A política está tão doida, que Nicholas Maduro defende posições de Bolsonaro e Trump. Nesta disputa da esquerda da América do Sul, o problema hoje é manter o poder, não há preocupação com coerência ideológica. Bolsonaro não precisou nem defender de novo a tese das urnas auditáveis, porque o apoio do presidente venezuelano já a torna crível para parte da direita brasileira. A relação de Lula com a esquerda é tão cega, que o coloca sempre em posição difícil. Quando estava em Cuba, há alguns anos, morreu um prisioneiro político em greve de fome. Ele tem que assumir esses erros e desvios sobre atitudes ditatoriais, porque o presidente da Nicarágua e Maduro são de esquerda. E como se justifica defender um ditador e ficar cobrando democracia e honestidade¿ Lula é um líder de dimensão internacional, e devia pelo menos na região em que o Brasil é líder natural, impor mais, exigir que a democracia seja percebida por estes ditadores e os fizessem mudar de posição. Ao contrário, ele é condescendente com os ditadores de esquerda. Por isso, não se impõe na América Latina. Não tem posição firme, e cada um faz o que quer.
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Merval Pereira
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Merval Pereira
Participa do Conselho Editorial do Grupo Globo. É membro das Academias Brasileira de Letras, Brasileira de Filosofia e de Ciências de Lisboa.
Poder vale mais do que ideologia
A política está tão doida, que Maduro defende posições de Bolsonaro
Por Merval Pereira
RESUMO
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GERADO EM: 25/07/2024 - 16:45
Incoerência política na América Latina: Lula, Maduro e Bolsonaro em destaque.
A política na América Latina revela uma realidade perplexa: Maduro apoia posições de Bolsonaro e Trump. A busca pelo poder supera a coerência ideológica. Lula, líder internacional, falha ao não exigir democracia dos ditadores de esquerda na região, prejudicando sua influência. Evidencia-se a falta de postura firme na região.