Eve & Adam
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Sobre este e-book
Conhecidos pelos seus livros de fantasia, os autores lançam esta ficção científica repleta de emoção.
"Observador, inteligente e cheio de emoção, esta é uma leitura saborosa que os leitores vão devorar em um flash" - Publishers Weekly
"Faz o leitor rir. Faz o leitor pensar." - School Library Journal
Sinopse:Quando nenhum namorado é perfeito, construa o seu.
Filha única da poderosa e fria geneticista Terra Spiker, Eve quase perde uma perna em um atropelamento.
O processo de cura no luxuoso complexo Spiker transcorre com uma rapidez impressionante, o que desperta a curiosidade da menina. Antes que Eve estreite os laços com Solo, um rapaz que compartilha segredos com a corporação, a Dra. Spiker lhe propõe um desafio: Eve terá a chance de testar, em primeira mão, um software desenvolvido para manipular genes humanos. Ela poderá criar um garoto ideal, sob medida!
Mas brincar de Deus tem consequências, e agora Eve vai descobrir até que ponto existe perfeição.
Michael Grant
Michael Grant, author of the Gone series, the Messenger of Fear series, the Magnificent Twelve series, and the Front Lines trilogy, has spent much of his life on the move. Raised in a military family, he attended ten schools in five states, as well as three schools in France. Even as an adult he kept moving, and in fact he became a writer in part because it was one of the few jobs that wouldn’t tie him down. His fondest dream is to spend a year circumnavigating the globe and visiting every continent. Yes, even Antarctica. He lives in California with his wife, Katherine Applegate, with whom he cowrote the wildly popular Animorphs series. You can visit him online at www.themichaelgrant.com and follow him on Twitter @MichaelGrantBks.
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Pré-visualização do livro
Eve & Adam - Michael Grant
Sumário
Capa
Sumário
Folha de Rosto
Folha de Créditos
Dedicatória
Capítulo 1 Eve
Capítulo 2
Capítulo 3 Solo
Capítulo 4 Eve
Capítulo 5 Solo
Capítulo 6 Eve
Capítulo 7
Capítulo 8 Solo
Capítulo 9 Eve
Capítulo 10
Capítulo 11 Solo
Capítulo 12 Eve
Capítulo 13 Solo
Capítulo 14 Eve
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18 Solo
Capítulo 19 Eve
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22 Solo
Capítulo 23 Eve
Capítulo 24
Capítulo 25 Solo
Capítulo 26 Eve
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29 Solo
Capítulo 30 Adam
Capítulo 31 Eve
Capítulo 32 Adam
Capítulo 33 Eve
Capítulo 34 Solo
Capítulo 35 Eve
Capítulo 36 Adam
Capítulo 37 Eve
Capítulo 38 Solo
Capítulo 39 Adam
Capítulo 40 Eve
Capítulo 41 Solo
Capítulo 42 Eve
Capítulo 43 Eve
Agradecimentos
Tradução
Carolina Caires Coelho
Título original: Eve & Adam
Copyright © 2012 by Michael Grant and Katherine Applegate
Publicado sob acordo com Feiwel & Friends.
Copyright © 2014 Editora Novo Conceito
Todos os direitos reservados.
Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer meio, seja este eletrônico, mecânico de fotocópia, sem permissão por escrito da Editora.
Esta é uma obra de ficção. Nomes, personagens, lugares e acontecimentos descritos são produto da imaginação do autor. Qualquer semelhança com nomes, datas e acontecimentos reais é mera coincidência.
Versão digital — 2014
Produção editorial:
Equipe Novo Conceito
Este livro segue as regras da Nova Ortografia da Língua Portuguesa.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Applegate, Katherine
Eve e Adam / Katherine Applegate e Michael Grant ; tradução Carolina Raquel Caires Coelho. -- Ribeirão Preto, SP : Novo Conceito Editora, 2014.
Título original: Eve and Adam.
