A Beleza da Linguagem Espiritual
De Jack Hayford
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Sobre este e-book
Geralmente, as pessoas pensam que falar em línguas é balbucio ou exagero emocional. Elas pensam que é algo estranho, dramático ou, às vezes, excessivo. Mesmo entre as comunidades de pessoas cheias do Espírito, há desacordo em relação à importância do dom de línguas.
O Pastor Jack apresenta argumentos persuasivos para a aceitação do dom de línguas como parte normal da experiência do cristão. Em termos bíblicos sensatos, ele ultrapassa linhas denominacionais para explicar esse encontro íntimo com o coração de Deus. Esta edição revisada e ampliada inclui 14 lições inéditas elaboradas pelo Pastor Jack.
Jack Hayford
JACK HAYFORD wrote or collaborated on over 100 books and composed over 600 songs. He was the founding pastor of The Church On The Way in Van Nuys, California, where he served as the senior pastor for more than three decades. Pastor Jack also served as the Chancellor Emeritus of The King's University and an apostolic elder at Gateway Church in Dallas-Fort Worth, Texas.
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Avaliações de A Beleza da Linguagem Espiritual
1 avaliação1 avaliação
- Nota: 5 de 5 estrelas5/5Excelente livro, uma delícia de leitura!!!
Vale a pena ler!!!
Extremamente enriquecedor!!!
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A Beleza da Linguagem Espiritual - Jack Hayford
A beleza da linguagem espiritual: revelando o mistério de falar em línguas
Copyright © 2018 de Jack Hayford
Edição revista e ampliada. A beleza da linguagem espiritual: minha jornada em direção ao coração de Deus foi publicado originalmente por W Pub Group em 1992.
Tradução:
Christian Lingua Translation Agency
www.christianlingua.com
Passagens extraídas da versão Almeida Revista e Atualizada®. Copyright © 1982 de Thomas Nelson. Usadas com permissão. Todos os direitos reservados.
Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida, armazenada em um sistema de recuperação ou transmitida sob quaisquer formas ou meios, sejam eletrônicos, mecânicos, fotocópia, gravação ou quaisquer outros, sem permissão prévia da editora.
ISBN: 978-1-949399-33-2 Brochura em português
ISBN: 978-1-949399-34-9 E-book em português
ISBN: 978-1-945529-32-0 Brochura em inglês
ISBN: 978-1-945529-43-6 E-book em inglês
Traduções disponíveis também em chinês, híndi e espanhol.
Esperamos que você ouça o Espírito Santo e receba as mais ricas bênçãos de Deus por meio deste livro da Gateway Press. Desejamos oferecer recursos da mais alta qualidade que levem mensagens, música e mídia da Gateway Church para o mundo. Para obter mais informações sobre outros recursos da Gateway Publishing, acesse gatewaypublishing.com.
Gateway Press, uma impressão da Gateway Publishing
700 Blessed Way
Southlake, Texas 76092
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Sabbath: A Gift of Time
Copyright ©2009, 2018 by Bonnie Saul Wilks
Revised edition
Part of the Eternal Promise series
Translated by:
Christian Lingua Translation Agency
www.christianlingua.com
All rights reserved. No portion of this publication may be reproduced, stored in a retrieval system, or transmitted in any form by any means—electronic, mechanical, photocopying, recording, or any other—without prior permission from the publisher.
Para as contínuas gerações de santos,
que escolheram
acolher todos os dons e graças de Deus;
firmes em sua devoção,
sempre sem medo ou desculpas,
e sempre revestidos com o embelezamento
do amor e da humildade.
Sumário
Introdução
Seção 1
Descobrindo a beleza
1 A beleza da linguagem espiritual
2 Ver o coração de Deus
3 Linguagem do amor em forma de louvor
4 Ainda que eu fale as línguas
5 A luz que vem do alto
6 Marcos históricos — ampliando limites
7 Para que todos possam profetizar
8 Uma beleza com benefícios abençoados
9 Pois para vós outros é a promessa
10 A beleza máxima — a singularidade de Cristo
Seção 2
Vivendo a beleza
Nota para o leitor ou leitora
O dom de falar
Aprendendo a falar em português
Como receber o batismo no Espírito Santo
Procure com zelo os melhores dons
Fale com Ele em línguas
Desenvolvimento por meio da linguagem espiritual
Problemas na linguagem espiritual
O Grande Psiquiatra:
O que a igreja deve ser?
