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Por — São Paulo


A oferta de ações anunciada ontem à noite pelo Inter, que pegou o mercado de surpresa e está sendo feita para aumentar a liquidez do papel nos Estados Unidos, pode atrair até 10 novo fundos estrangeiros para o cap table da companhia.

Segundo apurou o Valor, o banco digital prevê cheques médios em torno de US$ 15 milhões. Considerando que a empresa anunciou a oferta de 32 milhões de ações ordinárias classe A na Nasdaq e o preço de US$ 5 por ação no fechamento de ontem, o montante pode chegar a US$ 160 milhões. Há ainda a possibilidade de um lote adicional de 4,8 milhões de papéis, o que levaria o total para US$ 184 milhões.

A ideia do banco é trazer um mix de fundos americanos e europeus, sendo alguns long only, outros focados no setor tecnológico, outros voltados para emergentes. Com mais liquidez e classes diferentes de investidores, o Inter deve ver uma menor volatilidade dos seus papéis e, assim, também se tornar mais atrativo para outros fundos que futuramente possam entrar na base.

Quando migrou da B3 para a Nasdaq, em junho de 2022, o banco não fez um IPO nos EUA, então sua base de acionistas continuou basicamente formada por fundos locais. Agora, passado um ano e meio e com os resultados melhorando, a percepção é que fazer uma oferta “tática”, pode colaborar para atrair outras classes de investidores e melhorar a liquidez do papel.

“O Inter poderia esperar mais alguns trimestres para aproveitar um valuation melhor? Poderia. Mas já está na Nasdaq há quase dois anos e a liquidez é muito baixa, então também não pode esperar para sempre. Por outro lado, se fizesse uma oferta maior, iria diluir ainda mais os acionistas. Então é um equilíbrio entre timing, tamanho e objetivo”, diz uma fonte a par do assunto.

Embora a oferta tenha pegado o mercado de surpresa, uma vez que a empresa não tem necessidade de capital, os investidores logo entenderam que se tratava de um movimento para diversificar a base de acionistas. "Ajustando a contagem de ações para excluir as participações da família e do Softbank, poderíamos ver um aumento de aproximadamente 17% no free float. Como resultado, acreditamos que isso pode estar relacionado à melhoria da liquidez da ação”, diz o J.P. Morgan em relatório.

Para o BTG, com um índice de Basileia de 23,7% (que deve subir para 27% após a oferta), o Inter já possuía uma posição de capital bastante confortável. “Embora a empresa espere que o crédito se expanda a um nível muito forte de 30 a 40% em 2024, a recente melhoria no ROE fez com que os investidores não estivessem mais preocupados sobre a posição de capital do Inter, pelo menos por mais alguns anos”, dizem os analistas. “Se a transação for bem-sucedida, a liquidez deve melhorar, potencialmente abrindo a porta para outros investidores estrangeiros que anteriormente não podiam investir devido à baixa liquidez”.

Banco Inter: empresa quer aumentar a liquidez da ação com oferta — Foto: Facebook
Banco Inter: empresa quer aumentar a liquidez da ação com oferta — Foto: Facebook

Já o Citi aponta que, embora o aumento da liquidez seja positivo, o uso de capital do Inter era visto como um dos principais impulsionadores da expansão do ROE, “e mais capital neste momento não ajuda”. Segundo fontes próximas ao banco, com a carteira crescendo quase R$ 3 bilhões por trimestre e a queda da Selic este ano, que deve impulsionar ainda mais a demanda por crédito, o aumento de capital agora será bem pequeno e não atrapalha a meta 60-30-30, que prevê chegar em 2027 com 60 milhões de clientes, 30% de índice de eficiência e 30% de ROE.

A precificação da oferta está prevista para hoje. Os bancos coordenadores são Goldman Sachs e Bank of America.

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