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    Investiga��o do STF sobre Renan Calheiros deve ser arquivada

    REYNALDO TUROLLO JR.
    RUBENS VALENTE
    DE BRAS�LIA

    12/11/2017 02h00

    Alan Marques - 1�.dez.2016/Folhapress
    BRASILIA , DF , 01.12.2016 , BRASIL, Presidente do senado Renan Calheiros, Gilmar Mendes e juiz Sergio Moro participam da sessao de debates tematicos no Senado que discute o PL 280/ 2016 que trata sobre abuso de autoridade. Foto Alan Marques / Folha Press
    O ex-presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB-AL) em sess�o no plen�rio

    Depois de o STF (Supremo Tribunal Federal) rejeitar em outubro den�ncia contra Renan Calheiros (PMDB-AL) por falta de provas, outra investiga��o sobre o senador na Lava Jato caminha para o arquivamento, como indica peti��o da Pol�cia Federal ao relator, ministro Edson Fachin.

    O inqu�rito, um dos 15 no STF que t�m Renan como alvo, foi aberto com base na dela��o de Carlos Alexandre de Souza Rocha, o Cear�, que fazia entregas de dinheiro para o doleiro Alberto Youssef, tamb�m delator na Lava Jato.

    Instaurada em mar�o de 2016 a pedido do ent�o procurador-geral, Rodrigo Janot, a investiga��o apura declara��es de Cear� de que ouviu Youssef dizer que iria pagar R$ 2 milh�es para Renan impedir a CPI da Petrobras.

    Cear� tamb�m disse que no in�cio de 2014, a mando de Youssef, foi buscar R$ 1 milh�o no Recife para entregar, em duas ocasi�es, a um homem em um hotel em Macei� (AL). Segundo Cear�, Youssef lhe disse "em alto e bom som: 'O dinheiro era para Renan'".

    "Em que pese nestes autos j� se terem realizado as mais diversas dilig�ncias, estas ainda n�o foram suficientes ao apontamento de suficientes ind�cios de autoria e materialidade do delito investigado", escreveu a PF no final de setembro, ap�s quase um ano e meio de investiga��es.

    Pela quarta vez, a pol�cia pediu ao relator Fachin mais tempo para concluir o inqu�rito –ainda n�o h� decis�o.

    Antes da abertura do inqu�rito, Youssef confirmou que mandou Cear� entregar R$ 1 milh�o em Macei� –segundo ele, a pedido da construtora OAS–, mas negou ter dito que o dinheiro era para Renan, pois n�o sabia quem era o destinat�rio.

    � �poca, Janot entendeu que as declara��es de Cear� eram "ricas em detalhes" e haviam sido, "ainda que parcialmente, confirmadas por Alberto Youssef". O ent�o relator da Lava Jato no Supremo, Teori Zavascki, deferiu a abertura do inqu�rito para investigar os supostos crimes de corrup��o e lavagem.

    ACAREA��O

    No curso do inqu�rito, a PF ouviu novamente Cear� e Youssef. Ambos mantiveram o que haviam dito em suas dela��es. Em julho de 2016, a PF fez uma acarea��o entre os dois e, novamente, ambos sustentaram seus relatos.

    Youssef disse que "n�o se recorda de ter dito que os valores tinham como destinat�rio Renan Calheiros" e acrescentou que apenas fazia remessas a Alagoas "por determina��o de terceiros".

    Questionado, o doleiro afirmou que ouviu dizer que o senador tinha um operador, o empres�rio Milton Lyra, tido como lobista em Bras�lia.

    Como Cear� disse desconhecer a identidade do homem que recebeu o dinheiro no hotel em Macei�, a PF lhe mostrou uma foto de Lyra. O entregador, ent�o, disse que havia "90% de chance de se tratar da pessoa que recebeu os valores no hotel Meli�".

    Em agosto de 2016, a PF tomou depoimento de Lyra. Ele confirmou ser amigo de Renan, mas negou manter neg�cios com o senador e contestou a informa��o de que recebeu dinheiro no hotel.

    No m�s seguinte, a pol�cia fez uma acarea��o entre Lyra e Cear�. Ao encontrar o empres�rio pessoalmente, o entregador voltou atr�s e disse que nunca o havia visto.

    A PF tamb�m analisou trocas de mensagens entre Cear� e Youssef, mas n�o localizou men��es � entrega em Macei�. Requisitou a lista de h�spedes do hotel em 2013 e 2014, mas n�o identificou quem recebeu o dinheiro. Inquiriu L�o Pinheiro, da OAS, mas ele ficou em sil�ncio.

    Questionada sobre o caso, a PF informou, via assessoria, que n�o se manifesta sobre investiga��es em curso.

    Para a defesa de Renan, essa � "mais uma investiga��o baseada exclusivamente em palavras de delatores".

    "Determinar a instaura��o de inqu�rito t�o somente com fundamento em dela��es pode levar o parlamentar � condi��o indevida de multi-investigado, castigando a reputa��o perante a opini�o p�blica", disse o advogado Lu�s Henrique Machado.

    Do total de 18 inqu�ritos sobre Renan na Lava Jato e seus desdobramentos, dois j� foram arquivados e um teve den�ncia rejeitada –uma acusa��o que envolvia doa��es da empresa Serveng ao PMDB.

    Por outro lado, o senador virou r�u h� um ano em uma a��o penal sob acusa��o de desviar verba indenizat�ria do Senado –essa investiga��o come�ou em 2007.

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