Epidemiologia sem Mistérios: Tudo Aquilo que Você Precisa Saber!
5/5
()
Sobre este e-book
Leia mais títulos de Edlaine Faria De Moura Villela
Série Estudos Reunidos Medicina & Arte: Um encontro com a vida Nota: 0 de 5 estrelas0 notasUm mergulho na Medicina: A saúde coletiva sob novos olhares Nota: 0 de 5 estrelas0 notasDengue na mídia: Tudo aquilo que você não vê Nota: 0 de 5 estrelas0 notas
Relacionado a Epidemiologia sem Mistérios
Ebooks relacionados
Estudos e Práticas de Prevenção de Doenças e Controle de Infecções Nota: 0 de 5 estrelas0 notasAvaliação de Serviços de Saúde: Aplicações e Métodos Nota: 0 de 5 estrelas0 notasEducação em saúde: Desafios para uma prática inovadora Nota: 0 de 5 estrelas0 notasContextos e condutas em atenção primária à saúde – Volume 1 Nota: 0 de 5 estrelas0 notasAtualizações em obstetrícia: Clínica Obstétrica – PUC-SP Nota: 0 de 5 estrelas0 notasSíndromes hipertensivas na gestação e suas complicações a longo prazo Nota: 0 de 5 estrelas0 notasNoções Básicas Sobre Vacinação Nota: 0 de 5 estrelas0 notasFormação de Lideranças na Educação de Profissionais de Saúde: Novos Currículos, Novas Abordagens Nota: 0 de 5 estrelas0 notasEnfermagem: história de uma profissão Nota: 3 de 5 estrelas3/5SIMULAÇÃO REALÍSTICA NA FORMAÇÃO EM ENFERMAGEM: Percepção de Docentes e Discentes Nota: 0 de 5 estrelas0 notasEducação em saúde: Tecnologias educacionais em foco Nota: 0 de 5 estrelas0 notasManual de técnica operatória da Escola de Medicina da PUCRS Nota: 0 de 5 estrelas0 notasPráticas Integradas em Saúde Coletiva: Um Olhar para a Interprofissionalidade e Multiprofissionalidade Nota: 0 de 5 estrelas0 notasGestão em Saúde - Vol. 2 Nota: 5 de 5 estrelas5/5Enfermagem em cuidados paliativos Nota: 0 de 5 estrelas0 notasCondições Sensíveis à Atenção Primária: Conceitos, Relações e Avaliação dos Municípios Brasileiros Nota: 0 de 5 estrelas0 notasEnfermagem – Módulo I Nota: 1 de 5 estrelas1/5Enfermagem em bloco cirúrgico Nota: 5 de 5 estrelas5/5Práticas integrativas em saúde: Aprendizado em serviços Nota: 5 de 5 estrelas5/5Avaliação da Qualidade do Serviço na Atenção Primária à Saúde na Perspectiva do Usuário Nota: 0 de 5 estrelas0 notasEnfermagem – Módulo II Nota: 0 de 5 estrelas0 notasRaciocínio clínico do enfermeiro: repercussões na qualidade do cuidado e na segurança do paciente Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA Enfermagem Prevenindo o Suicídio por Meio do Relacionamento Terapêutico Nota: 0 de 5 estrelas0 notasAspectos Nutricionais na Síndrome Metabólica: Uma Abordagem Interdisciplinar Nota: 0 de 5 estrelas0 notasTécnico Em Enfermagem Como Forma De Inclusão No Mercado De Trabalho Nota: 0 de 5 estrelas0 notasParasitologia 2: Protozoários de Interesse Médico Nota: 0 de 5 estrelas0 notasCasos Clínicos de Uro-Oncologia: Aprendizado Baseado em Problemas Nota: 0 de 5 estrelas0 notasSaúde da Mulher: O Olhar de um Grupo de Pesquisa Nota: 0 de 5 estrelas0 notasDoenças virais no Brasil: emergências reemergências Nota: 0 de 5 estrelas0 notas
Médico para você
O reizinho autista: Guia para lidar com comportamentos difíceis Nota: 5 de 5 estrelas5/5Transtornos Alimentares e Neurociência Nota: 0 de 5 estrelas0 notasFórmulas mágicas Nota: 4 de 5 estrelas4/5S.O.S. Autismo: Guia completo para entender o transtorno do espectro autista Nota: 5 de 5 estrelas5/5Código da Alma: Descubra a causa secreta das doenças Nota: 5 de 5 estrelas5/5Ressignificando sua vida #AlimentaçãoSaudável Nota: 4 de 5 estrelas4/5Dieta Anti-inflamatória Estratégica Nota: 5 de 5 estrelas5/5Manual De Tdah Para Adultos Nota: 0 de 5 estrelas0 notasProcessamento Auditivo Central Nota: 5 de 5 estrelas5/5Dieta Anti-inflamatória Para Iniciantes Nota: 0 de 5 estrelas0 notasCérebro Singular: Como estimular crianças no espectro autista ou com atrasos no desenvolvimento Nota: 5 de 5 estrelas5/5O poder dos mantras cotidianos Nota: 0 de 5 estrelas0 notasDescomplicando a psicofarmacologia: Psicofármacos de uso clínico e recreacional Nota: 5 de 5 estrelas5/5O cérebro que se transforma Nota: 4 de 5 estrelas4/5Transtornos Emocionais: bases neuroquímicas e farmacoterápicas Nota: 5 de 5 estrelas5/5Depressão e Transtorno Bipolar: A complexidade das doenças afetivas Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO bate-papo entre o intestino e o cérebro - o que há de novo? Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA crucificação de Cristo descrita por um cirurgião Nota: 4 de 5 estrelas4/5Zang Fu: Revelando a Cara da Síndrome Nota: 5 de 5 estrelas5/5Lutos finitos e infinitos Nota: 0 de 5 estrelas0 notasSeletividade Alimentar Nota: 5 de 5 estrelas5/5Fisiologia Do Exercicio Nota: 0 de 5 estrelas0 notasPersonal Branding para profissionais da saúde: Como posicionar sua marca pessoal e ganhar autoridade Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA Cura É Possível Nota: 0 de 5 estrelas0 notasDefesas do ego: Leitura didática de seus mecanismos Nota: 5 de 5 estrelas5/5Código divino da vida: Ative seus genes e descubra quem você quer ser Nota: 1 de 5 estrelas1/5Cannabis Medicinal e sua Dosagem Nota: 5 de 5 estrelas5/5Hormonios E Fisiculturismo - Uso De Substâncias Para Aumento De Performance Nota: 0 de 5 estrelas0 notas
Categorias relacionadas
Avaliações de Epidemiologia sem Mistérios
3 avaliações0 avaliação
Pré-visualização do livro
Epidemiologia sem Mistérios - Edlaine Faria de Moura Villela
Copyright © 2018 by Paco Editorial
Direitos desta edição reservados à Paco Editorial. Nenhuma parte desta obra pode ser apropriada e estocada em sistema de banco de dados ou processo similar, em qualquer forma ou meio, seja eletrônico, de fotocópia, gravação, etc., sem a permissão da editora e/ou autor.
Revisão: Taíne Barriviera
Capa e Diagramação: Wendel de Almeida
Edição em Versão Impressa: 2017
Edição em Versão Digital: 2018
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Conselho Editorial
Profa. Dra. Andrea Domingues (UNIVAS/MG) (Lattes)
Prof. Dr. Antonio Cesar Galhardi (FATEC-SP) (Lattes)
Profa. Dra. Benedita Cássia Sant’anna (UNESP/ASSIS/SP) (Lattes)
Prof. Dr. Carlos Bauer (UNINOVE/SP) (Lattes)
Profa. Dra. Cristianne Famer Rocha (UFRGS/RS) (Lattes)
Prof. Dr. José Ricardo Caetano Costa (FURG/RS) (Lattes)
Prof. Dr. Luiz Fernando Gomes (UNISO/SP) (Lattes)
Profa. Dra. Milena Fernandes Oliveira (UNICAMP/SP) (Lattes)
Prof. Dr. Ricardo André Ferreira Martins (UNICENTRO-PR) (Lattes)
Prof. Dr. Romualdo Dias (UNESP/RIO CLARO/SP) (Lattes)
Profa. Dra. Thelma Lessa (UFSCAR/SP) (Lattes)
Prof. Dr. Victor Hugo Veppo Burgardt (UNIPAMPA/RS) (Lattes)
Prof. Dr. Eraldo Leme Batista (UNIOESTE-PR) (Lattes)
Prof. Dr. Antonio Carlos Giuliani (UNIMEP-Piracicaba-SP) (Lattes)
Paco Editorial
Av. Carlos Salles Bloch, 658
Ed. Altos do Anhangabaú, 2º Andar, Salas 11, 12 e 21
Anhangabaú - Jundiaí-SP - 13208-100
Telefones: 55 11 4521.6315
www.pacoeditorial.com.br
Sumário
FOLHA DE ROSTO
SOBRE OS AUTORES
DEDICATÓRIA
APRESENTAÇÃO
PREFÁCIO
PARTE I
CONCEITOS E FUNDAMENTOS DE EPIDEMIOLOGIA
BATE-PAPO COM ESPECIALISTA
CAPÍTULO 1
Epidemiologia e Saúde Pública: direto do túnel do tempo
CAPÍTULO 2
O envelhecimento no Brasil sob uma perspectiva epidemiológica
BATE-PAPO COM ESPECIALISTA
CAPÍTULO 3
Medidas de Saúde: Os indicadores como forma de avaliar o processo saúde-doença
CAPÍTULO 4
Doenças emergentes e reemergentes: conceitos, avanços e desafios
BATE-PAPO COM ESPECIALISTA
CAPÍTULO 5
Os silenciosos maus do século XXI: doenças crônicas não transmissíveis
CAPÍTULO 6
Compromisso mundial de controle e eliminação das doenças crônicas transmissíveis
PARTE II
A EPIDEMIOLOGIA NO CAMPO DA PESQUISA
BATE-PAPO COM ESPECIALISTA
CAPÍTULO 7
Medidas de ocorrência e de associação: elementos-chave na epidemiologia
CAPÍTULO 8
Epidemiologia descritiva: quem, quando e onde?
