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Por O Globo, com agências internacionais — Moscou e Washington

RESUMO

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GERADO EM: 09/07/2024 - 11:03

Rússia monitora cúpula da Otan em Washington

Rússia monitora cúpula da Otan em Washington sobre apoio à Ucrânia. Biden promete fortalecer defesas aéreas ucranianas. Líderes ocidentais reforçam compromisso com a integração da Ucrânia em estruturas de segurança europeias e transatlânticas. União Europeia inicia negociações de adesão com a Ucrânia.

A Rússia vai acompanhar com "atenção máxima" a reunião de cúpula da Otan, que reúne os líderes da aliança ocidental em Washington e começa nesta terça-feira, anunciou o Kremlin, argumentando que o grupo de países enxerga Moscou como um "inimigo". Diante de possíveis trocas de poder nos países da aliança, o grupo terá o apoio continuado à Ucrânia como um dos principais temas em pauta.

— É uma aliança que vê a Rússia como sua inimiga, sua adversária. Uma aliança que declarou abertamente, em repetidas ocasiões, seu objetivo de infligir uma derrota estratégica à Rússia no campo de batalha — afirmou o principal porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, em uma entrevista coletiva. — É por isso que vamos acompanhar com atenção máxima a retórica das conversas que acontecerão e as decisões que sejam tomadas.

Originalmente, o encontro em Washington deveria ter um caráter mais festivo, para marcar os 75 anos da aliança de defesa entre as potências do norte global. O encontro de três dias ainda deve ter momentos reservados à memória e à celebração da parceria, mas acontece em um momento em que instabilidades internas, como uma possível volta de Donald Trump à Casa Branca, e externas, com a guerra na Ucrânia sem um fim próximo, exigem mais da pauta de segurança.

Enquanto autoridades ucranianas insistem que estão lutando para recuperar os territórios invadidos e anexados pela Rússia, um número crescente de autoridades dos EUA acredita que a guerra se tornou sobre o futuro da Ucrânia na Otan e na União Europeia. A expectativa é de que, durante a cúpula, líderes ocidentais reforcem a promessa a Kiev de que eventualmente se tornará um aliado pleno, ao passo que devem prometer novos pacotes de ajuda econômica e militar.

Além dos 32 dirigentes dos países-membro da Otan, líderes convidados demonstraram as preocupações do Ocidente com a contenção de rivais estratégico. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, deve ser uma das presenças mais importantes na cúpula, que também terá participação dos representantes de Austrália, Japão, Nova Zelândia e Coreia do Sul.

O secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, recebe o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, em base aérea na Virgínia — Foto: Alex Wong/Getty Images via AFP
O secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, recebe o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, em base aérea na Virgínia — Foto: Alex Wong/Getty Images via AFP

Após o bombardeio de um importante hospital pediátrico em Kiev na segunda-feira, que observadores da ONU e especialistas em armamentos afirmam ter sido atingido por um disparo direto de míssil — a Rússia negou ter atacado o hospital e culpou um artefato de defesa antiaérea ucraniano pelo dano —, o presidente dos EUA, Joe Biden, cobrou publicamente um esforço coletivo para fortalecer as defesas da Ucrânia por ar.

— Anunciaremos novas medidas para fortalecer as defesas aéreas da Ucrânia para ajudar a proteger as suas cidades e civis dos ataques russos — antecipou Biden, que classificou o ataque como "um horrível lembrete da brutalidade russa". — Vou me reunir com o presidente Zelensky para deixar claro que o nosso apoio à Ucrânia é inabalável.

Há um entendimento entre os aliados ocidentais de que a Rússia provavelmente não terá ganhos territoriais significativos na Ucrânia nos próximos meses, segundo fontes americanas ouvidas pelo jornal New York Times. O argumento se sustentaria no fato de que os últimos avanços russos, nos últimos meses, cobraram um alto custo em número de soldados, deixando em operação forças menos treinadas para romper as defesas ucranianas, agora reforçadas com uma nova leva de equipamentos ocidentais.

— As forças ucranianas estão sobrecarregadas e enfrentarão meses difíceis de combate pela frente, mas uma grande conquista russa agora é improvável — disse Michael Kofman, pesquisador sênior no programa de Rússia e Eurásia do Carnegie Endowment for International Peace, que visitou recentemente a Ucrânia.

Eric Ciaramella, ex-oficial de inteligência e agora especialista em Ucrânia que trabalha com Michael Kofman no Carnegie Endowment for International Peace, afirmou que ficou claro nos últimos 18 meses que nem a Rússia nem a Ucrânia "possuem capacidades para mudar significativamente as linhas de batalha". Segundo ele, os EUA definiram como objetivo estratégico ter uma Ucrânia "democrática, próspera, europeia e segura".

Washington e seus aliados precisarão fazer investimentos de longo prazo para permitir que a Ucrânia mantenha suas linhas, desgaste a Rússia e cause danos.

Biden e Zelensky reunidos em Paris — Foto: Saul Loeb/AFP
Biden e Zelensky reunidos em Paris — Foto: Saul Loeb/AFP

— Ainda é um cenário altamente instável — disse Ciaramella. — É por isso que os líderes ocidentais também precisam realmente focar na integração da Ucrânia às estruturas de segurança europeias e transatlânticas.

A União Europeia concordou no mês passado em iniciar negociações de adesão com a Ucrânia, um passo importante para o processo de adesão. Embora a Otan ainda não esteja pronta para convidar Kiev para se unir ao bloco, os líderes aliados estão prontos para aprovar algum termo que prometa a Kiev uma integração futura. (Com AFP e NYT)

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