ISBN 978-85-8163-442-5
1. Ficção norte-americana I. Grant, Michael. II. Título.
14-08701 | CDD-813
Índices para catálogo sistemático:
1. Ficção : Literatura norte-americana 813
Rua Dr. Hugo Fortes, 1.885 — Parque Industrial Lagoinha
14095-260 — Ribeirão Preto — SP
www.grupoeditorialnovoconceito.com.br
Para Jean Feiwel
amigo
visionário
responsável
1 Eve
Estou pensando em uma maçã quando o carro me atinge e minha perna fica toda ferida e minhas costelas se quebram e meu braço não é mais braço, mas algo irreconhecível, molhado e vermelho.
Uma maçã. Estava na barraca de frutas da feira perto de Powell. Eu a notei porque estava tão estranhamente deslocada, uma McIntosh vermelha e vibrante em meio a um monte de Granny Smiths verdes, comuns.
Ao morrer — e eu percebo isso quando voo pelo ar como um pássaro ferido —, você deveria estar pensando no amor. Se não no amor, pelo menos você deveria estar repassando seus pecados ou tentando entender por que não atravessou na faixa de pedestre.
Mas não deveria estar pensando em uma maçã.
Escuto o barulho dos freios guinchando e os berros assustados antes de eu cair na calçada. Ouço meus ossos se partirem, se quebrarem. Não é um som agradável, mais delicado do que teria pensado. Faz com que eu me lembre dos sinos de vento de nosso quintal.
Várias pernas param ao meu redor. Entre as canelas finas de um mensageiro de bicicleta, consigo ver o 30% DE DESCONTO, SÓ HOJE do cartaz na loja Lady Foot Locker.
Eu deveria estar pensando no amor agora — não em maçãs, e muito menos em um par de tênis Nike novo — e, então, paro de pensar totalmente porque estou ocupada demais gritando.
Abro os olhos e a luz me cega. Sei que devo estar morta porque nos filmes sempre tem um túnel de luz forte antes de alguém morrer.
— Evening? Fique conosco, garota. Evening? Nome legal. Olhe para mim, Evening. Você está no hospital. Quem devemos chamar?
A dor toma conta de mim, e percebo que não estou morta afinal, apesar de desejar que estivesse, porque talvez, assim, eu pudesse respirar em vez de gritar.
— Evening? Você atende por Eve ou Evening?
Algo branco com manchas vermelhas me sobrevoa como uma nuvem ao pôr do sol. Ele me cutuca, aperta e murmura. Mais um, depois outro. São sérias, mas determinadas, essas nuvens brancas. Elas falam com poucas palavras. Pedaços, como eu estou em pedaços. Vitais. Preparação. Avisar. Permissão. Grave.
— Evening? A quem devemos avisar?
— Veja o telefone dela. Quem está com o maldito telefone dela?
— Não encontraram, só a identidade escolar.
— Qual é o nome da sua mãe, querida? Ou do seu pai?
— Meu pai morreu — digo, mas sai em gemidos agudos, uma canção que eu não sabia que conseguia cantar. Chega a ser engraçado, realmente, porque não sei cantar nada. Tirei C+ na prova do coral para iniciantes (e é uma nota bem ruim), mas aqui estou, cantando pra valer.
Seria ótimo estar morta agora. Meu pai e eu, só nós, não isto.
A sala de cirurgia 2 está pronta. Não temos tempo. Agora, agora, agora.
Estou presa como uma cobaia de laboratório, mas ainda assim estou me movendo, passando pelas nuvens vermelhas e brancas. Não sabia que conseguia voar. Tantas coisas descobri esta tarde que não sabia de manhã.
— Evening? Eve? Diga um nome, querida.
Tento voltar à manhã, antes de saber que as nuvens podiam falar, antes de saber que um desconhecido podia pegar sua perna decepada.
O que eu faço com isto?, ele havia perguntado.
— Minha mãe é Terra Spiker — canto.