CAPÍTULO 9
Estudos transversais: qual a sua importância?
CAPÍTULO 10
Estudos ecológicos: o todo pela parte
CAPÍTULO 11
Epidemiologia analítica: exposição e comparação
CAPÍTULO 12
Estudos de Coorte: da origem à aplicabilidade
CAPÍTULO 13
Estudo caso-controle: investigando o passado
CAPÍTULO 14
Pedra angular da medicina baseada em evidências: ensaio clínico
CAPÍTULO 15
Estatística aplicada à saúde: desvendando os números
CAPÍTULO 16
A ética como pilar da pesquisa epidemiológica: uma questão de equilíbrio entre cientificismo e princípios morais
PARTE III
TÓPICOS ESPECIAIS EM EPIDEMIOLOGIA
BATE-PAPO COM ESPECIALISTA
CAPÍTULO 17
Inteligência epidemiológica como insumo estratégico
CAPÍTULO 18
Epidemiologia ambiental em pauta, o que saber?
CAPÍTULO 19
Epidemiologia na saúde e suas aplicações
CAPÍTULO 20
Saúde Global: uma visão coletiva e abrangente
CAPÍTULO 21
A epidemiologia molecular em prol da saúde global humana
BATE-PAPO COM ESPECIALISTA
CAPÍTULO 22
O papel da vigilância epidemiológica na construção dos serviços de saúde e tomadas de decisão
BATE-PAPO COM ESPECIALISTA
CAPÍTULO 23
Geoprocessamento aplicado à epidemiologia
BATE-PAPO COM ESPECIALISTA
CAPÍTULO 24
Os reflexos dos estudos epidemiológicos na sociedade
CAPÍTULO 25
Epidemiologia no contexto da educação em saúde
PÁGINA FINAL
SOBRE OS AUTORES
Os organizadores
Edlaine Faria de Moura Villela
• Doutora em Epidemiologia pela Faculdade de Saúde Pública (USP/SP).
• Mestra em Saúde Pública pela Faculdade de Saúde Pública (USP/SP).
• Professora Adjunta de Epidemiologia e Saúde Coletiva do curso de Medicina da Universidade Federal de Goiás (UFG)/Regional Jataí.
• Docente permanente do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva da UFG Goiânia.
• Coordenadora do curso de Especialização em Epidemiologia e Saúde da UFG Regional Jataí.
• Líder do Grupo de Pesquisa Epidemiologia e Saúde Coletiva (Epicol/CNPq).
Fábio Morato de Oliveira
• Pós-Doutor em Clínica Médica pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (USP).
• Doutor em Genética Humana e Médica pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (USP).
• Mestre em Patologia molecular pela Universidade de Brasília (UnB).
• Professor Adjunto de Genética e Práticas de Integração Ensino Serviço e Sociedade do curso de Medicina da Universidade Federal de Goiás (UFG)/ Regional Jataí.
• Vice-coordenador do curso de Especialização em Epidemiologia e Saúde da UFG Regional Jataí.
Os colaboradores
Antonio Luiz Rodrigues Júnior
Professor do Departamento de Medicina Social da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. Doutor em Saúde Pública pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo.
Carlos Castillo-Salgado
Professor de Epidemiologia da Johns Hopkins’ Bloomberg School of Public Health, Baltimore. Doutor em Saúde Pública.
David Michel De Oliveira
Professor do Curso de Educação Física da Universidade Federal de Goiás/ Regional Jataí. Doutor em Alimentos e Nutrição pela Universidade Estadual Júlio de Mesquita Filho, Ararquara, São Paulo.
Elias Rassi Neto
Professor do Departamento de Saúde Coletiva do Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública, Universidade Federal de Goiás. Mestre em Saúde Coletiva pela Universidade Federal da Bahia.
Eliseu Alves Waldman
Professor do Departamento de Epidemiologia da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo. Doutor em Saúde Pública pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo.
Francisco Chiaravalloti Neto
Professor do Departamento de Epidemiologia da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo. Doutor em Saúde Pública pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo.
Márcio Henrique de Oliveira Garcia
Coordenador Geral de Vigilância e Resposta às Emergências em Saúde Pública da Secretaria de Vigilância em Saúde, Ministério da Saúde. Mestre em Tecnologia de Alimentos pela Universidade Federal do Ceará.