Apêndice 1 Como receber a Cristo como Senhor e Salvador
Apêndice 2 Uma oração para convidar o Senhor a encher você do Espírito Santo:
Apêndice 3 Cantando cânticos espirituais
Apêndice 4 A Bíblia e o termo linguagem espiritual
Sobre o autor
Introdução
Pode chamar isto de risco confortável
Nunca fui acusado
de não demonstrar coragem frente a um risco razoável.
Agora, é provável que eu jamais mergulharia 30 m em um salto de bungee jump, voaria de asa-delta ou esquiaria em uma geleira com crevasses. No entanto, riscos razoáveis — aqueles que descrevo como riscos com alto potencial de beneficiar as pessoas
—, esses não me recuso a assumir, independentemente do potencial custo para mim. É possível que este livro seja o maior risco que assumi em todos os meus anos como escritor.
Na verdade, estou correndo um risco duplo nesta empreitada. Por um lado, tenho milhares de amigos fora dos círculos pentecostais e carismáticos. Alguns deles podem achar que estou extrapolando os limites
. Por outro lado, tenho inúmeros amigos dentro dos círculos pentecostais ou carismáticos que podem pensar que estou recuando
.
Mas, na verdade, não estou extrapolando os limites nem recuando. Estou só expondo o que venho dizendo e fazendo a respeito da linguagem espiritual há mais de quatro décadas: focar na simplicidade e no desejo da promessa de Jesus para todos nós.
O interesse atual pela linguagem espiritual não é motivado por uma busca superficial de novidades. Pelo contrário, surge de um desejo de receber recursos mais completos de Deus e de uma paixão por algo bíblico que nos levará para mais perto de Seu coração em oração. Essas atividades, por sua vez, nos ajudarão a exaltá-lO mais grandiosamente em louvor privado. (Fico perplexo quando um crítico afirma que essa busca sugere que o próprio Cristo ou a Palavra de Deus é insuficiente
para satisfazer a alma. Que acusação descabida!)
É inteiramente válido fazermos nosso o clamor de Davi. Preste atenção! Ele fala por todas as almas que amam a Deus mas também anseiam por mais dEle:
Como suspira a corça pelas correntes das águas,
assim, por ti, ó Deus, suspira a minha alma (Salmo 42:1).
Duas coisas despertam meu desejo de lidar com esse tema:
As pessoas estão interessadas em um olhar aberto e generoso para com a experiência bíblica da linguagem espiritual.
É possível vivenciar a beleza dessa bênção sem ficar preso em debates atuais ou históricos ou em tradições vazias.
Neste livro, estou usando o termo mais contemporâneo linguagem espiritual simplesmente porque é uma forma mais fácil de descrever o falar em línguas. Embora línguas seja uma expressão bíblica, ela tende a evocar imagens estranhas na mente das pessoas:
Imagens de fala descontrolada ou êxtase incoerente e balbuciante
Murmúrios sem sentido parecidos com feitiçaria saídos de bocas espumantes
Burburinhos esquisitos emitidos por um corpo enrijecido em transe hipnótico
Estou pedindo a você, como leitor, que ouça um testemunho que me pediram para dar. Quero enfatizar que a primeira edição deste livro foi uma encomenda feita por, veja bem, um editor sem muita tradição em temas pentecostais ou carismáticos! A coragem do editor em me fazer essa encomenda foi a confirmação de que o assunto, anteriormente considerado sectário, havia alcançado grande atenção e interesse sincero entre muitos cristãos. Além dessa confirmação humana e acolhedora, algo essencial para a minha decisão foi a preciosa sensação da presença do Espírito Santo confirmando e me auxiliando.
Esta edição recém-revisada e ampliada foi dividida em duas seções. A primeira, intitulada Descobrindo a beleza
, apresenta o conteúdo do texto original e procura apresentar todos os cristãos ao fundamento bíblico da linguagem espiritual. A última seção, Vivendo a beleza
, consiste em material novo para este livro composto de sermões ministrados na igreja The Church On The Way e fornece aplicação tangível para quem desejar beber mais profundamente da fonte inesgotável da plenitude do Espírito Santo.
