Inquietudes da Pedagogia
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Inquietudes da Pedagogia - Beatriz Nunes Santos e Silva
Copyright © 2017 by Paco Editorial
Direitos desta edição reservados à Paco Editorial. Nenhuma parte desta obra pode ser apropriada e estocada em sistema de banco de dados ou processo similar, em qualquer forma ou meio, seja eletrônico, de fotocópia, gravação, etc., sem a permissão da editora e/ou autor.
Revisão: Ligia Lovatti
Capa: Marcio Arantes Santana de Carvalho
Diagramação: Marcio Arantes Santana de Carvalho/p>
Edição em Versão Impressa: 2014
Edição em Versão Digital: 2017
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Conselho Editorial
Profa. Dra. Andrea Domingues (UNIVAS/MG) (Lattes)
Prof. Dr. Antonio Cesar Galhardi (FATEC-SP) (Lattes)
Profa. Dra. Benedita Cássia Sant’anna (UNESP/ASSIS/SP) (Lattes)
Prof. Dr. Carlos Bauer (UNINOVE/SP) (Lattes)
Profa. Dra. Cristianne Famer Rocha (UFRGS/RS) (Lattes)
Prof. Dr. José Ricardo Caetano Costa (FURG/RS) (Lattes)
Prof. Dr. Luiz Fernando Gomes (UNISO/SP) (Lattes)
Profa. Dra. Milena Fernandes Oliveira (UNICAMP/SP) (Lattes)
Prof. Dr. Ricardo André Ferreira Martins (UNICENTRO-PR) (Lattes)
Prof. Dr. Romualdo Dias (UNESP/RIO CLARO/SP) (Lattes)
Profa. Dra. Thelma Lessa (UFSCAR/SP) (Lattes)
Prof. Dr. Victor Hugo Veppo Burgardt (UNIPAMPA/RS) (Lattes)
Prof. Dr. Eraldo Leme Batista (UNIOESTE-PR) (Lattes)
Prof. Dr. Antonio Carlos Giuliani (UNIMEP-Piracicaba-SP) (Lattes)
Paco Editorial
Av. Carlos Salles Bloch, 658
Ed. Altos do Anhangabaú, 2º Andar, Salas 11, 12 e 21
Anhangabaú - Jundiaí-SP - 13208-100
Telefones: 55 11 4521.6315
www.pacoeditorial.com.br
Agradecimentos
Alegria é um sentimento que todos nós que participamos da elaboração deste livro estamos a vivenciar. Mas esse momento tem a participação de pessoas importantes que nos possibilitaram a sua publicação. Queremos registrar nossos agradecimentos à FUCAMP – Fundação Carmelitana Mário Palmério, na pessoa do professor Ms. Guiherme Marcos Ghelli, diretor da faculdade que desde o início percebeu a importância da publicação e se dispôs a nos ajudar para sua concretização. À prefeitura Municipal de Monte Carmelo, na pessoa do senhor secretário de Educação Dr. Bento Souza Borges, que também muito se empenhou para ver a obra publicada, uma vez que acredita que a obra muito contribuirá para o processo formativo dos profissionais da região.
Sumário
Folha de rosto
Agradecimentos
Prefácio
1. Refletindo a prática pedagógica com a criança especial
Ana Maria Silva Pereira
2. Os caminhos da formação
Beatriz Nunes Santos e Silva
3. A geração y no ensino superior: desafios para as escolas e para os professores
Bento Souza Borges
4. Sócrates: Modelo perpétuo de filósofo e de educador
Gustavo Araújo Batista
5. Diversidade cultural, educação e cidadania: Fundamentos teóricos metodológicos
Heber Junio Pereira Brasão
6. Pensando sobre adolescência na interface entre a pedagogia e a psicologia
Luciana de Souza Zumstein
7. Curso de pedagogia da fucamp: saberes em permanente construção
Neusa Rosa Naves
8. Graciliano Ramos e a educação brasileira no início do século xx
Tania Nunes Davi
9. O plágio na pesquisa escolar: perspectivas de professores e alunos de duas escolas
Termísia Luiza Rocha
Página final
Prefácio
É com orgulho e satisfação que apresentamos aos nossos leitores a obra Inquietudes da Pedagogia, constituída de artigos dos professores do curso de Pedagogia da FUCAMP, assim como a contribuição de autores de outras instituições.