Os autores
Dedicamos esta obra a todos os curiosos, estudiosos e amantes da epidemiologia: que profissionais de saúde, professores, estudantes de graduação e de pós-graduação possam usufruir desta obra para aprimorar seus conhecimentos no campo da saúde coletiva.
APRESENTAÇÃO
O presente volume intitulado Epidemiologia sem Mistérios: tudo aquilo que você precisa saber! reúne importantes contribuições e visões da epidemiologia clássica, sob a perspectiva de acadêmicos do curso de medicina. Este livro é o resultado de uma experiência desenvolvida no curso de medicina da Universidade Federal de Goiás/Regional Jataí, na qual professores organizadores e alunos buscaram abordar os diversos temas em epidemiologia de forma lúdica e prazerosa.
A partir do proposto pelas Diretrizes Curriculares Nacionais em 2014 para os cursos de medicina e pelo Projeto de Expansão de vagas do Ensino Médico nas IFES (2012), tem-se como perfil do egresso a ser formado pela UFG/Regional Jataí o médico com formação generalista, humanista, crítica e reflexiva, capacitado a atuar, pautado em princípios éticos, no processo de saúde-doença em seus diferentes níveis de atenção, com ações de promoção, prevenção, recuperação e reabilitação à saúde, na perspectiva da integralidade da assistência, com senso de responsabilidade social e compromisso com a cidadania, como promotor da saúde integral do ser humano. Dessa forma, a obra constitui um instrumento de formação acadêmica em epidemiologia básica, voltado para estudantes da saúde, especialmente aqueles que têm contato inicial, junto aos serviços de saúde locais, os quais têm por finalidade promover o conhecimento e a aplicação prática dos conteúdos epidemiológicos e no apoio ao planejamento, avaliação e gestão em saúde.
A obra está organizada em três partes, as quais se complementam. Ademais, o leitor contará com falas de especialistas no decorrer da leitura, intituladas Bate-papo com especialista. Na Parte I, Conceitos & Fundamentos, o leitor terá a oportunidade de explorar a epidemiologia sob a perspectiva de circunstâncias específicas em saúde pública, dentre as quais se destacam alguns temas, como: o processo de envelhecimento da população, doenças emergentes e reemergentes e o compromisso mundial de controle de doenças crônicas transmissíveis.
A Parte II, A Epidemiologia no Campo da Pesquisa, traz consigo as diversas aplicações dos delineamentos de estudos epidemiológicos, com repercussão direta sobre a vida das pessoas. Conceitos descritivos e analíticos de estratégias de investigação são abordados de forma objetiva e aplicada, tendo como base o equilíbrio entre cientificismo e princípios morais.
Por fim, a Parte III, Tópicos Especiais em Epidemiologia, insere a epidemiologia clássica na perspectiva da ciência moderna ao trazer para discussão temas como inteligência epidemiológica, saúde global, biomoléculas
na visão da epidemiologia molecular e a educação em saúde no contexto da epidemiologia.
Graduandos e pós-graduandos na área da saúde têm contato diário com o vasto universo das publicações científicas, muitas vezes sem enxergar este universo inserido em seu cotidiano. Assim como desenvolvido na obra anterior, intitulada Um mergulho na medicina: a saúde coletiva sob novos olhares, a proposta atual foi, novamente, inserir os alunos no contexto epidemiológico por meio do desenvolvimento de uma segunda obra de forma inédita. O propósito foi permitir que os alunos aprimorassem habilidades e competências de estudo, análise, interpretação e aprendizado, e, assim, pudessem mais uma vez contribuir com uma importante obra no campo da saúde pública, só que dessa vez a menina dos olhos foi a epidemiologia.
Fábio Morato de Oliveira &
Edlaine Faria de Moura Villela
Professores do curso de Medicina
Universidade Federal de Goiás
Regional Jataí
Prefácio
Prefaciar um livro organizado pela professora Edlaine Faria de Moura Villela e pelo professor Fábio Morato de Oliveira é uma honra, ter uma segunda oportunidade é um privilégio (Um mergulho na medicina: a saúde coletiva sob novos olhares foi o primeiro livro prefaciado). Pois foi assim que me senti ao ser convidado para apresentar o livro Epidemiologia sem Mistérios: tudo aquilo que você precisa saber!, que tem como foco o ensino da epidemiologia básica a alunos de graduação e pós-graduação, a profissionais de saúde e a docentes de diferentes cursos no campo das ciências da saúde.
Ensinar epidemiologia, especialmente os primeiros passos, é sempre um desafio e a professora Edlaine o enfrentou inovando, juntamente com o professor Fábio. Atraíram um elenco de 33 jovens alunos de graduação do curso de medicina da Universidade Federal de Goiás/Regional Jataí, brilhantes e entusiasmados pela matéria, para acompanhá-los nessa incumbência.
