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GERADO EM: 11/07/2024 - 13:30

Pico demográfico: desafios e transformações

A população global atingirá seu pico em 2080, com mais idosos do que menores de 18 anos. A queda na taxa de fertilidade desafia a seguridade social. Brasil e outros países enfrentarão transformações demográficas, com impactos na saúde, educação e mercado de trabalho. A ONU destaca a importância das políticas de gênero para lidar com essas mudanças.

De acordo com um estudo das Nações Unidas divulgado nesta quinta-feira, a década de 2080 marcará a mudança de uma era na demografia mundial. Até lá, projeções apontam que a população global atingirá seu pico com 10,3 bilhões de habitantes e o número de idosos (65+) será superior que o de menores de 18 anos — cenário que desafiará as estruturas de seguridade social dos países.

Há uma década, as previsões da ONU indicavam que o pico populacional do planeta aconteceria mais tarde e seria ainda maior, mas os baixos índices de fertilidade ao redor do mundo adiantaram o processo e diminuíram seu tamanho. Estima-se que, já em meados dos anos 2030, o número de pessoas com mais de 80 anos será maior que o de bebês com menos de 1 ano.

"O pico mais cedo e mais baixo é um sinal de esperança", afirma Li Junhua, subsecretário-geral de Assuntos Econômicos e Sociais da ONU, em comunicado. "Isso pode significar uma redução das pressões ambientais decorrentes dos impactos humanos devido ao menor consumo agregado. Entretanto, um crescimento populacional mais lento não eliminará a necessidade de reduzir o impacto médio atribuível às atividades de cada pessoa."

Nascimentos em queda

Segundo o estudo, hoje as mulheres têm em média um filho a menos do que tinham nos anos 1990. Em mais da metade dos países, a média de nascimentos está abaixo de 2,1, considerado o nível necessário para que a população consiga manter seu tamanho sem precisar da imigração. Em quase um quinto das nações, a taxa de fertilidade é de 1,4, classificada como "ultrabaixa" — entre elas, Itália, Espanha, China e Coreia do Sul.

"O cenário demográfico evoluiu muito nos últimos anos", aponta Junhua. "Em alguns países, a taxa de natalidade está ainda mais baixa agora do que o previsto anteriormente, e também estamos observando declínios um pouco mais rápidos em algumas regiões de alta fertilidade."

A imigração será uma aliada de ao menos 50 países que já estão sentido os efeitos da queda nos nascimentos e no crescimento da população idosa, aumentando o número de habitantes em idade de trabalho. No entanto, parte do grupo afetado por taxas de fertilidade ultrabaixas também enfrenta a forte emigração de seus cidadãos para outros lugares, o que contribuirá para que sua população reduza ainda mais nos próximos 30 anos, afirma a ONU.

A edição deste ano do relatório "Perspectivas para a população mundial", realizado desde 1951 pelas Nações Unidas, aponta que uma em cada quatro pessoas no mundo vive em um país que já atingiu o seu pico populacional. Isso corresponde, mais precisamente, a 28% da população mundial, espalhada em 63 nações que incluem China, Alemanha, Rússia e Japão. Nesse grupo de países, o número de habitantes diminuirá até 14% nos próximos 30 anos.

Impacto no Brasil

O Brasil será um dos próximos a ter de encarar de frente essa transformação demográfica. O estudo inclui o país no grupo cuja população poderá atingir seu pico já a partir do ano que vem. A projeção dialoga com os resultados do último censo, no qual descobriu-se que a população brasileira era menor do que o previsto anteriormente pelo IBGE e registrou, na última década, o menor crescimento da História. Além do Brasil, nações como Turquia, Irã e Vietnã também devem chegar ao seu auge entre 2025 e 2054.

Na outra ponta, 126 países vão continuar crescendo até a primeira metade deste século, notadamente a Índia — que recentemente ultrapassou a China como o mais populoso do planeta — e os Estados Unidos — principal destino de migrantes mundo afora. Desse grupo, nove verão sua população dobrar até 2054, a maioria no continente africano, como Angola, República Centro-Africana, República Democrática do Congo, Níger e Somália. Os desafios, nesse caso, são outros: enfrentar a gravidez precoce e preparar o sistema de saúde e educação para atender a quantidade de crianças.

"Em 2024, 4,7 milhões de bebês, ou cerca de 3,5% do total mundial, nasceram de mães com menos de 18 anos", diz o relatório. "Desses, cerca de 340 mil nasceram de crianças com menos de 15 anos, com graves consequências para a saúde e o bem-estar das jovens mães e de seus filhos."

Questão de gênero

Para além dos números, o estudo destaca a relação das políticas de gênero com a questão demográfica, tanto para países com queda nos indicadores de natalidade quanto para aqueles que precisam lidar com o rápido crescimento de suas populações.

Barreiras legais ao acesso de meninas e mulheres a serviços de saúde sexual e reprodutiva, como métodos contraceptivos e aborto legal, prejudicam a contenção dos altos índices de nascimentos, em especial no caso de gravidez precoce. A ONU também indica políticas públicas como o aumento da idade legal para o casamento, a integração do planejamento familiar à saúde primária e a ampliação da participação feminina no mercado de trabalho.

Já em nações que atingiram seu pico populacional ou estão perto disso, como o Brasil, o documento sugere ações como oferecimento de licença parental remunerada e flexível, ampliação da rede de creches de qualidade e incentivo à distribuição igualitária das tarefas domésticas entre homens e mulheres para incentivar a gravidez. Por outro lado, a ONU também reforça a necessidade de investir no cuidado com a população idosa, tanto no âmbito da saúde quanto econômico.

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