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O Infante D. Henrique e a arte de navegar dos portuguezes
O Infante D. Henrique e a arte de navegar dos portuguezes
O Infante D. Henrique e a arte de navegar dos portuguezes
E-book80 páginas58 minutos

O Infante D. Henrique e a arte de navegar dos portuguezes

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IdiomaPortuguês
Data de lançamento26 de nov. de 2013
O Infante D. Henrique e a arte de navegar dos portuguezes

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    O Infante D. Henrique e a arte de navegar dos portuguezes - Vicente de Almeida de Eça

    The Project Gutenberg EBook of O Infante D. Henrique e a arte de navegar

    dos portuguezes, by Vicente de Almeida de Eça

    This eBook is for the use of anyone anywhere at no cost and with

    almost no restrictions whatsoever. You may copy it, give it away or

    re-use it under the terms of the Project Gutenberg License included

    with this eBook or online at www.gutenberg.org

    Title: O Infante D. Henrique e a arte de navegar dos portuguezes

    Author: Vicente de Almeida de Eça

    Release Date: February 6, 2008 [EBook #24533]

    Language: Portuguese

    *** START OF THIS PROJECT GUTENBERG EBOOK O INFANTE D. HENRIQUE ***

    Produced by Rita Farinha and the Online Distributed

    Proofreading Team at http://www.pgdp.net (This file was

    produced from images generously made available by National

    Library of Portugal (Biblioteca Nacional de Portugal).)

    COMMEMORAÇÃO DO CENTENARIO HENRIQUINO


    O INFANTE D. HENRIQUE

    e

    A ARTE DE NAVEGAR DOS PORTUGUEZES

    conferencia feita em 19 de fevereiro de 1894

    no

    CLUB MILITAR NAVAL

    por

    VICENTE M. M. C. ALMEIDA D'EÇA

    capitão-tenente da armada, lente da escola naval

    SEGUNDA EDIÇÃO

    revista e augmentada com algumas notas

    LISBOA

    IMPRENSA NACIONAL

    1894

    O INFANTE D. HENRIQUE

    E

    A ARTE DE NAVEGAR DOS PORTUGUEZES

    COMMEMORAÇÃO DO CENTENARIO HENRIQUINO


    O INFANTE D. HENRIQUE

    e

    A ARTE DE NAVEGAR DOS PORTUGUEZES

    conferencia feita em 19 de fevereiro de 1894

    no

    CLUB MILITAR NAVAL

    por

    VICENTE M. M. C. ALMEIDA D'EÇA

    capitão-tenente da armada, lente da escola naval

    SEGUNDA EDIÇÃO

    revista e augmentada com algumas notas

    LISBOA

    IMPRENSA NACIONAL

    1894

    Vês aqui a grande machina do Mundo,

    Etherea, e elemental, que fabricada

    Assi foi do saber alto, e profundo,

    Que é sem principio e meta limitada.

    Quem cerca em derredor este rotundo

    Globo, e sua superficie tão limada,

    He Deos; mas o que he Deos ninguem o entende

    Que a tanto o engenho humano não se estende.

    Camões Lusiadas, X, LXXX

    .

    Á memoria gloriosa

    do

    Infante Dom Henrique

    «Oo tu principe pouco menos que devinal! Eu rogo a as tuas sagradas vertudes, que ellas soportem com toda paciencia o ffalecimento de minha ousada pena, querendo tentar hũa tam alta materya como é a declaraçom de tuas vertuosas obras, dignas de tanta glorya, cuja eternal duraçom, sob proveitosa fim, alevantará a tua fama com grande honra de tua memorya.»

    Azurara, Chronica do Descobrimento e Conquista de Guiné, cap. II.

    SENHORES E PRESADOS CONSOCIOS:

    O Club Militar Naval, querendo solemnisar a celebração do quinto centenario do nascimento do Infante D. Henrique, o inclito iniciador das navegações e descobrimentos dos Portuguezes, entendeu que o melhor meio de commemorar essa tão gloriosa data, era reunir em algumas noites os seus associados para ouvirem uma serie de conferencias ou leituras sobre os assumptos mais importantes referentes ao Infante, ou que com elle e a sua obra tivessem relação; e para realisar essas conferencias dignou-se convidar diversos dos seus socios.

    Honrosa, mas difficil incumbencia! Honrosa, porque, se é um dever de bons patriotas celebrar, sempre que a proposito venha, as glorias nacionaes, é uma honra que não póde recusar-se, o ser escolhido para porta-voz d'essa celebração; difficil, porque tendo de se fallar diante de uma assembléa de technicos e de sabedores, quasi se torna impossivel dizer-lhes cousas que não saibam, resumir-lhes estudos que não conheçam, suscitar-lhes idéas que já não tenham.

    Mas, senhores, a «disciplina militar prestante», de que falla o nosso epico, e que na marinha portugueza é a tradição nunca desmentida da sua obediencia, manda-nos embarcar n'esta viagem, e não ha que replicar. Cada um de nós dirá o que sabe e como sabe, certo de que a tabella da vossa cortezia corrigirá os desvios da nossa insufficiencia. E nenhum de certo carece de maior correcção do que eu, a quem, sem que para isso tivesse merecimento, coube determinar o ponto de partida e fazer o primeiro quarto, o quarto de prima, como se dizia na linguagem da antiga marinharia portugueza.

    Larguemos, pois.


    Os louvores do Infante D. Henrique e a apreciação dos actos que lhe valeram o cognome de Navegador, occupam grandissimo espaço na litteratura patria e estrangeira. Desde a Chronica de Azurara até aos Filhos de D. João I do sr. Oliveira Martins, é longa a lista dos escriptores que se têem occupado do Infante. Só modernamente, porém, é que se póde dizer fixada a determinação do seu valor, resaltando da téla da historia com tanta mais nitidez quanto é sabido que, nos ultimos tempos, criticos de certa escola cuidaram ver no quadro sombras e manchas, a que deram exagerado vulto; o que veiu a redundar em maior esclarecimento dos serviços prestados á patria pelo glorioso Infante.

    Sem nos deixarmos, pois, offuscar por este sentimento de solidariedade que aos da nossa classe, melhor que a nenhuns outros, permitte apreciar os trabalhos do mar, podemos certamente distinguir na vida do Infante D. Henrique duas ordens principaes de

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