Desta forma, conseguiram elaborar um texto que, mesmo sendo denso em conteúdo, permite aos jovens alunos uma interação fácil com a epidemiologia e uma percepção clara de sua inserção na saúde pública.
Este livro responde à demanda crescente de textos básicos de epidemiologia, que não só ofereçam uma introdução ao método, mas, também, situem a inserção da epidemiologia em temas relevantes e atuais em saúde pública, como transição epidemiológica e demográfica, doenças infecciosas emergentes, doenças crônicas transmissíveis e não transmissíveis; além de aguçar a curiosidade e interesse dos leitores com um capítulo sobre a evolução histórica da disciplina.
Os capítulos que se dedicam à introdução do método epidemiológico são especialmente didáticos ao expor tópicos como medidas de ocorrência de doenças e de associação, os principais delineamentos, assim como estratégias e instrumentos para análise de dados. Temas como epidemiologia social e ética em pesquisa não são esquecidos, enriquecendo a formação de jovens estudantes.
Oferece, também, capítulos muito interessantes abordando a aplicação da epidemiologia em serviços de saúde, entre eles um sobre indicadores de saúde, que proporciona ao aluno subsídios para entender como se faz a análise de situação de saúde em uma comunidade e sua importância na identificação de prioridades em políticas públicas. Esse capítulo se articula com outro tema relevante, a epidemiologia e a educação em saúde. Há também capítulos sobre vigilância com seus conceitos e aplicações e sobre epidemiologia ambiental que fazem uma interface interessante com um tópico bem atual: a saúde global.
Em todo o livro sente-se um esforço bem sucedido de mesclar, de maneira equilibrada, temas conceituais com tópicos de caráter mais aplicado. Dessa forma, não só facilitam o aprendizado, mas incentivam o aluno a interessarem-se pelos temas abordados.
A qualidade do texto e o nível elevado com que são expostos os diferentes temas asseguram a sua contribuição à formação de uma nova geração de epidemiologistas com forte compromisso com a saúde pública e com a promoção da saúde e do bem-estar da população brasileira.
Cumprimento, portanto, os organizadores e colaboradores pelo lançamento deste texto que constitui inegável contribuição à formação de recursos humanos em epidemiologia de campo.
Prof. Dr. Eliseu Alves Waldman
Departamento de Epidemiologia
Faculdade de Saúde Pública
Universidade de São Paulo
PARTE I
CONCEITOS E FUNDAMENTOS DE EPIDEMIOLOGIA
Bate-papo com especialista
Este novo livro representa uma nova e importante contribuição para a formação em princípios de epidemiologia necessários na formação de estudantes de medicina, enfermeiros e outros profissionais de saúde. Capítulos que compõem a Parte I da obra, Conceitos e Fundamentos, reúnem esforços, conhecimento e experiência de vários autores que, juntos, trazem questões importantes, oferecendo bases importantes de epidemiologia para médicos e profissionais de saúde.
O primeiro capítulo desta primeira seção inclui a evolução da saúde pública e epidemiologia, essencial para localizar o processo histórico que evoluíram os conceitos e práticas. Este processo está determinado por forças que delimitam a forma de produção social e as estruturas econômicas das sociedades. Por outro lado, o capítulo que trata da transição demográfica e epidemiológica permite vincular os processos histórico-sociais que determinam as mudanças demográficas e sociais, e traçam, assim, os perfis epidemiológicos populacionais. Estas mudanças sociodemográficas estão ligadas fortemente com o tipo de danos e problemas de saúde emergentes em diferentes grupos sociais e populações. Os profissionais de saúde enriquecerão seus diagnósticos analíticos e processos clínicos ao vincular com processos demográficos e sociais que interferem na saúde das populações.
Esta seção também inclui a contribuição das medidas de saúde coletiva por meio de indicadores de saúde e sua ligação com a abordagem dos indicadores sociais. A visão deste capítulo de indicadores de saúde está ligada à taxonomia e abordagem aos indicadores sociais, ou seja, às dimensões demográfica, social, morbidade, mortalidade, recursos humanos em saúde e acesso/cobertura dos serviços de saúde. Estes indicadores organizam-se como dados básicos necessários para conhecer os determinantes sociais proximal e distal que conduzem a saúde e bem-estar dos diferentes grupos populacionais.
Os capítulos sobre doenças emergentes/reemergentes e doenças crônicas não transmissíveis/transmissíveis apresentam o processo pelo qual as enfermidades do século XXI encontram-se ligadas aos processos de globalização das sociedades mundiais e dependentes dos determinantes sociais de saúde. Trazem, também, questões inerentes à missão de buscar a equidade na saúde e promover a qualidade de vida de distintos grupos populacionais.
Esta seção e seus capítulos integram harmoniosamente diferentes conceitos, métodos, técnicas e abordagem epidemiológica populacional, mostrando a relação desta abordagem com a saúde coletiva, o que orientará novos profissionais médicos e de saúde pública para responder melhor aos desafios de problemas de saúde da população.
