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Não me julgue pela capa: Inseguranças de um ansioso
Não me julgue pela capa: Inseguranças de um ansioso
Não me julgue pela capa: Inseguranças de um ansioso
E-book248 páginas3 horas

Não me julgue pela capa: Inseguranças de um ansioso

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Sobre este e-book

Este livro só quer te mostrar que você não está sozinho. Que eu, Matheus, também sinto o mesmo peito acelerado que você, as mesmas crises que envolvem um bilhão de sentimentos e sensações, que passo noites inteiras sem dormir, que tenho inseguranças gritantes pelos motivos mais diversos, por mais que eu não tenha beijado as mesmas bocas, por mais que eu não tenha levado as mesmas injeções, por mais que eu não tenha tirado as mesmas notas vermelhas que você. E, como ansioso, sei que, às vezes, isso é tudo que a gente precisa ouvir – que não está só. Então, só quero reforçar: você não está sozinho. Escrevi este livro para encontrar pessoas parecidas comigo. Que bom que, agora, eu encontrei você.
"Este livro se propõe a nos oferecer um olhar amoroso sobre [a ansiedade,] esse mal que tanto nos aflige. Aliás, Matheus Rocha só isto tem feito: lançar amorosidades sobre o cotidiano." – PADRE FÁBIO DE MELO 
IdiomaPortuguês
Data de lançamento16 de jul. de 2019
ISBN9788542217049
Não me julgue pela capa: Inseguranças de um ansioso

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    um livro no qual a gente se sente abraçado, amei.
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    revoltado que não consigo cancelar essa conta Caralho, Porra, Puta-que-pariu, Merda, Puta-merda e Cacete
    site merda vai tomar no cu

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Não me julgue pela capa - Matheus Rocha

Copyright © Matheus Rocha, 2019

Copyright © Editora Planeta do Brasil, 2019

Todos os direitos reservados.

Preparação: Fernanda França

Revisão: Fernanda Guerriero Antunes e Laura Vecchioli

Projeto gráfico e diagramação: Márcia Matos

Ilustrações de miolo: Ana Áurea Medeiros

Capa: Helena Hennemann / Foresti Design

Adaptação para eBook: Hondana

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

Angélica Ilacqua CRB-8/7057

Rocha, Matheus

Não me julgue pela capa: inseguranças de um ansioso / Matheus Rocha. – São Paulo: Planeta, 2019.

256 p.

ISBN: 978-85-422-1704-9

1. Ansiedade 2. Ansiedade - Narrativas pessoais I. Título

2019

Todos os direitos desta edição reservados à

Editora Planeta do Brasil Ltda.

Bela Cintra, 986 – 4o andar – Consolação

01415-002 – São Paulo-SP

www.planetadelivros.com.br

[email protected]

Dedico este livro a todos aqueles que foram excluídos, menosprezados, ridicularizados. Aos que já sentiram que não cabiam dentro de si.

Dedico este livro a todos os ansiosos, aos que têm pressa de ser feliz.

Eu sou um de vocês. Eu sou como vocês. Eu estou lutando por mim, mas a guerra é nossa. O nosso prêmio é existir em paz. Nós só queremos amar em paz. Amem(os).

PRÓLOGO

1h45min

Já é madrugada aqui, nesta página. Não sei a que horas você está lendo isso, mas, por aqui, a cidade deveria estar dormindo, porém sabe como é São Paulo, não é? Caso não saiba, te conto – costumam dizer que a cidade não dorme. Bom, temos isso em comum. Eu também quase não durmo, ou não durmo o tanto que gostaria, ou não durmo como gostaria; a ansiedade me faz ficar acordado sempre esperando algo novo acontecer. Às vezes, até acontece alguma surpresa; em outras, quer dizer, em noventa e nove por cento das vezes, eu só passo o dia seguinte como um zumbi – cambaleando e com uma cara assustadora.

2h22min

Estou enrolando de novo.

2h35min

É difícil dizer, assim, em voz alta, mesmo que você não esteja ouvindo a minha voz.

2h48min

Estou enrolando mais uma vez.

3h19min

Então, vamos lá. Se esta página chegou até você, é porque eu consegui vencer a mim mesmo, alguns fantasmas, receios, angústias e milhões de inseguranças para dizer o que sentia que precisava dividir contigo. E, já que tudo na vida precisa de um começo, vou dar o primeiro passo deste livro – com o pé direito – contando tudo sobre a minha história.

