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Ponto de virada: O que faz uma pessoa mudar?
Ponto de virada: O que faz uma pessoa mudar?
Ponto de virada: O que faz uma pessoa mudar?
E-book138 páginas2 horas

Ponto de virada: O que faz uma pessoa mudar?

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Sobre este e-book

A hora é agora
Diante de um dos momentos mais dramáticos da história da humanidade é fundamental refletir com serenidade sobre como lidar com os problemas que todos enfrentamos. Uma das maiores líderes espirituais do país, Monja Coen atende a este chamado e faz neste livro um sensível convite ao desapego, como ferramenta para lidar com as dificuldades que a pandemia nos trouxe a todos. Intelectual respeitada, e autora best-seller com centenas de milhares de livros vendidos, Monja Coen reflete sobre importância de aproveitar estes momentos duros para empreendermos mudanças positivas e decisivas em nossas vidas. "O texto da monja Coen foi uma luz sobre minha quarentena", diz a respeito do livro Leandro Karnal.
IdiomaPortuguês
EditoraAcademia
Data de lançamento27 de jun. de 2020
ISBN9786555350739
Ponto de virada: O que faz uma pessoa mudar?
Autor

Monja Coen

MONJA COEN é a primaz fundadora da Comunidade Zen-Budista Zendo do Brasil, criada em 2001. Teve seu primeiro contato com o zen-budismo no Zen Center de Los Angeles, onde fez os votos monásticos em 1983. Residiu por oito anos no Mosteiro Feminino de Nagoya, no Japão, onde se graduou como monja especial, habilitada a ministrar aulas de Budismo para monges e leigos. Retornou ao Brasil em 1995, como missionária da tradição Sôtô Zenshu para o Brasil. Ministra cursos e palestras sempre muito concorridas. Apresentou a série Caminho Zen, pelo canal GNT, e apresenta o programa semanal Momento Zen, na Rádio Vibe Mundial. Autora best-seller, já teve vários de seus livros publicados pela editora Planeta: Que sementes você está regando?, Zen para distraídos, A sabedoria da transformação, 108 contos e parábolas orientais, Aprenda a viver o agora, O que aprendi com o silêncio, Ponto de virada e Tempo de cura.

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    Ponto de virada - Monja Coen

    Coen

    Agradecer

    Agrado de ser. Alegria de dar e receber. Humildade em reconhecer o que chega até você.

    Sol e Lua.

    Dia e noite.

    Saúde e doença.

    Agradecer ao coronavírus, que em 2020 assusta.

    Isolamento social.

    Ficar em casa, na santa casa do seu mais íntimo.

    Reconhecer seus sentimentos, emoções, medos, alegrias, aflições.

    Ansiedade, restrições.

    O menino de 16 anos levou cem facadas.

    Jovem, meu amigo – por onde foi?

    Seria dívida de drogas?

    Cem facadas é muita facada.

    Teriam sido dadas por um ou por dois?

    Talvez por muitos.

    No hospital, o pai adotivo aguarda – pulmão perfurado, rim perfurado, corre risco de morrer.

    Vaso ruim não quebra, alguém comenta.

    Seria ele um vaso ruim ou um vaso forte?

    Capaz de surpreender e sobreviver à sua própria morte?

    Ficou sem fala, respira pela traqueia, usa fraldas, seu lado esquerdo não responde. Está consciente, mas dois coágulos, das veias e artérias cortadas do pescoço, queimaram conexões neurais. Ficará para o resto da vida em uma cama, nem sentar consegue...

    É preciso ter cuidado ao falar, ao pensar.

    Ter cuidado nas escolhas – houve escolha para alguém que foi adotado e devolvido treze vezes?

    Viciado, perdido, sem valores, sentimentos nem princípios. Só encontra o fim sem fim de viver sem ser.

    Discriminações e preconceitos.

    São tantas e tantos que nos perdemos crendo que somos imunes ao crime.

    Pois é crime discriminar pessoas.

    Nos elevadores está escrito que é proibido discriminar, mas e se estiverem contagiados pelo coronavírus sem nenhum sintoma? Podem entrar?

    Há poucos dias expulsaram, a pontapés, uma mulher de um ônibus. Ela estava sem máscara e tossia. Foi jogada fora. Isso não é bom. O que não é bom? A doença? A falta de máscara? A tosse? Os homens que a empurraram com os pés? Tudo errado, do começo ao fim. E no meio fica a dor, a tristeza de ser obrigada a descer longe do ponto, do seu ponto. Teria dinheiro para outro ônibus?, fico pensando ao tentar compreender cada uma e todos no transporte coletivo com medo de se contaminar, sofrer, morrer.

    Há gente malvada.

    Com a Aids foi assim.

    Gente que sabendo estar doente mantinha relações sexuais para contaminar os outros.

    Só assim entenderiam sua dor.

    O Taj Mahal, na Índia – uma beleza incrível com pedaços de mármore coloridos colocados em harmonia e cuidado. Pois, reza a lenda, o sultão que ordenou construí-lo como mausoléu para sua esposa amada, mandou matar a esposa do arquiteto – só assim ele entenderia sua dor.

    Que horror!

    Quando pronta a obra rara, mandou cortar as mãos dos artesãos para que nunca houvesse outra obra de arte igual a essa.

    Loucura, devaneio, maldade.

    Nós humanos podemos ser muito cruéis.

    Isso também é verdade.

    Há quem seja tão mesquinho, tão pequeno, tão sofrido, tão sozinho que queira passar o vírus...

    É tudo que essa pessoa tem a dar, a compartilhar?

    Por isso, não vá para a rua.

    Não sente no banco da

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