Dr. Carlos Castillo-Salgado¹
Professor de Epidemiologia
Johns Hopkins’ Bloomberg School of Public Health
Nota
1. Texto do Prof. Dr. Carlos Castillo-Salgado traduzido pela Profa. Dra. Edlaine Faria de Moura Villela.
CAPÍTULO 1
Epidemiologia e Saúde Pública: direto do túnel do tempo
Gabriel Gonçalves Dutra
Guilherme Oliveira Borges
Edlaine Faria de Moura Villela
A história é émula do tempo, repositório dos fatos, testemunha do passado, exemplo do presente, advertência do futuro.
(Miguel de Cervantes)
Introdução
Antes de viajarmos no tempo em busca das raízes da epidemiologia e dos primórdios da saúde pública, devemos, primeiramente, estabelecer a ligação entre essas duas áreas e, posteriormente, conceituar a palavra e a ciência que é a epidemiologia para que possamos entender do que ela realmente se trata.
A saúde pública tem na epidemiologia a sua ciência mais básica e fundamental, uma vez que, além de atividade de pesquisa, esta disciplina fornece a base para orientar a ação prática e adequada de saúde pública e raciocínio causal (Cates, 1982).
A saúde pública no Brasil
A história da saúde pública no Brasil é importante para entendermos a atual situação do sistema de saúde pública, bem como reorientar suas práticas, principalmente em longo prazo. A crise deste sistema está relacionada ao desinteresse dos governantes pela questão, atuando neste campo com ênfase somente se a saúde da população representasse um perigo à economia.
A Saúde Pública no período colonial
Após a descoberta das novas terras, a Coroa Portuguesa empenhou projetos de exploração do novo continente. Neste contexto, migraram para o novo continente, num ímpeto pela busca de riquezas, soldados, aventureiros, loucos, mendigos e junto a eles doenças transmissíveis, como tuberculose, sarampo, malária, gonorreia e sífilis. O contato entre indígenas e colonizadores já era um risco à saúde indígena, porém, ainda havia o agravante de guerras e da escravidão. A catequese, a contaminação, a guerra e a escravidão determinaram um grande genocídio das populações nativas (Rouquayrol, 2013).
Porém, não eram somente os indígenas que sofreram com o projeto colonizador. Os imigrantes foram acometidos por sofridas moléstias devido às condições da viagem no navio. Viajavam em embarcações fétidas e desconfortáveis, além de passarem dias sendo mal alimentados (Rouquayrol, 2013).
Esta situação ameaçava o projeto econômico da Coroa. Então, o Conselho Ultramarino Português criou, no século XVI, os cargos de físico-mor e cirurgião-mor. Porém, poucos médicos se dispuseram a cruzar o Atlântico, devido aos riscos e a pouca remuneração. Além disso, a população local tinha pavor aos métodos utilizados pelos médicos na Europa, como sangrias e purgativos, preferindo os curandeiros locais.
A medicina praticada no período colonial era um curandeirismo, na qual o conhecimento é construído de forma empírica com o uso de plantas, chás, animais e minerais. A prática e seus praticantes, os curandeiros e as benzedeiras, eram revestidos do fantástico, conjuravam espíritos, oravam e faziam adivinhações. Entrelaçado a isso, ainda haviam as heranças culturais advindas da África, o uso de amuletos, talismãs e fetiches. As doenças eram vistas pela população como um castigo ou advertência divina. Os curandeiros e benzedeiras tinham bastante respeito e admiração da população, entretanto, eram caçados pelas autoridades civis e religiosas (Igreja e Santo Ofício). Tais práticas eram proibidas por lei, mas a realidade se sobrepunha, uma vez que não havia médicos em quantidade suficiente (Rouquayrol, 2013).
A dicotomia entre a medicina praticada na Europa e na colônia era grande. Não havia hospitais, com exceção das Santas Casas de Misericórdia e enfermarias, mantidas por jesuítas, que chegaram ao Brasil em 1539. A primeira foi fundada em Olinda, posteriormente em Santos (1543), Vitória (1545), Salvador (1549), São Paulo (1560), Rio de Janeiro (1582), João Pessoa (1602), Belém (1619) e São Luís (1657). As Santas Casas de Misericórdia se anteciparam no atender à população antes do Estado.
Saúde Pública no Império
A mudança da Coroa Portuguesa para o Brasil, fugindo de Napoleão Bonaparte, foi crucial para o desenvolvimento das práticas médicas no Brasil. Portugal não permitia a abertura de faculdades em suas colônias, o que gerava um grande bloqueio no desenvolvimento da medicina do Brasil. Médicos não eram formados no território e também não vinham em quantidade suficiente de Portugal para a colônia. Com a chegada de Dom João VI e sua Corte, em 18 de fevereiro de 1808, o imperador inaugurou a primeira faculdade de medicina do Brasil, a Escola de Cirurgia da Bahia. No dia 5 de novembro do mesmo ano, Dom João VI criou a segunda faculdade de medicina do Brasil, no Rio de Janeiro, a Escola de Anatomia, Cirurgia e Medicina (Rouquayrol, 2013).
