O horla, A cabeleira, A mão, O colar
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Sobre este e-book
Ao abrir esse livro, o leitor mergulhará na Paris do século XIX e se entregará às experiências insólitas daquela época. O insólito, o sobrenatural e o mistério, que ainda hoje fascinam os jovens, são elementos brilhantemente explorados pelo contista Guy de Maupassant.
Guy de Maupassant
Guy de Maupassant was a nineteenth-century French author, remembered as a master of the short story form, who depicted human lives, destinies, and social forces in disillusioned and often pessimistic terms. He was a protégé of Gustave Flaubert, and his stories are characterized by economy of style and efficient, seemingly effortless dénouements. Born in 1850 at the late–sixteenth century Château de Miromesnil, de Maupassant was the first son of Laure Le Poittevin and Gustave de Maupassant, who both came from prosperous bourgeois families. Until the age of thirteen, de Maupassant lived with his mother at Étretat in Normandy. The Franco-Prussian War broke out soon after his graduation from college in 1870, and he enlisted as a volunteer. In his later years he developed a constant desire for solitude, an obsession for self-preservation, and a fear of death and paranoia of persecution. In 1892, de Maupassant attempted suicide. He was committed to the private asylum of Esprit Blanche at Passy, in Paris, where he died in 1893.
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O horla, A cabeleira, A mão, O colar - Guy de Maupassant
Apresentação
A OBRA DE MAUPASSANT E A
LITERATURA FRANCESA DO FINAL
DO SÉCULO XIX
A segunda metade do século XIX, na França, é marcada por uma grande diversidade de movimentos estéticos. Na literatura, o Realismo, o Naturalismo, o Parnasianismo, o Simbolismo emergem como uma alternativa ao exagero romântico. Apesar de o Simbolismo ainda usar muitas características do Romantismo, o sentimento estético é de recusa a esse movimento que dominou a cena artística francesa da primeira metade do século XIX.
A literatura da segunda metade do século XIX enterra o herói que sonhava em mudar o mundo e o substitui por aquele que é escravo de seus desejos e ambições. Novos debates se impõem sobre o papel do escritor na sociedade francesa. Escrever deixa de ser uma missão e passa a ser um trabalho. Escrever é então inventariar, documentar; características muito ligadas ao positivismo da época: ordenar as ciências numa escala evolutiva e livre de qualquer especulação teológica, o que transparece nas obras realistas e naturalistas francesas e brasileiras e até mesmo conduz alguns autores a uma leitura mecanicista
da sociedade de sua época com seus conflitos e suas angústias. São exatamente esses conflitos e essas angústias presentes nas obras de Flaubert e de Zola, que também emergem na obra de Maupassant, e que buscamos apresentar aqui ao leitor brasileiro.
No auge do romance, Maupassant escreverá com precisão contos e novelas, aperfeiçoando os gêneros em questão e marcando a história da literatura ocidental. Diferentemente das obras essencialmente realistas ou naturalistas, os textos de Maupassant buscam na exatidão, na perfeição da imagem da vida quotidiana, o momento em que essa vida foge de sua normalidade e se abandona ao inexplicável, aos seres de outro mundo, aos mistérios da alma humana e da loucura.
Para tanto, Maupassant serve-se de uma galeria de tipos: provincianos, soldados, pequenos funcionários, homens do povo, aristocratas; todos retratados friamente na língua mordaz e precisa do autor. O contista francês tem predileção por alguns temas, ou ainda, alguns retratos: loucos, alucinados, seres de outro mundo. Todos esses retratos estão voltados para um estudo da alma humana e para o aperfeiçoamento do gênero do conto e da literatura fantástica.
Maupassant, contista por excelência, varia, no entanto, suas narrativas. Escreveu em forma de diários, cartas, sonhos, diálogos. Dotado de um vocabulário e uma sintaxe simples, o que o torna acessível a leitores estrangeiros e jovens, ele tece os retratos da alma humana, de seus dilemas e expõe suas sombras.
Ainda que inovadores, os textos de Maupassant obedecem a certas regras precisas: um número limitado de páginas, poucos personagens, poucos acontecimentos, um desfecho inesperado; tudo isso no intuito de provocar um efeito no leitor: surpresa, indignação, revolta, medo, compaixão. O autor busca articular todos esses elementos dentro da estrutura dos contos fantásticos, sob a influência de um mundo vindo de outro lugar, como em Edgar Allan Poe.
Nas páginas que seguem, o leitor terá uma amostra da exatidão da língua de Maupassant, da precisão das imagens que ele escolheu para guiar seus contos, como se pode notar desde o título dos textos aqui apresentados. Enfim, este volume brinda o leitor com a diversidade e a qualidade de alguns dos textos mais conhecidos e estudados por jovens com o objetivo de despertar o gosto pela leitura e possibilitar a integração com um sistema literário estrangeiro.
Adriane Sander e Paola Felts Amaro
img1.jpgO Horla
O HORLA
25 de maio de 1887
8 DE MAIO
Que dia admirável! Passei a manhã inteira estendido na relva, em frente à minha casa, sob o enorme plátano que a cobre, abriga e faz sombra. Adoro esta região e adoro viver aqui, porque é onde estão minhas raízes, essas profundas e delicadas raízes que ligam um homem à terra em que nasceram e morreram seus antepassados, que o ligam àquilo que se pensa e se come, aos costumes e aos alimentos, às expressões locais, aos sotaques dos camponeses, ao cheiro do sol, dos vilarejos e do próprio ar.
Adoro a casa em que cresci. Das janelas vejo o rio Sena, que corre ao longo do meu jardim, atrás da estrada, quase na minha casa, o grande e largo Sena que vai de Rouen a Havre, coberto de barcos que passam.
Lá, à esquerda, Rouen, a vasta cidade de telhados azuis sob a multidão pontiaguda dos campanários góticos. São incontáveis, frágeis ou imponentes, dominados pela flecha fundida da catedral*, e repletos de sinos que soam no ar azul das belas manhãs, lançando até mim seu doce e longínquo bater de ferro, seu canto de bronze que a brisa me traz, ora mais forte, ora mais fraco, conforme ela acorda ou adormece.
Que manhã agradável!
Por volta das onze horas, um longo comboio de navios, puxados por um rebocador, pequeno como uma mosca, e que agonizava de esforço, vomitando uma fumaça espessa, desfilou na frente do meu portão.
Depois de duas escunas inglesas, cuja bandeira vermelha ondulava no céu, vinha uma esplêndida galera brasileira, toda branca, admiravelmente limpa e reluzente. Tanto me agradou ver esse navio, que o saudei, não