Para os frequentadores de academia, o Whey Protein, que é feito com a proteína do soro do leite e ajuda no aumento da massa muscular, é um dos itens mais desejados. A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) criou um concentrado um concentrado proteico a partir do feijão carioca que promete ser uma substituição para o suplemento.
- Parece pouco, mas não é: apenas 2 hambúrgueres por semana já aumenta o risco de diabetes, diz estudo de Harvard
- Axilismo: entenda o fetiche que tem viralizado nas redes
Os grãos, cultivados em solo brasileiro, são um ingrediente proteico de alta qualidade. Além disso, serão 80 gramas de proteína para cada 100 gramas do produto, o que representa 80% da sua composição. Como o Whey, o produto desenvolvido pode complementaa a alimentação, oferecendo uma alternativa a quem necessita ou deseja aumentar a ingestão de proteínas.
Como resultado, vai ser possível acrescentar o concentrado em alimentos à base de vegetais — também chamados de plant-based — que são similares a produtos de origem animal como hambúrgueres, empanados, salsichas, linguiças, leites vegetais e iogurtes, assim como alimentos panificação, bebidas e suplementos alimentares.
- Colágeno: o que é, para que serve, quando tomar
- Ansiedade: o que é, sintomas, causas e tratamentos
“O fato de o feijão ser uma das leguminosas mais representativas para o país influenciou a ideia de obter um concentrado proteico de outra leguminosa, que não a soja e a ervilha. Como temos grande produção nacional de feijão, inclusive para exportação, consideramos que é uma matéria-prima ideal para obter esses concentrados proteicos”, explica pesquisadora Janice Lima, em comunicado.
Outro ponto de interesse é que os aminoácidos essenciais, responsáveis pela formação de proteínas dentro do organismo, contidos no grão do feijão são mantidos no concentrado proteico. Mas nenhuma dessas propriedades afeta o sabor.
A partir de avaliações realizadas no laboratório, foi verificado que ele tem características clean taste, ou seja, um sabor neutro que influencia menos no gosto, como outros produtos encontrados no mercado brasileiro.
“Usando o concentrado proteico que obtivemos e um já comercializado no mercado, não houve diferença de aceitação pelos participantes. Ficamos muito satisfeitos com o resultado alcançado”, afirma a pesquisadora Ilana Felberg.
A pesquisa realizada pela Embrapa também estudou formas de aproveitamento dos resíduos gerados pela extração da proteína dos grãos de feijão carioca. Foram encontradas três alternativas pela equipe de pesquisadores: o primeiro, com 30% de fibra, pode ter uma função parecida com a dos farelos de cereais.
Já o segundo, o amido de feijão, mostrou um total de 91% de pureza após ser processado com água e sem o uso de reagentes químicos. Estudos voltados para esse ingrediente específico ainda estão em andamento. Por fim, o terceiro, foi o resultado da extração da proteína e do amido, com um teor de fibra de 64%.
“Essa quantidade é muito interessante e a fibra avaliada tem a capacidade de reter cinco vezes o seu peso em água, o que é uma característica muito desejada pela indústria de alimentos”, pontua Melicia Galdeano, cientista parte da equipe da Embrapa.
Inscreva-se na Newsletter: Saúde em dia