Arte poética
De Aristoteles
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Aristoteles
Aristóteles (Grecia, 384 a.C. - 322 a.C.) fue uno de los filósofos más destacados junto con Sócrates y Platón. A los 17 años se trasladó a Atenas para estudiar en la Academia, donde fue alumno y maestro. Fue principalmente discípulo de Platón y profesor de Alejandro Magno en el reino de Macedonia. Años más tarde, creó su propia escuela: el Liceo. Sabemos que la obra de Aristóteles la forman unos 200 tratados, de los que sólo se conservan 31, que examinan una gran variedad de temas: lógica, metafísica, ética, política, estética, retórica, astronomía y biología. Por ello, Aristóteles significa en muchos aspectos el inicio, la innovación y los cimientos de grandes ideas del mundo occidental.
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Arte poética - Aristoteles
Arte poética
Aristóteles
2020
Arte poética
Aristóteles
© 2020 Editora Edgard Blucher LTDA.
Segundo o Novo Acordo Ortográfico, conforme 5. ed. do Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, Academia Brasileira de Letras, março de 2009.
É proibida a reprodução total ou parcial por quaisquer meios sem autorização escrita da editora.
Todos os direitos reservados pela Editora Edgard Blücher Ltda.
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Tel.: 55 11 3078-5366
www.blucher.com.br
ISBN-13: 978-85-212-1951-4
Sumário
Contents
CAPÍTULO I: Da poesia e da imitação segundo os meios, o objeto e o modo de imitação
CAPÍTULO II: Diferentes espécies de poesia segundo os objetos imitados
CAPÍTULO III: Diferentes espécies de poesia segundo a maneira de imitar
CAPÍTULO IV: Origem da poesia
CAPÍTULO V: Da comédia
CAPÍTULO VI: Da tragédia e de suas diferentes partes
CAPÍTULO VII: Da extensão da ação
CAPÍTULO VIII: Unidade de ação
CAPÍTULO IX: Poesia e história
CAPÍTULO X: Mito simples e complexo
CAPÍTULO XI: Elementos da ação complexa
CAPÍTULO XII: Divisões da tragédia
CAPÍTULO XIII: Das qualidades da fábula em relação às personagens
CAPÍTULO XIV: Dos diversos modos de produzir o terror e a compaixão
CAPÍTULO XV: Dos caracteres devem ser bons, conformes, semelhantes, coerentes consigo mesmos
CAPÍTULO XVI: Das quatro espécies de reconhecimento
CAPÍTULO XVII: Conselhos aos poetas sobre a composição das tragédias
CAPÍTULO XVIII: Nó, desenlace
CAPÍTULO XIX: Do pensamento e da elocução
CAPÍTULO XX: Da elocução e de suas partes
CAPÍTULO XXI: Das formas dos nomes
CAPÍTULO XXII: Das qualidades da elocução
CAPÍTULO XXIII: Da unidade de ação na composição épica
CAPÍTULO XXIV: Das partes da epopeia
CAPÍTULO XXV: Como se deve apresentar o que é falso
CAPÍTULO XXVI: Algumas respostas às críticas feitas à poesia
CAPÍTULO XXVII: Superioridade da tragédia sobre a epopeia
NOTAS
Landmarks
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Table of Contents
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Cover
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CAPÍTULO I
Da poesia e da imitação segundo os meios, o objeto e o modo de imitação
Nosso propósito é abordar a produção poética em si mesma e em seus diversos gêneros, dizer qual a função de cada um deles, e como se deve construir a fábula visando a conquista do belo poético; qual o número e natureza de suas (da fábula) diversas partes, e também abordar os demais assuntos relativos a esta produção. Seguindo a ordem natural, começaremos pelos pontos mais importantes.
2. A epopeia e a poesia trágica, assim como a comédia, a poesia ditirâmbica, a maior parte da aulética e da citarística, consideradas em geral, todas se enquadram nas artes de imitação.
3. Contudo há entre estes gêneros três diferenças: seus meios não são os mesmos, nem os objetos que imitam, nem a maneira de os imitar.
4. Assim como alguns fazem imitações em modelo de cores e atitudes —uns com arte, outros levados pela rotina, outros com a voz –, assim também, nas artes acima indicadas, a imitação é produzida por meio do ritmo, da linguagem e da harmonia, empregados separadamente ou em conjunto.
5. Apenas a aulética e a citarística utilizam a harmonia e o ritmo, mas também o fazem algumas artes análogas em seu modo de expressão; por exemplo, o uso da flauta de Pã.
6. A imitação pela dança, sem o concurso da harmonia, tem base no ritmo; com efeito, é por atitudes rítmicas que o dançarino exprime os caracteres, as paixões, as ações.
7. A epopeia serve-se da palavra simples e nua dos versos, quer mesclando metros diferentes, quer atendo-se a um só tipo, como tem feito até ao presente.
8. Carecemos de uma denominação comum para classificar em conjunto os mimos de Sófron (1) e de Xenarco, (2)
9. as imitações em trímetros, em versos elegíacos ou noutras espécies vizinhas de metro.
10. Sem estabelecer relação entre gênero de composição e metro empregado, não é possível chamar os autores de elegíacos, ou de épicos; para lhes atribuir o nome de poetas, neste caso temos de considerar não o assunto tratado, mas indistintamente o metro de que se servem.
11. Não se chama de poeta alguém que expôs em verso um assunto de medicina ou de física! Entretanto nada de comum existe entre Homero e Empédocles,(3) salvo a presença do verso. Mais acertado é chamar poeta ao primeiro e, ao segundo, fisiólogo.
12. De igual modo, se acontece que um autor, empregando todos os metros, produz uma obra de imitação, como fez Querémon(4) no Centauro, rapsódia em que entram todos os metros, convém que se lhe atribua o nome de poeta. É assim que se devem estabelecer as definições nestas matérias.
13. Há gêneros que utilizam todos os meios de expressão acima indicados, isto é, ritmo, canto, metro; assim procedem os autores de ditirambos(5), de nomos(6), de tragédias, de comédias; a diferença entre eles consiste no emprego destes meios em conjunto ou em separado.
14. Tais são as diferenças entre as artes que se propõem a imitação.
CAPÍTULO II
Diferentes espécies de poesia segundo os objetos imitados
Como a imitação se