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As Feras do Saldanha: O João sem-medo, por suas mulheres
As Feras do Saldanha: O João sem-medo, por suas mulheres
As Feras do Saldanha: O João sem-medo, por suas mulheres
E-book130 páginas1 hora

As Feras do Saldanha: O João sem-medo, por suas mulheres

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Sobre este e-book

As Feras do Saldanha – O João Sem-Medo, por suas mulheres , de Thereza Bulhões, conseguiu um feito inédito na literatura nacional – reunir, num mesmo volume, depoimentos de cinco ex-companheiras de João, que revelam um lado do ex-técnico da Seleção nunca antes apresentado ao público – o conjugal. Aclamado como um dos maiores comentaristas esportivos do país, João Saldanha nunca escondeu sua paixão pelo Botafogo, apesar de ter sido casado com a tricolor Bulhões, que entrevista, uma a uma, todas as "feras" de João – suas mulheres. O livro, com prefácio de Juca Kfouri, reúne passagens e fotos históricas da vida familiar do João Sem-Medo, como ficou conhecido por sua veia ferina.

Prefácio de Juca Kfouri, com ilustrações de Iaque.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento12 de dez. de 2013
ISBN9786599037535
As Feras do Saldanha: O João sem-medo, por suas mulheres

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    Pré-visualização do livro

    As Feras do Saldanha - Thereza Bulhões

    conteúdo.

    Sumário

    Prefácio

    Introdução

    HILDA

    Capítulo I

    RUTH

    Capítulo 2

    THEREZA

    Capítulo 3

    MARIA SYLVIA

    Capítulo 4

    Helô - O Descanso do Guerreiro

    Crônicade João Saldanha

    Carta para Veroca

    Homenagem dos Amigos do João

    Prefácio

    Rever João Saldanha por meio de quatro de suas mulheres – as com quem dividiu o teto, porque tem também as filhas e enteadas – é o presente que a terceira delas, Thereza Bulhões, nos entrega com simplicidade, humor e sensibilidade neste As Feras do Saldanha.

    Se for verdade que atrás de um grande homem sempre há uma grande mulher, o gigantismo do nosso João Sem-Medo está mais que explicado, porque só mesmo quatro enormes mulheres poderiam suportá-lo, nos dois sentidos.

    Que deliciosas são Hilda, dez anos ao lado dele, Ruth, mais nove, a autora Thereza, onze, e Maria Sylvia, outros sete.

    Esta última não há de se lembrar, mas dela minha mulher e eu nos lembramos bem, por causa de uma memorável noite em Barcelona, na Copa do Mundo de 1982, quando vimos juntos um show de música flamenca no Parque Montjuic.

    Vimos juntos é modo de dizer porque, de verdade, pouco vimos do show e muito rimos dos casos contados pelo João, em jornada particularmente inspirada, sobre uma excursão que fez com o Botafogo, em tempos de salazarismo e franquismo, por Portugal e Espanha.

    O João do futebol, o João da política, o João da sedução, o João do pavio curto e, aqui revelados, o João do ciúme e o João das flores.

    O livro exala frescor e é capaz de fazer do aparentemente rude um exemplo de surpreendente delicadeza.

    Dá até vontade de sair contando todas as muitas histórias que vivemos juntos, ele e eu, mas seria machismo demais tomar o espaço dessas quatro mosqueteiras, além de atrasar a leitura das noventa gloriosas páginas que você tem para saborear.

    Conto apenas um, do João maternal, embora ele preferisse ser chamado, no caso, de paternal, mesmo sendo este livro o que é.

    A Seleção Brasileira faria um amistoso no Estádio Nacional de Santiago, em 1985, ainda sob a ditadura de Pinochet.

    No avião para o Chile encontro João, que vinha do Rio e fez escala em São Paulo. Ao chegar, ele me adverte: Olhe aqui, te conheço bem e você é capaz de falar bobagem na TV sobre a ditadura chilena. Aqui não é Brasil. Eles são capazes de tudo. E ouvem tudo. Te cuida!.

    Para tranquilizá-lo, dei-lhe uma gozada: Pombas, João, meu pai me disse a mesma coisa ontem ao nos despedirmos. Tenho 35 anos, sou pai de três filhos, não sou maluco. Fique tranquilo.

    Só que, na hora agá, abertura da transmissão, quando me dei conta, estava dizendo que o Estádio Nacional desperta dois sentimentos antagônicos: foi aqui que Mané Garrincha levou o Brasil ao bicampeonato mundial. Mas também foi aqui que patriotas chilenos foram presos, torturados e mortos no golpe que derrubou o presidente eleito pelo povo, Salvador Allende.

    Em menos de cinco minutos, havia um homem de paletó e gravata, arma exposta, na porta da cabine do SBT.

    O cara só desgrudou no dia seguinte, quando embarcamos de volta para o Brasil. Avisado, João também colou em mim, aparentando mau humor.