As nuvens ficam em silêncio por um momento, e então eu voo da sala de luz clara.
2
Acordo e escuto uma discussão. O homem está fervilhando. A mulher está explodindo.
Eles estão fora de meu campo de visão, atrás de uma cortina verde e feia. Tento fazer o que sempre faço quando meus pais brigam, que é colocar os fones de ouvido e aumentar o volume para não ouvir nada, mas algo está errado. Meu braço direito não está me obedecendo, e, quando toco minha orelha com a mão esquerda, descubro uma faixa de gaze grossa na cabeça. Apareceram tubos compridos em meus braços e nariz.
— Ela é minha filha — a mulher diz —, e, se estou dizendo que ela vai embora, é porque ela vai embora.
— Por favor, preste atenção. Ela será sua filha de uma perna só se a senhora tirá-la daqui.
O homem está implorando e eu percebo que não é meu pai porque ele nunca implorava por nada — costumava fazer birra, na verdade; e também porque está morto.
— Tenho instalações superiores, os melhores funcionários da área médica. — A mulher finaliza esse comentário suspirando alto. Esse suspiro é a marca registrada da minha mãe.
— Ela está em estado grave na UTI depois de uma cirurgia de quatorze horas. Há uma grande chance de ela perder aquela perna, e a senhora quer tirá-la daqui? Porque é mais conveniente? Seus lençóis têm mais fios? Por quê, exatamente?
Eu me sinto bem, tranquila e desconectada, mas esse homem, que concluo que deve ser um médico, parece bem assustado em relação a minha perna, que, por acaso, não está melhor do que meu braço.
Eu provavelmente deveria acalmá-lo, tirar minha mãe desse caso — quando ela está assim, a melhor coisa é se afastar e reestruturar —, mas o tubo que enfiaram na minha garganta me impossibilita.
— Não vou liberar essa paciente em nenhuma circunstância — o médico diz.
Silêncio. Minha mãe é a rainha das pausas dramáticas.
— O senhor sabe — ela pergunta, finalmente — qual é o nome da nova ala do hospital, doutor?
Mais silêncio. As contrações não param em meu corpo.
— Pavilhão da Neurogenética Spiker — o médico diz, por fim, e, de repente, parece derrotado, ou talvez esteja perdendo nos argumentos.
— Há uma ambulância esperando do lado de fora — minha mãe diz. Xeque-mate. — Acredito que o senhor vá liberar a papelada.
— Se ela morrer, a responsabilidade é sua.
As palavras que ele diz devem me incomodar, porque as máquinas começam a apitar como um alarme de carro.
— Evening? — Minha mãe corre para o meu lado. Brincos Tiffany, perfume Bvlgari, terninho Chanel. Mamãe, edição sexta casual.
— Querida, vai ficar tudo bem — ela diz —, tudo está sob controle.
Sua voz trêmula a trai. Minha mãe não hesita. Tento mexer minha cabeça um milímetro e percebo que talvez não esteja me sentindo tão bem, afinal. Além disso, o alarme não para. O médico está falando algo sobre minha perna, ou sobre o que restou dela, e minha mãe está com a cabeça afundada em meu travesseiro, com as suas unhas afundadas em meu ombro. Pode estar chorando.
Tenho certeza de que todos estamos perdendo o controle, e então, no meu outro ombro, sinto uma pressão firme.
É uma mão.
Sigo o caminho da mão ao braço, ao pescoço e à cabeça, mexendo apenas meus olhos, desta vez.
A mão é a de um rapaz.
— Dra. Spiker — ele diz —, vou levá-la para a ambulância.
Minha mãe funga em minha camisola. Ela se levanta e ergue os ombros. Está no controle de novo.
— O que diabos está fazendo aqui, Solo? — ela pergunta.
— A senhora deixou seu telefone e sua maleta quando recebeu o telefonema sobre o... — ele vira o rosto na minha direção — o acidente. Eu a segui em uma das limusines Spiker.