Então, qualquer que seja a sua abordagem em relação a esta mensagem feita de coração para coração, de vida para vida, meu mais profundo desejo é que seu coração seja aquecido. Minha oração fervorosa é que, ao ler sobre minha jornada em direção ao coração de Deus, sua jornada seja enriquecida e ampliada.
De certa forma, espero que este testemunho seja uma ponte sobre águas muito turbulentas. Este é meu desejo: que nada aqui se torne uma rua sem saída, e sim, que este relato de minha jornada possa abrir o caminho e expandir a compreensão. Oro para que todos nós, em toda a Igreja, possamos compartilhar cada vez mais as coisas boas do Senhor, que são espiritualmente proveitosas e gratificantes.
A Ele seja a glória na Igreja!
j
ack
h
ayford
The Church On The Way
Van Nuys, Califórnia
Seção 1
Descobrindo a beleza
1
A beleza
da linguagem espiritual
...os ocultarás da contenda de línguas.
— Salmo 31:20
O
barulho do
telefone invadira a quietude do santuário de nossa sala de estar, onde eu estava estudando, desfrutando a privacidade de meu refúgio. Levantei-me e caminhei até o telefone, sentindo-me levemente irritado com a interrupção, sem saber que a conversa que se seguiria abriria um cenário inteiramente novo de amizade e comunicação.
Olá
, disse, em um tom que tentava velar minha frustração.
Jack!
, exclamou a voz do outro lado da linha. Perdoe-me por ligar para sua casa. Espero não ter interrompido você ou atrapalhado seu descanso
.
Então, o interlocutor se identificou. Era um dos líderes evangélicos mais conhecidos e amplamente aceitos dos Estados Unidos. Ele explicou que tinha me visto em uma entrevista na televisão na noite anterior e ligou para o entrevistador (um amigo dele) que, conhecendo sua confiabilidade e a razão pela qual queria entrar em contato comigo, dera a ele meu número particular.
Espero que você não se importe
, desculpou-se o interlocutor, mas me senti muito impelido a ligar para fazer um convite a você
.
Fiquei um pouco surpreso. O assunto da entrevista havia sido falar em línguas, um tema frequentemente volátil. Para alguns, é uma fonte de curiosidade, enquanto outros tratam a questão com animosidade. Entre esses polos existem diversas opiniões tanto de participantes quanto de detratores da prática.
Ele continuou: Gostaria que você falasse em um congresso bíblico que vou organizar em poucos meses. Dez mil pessoas estarão presentes, a maioria das quais tem origem tradicionalmente hesitante ou resistente à questão de falar em línguas. Na verdade, alguns de nós aprenderam que essas ‘atividades’ eram um sinal de influência demoníaca
.
Estremeci por dentro, embora soubesse que ele não estava afirmando essas acusações. (Passar a vida enfrentando essas críticas tende a trazer uma reação defensiva.)
Jack, você poderia vir para o congresso? Nunca ouvi uma palestra pentecostal ou carismática sobre o dom de línguas como a sua. Estou convidando você a abordar esse tema com o objetivo de ampliar o entendimento e neutralizar parte do fanatismo existente em ambos os lados do assunto. Acho que você poderia ajudar a proporcionar muito esclarecimento e equilíbrio.
Eu me esforcei para achar as palavras certas e não demonstrar quanto fiquei surpreso. Não me senti apenas agraciado com a generosidade da abordagem feita por um líder tão respeitado como ele, também me senti acalentado com a oportunidade que ele estava me dando. Eu buscava, há décadas, uma abertura para as obras do Espírito Santo de Deus, sempre tendo o cuidado de unir a elas uma firme obediência às verdades bíblicas. Compartilhar minha experiência de falar em línguas com outras pessoas e vê-la sendo tão distorcida e considerada resultado de alguém com algum desequilíbrio ou esgotamento emocional sempre foi algo muito doloroso para mim. As pessoas que falam em línguas muitas vezes são tidas como um bando de tagarelas indiferentes — ou alheios — a uma fé sólida na Palavra de Deus e uma caminhada sensata com o Filho de Deus.
Na verdade, nunca me preocupei com a experiência da oração em línguas. Ela surgiu simplesmente como resultado de um conjunto crescente de experiências que foram gradualmente adquiridas nos anos que seguiram uma simples decisão: eu queria conhecer o coração de Deus.