    Até que, já em São Paulo, aos nos despedirmos, ouvi dele o que jamais esquecerei: Você fez muito mal. Mas você é meu orgulho.

    Na voz de suas mulheres, João Saldanha vive.

    Viva João Saldanha!

    Juca Kfouri

    Introdução

    ABREM-SE AS CORTINAS PARA O PONTAPÉ INICIAL

    Como antes de qualquer partida, tento pegar o fio. O fio deste clássico. O fio que passeia agora pelo meu estômago. Um fio gelado, indicando a entrada em campo de um time formado pelas quatro mulheres de João Saldanha. Mulheres que na defesa, no meio e no ataque lutaram contra diversas equipes, dentro e fora das quatro linhas, em diferentes épocas e tempos de duração, somando, juntas, quase 50 anos de convivência com João.

    Quarenta e sete, precisamente, refletidos em seus quatro casamentos, suas mulheres, seus quatro filhos, mais quatro enteados – termo frio, apesar de técnico, para expressar o amor que João nutria por seus amigos, como considerava os filhos de suas parceiras neste belo time de 12 craques.

    Seus dribles vêm abrilhantar a cena, empolgando simpáticos adversários – seus leitores – em excelentes equipes, que, revezando-se, irão jogar contra as Feras do Saldanha. 

    Ufa! Consegui buscar um incentivo para juntar as peças. Agora só falta convencer o João a me deixar entrevistar suas Feras, conseguir que a distinta Editora Lacre acredite no resultado desses jogos e que, na outra ponta do fio, os leitores, de todas as cores, de todos os clubes, sejam nossas verdadeiras torcidas.

    Mas que ideia a minha soltar o nome de João Saldanha para chamar os leitores... Não é que o canal estava ligado, fazendo com que nosso João Sem-Medo despertasse de seu repouso eterno e retornasse à Terra, e justo naquele espaço por ele alcunhado de zona do agrião? – área próxima do gol, quase sem grama, onde se trava, ou se destrava, a esperança da vitória; onde vigora a força da decisão de um pensamento rápido; onde se dá a finalização de uma ação coletiva, de uma morte súbita, de uma sobrevida ou ainda de uma vida sempre viva, ao balançar da rede, no momento mágico de um gol.

    João surge em pleno Maracanã, local representativo seu, onde estou, como sempre estive, esperando-o.

    Sabe como é, Thereza, você chamou as Feras e agora elas estão soltas. Isso é um perigo! Pois falam; pior, pensam. Sei lá como irão me descrever... Preciso participar dessas entrevistas. Prometo que ficarei de bico calado, apenas com este meu jeito saudável de controlar situações complicadas, habitualmente carinhoso, mas, às vezes, também um tanto agressivo. É a minha forma de ser, que nem São Pedro conseguiu modificar. Aliás, eu e o velho Pedro acabamos ficando companheiros, amigões.

    Salve, Xangô! João, não sei se dará certo essa história de deixar você vaguear entre os vivos. ‘Dona Flor e Seus Dois Maridos’ e ‘Cem Anos de Solidão’, dos tremendos Jorge Amado e Gabriel García Marquez, já registraram este realismo fantástico em suas lindas ficções.

    Ficção nada. São dois magníficos comunistas esses escritores. Thereza, será que você não fortaleceu meus ensinamentos abstratos? Tudo é realidade. Ficção são estes dirigentes que temos... ainda.

    Tá... Tá bom, João! Aceito o argumento, mas não me altere a história tanto assim.

    E é desta maneira que João entra no cenário, onde é o próprio protagonista. Difícil será harmonizar nossas conversas paralelas, melhor dizendo, as intromissões de João no decorrer dos papos que terei com as Feras. Mais complicado ainda será mantê-lo transparente perante as entrevistadas, no instante em que, com seu sotaque gaúcho-carioca, entoar um daqueles meus amigos, vindo do além, usando o microfone das emoções.

    Vale afirmar aqui que, em se tratando de João Saldanha, de suas ideias, de suas palavras, de suas atitudes, o microfone das emoções sempre esteve no volume máximo, ampliado pela repercussão pública. Entretanto, ainda hoje, quando me deparo com certas observações a seu respeito, amigáveis ou rancorosas, sempre percebo certos profundos esquecimentos.

    Vida que segue...

    Na Tribuna de Honra de um Maraca vazio, marcamos nosso primeiro encontro. Como tínhamos de acertar detalhes da participação de João nas entrevistas, achei melhor ouvi-lo.

    Thereza, querida, saudações alvinegro-tricolores! Diria assim o presidente eterno do Fluminense, Francisco Horta, um famoso tricolor, como você. Estava com saudades! Obrigado também pela homenagem! Sei que os leitores vão gostar.

    Ah, João, deixa de falsa modéstia. Ao contar nossa saga, pretendo homenagear o Brasil; homenagear os filhos de um lindo país, o nosso, dando continuidade ao lance, a estas partidas e chegadas em campo.

    "Ora, legal! Aproveito esta falação de

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