Não reconheço esse cara nem seu nome — porque, sério, quem se chama Solo? —, mas ele deve trabalhar para a minha mãe.
Ele olha para mim, além dos tubos e do pânico. Tem a aparência um pouco desleixada, com cabelos demais, barbeador de menos. É alto e tem ombros largos, tem boa forma física e é meio loiro. Olhos extremamente azuis. Minha classificação preliminar: skatista ou surfista, um desses dois.
Gostaria que ele tirasse a mão de mim, porque ele não me conhece e eu já estou tendo problemas com espaço, ainda mais com os tubos e o soro.
— Calma, Eve — ele diz para mim, o que acho irritante. A primeira frase que vem a minha mente tem um palavrão no meio.
Não estou a fim de fazer novas amizades.
Estou a fim de tomar uns analgésicos.
Além disso, minha mãe me chama de Evening e meus amigos me chamam de E.V. Mas ninguém me chama de Eve. Então, pronto.
— Por favor, reconsidere, Dra. Spiker... — o médico diz.
— Vamos logo com isso — diz o cara chamado Solo. Ele tem a minha idade, aproximadamente, talvez esteja no segundo ano do ensino médio, talvez no último. Se ele realmente trabalha para a minha mãe, deve ser estagiário ou um prodígio. — A senhora vai na ambulância, Dra. Spiker?
— Não. Só Deus sabe que microrganismos estão naquilo. Meu motorista está esperando — minha mãe diz. — Preciso dar alguns telefonemas e duvido que a parte de trás da ambulância seja o lugar certo. Encontro você no laboratório.
O médico suspira. Ele aperta um botão e os aparelhos param.
Minha mãe beija minha têmpora.
— Vou montar tudo. Não se preocupe com nada.
Pisco para mostrar que, realmente, não estou preocupada com nada. Nem com a morfina, que está perdendo o efeito.
Solo entrega a minha mãe a maleta e o telefone. Ela desaparece, mas consigo ouvir o bater de seus saltos Jimmy Choo.
— Megera — o médico diz quando ela se afasta. — Não gosto nada disso.
— Não se preocupe — Solo diz.
Não se preocupe. É, você não precisa se preocupar, gênio. Vá embora. Pare de falar comigo ou sobre mim. E tire sua mão de mim, estou enjoada.
O médico checa um dos soros.
— Hum! — ele murmura. — Você é médico?
Solo esboça um sorriso meio irônico.
— Só um curioso, doutor.
Solo pega meus pertences e minha mochila. De repente, eu me lembro de que tenho lição de biologia para fazer. Um trabalho sobre a Primeira Lei de Mendel. Quando dois organismos se reproduzem sexualmente, o filho deles herda, aleatoriamente, um dos dois alelos de cada pai.
Genética. Gosto de genética, das regras, da ordem. Minha melhor amiga, Aislin, diz que é porque eu sou controladora. Tal mãe, tal filha.
Tenho muita lição de casa, sinto vontade de dizer, mas todo mundo está fazendo alguma coisa. De repente, penso que meu trabalho de biologia vai deixar de ser importante se eu morrer.
Acredito que a morte esteja na lista de desculpas aceitáveis para não fazer a lição de casa.
— Você vai ficar bem — Solo diz para mim. — Vai estar correndo dez quilômetros em pouco tempo.
Tento falar.
— Oh! — digo.
Pois é. Não consigo falar palavrão com o tubo em minha boca.
E então, penso: como ele sabe que eu gosto de correr?
3 Solo
Pronto. Essa é a filha da chefe.
Eu havia visto fotos dela, claro. Não se pode entrar no escritório de Terra Spiker sem ver fotos da sua filha. A minha preferida é aquela em que Eve está atravessando a linha de chegada, toda suada e vermelha, com um sorriso de matar.