A nova capital do Império, o Rio de Janeiro, passou por mudanças sanitárias para sediar a Corte. Foi ampliado o uso da vacina antivariólica e foi criado, em 1811, a Junta Vacínica da Corte. Na década de 1820, havia juntas de vacinação também em São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. Em 1829, foi criada a Academia Nacional de Medicina, cuja finalidade era ser um órgão consultivo sobre as questões de saúde do Brasil. Em 1832, tal academia passou a publicar seminários de saúde pública. Ainda em 1829, também foi criada a Junta de Hygiene Pública, porém suas atividades eram restritas aos navios e portos (Rouquayrol, 2013).
Entre 1828 e 1840, o Rio de Janeiro sofreu com várias epidemias de febre amarela, febre tifoide, varíola e sarampo, dentre outras. Em 1849, uma epidemia de febre amarela ceifou a vida de mais de quatro mil pessoas no Rio. Isto foi o estopim para que se iniciasse uma reorganização da saúde pública no país. Em 1850, o governo solicitou à Academia de Medicina um plano para diminuir a epidemia de febre amarela, o qual foi elaborado e resultou na criação da Comissão Central de Saúde Pública para gerenciar ações de controle da saúde (Rouquayrol, 2013).
No ano de 1851, a Junta de Hygiene Pública teve suas funções expandidas. Agora, caberia a ela o controle da prática da medicina, inspecionar a vacinação, os alimentos, as farmácias e os açougues. Passou, então, a se chamar Junta Central de Saúde Pública.
A tuberculose, que desde o período colonial já chamava a atenção das autoridades, persistiu até chegar ao período imperial. O único refúgio dos tuberculosos eram as Santas Casas de Misericórdia. Porém, em 1839, o provedor da Santa Casa do Rio de Janeiro, José Clemente Pereira, solicitou a compra de uma casa para o isolamento dos tísicos à Mesa Diretora devido ao tratamento dados a eles. Assim, nascia o primeiro hospital de isolamento de tuberculosos do Brasil.
A peste branca, como também é conhecida a tuberculose, atingia vigorosamente os escravos africanos trazidos ao Brasil, pois seus corpos não tinham resistência a essa doença que era comum na Europa. Em 1859, houve o começo da mensuração do número de mortos por tuberculose no Rio de Janeiro, tendo início o uso do número de bioestatísticas em trabalhos no país (Rouquayrol, 2013).
No século XIX, as etiologias destas doenças infecciosas, varíola, febre amarela, febre tifoide, tuberculose não eram conhecidas pelos médicos. Acreditava-se que tinham origem nos vapores, nos miasmas que surgiam em regiões de habitações precárias, a partir do esgoto, dos pântanos, dos lixos.
A Saúde Pública na primeira República
Com a queda do Império e a instalação da República no Brasil em 1889, surgiram debates em torno da elaboração de projetos modernos para o país. Neste ínterim, surgiram planos para a saúde pública, porém, estes projetos voltavam-se apenas para doenças pestilenciais, pois havia o interesse em proteger os imigrantes europeus que vieram substituir a mão de obra escrava, uma vez que a Abolição da Escravatura havia sido proclamada em 13 de maio de 1888. A febre amarela foi, então, combatida efetivamente no Rio de Janeiro, com Oswaldo Cruz, e em São Paulo, com Emílio Ribas, dentre outras localidades. O governo federal conseguiu resultados positivos no combate à febre tifoide, febre amarela, varíola, peste do oriente
, entre outras (Rouquayrol, 2013).
Ao contrário do que ocorreram com as doenças pestilenciais, as doenças não pestilenciais não receberam atenção do governo. A tuberculose, que foi responsável pela maioria dos casos de morte em São Paulo, matando mais que as doenças pestilenciais juntas, não teve ações de combate adequadas direcionada para si. As ações governamentais estavam direcionadas aos interesses econômicos, pois estas doenças prejudicariam as lavouras cafeeiras e a nascente indústria paulista.
Coube a médicos a atitude de iniciar a luta contra a tuberculose, por meio de associações filantrópicas. O início da luta se deu em São Paulo, com a criação da Liga Paulistana contra a Tuberculose, por Clemente Ferreira e seus colaboradores. Tais movimentos foram uma influência do que acontecia na Europa, principalmente na Alemanha, país que atingia seu pico em casos de tuberculose. Após a criação da Liga Paulistana, outros médicos tomaram iniciativa em montar novas ligas em seus estados (Rouquayrol, 2013).
