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100 anos de música
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100 anos de música
E-book299 páginas3 horas

100 anos de música

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Sobre este e-book

100 Anos de Música — mais de 200 mini-biografias, um livro indispensável para os amantes do melhor da música. O livro conta a história da música americana, desde o Ragtime, passando pelo Gospel, Spiritual, Church Music, Blues, Jazz, Country & Folk, Soul, chegando aos anos 50 até os anos 2000. Através de uma narrativa leve e instigante, a autora vai pontuando a influência desses gêneros musicais na cena mundial, com minibiografias dos principais artistas e bandas de cada estilo.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento6 de nov. de 2018
ISBN9788599805268
100 anos de música

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    100 anos de música - Ana Flávia Miziara

    Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

    (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

    Miziara, Ana Flávia

    100 anos de música / Ana Flávia Miziara. -- São Paulo: BMGV Editora, 2013.

    ISBN 978-85-99805-26-8

    1. Música – História 2. Músicos – Biografia

    I. Título.

    Índices para catálogo sistemático:

    1. Música: História 780.9

    Design, criação e concepção de capa: Mariângela Bueno

    Arte da Capa: Marinês Bueno

    Revisão: Samuri José Prezzi

    Este livro é parte integrante do best seller em cd-rom 100 Anos de Música (1997) de Ana Flávia Miziara.

    Colaboradores e consultores: Marcelo Costa e Ivan Miziara.

    Direitos desta edição reservados à BMGV EDITORA.

    Avenida Paulista, 726 - 17º andar . conj. 1707 | São Paulo, SP Brasil - 01310-910 -

    Bela Vista | Tel/Fax: (0xx11) 3254.7420 ramal 105 | e-mail: [email protected] | home page: www.bmgv.com.br | Copyright © 2014 by BMGV

    Nenhuma parte desta obra poderá ser reproduzida, por qualquer meio, sem prévio consentimento dos editores. Excetuam-se as citações de pequenos trechos em resenhas para jornais, revistas ou outro veículo de divulgação.

    Ana Flávia Miziara

    Este livro não tem o intuito de citar e/ou enumerar todos os grandes representantes de cada gênero musical, do ragtime ao pop atual, ou de ser uma enciclopédia de referência. Mas, sim, trazer ao grande público uma seleção pessoal, em minibiografias, de alguns dos principais artistas de cada geração.

    A autora

    Ragtime: a Arte do Improviso

    De 1896 a 1917, o ragtime era o mais popular ‘idioma’ musical dos EUA.

    O estilo originou-se dos palcos de casas frequentadas por negros (Music Hall, Vaudeville e Burlesque), e o termo originou-se da expressão ‘ragged time’ (tempo fragmentado) referindo-se ao ritmo sincopado e de contratempo. Alguns dos mais famosos temas do estilo são Hello Ma Baby (1899), Under The Bamboo Tree (1902) e Alexander’s Ragtime Band (1911), esta última citada por algumas fontes como a música tocada pela orquestra do famoso navio Titanic, no momento de seu naufrágio em 1912. Dentre os temas instrumentais do estilo destaca-se Maple Leaf Rag (1899), de autoria de Scott Joplin.

    O Ragtime Hoje

    Hoje o ragtime é tido simplesmente como música de piano. Isto porque o Rag vocal fundiu-se com a música popular, enquanto o Rag de Piano manteve sua distinção, se tornando um elemento importante do jazz instrumental.

    O Rag de Piano, composto tanto para se ouvir como para se dançar, era semelhante ao ritmo de uma marcha de salão com a diferença de sua melodia sincopada.

    O interesse pelo ragtime foi renovado nos anos 70, primeiro com algumas gravações clássicas e a publicação de uma coleção de trabalhos de Scott Joplin, depois com a utilização da música do mesmo no premiado filme The Sting (1973) e, mais recentemente, com a película Ragtime.

    Scott Joplin

    Nascido no Estado do Texas, Estados Unidos, no dia 24 de novembro de 1868, foi o mais celebrado compositor da Era do Ragtime.

