O Natal da senhorita Kane
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Sobre este e-book
Com o Natal a apenas três dias de distância, Carol Noel aceita o pedido de seu pai de que ela deixasse o Polo Norte em uma missão para ajudar a salvar o Natal. Unir-se ao pai solteiro Ben Hanson e seus filhos para o feriado parece uma tarefa bastante simples, até que o Papai Noel lhe informa que Ben é o homem por trás do perturbador novo livro: “Além de Bah Humbug: Por que mentir para seus filhos sobre o Papai Noel é uma Má Ideia.”
Passando-se por senhorita Kane, a nova babá das crianças, Carol faz de tudo para mostrar a Ben o quão divertido o Natal pode ser, lutando o tempo todo para entender como um homem pode odiar tanto o feriado. Como poderia ela, a filha única do Papai Noel, se sentir tão atraída por um homem que se recusa em acreditar que seu pai existe?
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O Natal da senhorita Kane - Caroline Mickelson
1
Capítulo Um
– E u não posso acreditar que você me baniu do Polo Norte. – Carol Claus olhou para seu pai através do trenó. – O que foi que eu fiz ?
– Não seja tão melodramática, minha querida. – Papai Noel sorriu para sua filha. Ele saltou do banco do motorista e fez um gesto para que Carol se juntasse a ele. Quando ela o fez, ele colocou os braços em volta de seus ombros e a abraçou afetuosamente. Fez um gesto abrangendo o bairro de Indian Village, iluminado pelo luar. – Este é um belo lugar para você passar seu primeiro Natal longe de casa.
Carol olhou para a rua coberta de neve. Cada uma das casas de dois andares na rua sem saída estava adornada com luzes coloridas, presépios, ornamentos de jardim embrulhados em papel de presente e guirlandas de pinheiro nas portas dianteiras. A sétima casa, bem diante deles, era uma exceção ao espírito festivo do bairro. Colonial de madeira branca e com venezianas pretas, não dava sequer um sinal de que seus donos sabiam que o natal chegaria em apenas três dias.
Ela encarou seu pai com uma expressão de súplica, mas apesar de seus olhos azuis brilharem com o amor que sentia por ela, ele não demonstrou nenhum sinal de voltar atrás na decisão de que ela passaria seu primeiro natal com a família que ele escolheu. Era uma tradição da família Noel, e Carol, sendo a filha mais nova, estava atrasada para sua vez. Ainda assim, ela fez um ultimo esforço para fazê-lo mudar de ideia. – Você mesmo disse que ninguém é melhor do que eu na gestão de elfos.
– É verdade, eu disse e falei sério. Mas sua ausência dará ao seu irmão Nicholas uma chance de trabalhar mais intimamente com os elfos. Além disso, você merece um pouco de diversão este ano. Você trabalha demais.
– E eu amo cada momento. – Carol colocou uma mecha de seus cabelos negros atrás da orelha. Ela herdou os olhos azuis do pai, assim como seu amor pelo Natal. – Vou sentir sua falta, papai.
– Sentirei a sua também, minha garota. Sei que não vai ser fácil, Carol, mas é necessário. – Ele vasculhou os bolsos de sua jaqueta vermelha e tirou uma folha de papel dobrada. – Leia isso.
Ela pegou o papel. – O que é isso?
– Apenas leia. É a razão pela qual você está aqui.
Carol desdobrou a folha levemente amassada de papel pautado e imediatamente percebeu que a carta havia sido escrita por uma criança. Felizmente, a lua estava brilhante o suficiente para que ela pudesse ler com facilidade as palavras, que haviam sido nitidamente escritas em giz de cera.
Querido Papai Noel,
Meu papai não sabe que estou escrevendo para você. Ele diria que eu não posso escrever uma carta para alguém que nem existe, mas eu sei que você é real. Minha mãe me contou antes de morrer. Meu irmãozinho Patrick nem se lembra dela dizendo isso, mas é porque ela partiu antes de ele estar sequer na pré-escola. Eu não estou escrevendo para pedir algo para Patrick ou para mim. Mas Papai Noel, será que você poderia trazer um pouco felicidade para o meu pai? Eu sei que os elfos não podem embalá-la, e não é algo que você pode mandar pela chaminé, mas ele precisa de ajuda. Eu não sei mais a quem pedir. Eu sei que você pensará em alguma coisa, Papai Noel.
de Hillary (8 anos)
p.s. Patrick gosta de brincar com carrinhos, e minha cor favorita é rosa.
Carol terminou de ler a carta, dobrou-a novamente e a devolveu para seu pai. – Presumo que estamos na casa de Hillary e Patrick?
Papai Noel concordou. – E não era sem tempo, minha querida. Há três pessoas muito tristes morando aqui. Eu não consigo suportar que elas sofram mais um feriado miserável.
– Você tem um coração tão bondoso, Papai. – Carol soube que havia perdido. Ela não poderia dizer não a seu pai, não quando a pequena Hillary contava com o Papai Noel, e o Papai Noel contava com ela. – Há mais do que você está me contando, não é?