Com conhecer o coração
de Deus, não estou me referindo a alguma busca por consciência mística ou vontade interior de ser outra pessoa
no controle da personalidade. Também não me refiro a uma procura oculta, astral ou cósmica por Alguém lá fora
. Com "coração de Deus eu me refiro única e exclusivamente ao Deus vivo — nosso Criador, nosso Pai — que enviou Seu Filho Jesus para ser nosso Salvador. E com
coração", me refiro ao que esse termo normalmente significa em nosso idioma.
Assim como o coração é a sede de nossas afeições e é usado poeticamente para descrever nossas mais altas aspirações e nossos mais profundos compromissos, sinto-me comprometido em conhecer nosso Criador dessa maneira (como dizemos, de todo o meu coração
). Deus não deixou claro apenas que Ele pode ser totalmente conhecido
nesta dimensão, mas Ele também forneceu diretrizes claras para mapearmos o caminho rumo a conhecê-lO pessoal e intimamente.
Ao contrário da crença popular e de algumas especulações teológicas, Deus não é uma Pessoa velada, resguardando-Se a uma distância galáctica ou nos observando de longe — fora de alcance. Eu soube disso por meio de um encontro profundo, porém simples, com Sua salvação em Seus termos, mas levou anos para eu começar a conhecê-lO.
Foi nesse ambiente que fui apresentado a uma dimensão de oração que, ao ouvir falar pela primeira vez, temi explorar. Desde a infância ouvi histórias de terror sobre pessoas que oravam em línguas. Ter presenciado alguns casos indesejáveis de desordem fanática foi suficiente para sufocar minha investigação inicial. Mas, por dois motivos, a voz calma da sabedoria prevaleceu sobre meus medos.
Primeiro, eu tinha visto muitos mais casos de uma prática saudável e sensata de falar em línguas. Em segundo lugar, também tive a oportunidade de fazer um exame cuidadoso e sem preconceitos das Escrituras sobre o assunto. Portanto, conhecia o uso e o valor dessa experiência bíblica e, quando questionado, eu sempre me alegrava em falar sobre o assunto, desde que a consulta não visasse ao debate.
Por isso, foi com uma calorosa prontidão que aceitei o convite do interlocutor para o congresso. Talvez — apenas talvez — minha participação naquele cenário pudesse ajudar outras almas sinceras a remover medos e dissolver estereótipos e até mesmo levá-las a perceber os benefícios de algo que eu encontrara e constatara como incrivelmente belo.
Foi com essa ideia, o aspecto incrivelmente belo
dessa comunicação com Deus, que defini o tema de minha mensagem para aquela noite. Vários meses depois, eu estava na plataforma central de uma arena gigante, após ter sido apresentado a milhares de pessoas como o homem que falaria sobre a oração em línguas, e anunciei meu tema: A beleza da linguagem espiritual.
O motivo de selecionar essa frase para descrever minhas observações não foi tanto um esforço de persuasão, mas uma tentativa de reformular a imagem que muitos parecem ter da oração em línguas. Um estereótipo persiste, sugerindo que a prática de falar em línguas é retirada do molde de uma reunião mística em alguma zona rural. Você deve ter visto isso em documentários de televisão: um bando de manipuladores de serpentes emitindo sons estranhos enquanto passam répteis sobre os ombros como colares. Mas essa é, sem dúvida, uma imagem muito distante da beleza e da ordem que eu havia descoberto em meus momentos particulares de comunhão na presença de um Deus amoroso.
Ao longo de muitos anos de experiência, falar em línguas foi algo muitas vezes visto como uma aberração, um estado de agitação autoinduzido — uma fuga para o irreal. E em termos inequívocos, alguns pregadores cristãos pareciam se divertir em descrever o falar em línguas como uma experiência almejada apenas por pessoas ingênuas. Sua noção parecia ser a de que as pessoas que falavam em línguas eram, à menor sugestão, levadas a um transe hipnótico. Supunham que se tratava de um estado acompanhado por uma explosão de sílabas desconexas em vez de fala e, provavelmente, seguida de olhos revirados e cabeça peculiarmente inclinada para trás e para cima! Algo difícil de se considerar belo
.