    Embora sua família fosse pobre (seus pais foram mendigos), o jovem Joplin chegou a estudar piano clássico quando criança.

    Por volta dos 20 anos tornou-se pianista, viajando pelo centro-oeste americano. Em 1895 publicou sua primeira composição: Please Say You Will.

    Maple Leaf Rag foi seu mais famoso Piano Rag da época, garantindo-lhe o título de Rei do Ragtime. No total foram cerca de 60 composições, 41 delas Piano Rags, entre outras canções, marchas e a ópera Treemonisha (produzida sem sucesso em 1915, mas que seria revivida em 1957 com grandes resultados). Nunca reconhecido em vida como o sério compositor que era, Scott Joplin recebeu este respeito apenas postumamente, quando seu trabalho foi republicado em 1972 e aclamado pela comunidade popular e escolar.

    Eubie Blake

    Considerado um dos maiores pianistas do ragtime e do jazz, James Hubert Blake nasceu em Baltimore, Estado Unidos, no dia 7 de fevereiro de 1883, e teve uma longa carreira na música popular, inicialmente como compositor.

    Ao lado de seu parceiro de toda a vida, o letrista Noble Sissle, escreveu Shuffle Along em 1921, um musical que se tornou o musical negro mais bem sucedido da Broadway, com 504 apresentações.

    Duas das canções desse show, Memories Of You e I’m Just Wild About Harry, tornaram-se grandes standards.

    Embora tenha trabalhado por muitos anos ininterruptamente, somente em 1969 foi redescoberto pelo famoso produtor John Hammond, que produziu o álbum 86 Anos de Eubie Blake.

    Mais tarde o próprio Blake fundou uma gravadora e realizou um filme autobiográfico.

    Em 1978 o musical Eubie apresentava 24 de suas canções quando estreou na Broadway.Cinco dias antes de sua morte, seu centésimo aniversário, foi celebrado com performances de gala no Washington Kennedy Center, com exibição posterior em rede nacional na TV.

    Blake morreu no dia 12 de fevereiro de 1983.

    A Era do Gospel

    Gospel, Spiritual e Church Music

    Esse estilo da Church Music, que foi derivando-se e abrangendo segmentos como a música gospel e spiritual, tradicionalmente emprega um cantor solo geralmente acompanhado de um órgão.

    O órgão é o instrumento de maior importância no desenvolvimento dos gêneros, porque supre as necessidades mais variadas (sem que se precise recorrer a grupos vocais inteiros e instrumentais), e, além desse fator, o instrumento era (e é) satisfatório para o canto em congregações.

    Em resumo: o Papa João XXII acabou com os exageros musicais no século 19. O Cantus Firmi, da Renascença, era normalmente tirado das Chansons (canções populares do catolicismo francês). Lutero, iniciador da reforma protestante, adaptou músicas seculares a seus corais e, desde a metade do século 20, até o estilo folk e o pop incorporaram acentuações da conhecida música das igrejas.

    A terminação Gospel significa música evangélica. A palavra é uma contração das palavras inglesas God (Deus) e Spell (Apelo).

    O estilo Gospel derivou-se do estilo Spirituals, que era um cântico religioso dos escravos negros americanos.

    Mahalia Jackson

    Nascida em New Orleans, Estados Unidos, no dia 26 de outubro de 1911, foi a mais famosa cantora gospel de seu tempo.

    Assim como muitas outras cantoras negras, Mahalia começou a cantar em corais de igreja, mantendo-se no estilo gospel por toda sua carreira.

    Começou a atrair atenção nacional com gravações feitas em 1945. E chegou a cantar em países sem nenhuma ligação com essa música e idioma como a Índia e o Japão.

    Sua qualificação vocal era magnífica, considerada tão tecnicamente perfeita quanto a da lendária Bessie Smith.

    Mahalia morreu no dia 27 de janeiro de 1972 em Chicago, Illinois.