A criação do livro surgiu da necessidade de divulgarmos os trabalhos realizados pelos docentes e, principalmente, estimular as reflexões teórico-práticas no curso de Pedagogia. Além do mais, esta obra irá marcar os 10 anos de formatura da 1ª turma do Curso de Pedagogia.
Nessa perspectiva, com o artigo Refletindo a Prática Pedagógica com a Criança Especial, de Ana Maria Silva Pereira, o aluno do curso de Pedagogia tem a possibilidade de realizar o Estágio Supervisionado nos períodos específicos, facilitando a oportunidade das vivências com a criança portadora de necessidades especiais. A importância desta prática está na eficácia da leitura que o aluno faz no momento da integração teoria e prática, de forma coerente com seu pensamento lógico e crítico, permitindo a construção e aperfeiçoamento teórico de manuseio utilizado com estas crianças.
A seguir, Beatriz Nunes Santos e Silva, em Os caminhos da formação, reflete que o debate hoje existente sobre a formação dos professores tem apontado para uma atuação que ultrapasse o domínio conceitual e instrumental, é preciso fazer a leitura do mundo ao seu redor, buscar uma atitude que integre diferentes saberes (disciplinares, curriculares, pedagógicos e experienciais), que motive os professores a intercambiarem informações e trocas cognitivas, que traga contribuição para o crescimento pessoal e profissional do grupo.
Borges aborda o tema A geração Y no Ensino Superior: Desafios para as escolas e para os professores
e expõe que, diante da velocidade das mudanças, que é quase sufocante, é preciso que o professor descubra como lidar com o acúmulo de conhecimento e de informações. É preciso debater qual é o papel do professor na relação de ensino com os novos alunos que chegam à Universidade.
Em Sócrates: Modelo Perpétuo de Filósofo e de Educador, Batista com o propósito de oferecer uma percepção contextualizada do pensamento socrático, apresenta uma explanação sumária da conjuntiva cultural à qual pertence, com o intuito de explicitar os aspectos históricos mais relevantes que permitem a compreensão do significado de Sócrates, tanto para a história da Filosofia quanto para a história da educação.
Brasão, no artigo Diversidade cultural, educação e cidadania: Fundamentos teórico-metodológicos, o autor destaca a necessidade da discussão de que a diversidade cultural é um fator muito importante que deve ser respeitado e analisado no sistema de ensino, pois é a forma de explicitar, tanto aos alunos e professores, a existência de várias culturas inseridas no próprio ambiente escolar, assim como a cultura que todos estão acostumados a ver, e são tantos, que muita das vezes, somente o ambiente escolar proporcionará esse contato tão direto com a diversidade.
Pensando sobre Adolescência na Interface entre a Pedagogia e a Psicologia, Zumstein mostra a relevância da adolescência como um fenômeno cultural e não universal, e que a Pedagogia e a Psicologia têm muito em comum, porque tem como base o fato de lidar com o ser humano.
No artigo Curso de Pedagogia da FUCAMP: Saberes em permanente construção, Naves teve como objetivo perceber os saberes e práticas das professoras do curso de Pedagogia da FUCAMP/FACIHUS.
Em Graciliano Ramos e a Educação Brasileira no início do século XX, Davi busca produzir um texto que mostra como o escritor percebia a educação e a representava em seus romances e livros bibliográficos. Para tanto, utilizou São Bernardo, Vidas Secas, Infância e Memórias do Cárcere para construir um recorte sobre como este brasileiro autodidata viveu e percepcionou a educação de sua época e como suas obras podem nos auxiliar na reflexão sobre a educação no Brasil do início do século XX, suas permanências e mudanças.
O Plágio na pesquisa escolar: Perspectivas de professores e alunos de duas escolas – a autora Termisia Luiza Rocha destaca que o plágio está associado à dificuldade dos alunos para desenvolver pesquisas de maneira autônoma, podendo comprometer sua formação no que diz respeito ao aprendizado. Além do mais, o aluno deixa de aprender quando prática o plágio, dificultando que ele adquira habilidades de escrita e de elaboração de texto.