No Rio de Janeiro, grandes nomes da medicina do Brasil se reuniriam na Academia Nacional de Medicina e na Sociedade de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro para organizar a luta contra a tuberculose no país. Em 1900 foi criado no Rio de Janeiro a Liga Brasileira contra a Tuberculose. Foi criada a Liga Pernambucana por Octávio de Freitas, em 19 de julho de 1900; a mineira por Eduardo de Menezes, em 4 de setembro de 1900; a baiana por Ramiro de Azevedo, em 22 de julho de 1900; e a campista por Manoel Rodrigues Peixoto. O maior mérito destas ligas foi a interação com o Estado, mostrando as causas sociais que eram determinantes da doença e ainda mostrando que somente com a intervenção do governo central poderia haver um combate efetivo (Rouquayrol, 2013).
As doenças pestilenciais, que assolavam as cidades brasileiras no começo do século XX estimularam a criação, em 1900, das duas principais instituições de saúde pública do Brasil: o Instituto Soroterápico Federal, que foi renomeado a Instituto Oswaldo Cruz, no estado do Rio de Janeiro; e o Instituto Butantã, no estado de São Paulo. Tais instituições tiveram grande importância na época, pois influenciadas pela medicina em prática na França e na Alemanha, formaram médicos com novas perspectivas sobre as doenças pestilenciais. O primeiro presidente do Instituto Soroterápico Federal foi Pedro Afonso, que foi sucedido por Oswaldo Cruz, cujo trabalho foi tão espetacular que transformou a instituição em um dos melhores laboratórios do mundo. Concomitantemente com o então presidente Rodrigues Alves, Oswaldo Cruz iniciou um trabalho para a erradicação da febre amarela no Rio de Janeiro. Mil e quinhentas pessoas participaram do combate ao mosquito, o que por si só não agradou a população. Em 1904, o governo federal instituiu a obrigatoriedade da vacina contra a varíola no país. Tal ato foi o estopim para estourar a conhecida Revolta da Vacina, na qual revoltosos populares se movimentaram contra a vacinação obrigatória no Rio de Janeiro. Devido ao pudor da época, não se aceitava que um estranho levantasse as mangas das roupas das mulheres para vaciná-las. Houve luta entre a polícia e os revoltosos, o que culminou com a morte de um dos revoltados. A população, então, começou a tombar e a incendiar bondes, acentuando o clima de revolta. O presidente Rodrigues Alves e o sanitarista Oswaldo Cruz foram responsabilizados pela revolta, a qual perdurou do dia 10 ao dia 16 de novembro, e terminou com a prisão dos líderes do movimento e com a revogação da lei, tornando a vacinação opcional (Rouquayrol, 2013).
Carlos Chagas substituiu Oswaldo Cruz na direção Diretoria Geral de Saúde Pública, órgão ligado ao governo. Após assumir o cargo, por nomeação do presidente Epitácio Pessoa, realizou importantes mudanças neste órgão, que passou a se chamar Departamento Nacional de Saúde Pública, ligado ao Ministério da Justiça e de Negócios Exteriores. Reformou a forma de atuação da instituição, que era policial fiscalista para um modelo educativo e informativo. Criou órgãos específicos para o combate à tuberculose, à lepra e às doenças venéreas. Deu grande atenção à assistência hospitalar, infantil e à higiene industrial. Em parceria com a Fundação Rockefeller criou o serviço de enfermagem, que posteriormente desdobrou-se na Escola de Enfermagem Anna Nery. Além disso, criou o primeiro curso de higiene e saúde pública do Brasil. Permaneceu no cargo até 1926, fim do mandato do presidente Arthur Bernardes.
Com o controle das epidemias na cidade o governo partiu para o combate no campo. A SUCAM, Superintendência de Campanhas, teve grande penetratividade no meio rural, obtendo grande sucesso em todo Estado brasileiro. Desenvolveu quatro programas de controle de doenças: chagas, febre amarela, malária e esquistossomose; e cinco campanhas contra leishmaniose, bócio endêmico, peste, tracoma e filariose. Havia diretorias regionais em todos os estados do país, os quais possuíam distritos sanitários, contando 80 pelo país. Não havia localidades que não eram visitadas por agentes da SUCAM periodicamente, por mais distantes que fossem. A SUCAM se tornou a herdeira maior do modelo de gestão de saúde pública brasileiro, denominado sanitarismo campanhista. Tal modelo teve como raízes a Revolução Pasteuriana, do cientista Louis Pasteur, e foi implementado por Oswaldo Cruz, na primeira década do século XX (Rouquayrol, 2013).
Saúde Pública no governo de Getúlio Vargas
Vargas governou o país em dois períodos, de 1930 a 1945 e de 1951 a 1954. Governou por decretos de 1930 a 1934, quando foi aprovada uma nova Constituição. Desde o início passou a realizar reformas nas áreas de