Naquela arena, no entanto, algo mais parecia estar começando a se passar na mente de milhares. Eu havia selecionado as palavras beleza da linguagem espiritual
na esperança de poder ajudar a reação dos ouvintes. E funcionou. O efeito geral naquele evento indicava que as pessoas poderiam reformular suas imagens estereotipadas em relação a falar em línguas. Qualquer um que queira fazer uma pesquisa honesta sobre a natureza dessa comunicação na oração merece ser auxiliado pela imagem da beleza dela. E beleza
é uma ideia totalmente apoiada pelo ponto de vista de ninguém menos que o próprio apóstolo Paulo.
É evidente que o apóstolo Paulo — alguém não apenas com formação universitária, mas também um dos pensadores mais respeitados da história — considerou o falar em línguas como algo desejável e digno de respeito na prática devocional. Como o homem considerado pelos cristãos inferior apenas ao próprio Jesus ao assegurar o estabelecimento global da fé, Paulo não apenas expressa gratidão pessoal pela continuidade e claro significado desse tipo de oração em sua própria vida, mas ele expressamente proíbe outros de desencorajá-la: Dou graças a Deus, porque falo em outras línguas mais do que todos vós... e não proibais o falar em outras línguas
(1 Coríntios 14:18, 39). Por isso, recorri aos escritos desse apóstolo para começar minha mensagem.
Começando com palavras que estão entre as mais belas de nossa língua, li meu texto para me dirigir à grande multidão. A passagem que escolhi foi originalmente destinada a ajustar o pensamento de outro grupo de cristãos sinceros que precisavam de instrução sobre o assunto de falar em línguas: os coríntios. Aquele grupo primitivo de crentes refinados, criados na cultura clássica do estilo de vida grego da antiga Corinto, estava preso a uma distorção lamentável de seu ponto de vista sobre linguagem espiritual
, isto é, o falar em línguas.
Embora os coríntios tenham aceitado prontamente o dom, em vez de serem passivos ou o rejeitarem, como acontece hoje em dia, o problema deles não estava tanto na prática, mas na perspectiva. Eles não tinham discernimento para falar em línguas sem perder a beleza e a bênção dessa linguagem espiritual. Paulo havia começado sua correção com as palavras maravilhosas e eternas de sua ode ao amor:
Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o bronze que soa ou como o címbalo que retine (1 Coríntios 13:1).
O que acompanha essas palavras é uma das contribuições mais magníficas da história para a literatura. Algo geralmente negligenciado, no entanto, é que a situação forçou Paulo a abordar o lado negativo do falar em línguas. Por estar corrigindo uma prática abusiva, para muitos o único contexto do tema permaneceu negativo. Esta é uma conclusão lamentável, visto que o apóstolo estava obviamente buscando preservar a prática por meio da correção, e não proibi-la com condenação.
Com a ousadia apostólica característica, Paulo fala sobre como as coisas ficam feias quando o falar em línguas é empregado inadequadamente, quando a beleza se perde. Ele lamenta uma beleza que poderia ter sido concretizada se a intenção do Espírito Santo na linguagem não tivesse sido desonrada por aqueles que fizeram mau uso dela. Assim, na passagem mais longa da Bíblia sobre o assunto, as línguas são tratadas por um homem que teve que corrigir severamente os usos feios. De modo geral, o que as pessoas não percebem é que as instruções de Paulo evidenciam que ele valorizava demais o dom de línguas para tolerar a violação de seu belo propósito. Veja uma paráfrase livre de suas palavras de abertura:
Se eu violar todas as sensibilidades falando em línguas de forma absolutamente egocêntrica e sem amor, o falar em línguas não passará de um ruído clamoroso — uma cacofonia de instrumentos de sopro desarmoniosos e estridentes acompanhados pelo som de gongos e címbalos.
A imagem é dramática. Ela é diametralmente oposta à de uma orquestra sinfônica afinada que combina suas habilidades sob a regência de um talentoso maestro.
Eu sempre me perguntei por que a correção necessária de Paulo deveria dominar a definição do dom de línguas para pessoas que nunca o experimentaram. Tanto Paulo como seus leitores coríntios compartilharam essa experiência, e ele descreve com alegria sua prática de falar em línguas. Se Paulo reconheceu voluntariamente: Dou graças a Deus, porque falo em outras línguas mais do que todos vós
, ele pretendia que as palavras que estava escrevendo se tornassem um corretivo azedo
ou doce
?