Seu pai assentiu. – Um pouco mais.
– Então me conte o que está acontecendo. Eu prefiro saber com o que estou lidando. – Carol pisou nos pés para sentir algo neles. – É sobre a mãe das crianças?
– Não. As crianças eram muito jovens para saber que sua mãe estava a ponto de deixar seu pai logo antes de ser diagnosticada com câncer. Ela já havia alugado uma casa e empacotado a maioria de suas coisas, mas então descobriu que estava doente. Seu marido insistiu que ela se mudasse para o quarto de hóspedes para se recuperar.
– Mas ela não fez isso. – Carol adivinhou. – Se recuperar, quero dizer.
Papai Noel concordou.
– Ela ia deixar as crianças com o pai? – Pediu esclarecimentos. – Não houve nenhuma briga por custódia?
– Não. Ela deixou claro que não estava disposta a ser mãe em período integral.
– Então o coração de Ben Hanson está partido pelo plano de sua esposa de deixá-lo e por sua morte, e sua tristeza está atingindo as crianças?
– Não, não é isso. É claro, houve tristeza para superar, mas a família parece estar se saindo notavelmente bem na maioria dos aspectos.
– E onde eu entro? Não consigo entender o que você quer que eu faça, Pai.
– Ben Hanson tem problemas com o Natal.
– Defina problemas.
Papai Noel soltou um longo suspiro, sua respiração rapidamente se transformando em um sopro de ar esfumaçado. – Ele trabalha como escritor de esportes, mas está trabalhando em um livro que tem me preocupado. – Ele balançou a cabeça, cansado. – Está escrevendo com tanta convicção que eu receio que vá atingir mais do que as mentes de apenas alguns pais.
Carol olhou para seu pai, pensativa. Ela jamais o vira tão chateado por um único cético antes. – Qual é o título do livro?
– Além de Bah, uma farsa: Porque Mentir Para Seu Filho Sobre O Papai Noel é uma Má Ideia.
Oh,
Disse Carol, repentinamente entendendo a preocupação de seu pai. – Isso não é bom.
– Precisamente.
Ao menos agora ficou claro o que ela estava fazendo aqui. – Você quer que eu pegue esse manuscrito e o destrua, é essa a minha missão?
Papai Noel franziu a testa. – É claro que não, nós não vamos salvar o natal recorrendo a pequenos furtos e destruição da propriedade de outra pessoa. Além disso, ele deve tê-lo salvo em um disco rígido externo.
– Então o que você quer que eu faça?
– Eu quero que seja você. – O rosto de Papai Noel se iluminou. – Apenas seja você, Carol. Você sempre teve o verdadeiro espírito do Natal em seu coração, agora vá e compartilhe essa alegria com a família Hanson. Veja, eu acho que não devemos apenas ajudar o Sr. Hanson a aprender a amar o Natal, acho que devemos transformá-lo em um de nossos embaixadores. Uma ideia brilhante, se é que posso dizer.
Brilhante não é a palavra que Carol teria usado. Seu pai, cada alegre grama dele, era eternamente otimista. Embaixadores do Natal eram adultos que acreditavam na estória do Papai Noel e na magia do Natal. De acordo com seu pai, esses embaixadores eram essenciais para manter a tradição do Papai Noel viva.
Carol rapidamente fez as contas. Seu pai queria que ela transformasse esse Ben Hanson de É um farsa
para ho ho ho
em apenas alguns dias?
– As crianças do mundo todo contam conosco, Carol. Não podemos decepcioná-las.
Carol não tinha muitas esperanças de sucesso, mas sabia que precisava tentar. Seu pai contava com ela, e ela não iria, nem poderia decepcioná-lo. Todas as crianças eram importantes para o Papai Noel. Essa era uma das coisas que ela mais amava em seu pai. – Vou sentir sua falta.
– Sentirei a sua também, minha garota. – Papai Noel estendeu os braços, e Carol deu a ele um abraço de despedida, antes que ele saltasse de volta no trenó. Ele pegou as rédeas. – Ligue-me sempre que precisar.
Carol concordou, mas sabia que não ligaria a menos que houvesse uma emergência. Os dias seguintes seriam um turbilhão de atividades sem parar no Polo Norte. Ela não duvidava que seu pai, ou sua mãe e seu irmão inclusive, estariam lá por ela. Mas ela precisava lidar com isso sozinha. Como, ela não fazia ideia.
– Alguma instrução especial? – Perguntou esperançosa.
Papai Noel pensou por um instante. – Só um pensamento, tente não absorver a tristeza dos Hanson. Deixe-os absorver a sua alegria, ao invés disso. Agora, eu preciso correr. – Ele soprou um beijo. – Feliz Natal, minha menina.
– Espere, pai, – Carol chamou assim que ele estalou as rédeas. – Você pode pelo menos me tirar do telhado?
– Desculpe, querida. – Papai Noel rapidamente bateu o dedo em seu