Antes de tudo, quero só te falar que acredito que os maiores aprendizados das nossas vidas vêm de duas fontes. A primeira, por meio de experiências. A gente precisa viver para entender, aceitar, conviver, internalizar. A segunda se dá por meio de exemplos. Quando a gente olha para alguém que tem alguns recortes de realidade parecidos com os nossos e, de uma forma mágica, vive a vida do outro para aprender as lições que ele aprendeu, ou decifrar lições novas que ele foi incapaz de perceber.

Este livro só quer te mostrar que você não está sozinho. Que eu, Matheus, também sinto o mesmo peito acelerado que você, por mais que eu não tenha beijado as mesmas bocas, por mais que eu não tenha levado as mesmas injeções, por mais que eu não tenha tirado as mesmas notas vermelhas que você. De uma forma mágica, a gente se parece e, sinceramente, eu não quero descobrir qual magia é essa. Eu gosto da ideia de que você está aí, do outro lado da página, em qualquer lugar do mundo, e está me dando as mãos. Gosto de sentir que, seja lá onde nós dois estejamos, estamos conectados. E isso basta. É que, de uma forma absurda, a solidão, às vezes, aperta. Para mim e sei que para você também, mas só enquanto tivermos um ao outro ela não existirá.

3h33min

Estou dando mais voltas...

3h35min

(Respira fundo.)

SOU GAY!

3h36min

Pensei em apagar a frase acima.

3h41min

Eu não sei o que você estava esperando ler aqui, mas, seja lá o que for, preciso começar este livro, que fala sobre inseguranças, quebrando a maior jaula em que já me colocaram: o medo de falar sobre isso. Precisava arrebentar essa corrente. Precisava ser honesto com você e comigo mesmo. Então, é isso. SOU GAY! E pensei até em pedir perdão por gritar, mas eu cansei de pedir perdão por algo que não considero um defeito. E se lembra do que disse algumas linhas anteriores sobre continuarmos de mãos dadas? Vale para agora. Principalmente para agora. Meu peito está acelerado. Minha mão está suando. Minha respiração está ofegante, mas vou continuar.

Dito isso, vou te contar sobre uma porção de outras coisas nas páginas a seguir e, calma, você não precisa ser gay para se identificar. Para continuar lendo, você só precisa ser alguém que passou por uma série de dificuldades, derramou algumas lágrimas, se sentiu incompreendido por, pelo menos, uma vez, já ficou sem conseguir explicar de forma lógica o que estava sentindo ou, em resumo, lida com a ansiedade, assim como eu. A minha orientação sexual não tem que ser uma questão para você. Ela, com certeza, não mudará a sua vida, mas ela mudou a minha e eu preciso te contar sobre o que se passou comigo, para que você reflita sobre o que se passa com você. Ou não, também. Você é livre para fechar esta página e esquecer este livro em algum lugar.

Obrigado por ter continuado.

Eu sempre fui uma criança normal, comum, dessas que passam despercebidas. Quer dizer, esse era o meu maior sonho. Ser alguém extremamente comum. Alguém que se camufla no meio da multidão. Alguém que parece uma sombra. Ninguém se importa com as sombras. Ninguém se importa se ela está sendo pisoteada por alguém que está andando ao lado. Ninguém se importa se ela sumir. Ninguém se importa e ponto final.

Mas eu sempre fui visto.

Mas eu sempre fui lembrado.

Mas as pessoas sempre fizeram questão de falar comigo.

Mas eu sempre fui especialmente notado no meio de tantas outras dezenas de pessoas.

Mas eu sempre sofri bullying.

Mas as pessoas que me viam, eu não queria que me vissem.

Mas as pessoas que se lembravam de mim, eu não queria que se lembrassem.

Mas as pessoas que sempre faziam questão de falar comigo, sempre me zoavam, xingavam, ameaçavam, colocavam apelidos.

Mas as pessoas que me notavam no meio de tantas outras dezenas de pessoas não tinham sequer um elogio na ponta da língua. Essas línguas, por sinal, tinham pontas tão cortantes, que, tal qual faca, me partiam um pouquinho por dentro a cada dia.

Eu sempre quis ser uma criança normal, comum, dessas que passam despercebidas, mas sempre tinha alguém na minha sala de aula, ou na sala de aula ao lado, ou no corredor da escola, ou na rua vizinha a minha, para me dizer algo. Todos os dias. Todos os dias. Todos os dias. Todos os dias. Todo os dias. Todos os dias. Se nem você aguenta mais que eu repita – todos os dias –, imagina eu, ouvindo as mesmas piadas insalubres?! Mas eu resisti. E, agora, estou escrevendo estas páginas, deitado na minha cama, depois de ter jogado fora todos os textos que escrevi para este livro, porque senti que não eram sinceros o suficiente.

