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Três Marujos Perdidos no Mar
Três Marujos Perdidos no Mar
Três Marujos Perdidos no Mar
E-book129 páginas1 hora

Três Marujos Perdidos no Mar

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Sobre este e-book

Em pleno século XV, Cristóvão Colombo e Pedro Álvares Cabral singraram águas desconhecidas e entraram para a história da humanidade como desbravadores de novas rotas e mundos! Eles mal poderiam imaginar, porém, que, na mesma época, três marujos trapalhões – Lelé, Pancada e Biruta – se aventuravam também "por mares nunca dantes navegados", na esperança de serem eles os primeiros a chegar às Índias pelo Ocidente. E chegaram! Mas não propriamente onde imaginavam. O trio dá título ao livro do ator e palhaço Alberto Magalhães, um dos fundadores da Intrépida Trupe e diretor do grupo Irmãos Brothers.
Em Três marujos perdidos no mar, o amalucado trio desembarca na América antes mesmo de Cristóvão CAlombo – quer dizer, Colombo. Estava armada a confusão! Do "Novo Mundo", Lelé, Pancada e Biruta vão parar na costa africana, onde conseguem embarcar numa carona pra lá de especial, mas irritam Vasco da Gama, e são atirados ao mar. E como a ideia deles era chegar às Índias pelo Ocidente, Cabral fica a ver navios, ou melhor, três doidos antecedendo sua chegada e descoberta naquela terra em que "se plantando, tudo dá".
A comemoração pelo feito, no entanto, durou pouco. Biruta foi feito prisioneiro por uma tribo de canibais! E agora, o que será dele? Será transformado, à brasileira, em comida? Conseguirão seus loucos amigos Lelé e Pancada salvá-lo deste destino gastronômico? Somente desbravando o divertido infantojuvenil Três marujos perdidos no mar para descobrir. Embarque já nesta histórica e louca leitura!
IdiomaPortuguês
Data de lançamento1 de nov. de 2009
ISBN9788581221786
Três Marujos Perdidos no Mar

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    Três Marujos Perdidos no Mar - Alberto Magalhães

    PORTUGAL

    CAPÍTULO UM

    TRÊS MARUJOS EM LISBOA

    AQUELA PARECIA uma noite qualquer. O céu estava estrelado e a lua mais cheia do que nunca. Algumas gaivotas, com uma baita crise de insônia, sobrevoavam o convés da grandiosa caravela. Três marujos dormiam ali. Enquanto Lelé abria a boca num enorme bocejo, uma das gaivotas descarregou uma colossal bomba fedorenta bem no meio da testa do Biruta. Em sobressalto, ele se levantou de braços esticados, ainda dormindo. Sonâmbulo, andou em direção ao Pancada, que seguia num sono profundo. Abraçando e beijando-o, sussurrou com grande paixão:

    – Iraceminha, te amo loucamente! Dê-me um beijinho, meu amorzinh…

    Pancada, quase sem respiração, com muito esforço, gritou:

    – Socorro! Biruta, você está me sufocando! Me solta, rapaz, tá me achando com cara de Iracema de novo?

    Pancada desvencilhou-se dos braços de Biruta e saiu dando tapa para todo lado. Sua vontade era pegar Biruta, meter a mão dentro daquela boca cheia de dentes, atravessar todo o seu corpo, ir até a pontinha do pé e virá-lo do avesso. Mas se conteve ao reparar que a cara do Biruta estava suja com uma lama de cheiro pouco agradável. Teve um estrondoso acesso de riso:

    – Rá, rá, rá, Biruta, você tá engraçado demais…

    – Hã, onde estou? Quem sou eu? – perguntou Biruta atordoado, recuperando a consciência.

    – Pô, Biruta, tá difícil de aturar. Agora é toda noite essa história de Iraceminha lábios de mel?

    – Foi mal, Pancada. Ela não sai da minha cabeça!

    – Pô, se liga, mano! Nunca vi isso, se apaixonar por quem você nunca viu. Chega de fantasia, rapaz! Você quer um conselho? Vê se limpa logo essa testa. Pega emprestado o penico que o Lelé usa na cabeça, põe essa nojeira dentro dele e depois dá descarga, ou melhor, joga tudo pela cloaca direto para o mar!

    Lelé acordou revoltado com a algazarra dos outros dois. Segurando firme seu capacete, disparou:

    – No meu capacete ninguém põe a mão!!! E que história é essa de chamar o meu penico de capacete, hein? Ops, o meu capacete de penico, hã? Vamos já parar com essa barulheira, galera? Será que não se pode mais dormir em paz? Logo agora que eu ia meter a mão na bufunfa.