    A canção Move On Up A Little Higher foi um sucesso tão grande que vendeu oito milhões de cópias, esgotando-se em todas as lojas. A música entrou para o Hall da Fama dos prêmios Grammy em 1998.

    A Era do Blues

    O blues é uma das formas mais básicas da música americana e de enorme importância, principalmente por ser um elemento de constituição de praticamente todos os estilos musicais posteriores a ele, e, ainda, influência completa na evolução de todas as outras formas musicais consideradas igualmente básicas.

    A música caracterizada como Blues começou a surgir no final do século 19, e foi cantada e tocada principalmente no meio rural, essencialmente por negros e pobres.

    Melodicamente, o blues tem por característica mais marcante o uso de micro tons (intervalos menores que meio compasso). Embora eles possam ocorrer em qualquer tom, são mais frequentes na terceira e sétima nota da escala. São estas notas que dão ao blues o seu formato tradicional. Formalizado, o blues desenvolveu uma progressão vocal e rítmica consistente e poderosa.

    Embora muitos estilos de blues sejam baseados no padrão de oito compassos, o padrão de 12 compassos tornou-se o modelo mais comum.

    Este padrão clássico de compassos consiste em duas linhas vocais, cada uma de quatro compassos com um acompanhamento musical que ecoa, responde e completa o vocal.

    Este padrão - chamada e resposta - é derivado de formas vocais africanas e cria oportunidades para grandes possibilidades de improviso instrumental e vocal.

    Alberta Hunter

    Alberta Hunter nasceu em Memphis, Tennessee, Estados Unidos, no dia 1º de abril de 1895.

    Após a morte de sua mãe desistiu da carreira de cantora e atriz no auge do sucesso para trabalhar como enfermeira por um período que durou vinte anos, retomando o seu estrelato apenas em 1977, aos 82 anos de idade.

    Permanecendo nos palcos até sua morte em 1984.

    Cantou profissionalmente desde os doze anos de idade, tendo trabalhado logo no início com grandes músicos da época como Sidney Bechet e Louis Armstrong. Tornou-se a primeira cantora negra a gravar com uma banda de brancos.

    Foi Alberta Hunter quem compôs o primeiro sucesso da Imperatriz do Blues Bessie Smith, Downhearted Blues (1923). Ela também a substituiu na comédia musical da Broadway How Come? (1923).

    Passou os anos 30 na Europa cantando e atuando, inclusive em Show Boat (1928) em Londres.

    No final dos anos 30 e começo dos anos 40 cantou nos nightclubs (boates) de New York City e era presença constante no show da rádio NBC.

    Durante a Segunda Guerra Mundial entreteve tropas e participou efetivamente deste tipo de campanha.

    Entre suas últimas composições está o blues I Want a Two-Fisted, Double Jointed e Rough and Ready Man.

    B.B. King

    Riley King nasceu em Itta Benna, Mississippi, Estados Unidos, no dia 16 de setembro de 1925.

    O cantor e guitarrista de blues B.B. King é reconhecido como a maior influência no desenvolvimento do rock’n’roll.

    Aos 16 anos começou a trabalhar como disc-jockey e cantor em clubes locais, usando o nome artístico Blues Boy, em Memphis, Tennessee. Gravou seu primeiro disco em 1949.

    Pela metade dos anos 60 já tinha o reconhecimento mundial, especialmente após seu hit de 1970, The Thrill is Gone, quando utilizou uma sessão de cordas como fundo de sua guitarra e vocal. Sua carreira continuou com uma longa lista de hits e tours (turnês) como a Tour da União Soviética em 1979. Participou de espetáculos como o concerto Farm Aid em 1985, e no Beacon Theatre de New York, em 1990, com John Mayall e Koko Taylor. Abriu um clube de blues em Memphis, onde oferecia espaço a novos e promissores talentos (eventualmente até tocando com eles em ocasiões não divulgadas previamente).