Acredito que uma visão imparcial percebe que, ao lidar com o exercício inadequado do dom de línguas dos coríntios, Paulo jamais pretendeu impedir sua prática, mas fornecer esclarecimentos sobre o mau uso do dom. Por que o feio
deveria ser considerado norma de conduta em relação ao dom de línguas? Não seria possível que todas as igrejas experimentem o dom de línguas, mas pratiquem o dom com uma sensibilidade tão cheia de amor que nunca precisem ser admoestadas pela falta de amor?
Suponha que Paulo estivesse se dirigindo a um grupo que estivesse pedindo para ele validar o dom de línguas e cuja prática fosse caracterizada por sanidade, sensibilidade e graciosidade. Talvez ele tivesse começado a carta com as seguintes palavras:
Se eu falar usando as línguas dos homens e dos anjos, e se fizer isso com o espírito do amor inesgotável de Deus, eu me tornarei como uma trombeta de prata ou como um carrilhão de cristal.
É em ter amor em vez de se não tiver amor
que reside a diferença. O pedido de Paulo pela ordem, expressado em sua própria validação pessoal desta prática de oração e adoração em línguas, torna a probabilidade imaginada de uma abordagem positiva uma proposição inteiramente sustentável.
Eu sugiro uma trombeta de prata
porque projeta uma clareza sem dissonância e um carrilhão de cristal
porque a imagem propõe uma qualidade de brilho cintilante como o arco-íris, expressada com uma dignidade suave e convidativa. Além disso, a figura de uma trombeta é usada na mesma passagem (1 Coríntios 14:8) quando o apóstolo instrui os coríntios sobre como usar o dom de línguas para evitar confusão. E a figura de um carrilhão de cristal
é consistente com a palavra grega euschemenos usada em 1 Coríntios 14:40, em que uma prática bela ou em vias de tornar-se bela
é recomendada. Essa palavra fala de a graciosa, a agradável, a respeitável, a ornamental, de alto nível
. O emprego da palavra tornar-se
para o dom de línguas, de fato, possui uma qualidade quase encantadora. Minha experiência em adorar usando a linguagem espiritual, viabilizada com o auxílio do Espírito Santo, está muito mais de acordo com essa figura de carrilhão de cristal do que com a figura de um gongo ribombante perpetuada por um contexto negativo. E o negativo tornou-se normativo tanto pelo preconceito dos detratores mal informados sobre o dom de línguas quanto pelos defensores excessivamente zelosos e entusiasmados.
Compreendo perfeitamente — ah, como compreendo! — a posição de muitos cristãos sinceros contra a prática de falar em línguas.
Basta ter insinuado uma única vez que nunca falou em línguas para que sua fé em Cristo passe a ser suspeita de ser fraca, inferior ou de segunda classe. Essas acusações estúpidas incluem, permanentemente, qualquer um de nossos conceitos de pessoas que falam em línguas em uma categoria fixada concretamente no negativo.
Basta ter estado presente uma única vez em um culto público onde a quietude da adoração contemplativa ou a alegria de altos louvores são destruídas quando uma mensagem é ministrada em línguas como uma rajada de metralhadora. Você nunca se esquecerá disso! Vivenciar uma explosão tão disruptiva, inconveniente e insípida deixa uma marca indelével na psique. O falar em línguas é mais associado a uma atmosfera de pânico do que de preciosidade.
Basta ter uma única experiência com alguém agarrando você pelos ombros, olhando-o diretamente nos olhos e insistindo: Você precisa do dom de línguas, irmão!
Basta uma única vez.E, de repente, qualquer que seja a hesitação que você possa ter sentido antes torna-se uma preparação mental para resistência. Mas essa resistência compreensível, uma vez acolhida, geralmente não é discernida como sendo contra algo que uma pessoa fez, e não relacionada, de fato, a um dom que Deus tenha dado. Alguém pode tornar-se resistente a algo que merece ser experimentado e testado quanto a seus próprios méritos, em vez de rejeitado como demência humana.O feio
em um momento de insensibilidade grosseira não foi culpa de Deus, tampouco essas situações são características do falar em línguas.
