VIII Congresso Internacional de História - XXII Semana de História, 2017, Maringá. Anais do VIII Congresso Internacional de História - XXII Semana de História, 2017
Com a adoção do cristianismo como religião oficial do Império Romano em 380, a Igreja cristã... more Com a adoção do cristianismo como religião oficial do Império Romano em 380, a Igreja cristã não pode mais defender uma teologia completamente pacífica. Cada vez mais, os interesses do Estado se entrelaçavam aos da Igreja. Desta forma, surgiu a necessidade dos cristãos lutarem pelo Império e, consequentemente, justificarem religiosamente as ações bélicas. No presente trabalho analisaremos a justificação e a sacralização da guerra durante a Idade Média a partir da criação e do desenvolvimento dos conceitos de guerra justa e guerra santa. Esses conceitos originaram-se no cristianismo com pensadores como Santo Agostinho (354- 430) e Isidoro de Sevilha (560-636), que abandonaram a defesa de um pacifismo e aceitaram uma guerra justa. Séculos depois, Bernardo de Claraval (1090-1153) e Tomás de Aquino (1225-1274) contribuíram para a fundamentação do conceito de guerra santa. Para o entendimento desse pensamento que legitimou a ação bélica, realizaremos um diálogo entre a historiografia e as fontes relativas ao assunto. Entre as fontes, além da Cidade de Deus, de Agostinho e as Etimologias de Isidoro de Sevilha, destacamos o Elogio da Nova Milícia Templária de Bernardo de Claraval. Dentre os principais historiadores destacamos Francisco García Fitz, José de Mattos e Jean Flori. Por meio da discussão bibliográfica e das fontes apresentadas, é possível constatar uma adaptação do pensamento cristão às necessidades militares da Idade Média. A Igreja colaborou para a criação de argumentos que legitimaram a guerra, como algo justo e posteriormente santo, de forma que essas atividades bélicas atuassem em defesa de seus interesses.
Uploads
Papers by Jaime Reis