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Mariana Barbosa

No GLOBO desde 2020, foi repórter no Brazil Journal, Folha, Estadão e Isto é Dinheiro e correspondente em Londres.

Rennan Setti

No GLOBO desde 2009, foi repórter de tecnologia e atua desde 2014 na cobertura de mercado de capitais. É formado em jornalismo pela Uerj.

Por Mariana Barbosa

As mulheres representam 26% do total de postulantes nestas eleições, mas atraíram apenas 12,88% do total de R$ 752,6 milhões em doações privadas, realizadas por pessoas físicas, diretamente ou por meio de vaquinhas virtuais.

E uma consulta ao site 72horas.org, plataforma de monitoramento de doações que trabalha com os dados do TSE, mostra que dentre as 100 candidaturas para deputado federal que mais receberam recursos de doações de pessoas físicas, apenas nove são de mulheres. E destas nove, oito são candidatas de direita, sendo cinco do partido Novo. A única identificada como de centro-esquerda é Tábata Amaral, candidata à reeleição por São Paulo.

Considerando fundos públicos e doações privadas, as candidaturas de mulheres receberam 28,53% dos recursos declarados ao TSE — valor ligeiramente abaixo da cota de 30% para mulheres estabelecida por lei para o fundo partidário.

Candidata a deputada federal por São Paulo mais votada nas eleições de 2018, quando concorreu pelo PDT, Tábata Amaral recebeu R$ 2,120 milhões em doações privadas este ano. Considerando os repasses do partido, a conta vai a R$ 2,3 milhões. Foi a terceira postulante a receber mais doações privadas em uma lista com homens e mulheres. Formada pelo movimento RenovaBR, Tábata atraiu a atenção de empresários e banqueiros ao conquistar a simpatia de Jorge Paulo Lemann em 2018.

Desta vez, seu maior doador foi Armínio Fraga, que fez um cheque de R$ 120 mil. Ela também recebeu doações de nomes como Elie Horn, Luiza Trajano, Candido Bracher e Luciano Huck.

Mas a candidata que ganhou o coração e o bolso da Faria Lima este ano foi Marina Helena Santos: que já levantou R$ 1,598 milhão. Economista que trabalhou em bancos de investimento e hoje responsável por coordenar o programa de governo do candidato do partido Novo à presidência, Felipe D'avila, Marina Helena recebeu recursos de Luis Stuhlberger (Verde), Marcelo Guimarães Lopo Lima (Tarpon), Jean Marc Etlin (CVC Capital) e Armínio Fraga, entre outros. O maior doador individual de Marina Helena foi o empresário Salim Mattar, dono da Localiza e ex-secretário de desestatização do governo Bolsonaro. Ele transferiu R$ 250 mil para Marina Helena.

Mas vem de Brasília a candidata que encabeça a lista de 4.326 candidaturas a deputado federal que mais receberam doações de pessoas físicas: a advogada Samantha Meyer.

Samantha tenta uma vaga de deputada pelo Distrito Federal pelo PP, quatro anos depois de seu marido, o empresário Fernando Marques, tentar o Senado pelo DF, sem sucesso. Marques é presidente da União Química, farmacêutica que tentou vender a vacina russa Sputnik V no Brasil e hoje produz o imunizante para exportação. Antes, Samantha, que de 2017 a 2019 integrou o conselho de administração da Itaipu Binacional, foi casada com o ministro do Supremo Gilmar Mendes.

Samantha recebeu R$ 2,207 milhões em doações de pessoas físicas, sendo que os maiores cheques vieram de parentes, incluindo ela mesma, de acordo com dados do site do TSE. Samantha doou R$ 310 mil reais para a própria candidatura. Mas as doações de pessoas físicas representam 76% do total recebido. Considerando recursos públicos (fundo especial e fundo partidário), a candidata arrecadou R$ 2,907 milhões.

Dentre as 9 mulheres que aparecem entre as 100 candidaturas mais bem financiadas está ainda a ex-governadora do Maranhão, Roseana Sarney, que tenta uma vaga pelo MBD.

Das cinco candidaturas do Novo que estão entre as que mais receberam recursos privados, três concorrem por São Paulo. Além de Marina Helena, também atraíram a atenção da Faria Lima as candidatas do Novo Adriana Ventura e Monica Rosemberg. No Rio, a candidata que mais recebeu recursos foi Carol Sonza. E em Minas, Ana Valentini. Ambas também do Novo.

Completa a lista das 9 mais bem financiadas Luana Tavares, que concorre a uma vaga pelo PSD-SP.

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