Olho para baixo, para a maca. Eve tem um hematoma bem grande embaixo dos dois olhos. Ainda assim, dá para ver a semelhança com a mãe. Maçãs do rosto altas, olhos grandes e profundos. Alta, esguia.
Mas as semelhanças param por aí. Terra é a megera de gelo: cabelo loiro quase branco, olhos cinzentos e calculistas. Eve...bem, ela é diferente. Seus cabelos são loiros dourados, e os olhos são castanho-claros.
Pelo menos, tenho certeza de que são castanhos.
Estão um pouco inquietos no momento.
Não tem muito espaço no banco estreito na parte de trás da ambulância. Quase saio voando quando eles partem da sala de emergência e acionam a sirene.
Sorrio.
— Pisa fundo, amigo — grito ao motorista.
O médico que está sentado do outro lado da maca de Eve me olha como se dissesse que diabos é isso?
Sei que parece estranho me divertir neste momento, mas mesmo assim: escutar a sirene que corta o silêncio das ruas de São Francisco enquanto todos os outros carros abrem caminho? Muito legal.
Além disso, Eve vai ficar bem.
Eu acho.
Chegamos à ponte em pouco tempo. A ponte. A Golden Gate, ainda a melhor, nunca me canso dela. Às vezes, fico sonhando acordado e pensando em como seria legal deslizar pelo cabo. Sim, certamente a queda seria longa e a morte, horrorosa. Mas antes disso seria maravilhoso.
Eu me sento com os cotovelos apoiados nos joelhos, tentando curvar os ombros um pouco. Tenho ombros bonitos, posso mostrá-los. Sei que ela está me olhando. Bacana, porque também estou de olho nela.
— Aiiiiiiiiiiiiiiii!
Eve grita de repente. Está com dor. Muita dor. Então, pode ser que ela não esteja olhando para mim, não.
— Doutor, pode ajudar esta garota? — pergunto.
Ele se inclina para checar o soro. Ele está dobrado, o fluxo foi interrompido. O médico acerta o tubo e cola fita adesiva para mantê-lo no lugar.
— Ela vai melhorar em um segundo.
— Legal — digo. Eu me inclino para mais perto dela para que me escute. — Consegui fazer com que ele libere a morfina — digo, falando alto e lentamente.
Os olhos dela se viram na minha direção. Não parecem focar muito bem. E, por um segundo, eu penso: nossa, e se eu estiver enganado? E se ela morrer?
De repente, parece que quero chorar. Não vai acontecer, claro — não vou chorar —, mas sinto uma onda repentina de tristeza.
Afasto essa sensação da melhor maneira possível. Mas, quando você começa a ver a Dona Morte de perto, é difícil se acalmar.
— Não morra, está bem? — digo.
Os olhos confusos de Eve me procuram. Como se eu fosse um alvo e ela não conseguisse mirar em mim.
Então, eu me aproximo de novo e toco o seu rosto, virando a sua cabeça para mim. Infelizmente, apoio minha mão na perna errada — e Eve grita junto com o médico.
E isso impossibilita que eu diga algo para confortá-la: Não se preocupe, eu vi umas coisas. Eu sei sobre algumas coisas.
Sua mãe tem poderes.
Ela não vai permitir que você morra.
4 Eve
Operação? Que operação?
Eles me contam que durou quatorze horas.
Eu não estava presente. Estava em uma paisagem estranha de sonhos, pesadelos e lembranças — com um pouco de compras no meio.
Tenho certeza de que eu e a Aislin caminhávamos pelo shopping Westfield Mall, no centro, na Market Street. Claro, pode ter sido um sonho. É difícil saber a diferença quando seu sangue recebe a droga que eles usam para separar a consciência de seus sentidos.
Meu novo médico, aquele que chegou com a ambulância particular, está usando um avental de laboratório no qual se lê:
Dr. Anderson
Spiker Biopharmaceuticals
Criando vidas melhores
É um negro estiloso. Poderia estar arrumando meus cabelos, não checando