Inclusive, quero pedir perdão a você, que já leu algum dos meus outros livros. Eles não eram melhores ou piores que este, não é isso, mas eu nunca fui tão honesto quanto estou sendo agora. Eu nunca fui tão transparente. Eu nunca deixei tantas feridas à mostra, nunca mostrei tantas cicatrizes, nunca me coloquei tanto a julgamento. É que, depois de muito conversar comigo mesmo, entendi que a forma mais correta de lidar com as inseguranças é enfrentar cada uma delas.

Não é fácil.

Não é rápido.

Não é menos dolorido.

Mas é necessário.

E não é necessário para a pessoa que você namora, para a sua família, para os seus amigos. É necessário para você mesmo. Eu, que sempre falei de amor, entendi, agora, que é preciso viver um amor antes de todos os outros: o próprio. Então, vamos falar sobre inseguranças, mas com o objetivo de que nos aproximemos mais de quem somos. Mais de quem gostaríamos de ser. Mais de quem olhamos meio com vergonha quando nos vemos no espelho.

Eu estou apenas começando tudo que tenho para te dizer, e vou fazer isso em três partes. É que aprendi essas três frases na terapia e acho que elas me ajudam a explicar muita coisa, inclusive tudo que pretendo aqui. As partes são: Como eu me vejo, Como o mundo me vê e Como eu realmente sou.

Quero te lembrar que eu não sou psicólogo. Eu não tenho formação para que estas palavras funcionem como qualquer tipo de tratamento. Para ser sincero, eu nunca quis nada disso. A minha vontade sempre foi mostrar o diário de um ansioso. O que ele sente, além do que a ciência explica. Aqui, nestas páginas, existem desabafos, pensamentos em voz alta, dúvidas e questionamentos. Não existem certezas. Ou, pelo menos, não acho que elas sejam sólidas o suficiente para que nunca mudem. Eu sou só um ansioso falando de ansiedade e nada mais do que isso.

Partindo disso, te peço, sempre e mais uma vez, a cada livro, que você pegue uma caneta, lápis, marcador, qualquer coisa que possa te ajudar a escrever. Estas palavras não podem ser só minhas. Este livro não é só meu. Ele é nosso. Ele é o nosso diário. Ele não tem nenhum pedaço de julgamento. Nem caberia. Ele é o nosso mundo paralelo, onde eu e você coexistimos. Onde compartilharemos segredos que ficarão só aqui, silenciados por estas páginas.

No mais, te convido a viajar comigo pelas nossas vidas. Ou melhor, é a minha, mas pode ser a sua, se você me der a honra da sua companhia. Enfim, eu sempre acabo falando demais. É que eu gosto dessa sensação de sermos amigos-confidentes. De estarmos os dois mostrando um pouco do que somos, como BFFs.

Ou estou só tentando te convencer a não me condenar, porque eu já faço isso sozinho.

O livro é seu.

Já foi meu um dia.

Agora, eu coloco meu coração nas suas mãos.

Cuida bem dele.

(Falei tanto que me esqueci de contar as horas, então siga como se estivéssemos escrevendo à medida que você lê. No seu tempo de agora. Na hora que for aí para você. Estaremos vivendo estas páginas juntos. Nós as escreveremos a quatro mãos.)

LISTA 1

O QUE EU FAÇO COM AS MINHAS INSEGURANÇAS?

Algumas atitudes, às vezes, pequenininhas, têm efeitos muito positivos no meu processo de lidar melhor com as minhas inseguranças. Listei algumas delas porque acho que referências são muito importantes na nossa caminhada:

1 ▶ CONVERSAR COM A MINHA TERAPEUTA SOBRE AS MINHAS INSEGURANÇAS.

2 ▶ CONVERSAR COM MEUS AMIGOS (OS VERDADEIROS) SOBRE AS MINHAS INSEGURANÇAS.

3 ▶ PRATICAR ATIVIDADE FÍSICA (TENHO GOSTADO MAIS DE FAZER ACADEMIA).

4 ▶ DAR UNFOLLOW EM PESSOAS QUE IMPÕEM OU REFORÇAM PADRÕES DE BELEZA.

5 ▶ SEGUIR NAS REDES SOCIAIS PESSOAS QUE FALEM SOBRE SAÚDE MENTAL, AUTOAMOR E AUTOCUIDADO.