    Em outubro de 2014, foi obrigado a cancelar 8 datas de sua turnê após sofrer de desidratação causada pelo diabetes tipo 2, doença com a qual convivia a mais de 20 anos.

    Faleceu em Las Vegas, Nevada, em 14 de maio de 2015 aos 89 anos de causas naturais.

    Bessie Smith

    A Imperatriz do Blues nasceu em Chatanooga, Tennessee, Estados Unidos, no dia 15 de abril de 1895 e foi a cantora de maior sucesso nos anos 20.

    Começou sua carreira cantando em bordéis e em 1923 foi a New York para sua primeira gravação. Bessie Smith ficou na história da música devido ao seu incrível senso rítmico e habilidade de improvisar em cima das estruturas do blues. Foi considerada a primeira cantora importante do blues e com importante destaque no jazz.

    Bessie Smith sofreu um trágico acidente de carro no Mississippi, no dia 26 de setembro de 1937, culminando com seu falecimento. O motivo da morte da Imperatriz do Blues, entretanto, não foi somente o acidente, mas principalmente o fato dela não ter sido socorrida a tempo, pois o hospital mais próximo ao acidente não atendia pessoas negras.

    Essas circunstâncias, as de sua morte, serviram de argumento para a famosa peça The Death Of Bessie Smith, escrita pelo renomado autor Edward Albee em 1960.

    Segundo alguns relatos importantes e biografias, Bessie Smith foi uma das primeiras artistas a levantar a bandeira de igualdade sexual. Muitos afirmam que a artista era bissexual assumida.

    King Oliver

    O cornetista Joseph Oliver nasceu perto de Abend, Louisiana, Estados Unidos, no dia 11 de maio de 1885. Ganhou o título de King (rei) por sua genialidade inventiva que incluía um sopro potente e uma afinação absoluta. Suas duas maiores contribuições para a história do jazz foram sua inimitável Creole Jazz Band, primeira banda negra a ser gravada (1923), e sua influência na formação do jovem Louis Armstrong.

    Suas gravações mais importantes, Dippermouth Blues e West End Blues, estão preservadas através da Smithsonian Collection of ClassicJazz King morreu dia 8 de abril de 1938. "Joe Oliver ensinou-me mais do que qualquer outra pessoa. Dava-se ao trabalho de perder o seu precioso tempo comigo. Se há alguém a quem eu deva agradecimentos, isto é, se há razão para lhe agradecer este é o grande mestre Joseph King Oliver. É a ele que devo tudo que fiz no mundo do Swing, Jazz, Hot e Ragtime, ou como queiram chamar a esta música.

    Joe costumava dizer que era o meu padrasto porque eu era como um filho para ele, dizia. E o certo é que ele foi um verdadeiro pai para mim. Louis Armstrong

    Leadbelly

    Cantor e guitarrista negro, Huddie Ledbetter, nasceu em Mooringsport, Louisiana, Estados Unidos, no dia 21 de janeiro de 1888.

    Conhecido por Leadbelly passou muitos anos de sua vida cantando nas ruas de pequenas cidades do sul dos Estados Unidos e tocando seu violão de doze cordas.

    Leadbelly cantou work songs (canções de trabalho escravo), blues, números para dança e outros ritmos típicos dos negros do meio rural de sua época.

    Um pesquisador do estilo folk, chamado John A. Lomax, o ouviu cantando e tocando dentro de uma penitenciária na Louisiana. Admirado, gravou suas canções e o ajudou a obter sua liberdade. Leadbelly, na época, cumpria pena por uma briga onde quase foi morto, onde sofreu um corte de faca em volta do pescoço, cuja cicatriz o acompanhou como uma espécie de colar pelo resto da vida.

    Em 1934 foi para New York onde passou a atuar em gravações e concertos que se estenderam por todo o país, inclusive ao exterior.

    Morreu em 6 de dezembro de 1949, mas sua influência no verdadeiro revival da música folk (nos anos 50 e 60), foi enorme, e é sentida

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