Profª. Kelma Gomes Mendonça Ghelli
Coordenadora de Ensino, Pós-graduação e Extensão
1. Refletindo a prática pedagógica com a criança especial¹
Ana Maria Silva Pereira²
O Pedagogo e a criança especial
O estabelecimento do vínculo de confiança na relação educacional é permeado pelo esclarecimento, pela informação, pela troca, facilitando o procedimento didático-pedagógico. Segundo Bretas (2000), são muitos os elementos que potencializam a vinculação na espécie humana, entre eles: o contato visual, a voz, o toque, o cheiro, os ritmos de comunicação.
O contato humano apresenta muitas variações, pois recebe influências de fatores como a cultura, situação sócio-econômica, religião, experiências vivenciadas e até o contexto histórico da humanidade.
Marinho (1999) relata ser necessário que o educador integre em sua práxis, a compreensão das características do aluno, para abordar com mais cuidado e direcionamento as dificuldades, as capacidades e os recursos de que ele dispõe para a realização de seu plano, possibilitando uma resposta mais favorável e eficaz.
Desta forma, esta visão pode proporcionar ao pedagogo oportunidade para o conhecimento da linguagem do corpo, possibilidades de trocas afetivas, ritmos na comunicação e limites para a estimulação.
Assim, utilizando a experiência de Bretas (2000), estas relações oferecem possibilidades de adaptação do comportamento do professor às necessidades da criança portadora de necessidades especiais, numa relação de disponibilidade recíproca, permitindo a construção de um diálogo corporal que deve ser a base de uma interação bem sucedida.
Pensando nas relações de troca que permeiam as questões teóricas e práticas da Educação Especial no curso de Pedagogia, justifica-se o desejo deste artigo, na intenção de apontar os desequilíbrios, possivelmente existentes no contexto em que se insere, auxiliando no desenvolvimento didático-pedagógico.
Percebemos que os alunos mostram-se despreparados, sem formação específica, estressados na prática, com dificuldades nas relações de aproximação. Acredita-se ser muito importante as vivências com as crianças portadoras de necessidades especiais, o que oportuniza aos professores observações relacionadas aos sinais e sintomas característicos destas crianças, promovendo identificação/integração das técnicas que auxiliam no manuseio pedagógico em sala de aula.
O aluno do curso de Pedagogia tem a possibilidade de realizar o estágio supervisionado nos períodos específicos facilitando a oportunidade das vivências com a criança portadora de necessidades especiais. A importância desta prática está na eficácia da leitura que o aluno faz no momento da integração teoria e prática, de forma coerente com seu pensamento lógico e crítico, permitindo a construção e aperfeiçoamento técnico do manuseio utilizado com estas crianças.
Os alunos demonstram no contato com as crianças especiais, sentimentos de tristeza, pena e impotência necessitando de constante orientação e apoio. E, à medida que o conhecimento teórico demonstra suas potencialidades, acredita-se que as limitações das crianças tornam-se menos evidentes, porém, sabe-se que não são suficientes para atingir plenamente o desejo de aprendizagem dos alunos e tampouco promover continuidade didático-pedagógico adequada.
Para Gonçalves (1999), o processo educativo envolve uma busca de aprimoramento das potencialidades individuais, integrando o individuo no meio em que vive, determinando o seu projeto social e profissional.
A prática do estágio supervisionado na área da Educação Especial no curso de Pedagogia deve acontecer pensando na relação que se estabelece diretamente à corporalidade e a motricidade do ser humano, usufruindo de técnicas que se utilizam de observações, toques e posicionamentos posturais. Brunhs (1996), com habilidade, lembra que cada pessoa que entra em contato com uma criança é um professor que incessantemente lhe descreve o mundo, até o momento em que ela é capaz de percebê-lo tal como foi descrito.
Savian (apud Medina, 1996) aponta que o processo de promoção do ser humano significa torná-lo cada vez mais capaz de conhecer os elementos de sua situação para intervir, transformar e colaborar com a transformação humana. É necessária uma mudança interior para modificar nossas atitudes. Trabalhar com crianças que apresentam alterações sensório-motoras, perceptivas e cognitivas, necessita de espaço, aproximação, conhecimento, permissão. O processo vem de dentro para fora, não mecanicista, moldando-se como forma de treinamento.