6 ▶ ME POLICIAR PARA NÃO FAZER DAS CRÍTICAS NEGATIVAS A MIM UMA ROTINA.

7 ▶ ME AUTOELOGIAR TODAS AS MANHÃS, DE FRENTE PARA O ESPELHO, QUANDO VOU ESCOVAR OS DENTES.

8 ▶ SEPARAR UM DIA OU ALGUMAS HORAS DA SEMANA PARA TER UM ENCONTRO COMIGO MESMO: SEJA ME LEVANDO AO CINEMA, PARA JANTAR OU SÓ PASSANDO UM TEMPO ME PERMITINDO FAZER ALGO EXTREMAMENTE PRAZEROSO E SÓ COM A MINHA COMPANHIA.

9 ▶ MEDITAR.

10 ▶ EVITAR COMPARAÇÕES COM OUTRAS PESSOAS, SEJAM LÁ QUEM ELAS FOREM.

11 ▶ FAZER AULAS DE TEATRO PARA LIDAR COM AS SITUAÇÕES DE IMPROVISO.

12 ▶ FAZER AULAS DE DANÇA PARA CONHECER MAIS O MEU CORPO.

PARTE 1

Como eu me vejo

VOCÊ JÁ SE OLHOU NO ESPELHO E SE VIU? NÃO O SEU ROSTO, O SEU CORPO, MAS O SEU CORAÇÃO, A SUA ALMA? TODOS NÓS PRECISAMOS DESSES ENCONTROS. DESSES MOMENTOS DE REFLEXÃO. DE OLHARMOS PARA DENTRO DO PEITO E COLOCARMOS TUDO EM ORDEM, AINDA QUE PAREÇA DIFÍCIL, IMPOSSÍVEL, INALCANÇÁVEL. TUDO FAZ PARTE DE UM PROCESSO, DE UM PROPÓSITO MUITO, MUITO MAIOR. TALVEZ NUNCA O ENTENDAMOS, DE FATO... MAS É IMPORTANTE SE ESFORÇAR PARA SE CONHECER UM POUCO MAIS. IR MAIS FUNDO DENTRO DO PRÓPRIO SER. DO PRÓPRIO ESPÍRITO. SE RECONHECER. OU, NA MAIORIA DAS VEZES, SE CONHECER PELA PRIMEIRA VEZ. EXISTE UM MUNDO INTEIRO DENTRO DE VOCÊ. EXISTEM GALÁXIAS INTEIRAS DENTRO DOS SEUS OLHOS. FUJA DO QUE FOR SUPERFICIAL. DO QUE NÃO TE COUBER POR INTEIRO. DO QUE FOR URGENTE DEMAIS E TE AFASTE DE TI. A VIDA É UM FLASH, MAS, ATÉ ELA SE APAGAR, EXISTEM LIÇÕES QUE PRECISAMOS APRENDER. FUGIR DELAS NÃO NOS TORNA PESSOAS MELHORES. FUGIR DELAS SÓ RETARDA O CICLO DAS COISAS. QUE SEJAMOS A VIAGEM, E NÃO O DESTINO. QUE AS NOSSAS PORTAS SAIAM DO AUTOMÁTICO. QUE NÃO PRECISEMOS DE MÁSCARAS PARA RESPIRAR OU EXISTIR. E, PRINCIPALMENTE, QUE AS NOSSAS POLTRONAS, ASSIM COMO A NOSSA CONSCIÊNCIA, FLUTUEM. BOA VIAGEM!

NÃO VALE A PENA

Foi difícil começar a escrever este livro. Tentei diversas vezes. Apaguei muitos textos. Reescrevi muitos outros. Desgostei de quase tudo até parar para me ouvir. Até sentar comigo mesmo para uma franca conversa sobre o motivo pelo qual eu estava me sabotando outra vez. Foi então que percebi que eu tinha medo. Era isso. Eu tinha (ou melhor, ainda tenho) verdadeiro pavor de não conseguir me superar. De não agradar. De ser rejeitado. De ser excluído.

O meu primeiro livro sobre ansiedade é o Pressa de ser feliz. Foi a primeira vez que eu resolvi abrir mais o meu coração além de escrever textos mais superficiais sobre assuntos profundos. Pela primeira vez, naquelas páginas, eu dividi intimidades, falei sobre coisas que, até então, poucas pessoas, em quem eu realmente confio, sabiam. E eu congelei quando o livro foi para as livrarias.

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