    – Bufunfa? – estranhou Pancada.

    – É, bufunfa, grana, dindim, cascalho. Eu sonhei que estava viajando para as Índias quando surgiu um navio pirata cheio de ouro. Saquei a minha espada e guerreei com 257 piratas sanguinolentos. De golpe em golpe, aniquilei todos que passavam pela minha frente até chegar ao fundo do porão onde estava o tesouro. Com uma só espadada, destruí o cadeado do baú. Abri a tampa e, quando ia pegar o ouro, escutei: Pega emprestado o penico que o Lelé usa na cabeça…. Abro os olhos e dou de cara com esses dois bichos feios, com cara de fuinha, querendo surrupiar o meu lindo capacete!!!

    – Fuinha? Quem é fuinha aqui? – indignou-se Pancada.

    – Aí, Lelé, você ainda não desistiu dessa história de ficar rico, não? – quis saber Biruta.

    – Ó Biruta, cada um com a sua paixão. Eu, por tesouros; o Pancada, por comida; e você, por essa Iracema. Falando nela, ouvi dizer que nas Índias é cheio de meninas bonitas. Quem sabe a Iraceminha não mora lá?

    – Ô, Lelé, para de pôr minhoca na cabeça do Biruta! Ele vai acabar achando que essa história de Iracema é de verdade – advertiu Pancada.

    – Olha, Pancada, se essa tal de Iracema é real, eu não sei, mas que nas Índias existem vários tipos de comidas diferentes, uns temperos de deixar água na boca, todo mundo sabe. O problema é conseguir chegar lá.

    Enquanto Lelé falava, Pancada olhou para a sua enorme barriga e ouviu um ronco barulhento. Era fome. Imaginou os novos quitutes que poderia saborear. De imediato, ficou louco de vontade de se mandar para as Índias, mas depois caiu em si: aquilo era impossível!

    Os três marujos sabiam que seria muita loucura enfrentar os enormes perigos de uma viagem passando por Constantinopla. O fato é que Constantinopla estava sob o domínio de Bayezid II, um sultão mau que nem pica-pau. E para ir às Índias pelo Oriente, não havia jeito: tinha que se passar por lá. E ai de quem se atrevesse! Levaria chumbo grosso no traseiro na certa.

    – Chega de conversa mole, acho melhor a gente dormir, pois daqui a pouco o sol estará raiando e será hora de pegar na vassoura para limpar o convés.

    – É, você tem razão, Pancada – concordou Biruta. – O melhor que faço é pegar no sono novamente para ver se volto a sonhar com a Iraceminha…

    Biruta se recostou na cama improvisada com um resto de pano de vela, remanescente do último combate com piratas no Mar Mediterrâneo. Pancada pegou um biscoito escondido em sua calça, deu umas mordidinhas e, chupando o dedo, voltou a descansar sobre as cordas que prendiam a âncora. Lelé adormeceu usando o próprio esfregão como travesseiro, matutando que devia haver um jeito de chegar às Índias, achar muito ouro e ficar cheio de dinheiro.

    UFA! FINALMENTE dormiram! Agora, sim, poderei apresentar melhor a você, que neste exato momento está lendo este livro, os três peraltas. Atenção, ouvidos em pé, não vou falar muito alto. Não quero correr o risco de acordar o trio.

    Lelé, Biruta e Pancada são amigos inseparáveis. Desde crianças se conhecem e brincam a valer. Nasceram em TUDOESQUISITO, uma pequena vila em Portugal, perto de Lisboa.

    Desde cedo, Lelé tem a mania de inventar aventuras que parecem impossíveis de serem realizadas, tudo com um único objetivo: ficar bem ricão. Vive imaginando o dia no qual achará um tesouro enterrado em algum lugar misterioso ou encontrará uma mina de ouro gigante.

    É metido a saber de tudo, do tipo que nunca dá o braço a torcer. Quando não sabe a resposta para determinada pergunta, prefere inventar alguma história a dizer que não entende do assunto. É alto e magro, do tipo longilíneo. Escolhe a dedo as roupas que usa porque é muito vaidoso. Não larga o seu capacete em forma de penico. Gosta de ser respeitado como líder, porém se magoa pelos motivos mais bobos. Uma coisa é certa, tem grande poder de persuasão, pelo menos com os amigos, pois sempre consegue convencê-los de

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