Pedagogia é o único curso de nível superior que possui instrumentos teóricos e experiência na formação de docentes do ensino especial e do ensino regular, capaz de consagrar
uma formação coerente com os pressupostos da proposta da Educação Inclusiva (Ferreira, 2006, p. 231).
Um dos aspectos mais evidenciados como possível obstáculo para a inclusão efetiva de crianças com deficiência na rede regular de ensino é a falta de preparo dos professores e, especificadamente, a falta de uma formação fundamentada nos pressupostos da educação inclusiva.
Se a inclusão escolar traz um novo paradigma de educação, é imprescindível que a formação dos professores também seja direcionada nessa perspectiva. Como o professor pode ter uma prática inclusiva, se no seu processo de formação profissional não teve contato e não foi sensibilizado a respeito dessa nova maneira de se pensar as diferenças?
Sabe-se que ser professor/educador de crianças especiais é diferente, é especial. Ela tem dificuldades para expressar, explicar suas dores e seus problemas. O contato se deve dar mais por intermédio do foco afetivo, pela simplicidade, do que pelo foco racional dos indicadores da patologia. Cuidar do ser humano em crescimento, em modificações e mudanças permanentes, oportunizar capacidades, são tarefas complicadas.
Ford (1997) nos explica o misterioso, básico e desconhecido aprendizado da relação com as crianças especiais é uma via de mão dupla, enquanto você os conduz pela mão eles o conduzem pelo coração
. Aqui começa o compromisso que requer energia, trabalho, suplantação de preconceitos, superação dos próprios limites.
Todo e qualquer profissional que trabalha com crianças especiais deve se sentir um agente integrador da criança e da família, deve estar preparado para lidar com sentimento de culpa, impotência e fracasso. Deve estar atento para sugerir um acompanhamento especializado nos casos mais difíceis e manter respeito. Respeito pelas relações existentes entre os membros da família, respeito pelo apego da criança á sua mãe e vice versa, e por sua dependência pelos adultos da família para sobreviver a frustração
de ter um filho portador de necessidades especiais.
A criatividade aliada ao conhecimento teórico/prático permite-nos o encontro das soluções. Se pararmos diante da deficiência não conseguimos nada. Frustramos a família, a própria criança especial e saímos da sala de aula cansados, derrotados. Existe sempre um meio, esse meio será descoberto com a nossa criatividade, sensibilidade e competência aliada ao conhecimento teórico.
As experiências demonstram, de acordo com Guimarães, citado em Kudo (1999), que a criança com necessidades especiais precisa, no ponto de vista social e emocional, exatamente do mesmo das outras crianças: amor e cuidados, e não de mais
amor e cuidados. Ela necessita de contato físico, estimulação vocal e atividades psicomotoras. Assim, o professor em educação infantil deve conter uma bagagem teórica inicial para analisar, prever dificuldades e traçar plano de aula. Entretanto, estes procedimentos não são tão fáceis como se pensa, a prática/vivência é muito importante, pois facilita a visão técnica/humanista e crítica da realidade, como agente transformador.
Aprendendo com Korczak (1981), ele alerta que existe um equívoco quando dizemos que a criança nos cansa porque precisamos descer ao nível de sua compreensão. Ao contrário, não é isto o que nos cansa e sim o fato de termos de elevar-nos, até alcançar o nível dos sentimentos delas, subir, ficar na ponta dos pés, estender a mão para não machucá-las.
Para o adulto, é difícil, como aponta Ford (1997), escutar com os ouvidos e com o coração, significa também estar disposto a ouvir, aprender a surpreender. Esta forma intensifica a união entre professor e a criança especial, trazendo segurança que é tudo o que ela precisa para encontrar o elo e transformar o dia a dia na relação.
Desta forma indica que o domínio teórico prático não é suficiente, sendo necessário desenvolver a sensibilidade e a compreensão psicológica para poder usar a interação empática com as crianças. Este avanço só é conseguido pela vivência, pelo envolvimento no contexto prático, permitindo a crítica e incentivando a autocrítica no aluno do curso de Pedagogia.
