Ivan Rossomakhin, veterano do Grupo Wagner, estuprou e matou uma idosa de 85 anos após voltar pela primeira vez da guerra, em 2023, mas não ficou nem 6 meses preso
O russo Yevgeny Prigojin, nascido em São Petersburgo, foi líder do Grupo Wagner, organização de mercenários fundada em 2014 e que atuou como braço das Forças Armadas russas na Guerra na Ucrânia. Aos 62 anos, Prigojin estava na lista de passageiros de um avião que caiu no dia 23 de agosto de 2023, na Rússia, de acordo com uma agência ligada ao governo de Vladimir Putin.
O grupo paramilitar manteve ligações com o governo russo por muito tempo. Durante anos, Prigojin comandou trabalhos clandestinos para o Kremlin, enviando seus soldados para conflitos em zonas de interesse da Rússia no Oriente Médio e na África. Em 2022, ao invadir a Ucrânia, o governo russo contou com o apoio da organização no conflito. Acredita-se que a milícia comandada por Prigojin entrou em território ucraniano com mais de 20 mil homens.
Em junho de 2023, no entanto, o Grupo Wagner se rebelou contra o governo russo, afirmando que eles estavam sofrendo ataques do Ministério da Defesa de Putin. Com sua tropa, Prigojin chegou a afirmar na época que eles iriam "destruir qualquer um que estivesse em seu caminho". A tensão durou pouco, e em cerca de 24 horas Prigojin e o governo russo entraram em um acordo.
A relação de Prigojin e Putin, que também nasceu em São Petersburgo, começou ainda nos anos 90. Em 1981, ele foi preso por assaltos nas ruas de sua cidade natal, sendo solto em 1990, um ano antes do colapso da União Soviética. Fora da cadeia, abriu um local para vender cachorro-quente e, com o tempo, virou um chef conhecido. Foi graças ao sucesso de seu negócio na gastronomia que conheceu Putin.
No início dos anos 2000, quando Vladimir Putin ocupou a Presidência pela primeira vez, Prigojin virou o "chef de Putin", comandando a cozinha do Kremlin. Acredita-se que foi por causa do jeito agressivo de Prigojin que Putin quis estreitar relações com ele, que teria fundado o grupo paramilitar para apoiar o governo russo em conflitos.
Uma das primeiras missões do Grupo Wagner teria sido na península da Crimeia, em 2014, quando mercenários ajudaram forças separatistas apoiadas pela Rússia a tomar a região. O Grupo Wagner teria também apoiado o governo russo em outros conflitos. Segundo a imprensa europeia, o nome da organização surgiu a partir de um outro fundador da milícia, Dmitry Utkin, que o escolheu para homenagear o compositor alemão Richard Wagner, favorito de Adolf Hitler.