Em suma, há inúmeros exemplos do feio
que desfila em nome do falar em línguas, e isso é suficiente para fazer com que muitos cristãos tenham reservas em praticá-lo. Se essas coisas não ocasionarem uma fuga imediata do assunto, elas certamente fornecerão munição para debate ou discussão.
Infelizmente, a própria semântica do termo línguas parece quase contribuir para o feio
em vez da beleza
da linguagem espiritual. Nossas línguas podem ser uma parte muito desejável e útil de nossa anatomia, mas bonitas
elas não são. Desde a infância, mostramos a língua para expressar desafio ou hostilidade. Os estalidos com a língua (tsc, tsc, tsc
), para a maioria de nós, eram um ruído de advertência de um pai que corrigia, o gesto rude de desaprovação por causa de um boletim com notas baixas ou a reação humilhante de um professor a uma resposta inadequada dada diante da turma toda da quarta série.
Desde o começo da vida e independentemente de experiência espiritual ou preocupação teológica, as línguas parecem receber críticas naturalmente. E não importa quanto alguns conhecedores possam declarar que esse corte de carne bovina é delicioso, a maioria das pessoas que conheço faz caretas se o prato de entrada for língua
!
Helen Pearson, esposa de Albie, ex-atleta da Liga Principal de Beisebol dos Los Angeles Angels, fala de um sonho que teve uma vez sobre a atitude de algumas pessoas em falar em línguas como prática de oração. No sonho, ela se viu em um salão de banquetes magnificamente decorado, enquanto os convidados passeavam por uma generosa variedade de iguarias servidas em estilo bufê. Quando vários convidados passaram de uma esplêndida porção de alimentos para outra, cada um inevitavelmente chegou a uma única mesa na qual uma bandeja maravilhosamente decorada apresentava apenas um item: uma enorme língua bovina.
Uniformemente, os hóspedes olhavam para a língua e, com os rostos torcidos de repulsa, voltavam-se para o banqueteador ao lado e exclamavam: "Disso aí eu não quero nem chegar perto! Helen comparou esse cenário à frequência com que encontrou cristãos devotados que saboreiam a carne do ensinamento da Palavra de Deus, deleitam-se no pão da alimentação diária de Cristo em nossa vida e desfrutam das sobremesas das
boas coisas do Senhor. Mas quando se trata de
línguas, uma reação automática tende a dominar a mentalidade de multidões dentro da Igreja:
Disso aí eu não quero nem chegar perto!"
No entanto, contrastando claramente com isso, outras pessoas descobriram uma beleza no dom de línguas e conseguiram descrevê-lo com beleza. Fiquei emocionado quando li a descrição de Leanne Payne sobre sua experiência em falar em línguas. Em seu livro The Healing Presence (A presença da cura, em tradução livre), ela discute o ministério dos anjos de Deus quando Ele os envia para servir a Seu propósito de estender Sua graça sobrenatural a nosso reino natural. Payne descreve um momento particular em que ela estava em oração — um momento em que uma sensação gloriosa da proximidade de Deus preencheu seu entendimento. Ela escreve:
Durante essa experiência, enquanto continuava orando e adorando, cantei na mais incrível das línguas, uma que parecia soar como um sino e ressoar com os próprios sons do Céu, uma que eu acredito ter sido uma linguagem angélica. Simplesmente não há línguas como esta na Terra.¹
Ela continua observando como, nos clássicos recentemente revividos, como As Crônicas de Nárnia, O Senhor dos Anéis e O Hobbit, bem como nas adaptações sucesso de bilheteria que se seguiram, C. S. Lewis e J. R. R. Tolkien pareciam ter uma maneira peculiar de retratar essas experiências. Por exemplo, ela observa como a descrição de Tolkien do canto glorioso das línguas élficas parece captar um pouco de sua experiência em cantar em línguas. A sinceridade calorosa de seus comentários graciosos, não afetados e relacionados como parte da oração e da adoração de um cristão sensato, tem uma maneira afável e simples de afastar noções feias em relação ao falar em línguas.
Cada vez mais cristãos estão descobrindo a normalidade em oposição à negatividade de falar em línguas. Por isso, convido as pessoas a se juntarem a mim quanto a considerar a beleza da linguagem espiritual. Não é para resmungos de palavras