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Por — Rio de Janeiro

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GERADO EM: 11/07/2024 - 16:53

Leitos de hospitais federais fechados no Rio

Leitos de hospitais federais no Rio estão fechados devido à falta de profissionais de saúde, impactando a qualidade do atendimento. Ministério da Saúde busca soluções, incluindo a transferência de unidades para prefeituras e outras entidades. Situação precária é evidenciada por relatórios que apontam equipamentos obsoletos e obras inacabadas, afetando diretamente os pacientes.

Pouco mais de um ano depois que o Ministério da Saúde anunciou ações, como a reabertura de leitos para reduzir as filas de procedimentos de alta complexidade (como tratamentos cardíacos e oncológicos), a situação piorou em relação a oferta de vagas nos seis hospitais federais do Rio. Segundo dados da Plataforma SMSRio, mantida pela prefeitura, nesta quarta-feira, 427 leitos dos 1.651 cadastrados estavam fechados nos hospitais do Andaraí, Bonsucesso, Servidores do Estado, Cardoso Fontes, Ipanema e Lagoa. O percentual é 48% maior que o registrado em abril de 2023, quando havia 288 leitos fechados.

Naquela época, o ministério comemorava ter reduzido a quantidade de leitos impedidos com relação à gestão do governo anterior — eram 523 deles fechados em janeiro de 2023, quando houve a troca de mandato. No cenário atual, o principal motivo para o fechamento dos 427 leitos é a falta de mão de obra, conforme informações obtidas na própria plataforma. Destes, 325 (76% do total) era por falta de profissionais de saúde, como médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem.

Colapso na saúde / Problemas nos hospitais federais do Rio / Obras no décimo andar do Hospital Federal do Andaraí inacabadas — Foto: Reprodução arquivo
Colapso na saúde / Problemas nos hospitais federais do Rio / Obras no décimo andar do Hospital Federal do Andaraí inacabadas — Foto: Reprodução arquivo

O problema ocorre em meio a uma tentativa do governo federal de tentar equacionar a gestão da rede federal no Rio. Na sexta-feira passada , por exemplo, uma portaria do Ministério da Saúde definiu que o Hospital do Andaraí passaria a ser administrado em cogestão com a prefeitura do Rio até que fosse concluído o processo de municipalização. A unidade já foi administrada pela prefeitura nos anos 2000. Mas, junto com outros hospitais, foi devolvido para a União em 2005, diante de uma crise financeira provocada pela falta de recursos do município para mantê-los.

A falta de pessoal na rede federal do Rio se reflete diretamente na qualidade do atendimento. A doméstica Lúcia Helena Pires, de 52 anos, conta que espera há cinco anos na fila do Sistema de Regulação (Sisreg) por uma cirurgia para retirar um tumor benigno no joelho esquerdo. Desde o diagnóstico, ela parou de trabalhar e, como o tumor cresceu, não consegue mais andar.

— O que parecia ser uma simples cirurgia se tornou um pesadelo. Sinto muitas dores. E só posso me locomover em cadeiras de rodas. Meu marido ajuda, mas é uma luta diária. Acho que a probabilidade de eu nunca mais voltar andar é muito grande. Tudo por negligência do governo — criticou a dona de casa.

Além da transferência do Andaraí para a prefeitura do Rio, nos bastidores se cogita que o Ministério da Saúde negocia a cessão do Hospital da Lagoa para a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz); dos Servidores do Estado para a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) , que já administra hospitais universitários. O de Bonsucesso pode ficar com o Grupo Hospitalar Conceição (GHC), do Rio Grande do Sul. Já o destino do Cardoso Fontes e de Ipanema segue indefinido, mas o GLOBO apurou que também há interesse da prefeitura em assumir essas unidades.

Em abril de 2024, exatamente um ano depois da União ter prometido melhorias, um relatório produzido pelo próprio Ministério da Saúde já demonstrava que a situação não havia melhorado. O documento revelou que, na ocasião, 80% dos equipamentos do Hospital de Bonsucesso estavam obsoletos. A unidade era que mais tinha leitos impedidos na época da inspeção: 140.

Durante a vistoria em Bonsucesso, técnicos encontraram as alas de pós-operatório, diálise peritoneal e cardiologia fechadas, além de 18 leitos de pediatria impedidos e quatro salas de cirurgia interditadas.

Servidores realizam protesto contra municipalização do Hospital do Andaraí — Foto: Fabiano Rocha / Agência O Globo
Servidores realizam protesto contra municipalização do Hospital do Andaraí — Foto: Fabiano Rocha / Agência O Globo

No Andaraí, os problemas se multiplicam. Obras essenciais não foram concluídas, o Centro de Tratamento de Queimados (CTQ), referência nessa área médica, passa por reformas desde 2019, enquanto o novo setor de radioterapia, voltado para o atendimento oncológico, teve sua conclusão, antes prometida para novembro de 2023, adiada para o fim deste ano.

  • Processo de municipalização do Hospital Federal Andaraí começa hoje, outras cinco unidades devem ser transferidas; entenda

O Hospital do Andaraí foi escolhido como o primeiro a ser transferido porque apresenta um cenário desafiador. Com apenas 55% dos seus 304 leitos ocupados, a unidade de média e alta complexidades está com a emergência fechada e obras inacabadas, como a do setor de radioterapia, além de uma greve de servidores há mais de 54 dias.

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