Ainda Ford (1997) acredita que o educador pode ter a crença inconsciente de que para manter o sucesso é vital estar sempre, pelo menos aparentemente, fazendo tudo certinho. E, sempre que algo der errado, a falha pode ser sua. O medo de falhar pode estar inibindo a criança e impedindo que ela dê o melhor de si. Mas o vencedor sabe que o sucesso se consegue com perseverança: tentar, falhar, aprender e repetir novamente até conseguir. Esta situação favorece a confiança e a interação da criança e dos pais.
Entende-se que o ser humano movimenta-se sempre de uma forma simbólica e expressiva. Aquele que não procura interpretar estas significações não pode estar sabendo o que está fazendo.
Na prática, com a criança especial, não é diferente. Wallon (apud Fonseca, 1999) afirma que o conhecimento do outro é sempre produto do sistema emocional. O tempo vivido afetivamente possibilita a estruturação do ritmo e da relação simétrica bilateral. Fonseca (1988) ainda explica que o corpo e a linguagem tornam-se os intermediários existenciais do mundo e da criança, a ligação essencial no sentimento da vivência e convivência.
Crê-se que o professor da criança especial deve contribuir para a tomada de consciência da realidade pessoal da criança, possibilitando o seu próprio crescimento sensório motor, a valorização da disponibilidade, a perfeição do ajustamento, a autonomia, a melhoria na relação pedagógica, visando uma melhor adaptação ao meio.
Uma das formas de se conseguir tudo isto é pelo diálogo oral ou corporal. O professor interessado e paciente pode conduzir a criança a conhecer e compreender o que se passa ao seu redor. Explorando o ambiente, ela será capaz de descobrir coisas novas importantes para ela mesma e para o adulto que a acompanhou na descoberta.
É correto que a criança especial tratada com afeto tende a responder também com afetividade, e, se tratada com agressividade, pode responder com medo. Medo do desconhecido ou daquilo que na sua imaginação pode fazer mal.
Outro fator condicionante no relacionamento com a criança especial é o respeito que se deve ter pelo corpo. É necessário que se peça uma espécie de autorização para lidarmos com seu corpo, para que ela não se sinta invadida. Deve haver sempre sensibilidade do professor para perceber e escolher a atitude mais benéfica e adequada para cada situação.
Acredita-se que outras tantas qualidades são necessárias para o professor em sala de aula especial que devem ser cultivadas como: ser carinhoso, mas enérgico, ser humilde, mas seguro, ser autêntico, ser alegre, envolvente. Estabeleça cumplicidade
até onde isso não atrapalhe o trabalho e até onde isto facilite atingir os objetivos educacionais.
O corpo da criança com necessidades especiais
A forma com que o Homem lida com sua corporalidade resulta de um processo histórico, apresentando variações desde a concepção e tratamento de seu corpo, bem como nas formas de comportar-se revelando as relações do corpo com um determinado contexto social (Gonçalves, 1999).
Ferrigno (1999) diz que a relação do corpo com outros corpos e objetos do meio ambinete envolve a percepção, os estímulos e o movimento. Campos (1999) explica que o corpo apresenta uma linguagem que nos alerta para a variabilidade de expressões, selecionadas a partir das percepções e respostas. Dotado de alta capacidade adaptativa e criativa, o Homem vai se moldando conforme solicitações (e percepções) de seu ambiente e de seu mundo interno.
Esta adaptabilidade provém, de um lado, de uma capacidade fisiológica de ajustamento ou flexibilidade diante de situações diferentes; ou de outro modo, pela aptidão de perceber, avaliar, tomar consciência e decidir acerca do ambiente que o circunda e de si próprio. Este conjunto de aptidões permite ao Homem comportar-se de modo diferente em cada época, em cada lugar e em cada circunstância, modificando e adaptando-se ao novo ambiente.
O corpo se organiza entre as sensações visuais, cinestésicas e os movimentos das mãos, das imagens de si e dos outros. Assim, percebem-se diferentes emoções, dependendo do tipo de estímulo.
Uma relação mais próxima entre professor e a criança com necessidades especiais, na qual a criança toca e é tocada, ajuda o desenvolvimento do tônus muscular e da coordenação motora (Bretas, 1999).
Levando-se em conta os registros corporais das emoções, Bio (2000) explica que para entender a fala do corpo, é