Gestão Doria identifica R$ 287 milhões sem cobertura orçamentária na Saúde e analisa medidas

Com lupa e microscópio O pente-fino que o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), determinou nos gastos autorizados pela administração de seu antecessor, Márcio França (PSB), atingiu também convênios assinados na Secretaria de Saúde. Um levantamento preliminar da pasta identificou 142 contratos, que somam um total de R$ 287,3 milhões, sem previsão orçamentária. Do total, 16 convênios começaram a ser pagos no último bimestre. Entre esses, quatro beneficiam São Vicente (SP), berço do pessebista.

Pagamento a prazo Os convênios assinados por França são destinados ao custeio de obras e equipamentos de hospitais municipais e filantrópicos. As verbas endereçadas a São Vicente somam R$ 125,7 milhões. Desse montante, apenas R$ 10,3 milhões foram quitados em 2018.

Em suspenso Os gastos sem cobertura orçamentária mapeados pela Saúde ainda estão sob análise e não há definição sobre o que será deles. Até agora, R$ 143 milhões em convênios firmados por França foram cancelados por Doria. O tucano disse ter identificado direcionamento político.

Não é comigo Em nota, Márcio França negou o uso político de verbas. Na última eleição, ele travou uma disputa acirrada com Doria pelo controle do estado.

Colar os cacos O governador de São Paulo, que atua desde já mirando a disputa pelo Planalto em 2022, vai dar continuidade ao processo de acomodação no PSDB. Disposto a tomar as rédeas da sigla, ele almoça nesta terça (8) com Geraldo Alckmin, presidente da legenda recolhido desde a derrota na última eleição.

Lá e cá Na quinta (10), Doria encontra Jair Bolsonaro em Brasília. O tucano tem feito acenos ao presidente e vai reafirmar seu apoio institucional à reforma da Previdência.

De olhos bem fechados Analistas do mercado financeiro dizem que, embora investidores estrangeiros ainda estejam esperando para ver o que será do governo Bolsonaro, os negociadores brasileiros seguem demonstrando confiança inabalável na nova gestão.

Aluno novo A bateção de cabeça entre as equipes política e econômica na última sexta (4) foi encarada como “curva de aprendizado”.

Em tuas mãos O presidente do STF, Dias Toffoli, pretende analisar na quinta (10) o recurso que pede a retomada do voto secreto na eleição que vai escolher o presidente do Senado. O Solidariedade foi à corte contra a decisão do ministro Marco Aurélio Mello que impôs o sufrágio aberto à Casa.

Em tuas mãos 2 O desfecho desse caso é visto como determinante para o resultado da eleição. O sigilo do voto seria um componente a mais a favor de Renan Calheiros (MDB-AL), hoje tido como favorito.

Para todos O recurso apresentado ao Supremo lembra que o próprio Marco Aurélio reconheceu em outras ocasiões que a votação secreta é constitucional. O mecanismo está garantido no regimento do Congresso.

Instância superior A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, avisou a correligionários que, se a bancada do partido na Câmara decidir apoiar a reeleição de Rodrigo Maia (DEM-RJ), ela vai levar a discussão para a executiva da sigla.

Águas passadas Gleisi tem dito que, depois de Maia fechar acordo com o PSL –partido de Bolsonaro–, o PT não pode integrar a base de apoio à reeleição do atual presidente. A petista argumenta que, se for para impor derrota ao governo, vale até uma aliança com o MDB e o PP.

Cortar pela raiz Nesse cenário, a prioridade de Maia é refazer pontes com o PP e evitar o avanço das negociações da sigla com a oposição.

Visita à Folha Gilberto Kassab, secretário licenciado da Casa Civil do estado de São Paulo, visitou a Folha nesta segunda (7). Estava acompanhado de Alexandre Gajardoni e Nicolas Tamasauskas, assessores de imprensa.


TIROTEIO

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