
Conclusão Ltda.:
Uma História da Guerra Mundial Z
BERUFJORDUR, ISLÂNDIA
Thomas Kiersted tem a mesma aparência de suas fotos pré-guerra. O corpo parece ter afinado consideravelmente e seu cabelo grisalho pode ter perdido todos os fios pretos, mas não mostra sinais do olhar fixo dos sobreviventes
. Ele acena para mim do convés do African Queen. O antigo veleiro de trezentos pés ainda é uma embarcação magnífica, apesar de suas velas remendadas e a tinta cinza naval. Esse ex-brinquedo da família real saudita agora navega com bandeira da União Europeia e é a sede móvel da Conclusão Ltda.
.
Bem-vindo a bordo! O dr. Kiersted estende a mão enquanto a lancha de suprimentos encosta ao lado do veleiro. Um bando e tanto, hein? Ele se refere ao grupo de navios de guerra e transporte de tropas ancorado no fiorde. Ainda bem que somos apenas uma expedição de reconhecimento. Está ficando cada vez mais difícil obter nosso material. O Sul e o Leste da Ásia estão seguros, a África está totalmente esgotada. Antigamente a Rússia era nosso melhor exportador, extraoficialmente, claro, mas agora... Eles falaram sério, realmente fecharam suas fronteiras. Não há mais negociações flexíveis
nem mesmo pessoais. Que mundo é esse em que não se consegue subornar um russo?
Ele ri ao descermos ao convés B. Temporada de críquete, Sri Lanka contra Índias Ocidentais. Recebemos a BBC ao vivo direto de Trinidad. Não, nosso material é guardado embaixo, em cabines especialmente modificadas. Não sai barato, mas nada que fazemos é assim.
Descemos ao convés C, passamos por cabines da tripulação e vários armários de equipamento. Oficialmente, nosso financiamento vem do Ministério da Saúde da União Europeia. Eles fornecem o barco, a tripulação, um contato militar para ajudar a coletar material, ou, se não tiverem soldados disponíveis, dinheiro suficiente para pagar por mercenários privados como os Impisi
, sabe, os Hienas
. Eles também não saem barato.
Nada de nosso financiamento público vem da América. Assisti aos debates promovidos por seu Congresso pela C-SPAN. Encolhi-me quando um senador tentou dar apoio abertamente. Ele agora está fazendo, o quê mesmo?, trabalhando como subalterno em seu Departamento Nacional de Registro de Óbitos?
A ironia é que a maior parte de nosso dinheiro vem da América, de pessoas físicas ou instituições filantrópicas. O seu nome suprimido por motivos judiciais criou o fundo que proporciona a dezenas de seus conterrâneos uma chance de usar nossos serviços. Precisamos de cada dólar, ou peso cubano, eu diria, a única moeda que agora realmente vale alguma coisa.
É difícil e perigoso coletar material, muito perigoso, mas essa parte do processo é relativamente barata. A preparação – é nela que entra o dinheiro de verdade. Não basta apenas encontrar material com altura, estrutura e sexo certos, além de feições razoavelmente parecidas. Depois que o pegamos – ele meneia a cabeça – começa o verdadeiro trabalho.
O cabelo deve ser lavado, possivelmente tingido. Na maior parte do tempo, as feições têm de ser reconstruídas ou esculpidas do nada. Temos alguns dos melhores especialistas da Europa e da América. A maioria trabalha pelo salário padrão, ou até "pro bono", mas alguns sabem exatamente quanto vale seu talento e cobram por cada segundo de seu tempo. Filhos da puta talentosos.
Estamos no convés E, agora fechado por uma escotilha blindada, guardada por dois parrudos armados. Kiersted fala com eles em dinamarquês. Eles assentem e olham para mim. Peço desculpas, diz ele, eu não faço as regras. Mostro minha identidade, americana e da ONU, uma cópia assinada de meu termo de isenção de responsabilidade legal e minha permissão com o carimbo do Ministério da Saúde Mental da União Europeia. Os guardas examinam atentamente, usando inclusive luzes ultravioleta pré-guerra, depois assentem para mim e abrem a porta. Kiersted e eu entramos em uma passagem iluminada artificialmente. O ar é parado, sem cheiro e extremamente seco. Ouvi o zumbido de vários desumidificadores pequenos ou de um extremamente grande. As escotilhas dos dois lados do corredor são de aço maciço, abertas apenas por chave eletrônica e com avisos em várias línguas proibindo a entrada de pessoal não autorizado. Kiersted baixa um pouco a voz. É aqui que acontece. A preparação. Lamento não podermos entrar; é uma questão de segurança para os trabalhadores, deve entender.
Continuamos descendo o corredor. Kiersted gesticula para as portas, sem tocar nelas. A face e o cabelo são apenas uma parte da preparação. Personalização de guarda-roupa
– este é o desafio. O processo simplesmente não funcionará se o material, digamos, estiver com as roupas erradas ou se faltar algum item pessoal. Isso, pelo menos, podemos agradecer à globalização. A mesma camiseta, digamos, feita na China, pode ser encontrada na Europa, América, em toda parte. Os mesmos eletrônicos, ou joias; temos um joalheiro contratado para artigos especiais, mas você ficaria surpreso ao saber quantas vezes encontramos clones para as chamadas peças exclusivas
. Também temos uma especialista em brinquedos infantis, veja só, não para fabricá-los, mas para modificá-los. As crianças customizam os brinquedos como ninguém. A determinado ursinho de pelúcia falta um olho, ou um boneco tem uma bota preta e uma marrom. Nossa especialista tem um depósito em Lund. Já o visitei, um imenso hangar antigo, sem nada além de pilhas de peças especiais de brinquedos: escovas de cabelo de bonecas e armas de Action Man[1] – centenas de pilhas, milhares. Lembra-me de uma visita a Auschwitz quando eu era estudante – os montes